A primeira vez que ouvi falar nesse projeto pensei que tudo não passava de uma piada de mau gosto. Afinal o conto infantil “João e Maria” era de uma singeleza cativante, uma estorinha de poucas linhas para ensinar os pequeninos do perigo de se confiar em pessoas estranhas. Eu me recordo inclusive que “João e Maria” fazia parte das cartilhas de ensino fundamental quando eu era apenas um garotinho de sete anos. Mas eis que finalmente o anúncio se tornou oficial: sim, “João e Maria” iria virar filme milionário em Hollywood, com direito a orçamento generoso e elenco caro! Pensei comigo mesmo: “Eles enlouqueceram de vez?!” Gente, eu já tinha escrito isso aqui antes e volto a repetir: contos de fadas nasceram para serem simples, são cativantes justamente por isso, ensinam para as crianças alguns pequenos valores morais. Mas como “Alice” de Tim Burton foi um enorme sucesso de bilheteria algum engravatado de Hollywood certamente pensou ter descoberto a fórmula do sucesso. Ledo engano.
É bem chato isso mas estamos vendo cada conto de fadas virar filme, em cada adaptação pior do que a outra (inclusive o gerador de toda essa modinha, “Alice” que também era ruim de doer). “João e Maria” não é exceção a essa regra. Em poucas palavras é um filme bem ruim, sem roteiro nenhum, com ares de “Anjos da Noite”, “Van Helsing” e até “Matrix” (acredite se quiser!). O filme começa mostrando o pequeno conto que todos conhecemos. Duas crianças, João e Maria, são deixados na floresta. Atraídos por uma pequena casa feita de doces eles acabam parando nas mãos de uma bruxa má que tenta engordá-los para depois os levar ao forno em banho maria (trocadilho infame!). Mas o feitiço acaba virando contra o feiticeiro e quem acaba sendo queimada viva é a bruxa malvada. Passam-se os anos e agora João e Maria são adultos. Eles ganham a vida caçando bruxas nas pequenas cidades e florestas por onde vivem essas figuras malignas. Tudo corre bem até que surge uma nova bruxa, muito mais poderosa do que as demais, que sabe de muitas coisas, inclusive do passado dos irmãos. Deu para sentir o drama? Bem, falar o quê mais sobre esse filme?! “João e Maria” tem muitos efeitos digitais mas o roteiro é medíocre. Idem o elenco. Até João virou diabético de tanto comer doce (é sério, está no filme, não é brincadeira!). Enfim, melhor esquecer. Compre o conto de fadas para seus filhos e leiam as belas estorinhas para eles dormirem. Você ganha muito mais. Só não vá passar esse abacaxi para eles, pois os danos culturais (e cerebrais) podem ser irreversíveis.
João e Maria – Caçadores de Bruxas (Hansel & Gretel: Witch Hunters, Estados Unidos, 2013) Direção: Tommy Wirkola / Roteiro: Tommy Wirkola, baseado no conto infantil "João e Maria" / Elenco: Jeremy Renner, Gemma Arterton, Famke Janssen / Sinopse: Adaptação para o cinema do famoso conto infantil João e Maria. Aqui os pequenos irmãos estão adultos e saem em busca de bruxas más que comem criancinhas na floresta.
Pablo Aluísio.
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domingo, 26 de maio de 2013
quarta-feira, 12 de dezembro de 2012
Zumbis Na Neve
Acredite, eu assisti Dead Snow! É um filme pequeno, de baixo orçamento e roteiro trash mas mesmo assim serve para assistir em um dia chuvoso. Claro que ninguém vai levar à sério uma coisa dessas mas pelo pouco dinheiro investido na produção posso afirmar que os produtores realizaram um feito e tanto. Eu li uma entrevista do diretor. A idéia do filme nasceu porque em algumas regiões da Rússia e do norte da Europa os jovens locais (geralmente desempregados) desenterram os soldados alemães mortos na II Guerra Mundial para roubar souvenirs como capacetes, medalhas, cruzes de ferro, armas, etc. Depois que pegam esse material colocam para vender na Internet. Daí o diretor pensou: "E se esses nazistas voltassem à vida para dar um chute na bunda desses jovens que os estão roubando?" Nasceu assim a idéia inicial de Dead Snow. Mas é bom deixar claro que a história do roubos de souvenirs dos soldados mortos serviu apenas de inspiração - a estória do filme é um pouco diferente disso. Eu também não sou fã de Zumbis. Zumbis são tão unidimensionais, só querem comer miolos e nada mais (nem falas possuem nos filmes). Nesse ponto vampiros são personagens de terror cem milhões de vezes mais interessante. De qualquer modo aqui eles até que estão mais interessantes do que o habitual.
Embora o argumento que une Zumbis e Nazistas não seja grande novidade o ambiente gelado e hostil onde se passa o filme acaba criando interesse. O elenco é formado basicamente por uma moçada jovem e bem disposta. São todos Noruegueses o que aniquila para o espectador brasileiro qualquer identificação. Na realidade são praticamente amadores. As garotas são bonitas como aliás é comum naqueles países nórdicos. Os rapazes estão ali só esperando a hora de serem devorados pelos Zumbis do Reich. O clima dominante oscila entre o suspense e o quase cômico pois é complicado levar à sério uma tropa nazista congelada de Zumbis andando por aí atrás de miolos frescos. A produção até faz bom uso das belas paisagens naturais do lugar mas erra ao se tornar muito repetitiva. Em pouco mais de 30 minutos o espectador começa a ficar entediado pois as situações começam a se repetir em demasia. Como os personagens não aparentam possuir qualquer personalidade mais trabalhada pelo roteiro logo nos desinteressamos por eles. Algumas cenas do mais puro gore ainda conseguem criar alguma distração mas no final ficamos com aquela sensação de tempo perdido. Mesmo assim, com todas essas limitações vale o esforço. Assista, junte uma galera e façam a festa. É aquele tipo de filme para assistir e zuar um pouquinho. Só assim você entrará no espírito da coisa.
Zumbis na Neve (Død snø, Noruega, 2009) Direção: Tommy Wirkola / Roteiro: Tommy Wirkola, Stig Frode Henriksen / Elenco: Jeppe Laursen, Charlotte Frogner, Jenny Skavlan / Sinopse: Soldados nazistas do fim da II Guerra Mundial voltam à vida como Zumbis. Um grupo de jovens que passam férias próximo às suas covas serão o prato principal do Menu.
Pablo Aluísio.
Embora o argumento que une Zumbis e Nazistas não seja grande novidade o ambiente gelado e hostil onde se passa o filme acaba criando interesse. O elenco é formado basicamente por uma moçada jovem e bem disposta. São todos Noruegueses o que aniquila para o espectador brasileiro qualquer identificação. Na realidade são praticamente amadores. As garotas são bonitas como aliás é comum naqueles países nórdicos. Os rapazes estão ali só esperando a hora de serem devorados pelos Zumbis do Reich. O clima dominante oscila entre o suspense e o quase cômico pois é complicado levar à sério uma tropa nazista congelada de Zumbis andando por aí atrás de miolos frescos. A produção até faz bom uso das belas paisagens naturais do lugar mas erra ao se tornar muito repetitiva. Em pouco mais de 30 minutos o espectador começa a ficar entediado pois as situações começam a se repetir em demasia. Como os personagens não aparentam possuir qualquer personalidade mais trabalhada pelo roteiro logo nos desinteressamos por eles. Algumas cenas do mais puro gore ainda conseguem criar alguma distração mas no final ficamos com aquela sensação de tempo perdido. Mesmo assim, com todas essas limitações vale o esforço. Assista, junte uma galera e façam a festa. É aquele tipo de filme para assistir e zuar um pouquinho. Só assim você entrará no espírito da coisa.
Zumbis na Neve (Død snø, Noruega, 2009) Direção: Tommy Wirkola / Roteiro: Tommy Wirkola, Stig Frode Henriksen / Elenco: Jeppe Laursen, Charlotte Frogner, Jenny Skavlan / Sinopse: Soldados nazistas do fim da II Guerra Mundial voltam à vida como Zumbis. Um grupo de jovens que passam férias próximo às suas covas serão o prato principal do Menu.
Pablo Aluísio.
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