terça-feira, 30 de outubro de 2007
Drácula (1979)
Agora a grande qualidade de Drácula 1979 realmente é seu elenco. Frank Langella está ótimo como o personagem de Stoker. Um nobre de fala ponderada, charmoso e sedutor com as mulheres mas extremamente perigoso contra seus inimigos. E por falar neles temos o grande Laurence Olivier no papel de Van Helsing, o que alguém poderia querer mais em termos de elenco? Sua cena dentro das catacumbas é ótima, uma grande recriação do clima sombrio e gótico das primeiras produções sobre o vampiro. Enfim, gostei de praticamente tudo no filme e considero essa a segunda melhor versão que já assisti do famoso livro, só perdendo mesmo para o filme de Francis Ford Coppola. Para quem gosta de Drácula e filmes de terror assistir essa versão desse clássico é algo obrigatório.
Drácula (Drácula, Estados Unidos, 1979) Direção de John Badham / Roteiro: Hamilton Deane baseado na obra de Bram Stoker / Com Frank Langella, Laurence Olivier, Donald Pleasence / Sinopse: Conde romeno de nome Drácula (Frank Langella) chega na vitoriana Londres para adquirir uma nova propriedade na cidade. Nesse momento conhece a linda Mina, filha do renomado Dr Van Helsing e sua amiga Lucy, jovem namorada de seu procurador. A aproximação trará sérias consequências para todos.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 29 de outubro de 2007
Os Duelistas
Título Original: The Duellists
Ano de Produção: 1977
País: Inglaterra
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Ridley Scott
Roteiro: Gerald Vaughan-Hughes
Elenco: Keith Carradine, Harvey Keitel, Albert Finney
Sinopse:
Baseado na obra de Joseph Conrad. Um oficial do exército francês, no período da glória de Napoleão Bonaparte, insulta um outro militar. Como era costume na época tudo deveria se resolver em duelos de espadas ou armas de fogo. Ao longo dos anos eles se encontrarão várias e várias vezes para defender sua honra. Filme vencedor do Cannes Film Festival. Também indicado ao BAFTA Awards nas categorias de Melhor Figurino e Melhor Fotografia.
Comentários:
Bom filme dirigido pelo talentoso Ridley Scott. É curioso que o diretor tenha se limitado a transpor para as telas, da forma mais fiel possível, o livro de Joseph Conrad. Essa obra, de apenas 100 páginas, é uma crítica velada aos valores morais do período Napoleônico. Assim o duelo, tão comum entre cavalheiros daquela época, ganha contornos de tragédia grega, com um pezinho na absurda situação de levar um duelo em frente por anos e anos. Como o conteúdo do livro é por demais simples - o enredo caberia até mesmo em um média metragem - Ridley Scott resolveu apostar na estética das cenas. Como bem se sabe o diretor veio do mercado publicitário, onde o que menos importa é o conteúdo mas sim a forma como se mostra o produto. "Os Duelistas" vai bem por esse caminho. Como não há muito o que se contar o diretor capricha nas tomadas de cenas, na fotografia em seda e no clima dos duelos que vão se sucedendo ao longo do filme. Por essa razão o resultado final se mostra muito estiloso e bonito, embora não haja um grande roteiro por trás de tudo o que se vê ao longo de sua duração.
Pablo Aluísio.
Terror em Amityville
Produção: O filme investe bastante naquele que parece ser o principal personagem aqui: a própria casa. Assim usando jogos de luzes e sombras a produção tenta criar toda uma atmosfera pesada no local. Não há muitos efeitos especiais como era de se esperar numa produção da década de 70. O grande destaque no final das contas fica com a trilha sonora incidental de Lalo Schifrin. Aquele coro infantil seria copiado a exaustão nos anos seguintes e é certamente assustador. A música sozinha é responsável pela metade do clima de terror do filme. Muito boa.
Direção: Depois de uma boa parceria ao lado de atores como Paul Newman e Robert Redford o diretor Stuart Rosenberg resolveu voltar ao terror e suspense, gênero que ele trabalhou bastante quando era diretor de tv. Seu trabalho aqui pode ser definido como correto. Ele investe bastante na chamada "climatização", embora na minha opinião o filme perca parte de seu charme nas cenas finais (bem exageradas e apelativas). Teria sido bem melhor se tudo continuasse apenas na expectativa e no suspense.
Terror em Amityville (The Amityville Horror, Estados Unidos, 1979) Direção Stuart Rosenberg / Roteiro Sandor Stern / Elenco: James Brolin, Brad Davis, Margot Kidder, Rod Steiger, Don Stroud e Murray Hamilton / Sinopse: Família se muda para uma casa onde ocorreu um terrível crime em que o filho matou seus pais e seus irmãos a tiros. Após alguns dias na nova moradia eles começam a perceber a presença de estranhos eventos no local.
Pablo Aluísio.
domingo, 28 de outubro de 2007
Marilyn Monroe - Os Desajustados
Uma mulher que se preocupava com os animais e que sentia profunda dor emocional quando via algum tipo de maus-tratos com os bichinhos. Após se casar ela ficou vários meses em um rancho nos arredores de Los Angeles. E como em todo rancho havia muitos animais ao redor. Arthur Miller notou logo nos primeiros dias que Marilyn tinha uma preocupação fora do comum com os animais do lugar. Ela adotou vários cães e gatos que viviam sem um dono. Alguns deles ela levou embora com ela quando voltou para Los Angeles.
Marilyn também ficou muito impressionada quando soube que cowboys modernos caçavam cavalos selvagens, conhecidos como Mustangs, para venderem seus corpos para fábricas de sabão. Os animais eram capturados, mortos e depois despachados para essas fábricas. Marilyn ficou tão aterrorizada com a história, que era mesmo real, que passou a noite em claro. Diante disso Arthur Miller decidiu que isso seria o ponto de partida para seu novo conto, o mesmo que daria origem ao filme "Os Desajustados".
Com a chegada da modernidade muitos cowboys tinham ficado desempregados, sem meios de vida. E o que ele sabiam fazer? Bom, laçar cavalos e domestica-los era uma das coisas que sabiam fazer, mas era igualmente triste saber também que eles usavam esse tipo de conhecimento para algo tão mórbido, tão condenável. Os cowboys do passado certamente ficariam envergonhados com tudo aquilo.
Pablo Aluísio.
Sigourney Weaver
Algumas pessoas lembraram de bons filmes que ela fez ao longo de todos esses anos de carreira como "Na Montanha dos Gorilas", "Uma Secretária de Futuro" e, sim meus caros, "Os Caça-Fantasmas". Quem poderia esquecer desse último? Filme dos mais divertidos dos anos 80, uma mistura maneira de terror, comédia e ficção, tudo muito bem misturado, equilibrado. Uma filme para nunca mais esquecer. Bom pelo menos para quem viveu os anos 80 e seu cinema.
Outro ponto digno de nota a se lembrar nessa madrugada foi que ela sempre foi considerada uma das atrizes mais altas do cinema. Algumas fontes dizem que tem entre 1.82 a 1.85 de altura. Poderia ser uma jogadora de vólei! Atualmente com 71 anos de idade (isso mesmo, eu também fiquei surpreso!) ela praticamente está aposentada. Porém, jamais será esquecida. Sempre estará viajando pelo espaço enfrentando criaturas do espaço... e se tudo correr bem sempre as vencerá pela imensidão do cosmos!
Pablo Aluísio.
sábado, 27 de outubro de 2007
Charles Bronson
É a tal coisa... se você é muito jovem muito provavelmente nem saiba quem foi Charles Bronson. Já faz um bom tempo que ele morreu e seus filmes, salvo algumas exceções, passam longe de serem consideradas obras primas do cinema. Eu não peguei a fase inicial da carreira do Bronson. Na realidade ele surgiu ainda na década de 1950 e nessa época eu nem existia. O Bronson da minha infância e adolescência foi aquele ator já velho, com cabelos brancos, que arrebentava a bandidagem das ruas em filmes mais modestos que no Brasil foram lançados no mercado de vídeo VHS em selos como América Vídeo - sim, aquela da capinha azul com estrelinhas, uma coisa bem anos 80 é bom dizer.
Pois bem, como eram esses filmes? O Bronson naquela época já não trabalhava em grandes estúdios como Paramount, MGM ou Warner. Ele encontrou um nicho interessante em produtoras menores como a Cannon. Essa empresa produzia filmes baratos de ação para serem exibidos em cinemas mais populares mundo afora - eu estou falando de um tempo em que não havia cinemas multiplex em shopping center, mas apenas cinemas de rua, grandes salas de exibição que ficavam nos grandes centros das cidades.
A Cannon tinha um grande "astro" naqueles tempos: Chuck Norris (não se preocupem, falaremos ainda dele por aqui). E qual era a do Chuck Norris? Bom, basicamente ele interpretava caras durões e indestrutíveis que mandava para os ares seus inimigos. Ora, bem lá atrás nos anos 70 quem mandava muito bem nesse tipo de filme era o Charles Bronson. Basta lembrar de "Desejo de Matar" para entender bem isso. Assim Bronson foi contratado pela Cannon para estrelar uma série de filmes de porrada e ação, bem ao seu velho estilo. Os machões que curtiam esse tipo de filme tiveram os seus anos de auge durante a década de 1980, justamente por causa de filmes como esse. Havia algo melhor do que ver o Bronson com uma bazuca limpando as ruas da escória? Claro que não!
"Desejo de Matar 2" já mostrava o que estava por vir. Ao contrário do primeiro filme que tinha alguma preocupação com roteiro e enredo, essa sequência partia logo para os finalmentes. Extremamente violenta a fita fez um belo sucesso de bilheteria - embora tenha sido arrasado pela crítica que dizia ser o filme fascista e coisas do gênero. A Cannon nem ligou, eles queriam mesmo era faturar. "Dez Minutos Para Morrer" era um pouquinho mais sofisticado, com um enredo mais bem elaborado, colocando Bronson como um tira veterano atrás de um serial killer depravado. A cena final com o criminoso correndo nu ficou célebre. "Desejo de Matar 3" provava que o cinema de ação não teria mais vergonha em faturar com filmes em série. Se havia dado certo uma, duas, três vezes... por que não ir em frente? Bronson cada vez mais envelhecido ia se tornando ainda mais brutal e violento a cada nova sequência. Seu personagem deixava de ser humano para virar uma máquina assassina de matar. O público adorava!
Pablo Aluísio.
George C. Scott
Por exemplo, você sabia que George C. Scott protagonizou um filme da franquia "O Exorcista"? Pois é meus caros, ele esteve em "O Exorcista III" e querem saber de uma coisa? Esse filme é excelente. Pouco falado, pouco comentado, ele apresenta um roteiro de terror psicológico que acabou me deixando forte impressão. Pensei que seria uma fitinha B feita para faturar alguns trocados nas bilheterias. Ledo engano. O filme é realmente muito bom e Scott como um velho policial que precisará enfrentar milenares forças do mal está perfeito em cena.
Outro filme que indicaria aqui é "Hardcore: No Submundo do Sexo". Nesse filme hoje pouco lembrado, o ator interpreta um pai que vê sua filha sucumbir ao mundo da pornografia. É um grande trabalho de atuação do veterano ator. Ele precisa mergulhar nesse submundo para encontrar sua filha há muito desaparecida e acaba encontrando o lado mais sórdido do ser humano. O poster por si só já era um documento de seu grande talento, em pose dramática dizendo: "Essa é a minha filha!". Imagine a carga emocional de um momento como esse quando um pai descobre que sua filha faz filmes pornográficos.
Por fim deixo a recomendação do filme "A Fórmula" que reuniu em um mesmo elenco Marlon Brando e George C. Scott. O próprio Brando afirmou em sua autobiografia que só fez o filme para ter a chance de contracenar com Scott. O filme em si não é digno desses grandes talentos, não está à altura deles, mas só por ter reunido uma dupla tão memorável já vale como citação para os cinéfilos mais jovens. Foi lançado em VHS no Brasil, mas depois disso se tornou uma raridade. Assim encerro esse singelo texto que tentou fugir do óbvio, dando dicas de ótimos filmes do ator. Filmes que nem sempre circulam na lista dos mais conhecidos de sua rica filmografia.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 26 de outubro de 2007
Jane Russell
A atriz Jane Russell foi uma beldade dos anos 1940 e 1950. Ela começou praticamente como uma pin-up, em poses sensuais e expressões provocantes quando foi descoberta pelo bilionário excêntrico Howard Hughes. Como quase sempre acontecia ele ficava completamente apaixonado por esse tipo de garota e a partir daí movia mundos e fundos para promover sua nova estrela. E assim fez também com Russell. E o mais curioso de tudo é que ele escolheu o mais improvável dos gêneros cinematográficos para isso. Sim, estou em referindo ao western;
O ano era 1943 e o filme se chamaria "O Proscrito", o primeiro da jovem atriz no cinema. Hughes mandou produzir um grande poster com ela, dando destaque para seus seios que alguns jornalistas diziam na época ser de "granitos", tal sua consistência e resistência à gravidade.
E de fato ela esteve muito bem nesse faroeste diferente, onde uma mulher sensual assumia o primeiro plano. Na prática o filme foi dirigido por duas pessoas, curiosamente com o mesmo nome. Estou me referindo a Howard Hughes e Howard Hawks, o bilionário dono de indústrias e fábricas de avião e o cineasta talentoso, muito reconhecido em Hollywood por seu trabalho. Dessa união nasceu um filme muito bom, ainda hoje considerado um verdadeiro cult movie.
Pablo Aluísio.
Gata em Teto de Zinco Quente
Foto de recordação do elenco de um filme "Gata em Teto de Zinco Quente". Baseado na peça escrita por Tennessee Williams, que escreveu a peça "Cat on a Hot Tin Roof" para o teatro, a história era uma maneira do autor atingir o coração daquelas velhas famílias dita tradicionais, muito comuns no sul do país, onde imperava realmente a pura hipocrisia sulista. Isso sem falar no passado vergonhoso ligado à escravidão, afinal a grande maioria das riquezas dessas famílias tradicionais tinham nascido com o uso intensivo de mão de obra escrava nas grandes plantações de algodão.
O filme foi dirigido por Richard Brooks e foi bastante elogiado pela crítica da época. Para muitos esse seguiu sendo o melhor filme da carreira da atriz Elizabeth Taylor que teve a chance de contracenar com o ídolo e astro Paul Newman (que passava quase todo o filme com um gesso na perna, pois isso fazia parte do seu papel no roteiro). Paul Newman inclusive sempre elogiava o filme, dizendo que ele havia se tornado superior ao próprio texto original, da peça teatral. Será mesmo?
Lançado em 1958 a versão cinematográfica causou sensação, sendo indicado a seis categorias no Oscar. Paul Newman foi indicado ao Oscar de melhor ator. Elizabeth Taylor também teve sua indicação. Ela inclusive foi apontada na época como uma das favoritas a levar o prêmio. O roteiro a cargo do diretor Richard Brooks (em parceria com James Poe) também foi lembrado. Melhor filme e melhor direção de fotografia (para William H. Daniels) completaram a lista de indicações.
Pablo Aluísio.