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terça-feira, 4 de junho de 2013

Desejos

Produção requintada que reuniu mais uma vez dois dos grandes símbolos sexuais do cinema nas décadas de 80 e 90: Richard Gere e Kim Basinger. Eles já tinham atuado juntos antes em “Sem Perdão” (No Mercy, 1986) um filme muito mal sucedido que não agradou a ninguém, nem ao público e nem à crítica. Era o momento errado uma vez que a carreira de Gere estava em sua pior fase, em uma época em que nenhuma produção que contasse com ele no elenco conseguia fazer sucesso. Em “Desejos” Gere já estava reconciliado com o êxito comercial. “Uma Linda Mulher” levantou de vez a carreira do astro que assumindo seus cabelos grisalhos estrelou um sucesso atrás do outro. Já Kim Basinger procurava por algo diferente, uma vez que seu papel em “Nove Semanas e Meia de Amor” havia marcado tanto sua carreira que ela não conseguia mais nenhum tipo de oferta que não fosse a de interpretar loiras sensuais e ousadas. O roteiro de “Desejos” vinha bem a calhar pois era bem diferente daquele tipo de personagem.

O enredo se passa em San Francisco. É lá que vive um renomado psiquiatra, o Dr. Isaac Barr (Richard Gere). Violando todos os códigos de ética da profissão ele acaba atravessando uma linha que jamais poderia ser desrespeitada na relação com seus pacientes. Em determinado momento ele começa a se envolver com assuntos privados de uma de suas clientes. Ela tem uma irmã que é casada com um homem violento e hostil, membro de uma quadrilha de bandidos. O médico acaba se apaixonando por ela e deseja que se separe o mais rápido possível. O problema é que nem tudo é o que aparenta ser. Após a morte do marido violento o médico começa a ser considerado como suspeito do crime, entrando em uma rede de assassinatos e mentiras do qual não consegue mais se desvencilhar. “Desejos” sofreu algumas pesadas críticas em seu lançamento pois alguns críticos acharam o filme pretensioso demais. Comparações com “Um Corpo Que Cai” foram feitas e a produção foi desacreditada. Bobagem, considero certamente um bom filme, com roteiro inteligente e clima de enredo sofisticado. Gere e Basinger estão bem em seus papéis e a direção segura de Phil Joanou mantém o interesse do espectador. Um filme que anda esquecido mas que merece ser redescoberto. Um bom momento na carreira de Richard Gere.

Desejos (Final Analysis, Estados Unidos, 1992) Direção: Phil Joanou / Roteiro: Robert Berger, Wesley Strick / Elenco: Richard Gere, Kim Basinger, Uma Thurman,  Eric Roberts / Sinopse: Médico conceituado acaba se vendo envolvido numa rede de crimes e mentiras após se envolver com a irmã de uma de suas pacientes.

Pablo Aluísio. 

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Pulp Fiction

O termo "Pulp Fiction" era usado para designar um tipo de publicação que se tornou muito popular nos EUA nas décadas de 50 e 60. Era uma linha de livros de bolsos com estórias cheias de violência, sexo e ação que logo caiu no gosto do grande público, principalmente entre jovens. E foi um desses garotos chamado Quentin Tarantino que resolveu homenagear esse tipo de literatura na década de 90 com esse filme, que muito provavelmente é o seu melhor momento no cinema. Unindo as características daquele tipo de texto com uma linha narrativa ousada e inovadora no cinema, Tarantino começou uma nova era dos filmes de ação de Hollywood. Obviamente que a violência extrema e irracional está lá em doses generosas, assim como as cenas absurdas, uma atrás da outra, mas pontuando tudo isso o espectador é bombardeado com uma sequência de diálogos espertos e bem escritos com referências mil à cultura pop, fruto obviamente da cultura nerd que Tarantino acumulou durante anos e anos. O resultado é realmente de impacto, pois o filme soa completamente original, diferente de tudo o que já havia sido lançado antes. De certo modo foi o filme certo, na hora exata, para o público ideal. A Academia, tão conservadora, se rendeu a esse texto extremamente criativo e inovador e premiou Tarantino com o Oscar de Melhor Roteiro Original. Um feito e tanto para alguém que naquele momento não passava de um cineasta em começo de carreira.

A trama é básica: dois assassinos profissionais, Vincent Vega (John Travolta) e Jules Winnfield (Samuel L. Jackson), são contratados para realizar cobranças para um grande criminoso do submundo. Durante seus "serviços" enfrentam todos os tipos de imprevistos e problemas. Enquanto tentam executar as ordens que lhes foram dadas vão discutindo sobre a vida e o mundo. O pior acontece quando são designados para cuidar da esposa de seu chefe, a piradinha Mia Wallace (Uma Thurman), que parece mais interessada em se divertir até o fim. Numa segunda linha narrativa acompanhamos um momento decisivo da vida do lutador  Butch Coolidge (Bruce Willis) que procura por redenção em sua carreira e em sua vida. Além da ótima direção de Tarantino o filme tem um excelente timing - com destaque para as cenas entre John Travolta e Samul L. Jackson, que aqui consolida o tipo de personagem que iria repetir durante toda a sua carreira. Para Travolta foi um renascimento pois sua carreira foi marcada por altos e baixos, sendo que Pulp Fiction lhe deu uma enorme sobrevida em Hollywood. Outro aspecto do filme digno de nota é sua trilha sonora inspirada, cheia de canções obscuras que foram resgatadas por Tarantino, dando uma personalidade sonora ao filme que até hoje lhe soa como verdadeira marca registrada. Em suma, Pulp Fiction é uma obra prima Tarantinesca, com tudo de bom e ruim que isso significa. Não deixe de assistir. 

Pulp Fiction (Pulp Fiction, Estados Unidos, 1994) Direção: Quentin Tarantino / Roteiro: Quentin Tarantino, Roger Avary / Elenco: John Travolta, Samuel L. Jackson, Uma Thurman, Bruce Willis, Tim Roth, Harvey Keitel, Amanda Plummer, Ving Rhames, Eric Stoltz, Maria de Medeiros, Christopher Walken, Rosanna Arquette. / Sinopse: Dois assassinos profissionais passam por maus bocados enquanto tentam executar suas últimas ordens. Enquanto isso um lutador fracassado procura por algum tipo de redenção em sua carreira e em sua vida.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Bel Ami: O Sedutor

Georges Duroy (Robert Pattinson) é um ex soldado que chega a Paris no Século XIX. Filho de camponeses pobres ele acaba encontrando ajuda em um oficial que lutou ao seu lado nas areias do deserto da Argélia. Esse lhe arranja um emprego como jornalista em um jornal Parisiense. Aos poucos porém percebe que o verdadeiro talento de Georges não é com as letras mas sim com as diversas conquistas femininas que vai fazendo na elite da cidade. Se relacionando por interesse com várias mulheres ele vai construindo sua fortuna pessoal ao mesmo tempo em que vai se aproveitando das damas da sociedade que encontra pela frente. "Bel Ami" (denominação de "bom amigo" em francês) foi baseado em um famoso livro do escritor francês Guy de Maupassant publicado em 1885. Nele o autor fazia uma crônica sobre o mundo da alta elite francesa, seus casamentos de fachada e o hábito que certas mulheres casadas tinham em manter jovens pobres e bonitos como seus amantes ocasionais. Um retrato nada lisonjeiro da hipocrisia reinante nas chamadas famílias de alta linha da capital francesa. No filme Robert Pattinson interpreta um personagem que foi baseado em muitos desses "Bons Amigos" que circulavam nos melhores salões, frequentavam os melhores bailes mas que no fundo não passavam de gigolôs das madames de Paris.

O livro original é um texto detalhista, focado em pequenos costumes da época que hoje soam despercebidos. E aí começam os problemas do filme Bel Ami. Em pouco mais de 100 minutos o roteiro não consegue dar conta de tantos eventos e detalhes do romance que lhe deu origem. A produção certamente é rica e bonita mas o roteiro é mal escrito, indo aos tropeços onde os fatos vão acontecendo de forma desordenada, atropelada, sem dar tempo ao espectador de assimilar tudo o que acontece na trama. Certamente o texto se sairia melhor em uma minissérie. Como filme tudo terminou ficando truncado, sem fluência. No elenco o destaque é claro vai para Robert Pattinson. É ele o chamariz de bilheteria por causa da franquia de grande sucesso Crepúsculo. Hollywood há tempos vem tentando emplacar o ator em outros filmes. Aqui certamente deram um passo maior do que a perna. Pattinson não tem preparo suficiente para encarar um personagem desses. Um papel que exige muito do intérprete pois a personalidade de Georges Duroy é bastante complexa. Esses tipos eram homens charmosos, especialistas em conquistar a alma feminina. Eram grandes mentirosos e faziam da enganação uma fina arte. Pattinson não consegue atingir esse patamar, não consegue dar esse tipo de alma a Duroy em cena. Sua interpretação é muito irregular e vazia. Sua partner em cena, Cristina Ricci, se sai muito melhor do que ele. Nas cenas em que contracenam é nítido o desnível de qualidade em suas performances. Ricci se entrega de corpo e alma ao seu papel enquanto Pattinson fica apático, apagado, olhando para o horizonte vazio. Com Pattinson mal tudo acaba desandando. Embora a produção seja de primeira linha o filme vai perdendo o interesse até cair no marasmo completo. O espectador simplesmente perde interesse pelos personagens e isso leva à morte de qualquer obra cinematográfica. Uma pena, o material original era muito promissor mas o filme não está à sua altura, infelizmente.

Bel Ami - O Sedutor (Bel Ami, Estados Unidos, 2012) Direção: Declan Donnellan, Nick Ormerod / Roteiro: Rachel Bennette baseado no romance de Guy de Maupassant / Elenco: Robert Pattinson, Uma Thurman, Kristin Scott Thomas, Christina Ricci, Kristin Scott Thomas, Holliday Grainger / Sinopse: Jovem usa de sua beleza física para manipular e explorar damas da alta sociedade Parisiense no século XIX.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Cegueira Histérica

Título no Brasil: Cegueira Histérica
Título Original: Hysterical Blindness
Ano de Produção: 2002
País: Estados Unidos
Estúdio: HBO Films
Direção: Mira Nair
Roteiro: Laura Cahill
Elenco: Uma Thurman, Juliette Lewis, Gena Rowlands, Ben Gazzara, Justin Chambers, Anthony DeSando

Sinopse:
O filme conta a história de Debby Miller (Uma Thurman), uma jovem de New Jersey que sofre de uma estranha síndrome, onde perde a visão em momentos de tensão e stress. Filme premiado no Globo de Ouro na categoria de melhor atriz (Uma Thurman). Indicado na categoria de melhor atriz coadjuvante (Gena Rowlands).

Comentários:
A HBO produziu muita coisa interessante em seus primórdios. Geralmente a companhia pegava roteiros que não encontravam espaço entre os grandes estúdios de cinema de Hollywood e os produzia, com bom elenco e boa direção. O curioso é que depois de algum tempo a HBO deixou de lado a produção de filmes independentes e ousados como esse, procurando seguir por outro caminho. Hoje em dia esse setor de produção própria é mais voltada para as séries, deixando os filmes em segundo plano. Uma pena. Nesse filme até bem pouco conhecido nos dias de hoje a atriz Uma Thurman interpreta uma protagonista que sofre de cegueira histérica, uma condição médica rara, mas que realmente existe no mundo real. E isso, claro, serve de ponto de partida para esse filme que se propõe a ser um drama com pontuais momentos de suspense e tensão. É um filme que até chamou uma certa atenção em seu lançamento original, muito embora nos dias de hoje quase ninguém mais se lembre dele. Um bom motivo para redescobrir essa produção, ainda mais para quem aprecia o trabalho da alta e loira (aqui ruiva) Uma Thurman. E de quebra ainda leva boas interpretações da louquinha Juliette Lewis e da fina Gena Rowlands.

Pablo Aluísio.