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terça-feira, 10 de novembro de 2015

007 Contra Spectre

Depois dos acontecimentos do filme anterior o agente James Bond (Daniel Craig) resolve ir atrás do criminoso Marco Sciarra (Alessandro Cremona) na Cidade do México. Ele foi indicado por M (Judi Dench) em um vídeo, determinando que Bond o eliminasse assim que o encontrasse. Tudo de forma não oficial. Ao colocar as mãos no mafioso, Bond descobre que há uma organização muito maior e mais organizada por trás de tudo o que anda acontecendo, inclusive dentro do próprio governo inglês. Há uma movimentação para que o o projeto de agentes 00 (com licença para matar) seja encerrado de forma definitiva. Além disso um burocrata chamado C (Andrew Scott) está lutando para que todos os serviços de inteligência sejam unificados, numa clara tentativa de controlar todo esse poder. Mal sabe Bond que tudo está sendo determinado pelo misterioso Blofeld (Christoph Waltz), líder de um grupo criminoso internacional chamado Spectre. O objetivo final é o controle completo do aparato de espionagem dos principais países ocidentais. "Spectre" é o quarto e ultimo filme de James Bond com o ator Daniel Craig já que o próprio ator anunciou recentemente que não mais voltará ao personagem. Depois de nove anos interpretando o agente 007, Craig se justificou dizendo que não havia mais nada a explorar dentro desse universo. Ele deseja agora trilhar outros caminhos na carreira. Uma pena já que esse também é seguramente o pior filme da era Craig. Isso até me surpreendeu de forma negativa porque havia gostado bastante do anterior, "Operação Skyfall" de 2012.

Nesse novo filme se nota claramente que os roteiristas tentaram em vão voltar aos velhos tempos, partindo de uma trama mais tradicional. Não deu muito certo. Apesar de trazer de volta um dos vilões mais clássicos da franquia, o cruel Blofeld, que apareceu pela primeira vez em "Moscou Contra 007" de 1963, o resultado se mostrou apenas morno demais. A trama é bem básica e se desenvolve de maneira quase preguiçosa. Não há tantas sequências memoráveis de ação como nos filmes anteriores mais recentes e a sensação de Déjà vu logo se impõe. Rodado na Cidade do México, Roma e Londres, além de inúmeras tomadas de cenas nas geleiras da Áustria e nos desertos do Marrocos, o filme decepciona até mesmo na beleza dessas paisagens naturais, bem pouco aproveitadas. E por falar em desperdício de talento o grande equívoco do filme vem principalmente da pouca exploração da presença do ótimo ator Christoph Waltz. Ele tem poucas cenas realmente importantes e em nenhuma delas tem uma oportunidade real de mostrar seu talento dramático. Ao invés de desenvolver melhor o lado psicológico de seu duelo com James Bond, os roteiristas escolheram o caminho mais fácil, apelando para clichês (como na explosão das instalações no meio do deserto, algo que já saturou em se tratando de filmes da série). Outro velho problema que se repete vem das inúmeras situações de conclusão ao longo do filme. Toda uma teia é tecida com extremo cuidado para depois ser dissolvida das formas mais banais. O vilão está incomodando? Explode-se tudo! C é um burocrata odioso? Jogue ele do alto do prédio... e por aí vai. Provavelmente o surgimento tardio da Spectre nessa era Craig que se encerra aqui seja aproveitada no próximo filme, já sem o ator. Vai funcionar? Só o tempo dirá. O que podemos dizer é que nessa nova produção definitivamente não pareceu dar muito certo.

007 Contra Spectre (Spectre, Estados Unidos, Inglaterra, 2015) Direção: Sam Mendes / Roteiro: John Logan, Neal Purvis, baseados no personagem criado por Ian Fleming / Elenco: Daniel Craig, Christoph Waltz, Léa Seydoux, Ralph Fiennes, Monica Bellucci, Andrew Scott, Judi Dench / Sinopse: James Bond (Craig) descobre a existência de uma ampla organização internacional dedicada ao crime denominada Spectre. Liderado pelo vilão Blofeld (Christoph Waltz) esse grupo almeja ter o controle completo sobre todos os serviços de inteligência do mundo.

Pablo Aluísio. 

quarta-feira, 19 de março de 2014

Philomena

Título no Brasil: Philomena
Título Original: Philomena
Ano de Produção: 2013
País: Estados Unidos
Estúdio: The Weinstein Company
Direção: Stephen Frears
Roteiro: Steve Coogan, Jeff Pope
Elenco: Judi Dench, Steve Coogan, Sophie Kennedy Clark

Sinopse:
Quando jovem, Philomena (Judi Dench) acaba engravidando de um homem em um caso casual. Grávida e prestes a se tornar mãe solteira, sua família com medo e vergonha do escândalo resolve levar a garota para um convento católico onde ela acaba tendo seu filho. Sem possibilidades financeiras e emocionais de cuidar da criança resolve colocar ele para adoção. Um casal americano assim adota o garotinho e o leva para os Estados Unidos. Cinquenta anos depois Philomena decide que quer encontrar seu filho. Para isso pede ajuda a um escritor inglês, Martin Sixsmith (Steve Coogan), que fará de tudo para encontrá-lo. Filme indicado aos Oscars de Melhor Filme, Roteiro Original e Melhor Atriz (Judi Dench).

Comentários:
Certamente é um bom filme e não restam dúvidas que mereceu todos os prêmios e indicações. Há algumas escolhas bem interessantes, sendo uma delas a opção por realizar um filme curto já que o enredo assim se torna bem mais dinâmico. Isso só vem a provar que não é necessário realizar filmes longos demais, com quase três horas, para serem bons. Tudo pode ser contado com eficiência e sem perda de tempo - o que talvez melhor justifique a indicação para o Oscar de Melhor roteiro original. A história, baseada em fatos reais, é muito humana e rica em reflexões. A Igreja Católica pode parecer a grande vilã de tudo o que aconteceu mas essa seria uma visão simplista demais sobre os eventos mostrados no filme. Não se pode esquecer que a própria Philomena resolveu dar seu filho para doação e como ela própria deixou claro em uma das cenas não houve qualquer coação nesse sentido por parte da Igreja. O sigilo em questão de doação é até hoje um dos paradigmas desse instituto jurídico, então não há também como culpar a Igreja por ter mantido em segredo o paradeiro de seu filho nos Estados Unidos.

Dito isso a produção poderá levar os mais desavisados a qualificar as atitudes das freiras como algo horrível e até mesmo diabólico mas não existe razão de ser para tal pensamento. Fazia parte daquele contexto histórico e no final das contas o rapaz adotado teve uma vida familiar estruturada em sua nova família americana, algo que provavelmente não teria se tivesse ficado na Irlanda. A direção procura mostrar os eventos com imparcialidade e felizmente não toma o rumo de atacar a Igreja Católica de forma gratuita. Pelo bom gosto dessa decisão o próprio Papa Francisco recebeu a verdadeira Philomena no Vaticano recentemente. Em termos de elenco a atriz Judi Dench reina absoluta. Sua personagem tem um grande coração, fez escolhas erradas no passado mas assume todas as suas atitudes com coragem. No fundo é uma pessoa bem simples mas que tenta fazer as pazes com seu filho cujo paradeiro tenta descobrir. Assim no saldo final temos uma produção sensível, eficiente e humana, três qualidades que a cada dia se tornam cada vez mais raras dentro do cinema atual.

Pablo Aluísio.

sábado, 29 de dezembro de 2012

Quantum of Solace

Esse foi o segundo filme de James Bond com o ator Daniel Craig. O êxito do primeiro filme demonstrou que o público de uma forma em geral havia aprovado o novo ator na pele do mais famoso agente secreto da história do cinema. Craig surgia com uma caracterização bem mais séria, sem espaços para humor ou até mesmo chanchada (que se tornou marca característica de Roger Moore no papel). Com o fim da guerra fria Bond ficou sem os seus vilões preferidos, os comunistas soviéticos e assim as tramas de seus filmes foram modernizadas para a realidade sociopolítica do mundo atual. Os novos escritores responsáveis por essa revitalização se viram como podem para suprir essa lacuna (os agentes russos continuam imbatíveis como vilões da franquia Bond mas hoje em dia soam ultrapassados, anacrônicos). Talvez por essa razão – a falta de vilões mais consistentes – a trama desse filme tenha sido tão criticada. Outro ponto fraco do filme anterior aqui também é atenuado. No primeiro filme muitos reclamaram da falta do velho charme sedutor do agente e por essa razão os roteiristas aqui capricharam envolvendo Bond não apenas com uma Bond Girl mas com duas! Funcionou? Apenas em termos. A verdade é que Daniel Craig é ótimo em cenas de ação e violência mas quando tem que interpretar o lado mais romântico do personagem não se sai bem. Isso é uma característica muito pessoal desse ator. Talvez por essa razão os seus filmes tenham sido tão movimentados, com impecáveis cenas de ação e perseguições. Muito provavelmente os produtores queiram compensar sua falta de charme com muita correria e pirotecnia.

Na trama James Bond (Daniel Craig) passa por um momento de desilusão amorosa após ser abandonado por uma paixão. Procurando seguir em frente ele acaba descobrindo uma grande organização criminosa especializada em extorsões e chantagens. Para piorar o serviço secreto britânico descobre que há um traidor agindo dentro do sistema. Bond é designado para tentar descobrir de quem se trata. Suas investigações acabam levando o famoso espião ao encalço de Dominic Greene (Mathieu Amalric), um empresário poderoso que pretende ter sob controle os recursos naturais de uma extensa parte do planeta. Suas ligações incluem não apenas políticos locais corruptos como também membros do próprio serviço britânico e CIA, o que leva Bond ao descobrimento de uma extensa e complexa rede criminosa com vários tentáculos nos próprios governos dos principais países ocidentais. Como não poderia de ser o filme tem várias cenas espetaculares mas todos aqueles diálogos sobre controle de águas em terras áridas acaba cansando um pouco. Como é de praxe em filmes da série, Bond também viaja para várias partes do mundo. Aqui ele passa por Afeganistão, Chile, México, Áustria e Itália (locações onde o filme foi realizado). Ao custo de 200 milhões de dólares (orçamento digno dos maiores blockbusters da indústria americana), o filme rendeu ao redor do mundo mais de 500 milhões de dólares – um lucro excepcional. O sucesso absoluto sedimentou o caminho de Daniel Craig na franquia. Se tudo ia bem nas bilheterias o mesmo não se podia dizer nos bastidores pois brigas judiciais pelos direitos autorais nublavam o futuro de Bond no cinema. Felizmente ano passado os problemas foram finalmente resolvidos e celebrados com mais um lançamento com o personagem. Não foi dessa vez que acabaram com 007 que ao que parece terá ainda vida longa nas telas de cinema de todo o mundo.

Quantum of Solace (Idem, Estados Unidos, Inglaterra, 2008) Direção: Marc Forster / Roteiro: Paul Haggis, Neal Purvis, Robert Wade baseados no personagem criado por Ian Fleming / Elenco: Daniel Craig, Olga Kurylenko, Mathieu Amalric, Judi Dench, Giancarlo Giannini, Gemma Arterton, Jeffrey Wright / Sinopse: O agente secreto James Bond tem que superar uma desilusão amorosa ao mesmo tempo em que combate uma complexa organização liderada por um empresário poderoso e corrupto que pretende dominar vastos recursos naturais do planeta para atender seus interesses criminosos.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

007 Contra GoldenEye

Pierce Brosnan foi um dos melhores atores a interpretar James Bond. Isso ainda não está muito claro na mente das pessoas porque seu reinado na pele do famoso personagem foi bem recente e geralmente só após muitos anos é que o trabalho de um ator que faz Bond é finalmente reconhecido. Mesmo assim, talvez sendo cedo demais, não tenho medo de fazer essa afirmação. Pierce foi um dos que mais se aproximaram do Bond dos livros. De uma forma ou outra todos os demais atores que fizeram Bond apresentavam algum tipo de problema em cena. Sean Connery foi quase perfeito mas não tinha o perfil ideal para o Bond bonitão das páginas de Ian Fleming. Ele sempre estava lutando com problemas de calvície e Bond definitivamente não poderia ser careca. Roger Moore que o sucedeu, era muito fanfarrão, seus filmes quase viraram chanchadas cômicas ao longo dos anos. Timothy Dalton não tinha o carisma suficiente e George Lazenby teve seu tapete puxado cedo demais. Hoje temos Daniel Graig que também não considero o ideal - é carrancudo e sem charme. Não tem finesse e por essa razão seus filmes precisam de ação constante para o público não perceber essa falha. Já Brosnan era elegante, fino, boa pinta e tinha um toque de ironia ideal (sem os exageros de Roger Moore). Por isso não hesito em dizer que ele foi ótimo como James Bond.

Seu primeiro filme foi esse  "007 Contra GoldenEye", uma produção muito equilibrada que tentava revitalizar o famoso espião para o novo público jovem que frequentava as salas de cinema. A franquia vinha com problemas sérios, havia processos para todos os lados - fruto da briga pelos direitos autorais - e uma sensação de que o espião poderia até nunca mais voltar às telas de cinema. Após chegarem a uma conciliação finalmente deram o pontapé inicial para trazer James Bond de volta. Pierce Brosnan era o nome mais natural já que ele deveria ter assumido o posto após a aposentadoria de Roger Moore e só não o fez porque tinha obrigações contratuais com outros projetos que o impediram de fazer "007 Marcado Para a Morte" que foi realizado com Dalton. Na metade da década de 90 finalmente surgiu uma nova oportunidade e dessa vez ele a agarrou com unhas e dentes. O enredo girava em torno de um projeto de satélites chamado GoldenEye que poderia desestabilizar o Reino Unido caso seu controle caísse em mãos erradas. Era um bom argumento, divertido, que agradou ao grande público. O filme teve ótima bilheteria superando os 300 milhões de dólares, provando que Bond ainda era um produto de apelo popular. Brosnan recebeu uma boa cota de elogios e garantiu seu lugar para uma sequência. Nada mal para uma franquia que havia sido declarada morta para a sétima arte.

007 Contra GoldenEye (GoldenEye, Estados Unidos, Inglaterra, 1995) Direção: Martin Campbell / Roteiro: Michael France baseado na obra de Ian Fleming / Elenco: Pierce Brosnan, Sean Bean, Izabella Scorupco, Famke Janssen, Gottfried John, Alan Cumming, Judi Dench / Sinopse: O agente James Bond (Pierce Brosnan) tenta evitar que a rede de satélites GoldenEye seja utilizada para desestabilizar a paz e a ordem nos países ocidentais.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

007 Operação Skyfall

No ano em que se celebram os 50 anos do surgimento de James Bond no cinema chega nas telas o novo filme do personagem, um dos mais famosos da sétima arte. A boa notícia é que "007 Operação Skyfall" é o melhor da franquia com o ator Daniel Craig. A produção consegue ser fiel aos aspectos mais tradicionais de Bond com uma nova roupagem, mais atual, e de acordo com o cenário geopolítico em que vivemos. Como bem resume M (Judi Dench) o inimigo agora não tem bandeira, nem é uma nação organizada, mas sim criminosos internacionais sem rosto, sem nacionalidade, sem pátria. Obviamente o roteiro se refere aos grupos terroristas que hoje em dia assolam os países do primeiro mundo, em especial EUA e Inglaterra. Curiosamente porém o vilão, líder de um dessas organizações, não é um árabe muçulmano proveniente de algum país fundamentalista do Oriente Médio e sim um antigo membro do próprio serviço secreto britânico, numa excelente atuação do ator Javier Bardem, que surge em cena completamente à vontade com seu papel. De fato seu personagem é desde já um dos melhores antagonistas de Bond nessa longa franquia. Ao invés de tentar conquistar ou destruir o mundo, como vários vilões do passado, ele almeja apenas ter um acerto de contas com um alto membro do escalão da inteligência de sua majestade.

O roteiro como se percebe é bem construído, aproveitando o que há de melhor dentro da franquia. Objetos marcantes de Bond como seu carro Aston Martin e sua pistola preferida Walther PPK estão lá como ponte de ligação com os filmes anteriores, até porque certas coisas na franquia simplesmente não podem ser mudadas. Do mesmo modo as cenas de ação continuam presentes (e extremamente bem realizadas) como a luta no teto de um trem em movimento (algo que me lembrou alguns faroestes do passado) e um terrível confronto em uma fazenda isolada na Escócia. Essa parte da trama aliás é muito interessante pois revela aspectos da infância de Bond - algo que em tantos anos de série nunca foi bem explorado em cena. No mais vale a pena destacar a boa direção de Sam Mendes. Ele consegue criar todo um clima em cima das situações e o faz sem que o filme perca ritmo ou se torne enfadonho. Assim se você é fã de Bond a produção é obrigatória. Uma película acima da média que faz jus ao aniversário do famoso agente inglês no cinema.

007 - Operação Skyfall (Skyfall, Estados Unidos, Inglaterra. 2012) Direção: Sam Mendes / Roteiro: Neal Purvis, Robert Wade, John Logan / Elenco: Daniel Craig, Javier Bardem, Judi Dench, Naomie Harris, Bérénice Marlohe, Ralph Fiennes, Albert Finney, Ben Whishaw, Rory Kinnear, Helen McCrory / Sinopse: Uma lista contendo o nome e os locais onde atuam agentes do serviço secreto britânico caem nas mãos de uma rede terrorista que não demora a publicar na internet os dados sigilosos, levando vários deles à morte. Para tentar recuperar a lista e desvendar quem é o líder dessa nova organização terrorista o serviço secreto de sua majestade envia Bond, James Bond.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Notas Sobre Um Escândalo

Uma professora veterana de ensino médio e uma jovem professora de artes acabam se envolvendo em um escândalo de grandes proporções após a descoberta de um impróprio relacionamento dessa última com um jovem aluno de apenas 15 anos de idade. Incrível como esse ótimo filme me escapou. Pois é, só agora - 5 anos depois - foi que finalmente assisti. Achei um primor de direção, roteiro e principalmente atuação. Na minha maneira de pensar não existem protagonistas "boazinhas" aqui. Muito embora a maioria das pessoas termine se colocando a favor da personagem Sheba (Cate Blanchet) e criem uma antipatia natural pela "vilã" Barbara (Judi Dench) o fato puro e simples é que a professora de artes não passa de uma profissional de educação que violou vários preceitos éticos e morais de sua profissão ao se envolver com um garoto de apenas 15 anos. Assim embora Barbara seja desequilibrada e tente tirar proveito de toda a situação ela não é mais vilã do que a colega de trabalho. Ambas estão equivocadas em seu comportamento. 

Aliás verdade seja dita: a grande Judi Dench dá show de interpretação. Sua narração em off torna tudo ainda mais interessante. A atriz passa um misto de pessoa má, com uma sensibilidade à flor da pele ao mesmo tempo em que se expõe como uma solitária amarga e sem esperanças que vê uma última chance de ter um relacionamento em sua vida. É aquele tipo de interpretação que humaniza muito a personagem do filme. "Notas Sobre Um Escândalo" foi dirigido pelo talentoso cineasta Richard Eyre, um talento nato do teatro clássico inglês, já tendo sido premiado várias vezes em seu país por adaptações maravilhosas como "Rei Lear". Sua formação erudita acrescentou e muito na elegância dessa produção, apesar do tema polêmico e complicado. Enfim, é isso: "Notas Sobre um Escândalo" é um excelente filme, uma boa pedida para quem quiser ver duas grandes atrizes em cena duelando para ver quem realmente é a melhor. Se bem que no final o grande vencedor será o espectador mesmo que assistirã a um belo filme. Não deixe de assistir. 

 Notas Sobre um Escândalo (Notes On a Scandal, Estados Unidos, 2006) Direção: Richard Eyre / Roteiro: Patrick Marber baseado na novela de Zoe Heller / Elenco: Cate Blanchett, Judi Dench, Andrew Simpson / Sinopse: Uma professora veterana de ensino médio e uma jovem professora de artes acabam se envolvendo em um escândalo de grandes proporções após a descoberta de um impróprio relacionamento dessa última com um jovem aluno de apenas 15 anos de idade. 

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 23 de março de 2012

Nunca Te Vi, Sempre Te Amei

Esse é um filme simples, pequeno mas muito charmoso e elegante. Como sempre os tradutores brasileiros fazem lambança ao criar títulos completamente estúpidos em nossa língua. O roteiro não traz uma estória de amor mas sim de amizade. Esse título nacional lembra mais novela mexicana do que um belo conto de amizade e companheirismo no qual é centrado o argumento principal do filme. Tudo gira em torno da amizade que nasce da correspondência entre um vendedor de livros na Inglaterra e uma escritora nova-iorquina.

O charme do filme nasce muito do contraste entre esses personagens. A americana é um tanto disfuncional, fuma, bebe, é solteirona e independente e tem arroubos de ironia e sagacidade. Já o vendedor de livros usados, em mais uma bela interpretação de Anthony Hopkins, é britânico, extremamente educado, cordial, simples, pai de família tradicional. Isso não impede que ambos troquem impressões e confidências sobre suas vidas pessoais. Interessante é que tudo é desenvolvido com muita simplicidade, mostrando acima de tudo a vida de duas pessoas comuns que vão vivendo enquanto mudanças sociais e políticas vão ocorrendo no mundo. Enfim, ótima diversão para pessoas elegantes.

Nunca Te Vi, Sempre Te Amei (84 Charing Cross Road, Estados Unidos, Inglaterra, 1986) Direção: David Jones / Roteiro: Hugh Whitemore baseado no livro de Helene Hanff / Elenco: Anne Bancroft, Anthony Hopkins, Judi Dench, Jean De Baer, Maurice Denham, Eleanor David / Sinopse: Um vendedor de livros na Inglaterra e uma escritora americana em Nova Iorque trocam correspondências durante muitos anos o que faz nascer uma bela amizade entre ambos.

Pablo Aluísio.