Título no Brasil: Philomena
Título Original: Philomena
Ano de Produção: 2013
País: Estados Unidos
Estúdio: The Weinstein Company
Direção: Stephen Frears
Roteiro: Steve Coogan, Jeff Pope
Elenco: Judi Dench, Steve Coogan, Sophie Kennedy Clark
Sinopse:
Quando jovem, Philomena (Judi Dench) acaba engravidando de um homem em um caso casual. Grávida e prestes a se tornar mãe solteira, sua família com medo e vergonha do escândalo resolve levar a garota para um convento católico onde ela acaba tendo seu filho. Sem possibilidades financeiras e emocionais de cuidar da criança resolve colocar ele para adoção. Um casal americano assim adota o garotinho e o leva para os Estados Unidos. Cinquenta anos depois Philomena decide que quer encontrar seu filho. Para isso pede ajuda a um escritor inglês, Martin Sixsmith (Steve Coogan), que fará de tudo para encontrá-lo. Filme indicado aos Oscars de Melhor Filme, Roteiro Original e Melhor Atriz (Judi Dench).
Comentários:
Certamente é um bom filme e não restam dúvidas que mereceu todos os prêmios e indicações. Há algumas escolhas bem interessantes, sendo uma delas a opção por realizar um filme curto já que o enredo assim se torna bem mais dinâmico. Isso só vem a provar que não é necessário realizar filmes longos demais, com quase três horas, para serem bons. Tudo pode ser contado com eficiência e sem perda de tempo - o que talvez melhor justifique a indicação para o Oscar de Melhor roteiro original. A história, baseada em fatos reais, é muito humana e rica em reflexões. A Igreja Católica pode parecer a grande vilã de tudo o que aconteceu mas essa seria uma visão simplista demais sobre os eventos mostrados no filme. Não se pode esquecer que a própria Philomena resolveu dar seu filho para doação e como ela própria deixou claro em uma das cenas não houve qualquer coação nesse sentido por parte da Igreja. O sigilo em questão de doação é até hoje um dos paradigmas desse instituto jurídico, então não há também como culpar a Igreja por ter mantido em segredo o paradeiro de seu filho nos Estados Unidos.
Dito isso a produção poderá levar os mais desavisados a qualificar as atitudes das freiras como algo horrível e até mesmo diabólico mas não existe razão de ser para tal pensamento. Fazia parte daquele contexto histórico e no final das contas o rapaz adotado teve uma vida familiar estruturada em sua nova família americana, algo que provavelmente não teria se tivesse ficado na Irlanda. A direção procura mostrar os eventos com imparcialidade e felizmente não toma o rumo de atacar a Igreja Católica de forma gratuita. Pelo bom gosto dessa decisão o próprio Papa Francisco recebeu a verdadeira Philomena no Vaticano recentemente. Em termos de elenco a atriz Judi Dench reina absoluta. Sua personagem tem um grande coração, fez escolhas erradas no passado mas assume todas as suas atitudes com coragem. No fundo é uma pessoa bem simples mas que tenta fazer as pazes com seu filho cujo paradeiro tenta descobrir. Assim no saldo final temos uma produção sensível, eficiente e humana, três qualidades que a cada dia se tornam cada vez mais raras dentro do cinema atual.
Pablo Aluísio.
Philomena
ResponderExcluirPablo Aluísio.