Essa deve ser a quarta ou quinta versão da história de Cyrano de Bergerac que eu assisto. Um filme bem interessante por causa do formato que foi escolhido para contar essa famosa história de amor. Os produtores decidiram transformar o filme em um musical. As músicas ficaram muito boas deve-se reconhecer e a força do texto original se manteve intacto. Algumas mudanças foram feitas na história, como por exemplo, a aparência física do protagonista. No enredo original Cyrano era um homem com um nariz enorme, o que tornava seu rosto grotesco, fazendo com que ele jamais pudesse conquistar a linda loira de olhos azuis Roxanne, a mulher mais bonita da sua região. Nessa nova versão, com a entrada do ator Peter Dinklage, o problema do personagem mudou. Ao invés de ser uma pessoa com grande nariz ele agora é um anão.
Peter Dinklage é um excelente ator, muito talentoso, que ajuda a manter o interesse nesse novo filme. Com boa direção de arte, figurinos bem elaborados e uma produção classe A, o filme inova em certos aspectos, mas mantém o que há de melhor nessa história, o platonismo romântico de Cyrano, o amor pelo amor, o sentimento que mesmo sendo unilateral, resiste a tudo.
Cyrano (Estados Unidos, 2021) Direção: Joe Wright / Roteiro: Erica Schmidt / Elenco: Peter Dinklage, Haley Bennett, Kelvin Harrison Jr, Ben Mendelsohn / Sinopse: o filme conta a história de um homem apaixonado, com alma de poeta, que escreve cartas de amor para sua amada, mas em nome de outro homem, um sujeito medíocre e vazio. Filme indicada ao Oscar na categoria de melhor figurino.
Pablo Aluísio.