terça-feira, 3 de dezembro de 2024

Os Filmes de Faroeste de John Wayne - Parte 17

Provavelmente o último filme de John Wayne ao velho estllo tenha sido "O Anjo e o Malvado" (Angel and the Badman, 1947). Esse western seguia a fórmula das antigas fitas que Wayne havia feito bem no começo de sua carreira. Ele próprio escolheu o roteiro, bancou o filme através de sua recém criada companhia cinematográfica e atuou na distribuição ao lado da Republic Studios, que não teria vida longa, fechando as portas em poucos anos. Na realidade o próprio Wayne dirigiu esse filme, mas por receio de ser criticado, acabou colocando o roteirista do filme como creditado na direção. Isso mostrava que ele ainda tinha uma certa insegurança de ser visto como um cineasta em Hollywood. 

Depois disso John Wayne entraria definitivamente na grande fase de sua carreira. Ele deixaria os pequenos filmes de bang-bang de lado para atuar em filmes de western que mais se pareciam com grandes épicos sobre a fundação dos Estados Unidos. Grande produções, com elencos milionários, filmes dirigidos por grandes mestres da sétima arte. Foi a era de ouro de sua carreira. 

"Sangue de Heróis" (Fort Apache, 1948) foi seu primeiro grande filme nessa nova era. Dirigido por John Ford, o elenco contava ainda com outro grande astro de Hollywood naqueles anos, o excelente Henry Fonda. O diretor Ford queria contar a história da cavalaria norte-americana na conquista do Oeste selvagem. Sua ideia inicial era construir uma série de filmes sobre esse tema e esse seria o mais bem acabado nesse seu ambicioso projeto. 

Um grande filme, de fato. Marcou época e se tornou um dos maiores sucessos cinematográficos do ano. John Wayne e Henry Fonda se deram muito bem no set de filmagens. Tanto que se pensava na época que eles iriam trabalhar juntos em outros filmes com mais frequência. Algo que infelizmente não iria acontecer. Fort Apache fez tanto sucesso que Wayne não largou mais John Ford. Ele havia encontrado o diretor que tanto procurava, desde o começo de sua carreira, nos distantes anos 1920. Seria a consolidação de uma grande parceria entre eles. E o cinema só teria a ganhar com eles trabalhando juntos! 

Pablo Aluísio. 

Duelo em Diablo Canyon

Título no Brasil: Duelo em Diablo Canyon
Título Original: Duel at Diablo
Ano de Produção: 1966
País: Estados Unidos
Estúdio: United Artists
Direção: Ralph Nelson
Roteiro: Marvin H. Albert, Michael M. Grilikhes
Elenco: James Garner, Sidney Poitier, Bibi Andersson

Sinopse:
Jess Remsberg (James Garner) é um cowboy que após salvar uma mulher branca das garras dos apaches acaba entrando como batedor numa caravana liderada por um tenente do exército americano. O objetivo é atravessar uma região dominada por apaches guerreiros rebeldes, que querem se vingar da presença do homem branco na região. A travessia logo se tornará um jogo de vida e morte entre nativos e soldados da cavalaria.

Comentários:
Um western americano muito subestimado, assim eu vejo esse "Duel at Diablo" que apesar de sua boa recepção na época de seu lançamento foi perdendo prestígio ao longo dos anos até ser quase que completamente esquecido. O filme é de um tempo de transição para o faroeste americano, onde ainda havia uma simbiose entre o velho western - dos filmes de cavalaria de John Ford - e elementos novos, como uma trilha sonora de rock, com guitarras e instrumentos modernos. Some-se a isso personagens que eram raros nos antigos filmes, como um negro bem sucedido, com boas roupas e desafiando seus "superiores" brancos - em excelente atuação de Sidney Poitier que dá vida a um ex-sargento, agora comerciante de cavalos para o exército, que não aceita mais se rebaixar para seu antigo tenente dos tempos de cavalaria. O roteiro é muito bom e investe em uma situação limite com os soldados e demais membros da caravana emboscados no Diablo Canyon, sem lugar a concessões que suavizem a ferocidade dos nativos americanos daquele período. Por fim há a boa presença do ator James Garner (falecido recentemente em julho desse ano) que empresta muito carisma ao seu personagem em cena. Diante de tudo isso "Duelo em Diablo Canyon" é um western sessentista que merece ser redescoberto pelos fãs do gênero.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 2 de dezembro de 2024

Minha Esperança é Você

Título no Brasil: Minha Esperança é Você
Título Original: A Child Is Waiting
Ano de Lançamento: 1963
País: Estados Unidos
Estúdio: United Artists
Direção: John Cassavetes
Roteiro: Abby Mann
Elenco: Burt Lancaster, Judy Garland, Gena Rowlands, Paul Stewart, Gloria McGehee, Lawrence Tierney

Sinopse:
Jean Hansen (Judy Garland) é um pianista que vai trabalhar em uma instituição de tratamento de crianças com necessidades especiais. O lugar é administrado pelo Dr. Matthew Clark (Burt Lancaster), um profissional sério e honesto. E aos poucos Jean vai compreendendo os desafios de se lidar com todas aquelas crianças. 

Comentários:
Esse filme é muito humano e me tocou demais! Com poucas cenas já estava impactado por sua mensagem. O filme foi todo rodado em uma instituição real. As crianças que você vê em cena eram internos daquela instituição. E tudo o que é mostrado é de cortar o coração. Eu fiquei especialmente chocado com uma realidade que nunca havia visto em filme nenhum. Muitos pais abandonavam seus próprios filhos nesses lugares! Eles iam deixar as crianças lá afirmando que viriam depois para as visitar, mas desapareciam para sempre. Não queriam ter o fardo de criar filhos com deficiências intelectuais e outros tipos de doenças mentais. Uma realidade muito, muito triste! Esse filme conta uma história tão forte que deu para perceber como a Judy Garland ficou tocada por tudo o que viu. Emoção sincera, nada de atuação. Ela ficou visivelmente abalada do ponto de vista psicológico. E o Burt Lancaster merece todos os meus aplausos. Para um ator que começou no cinema interpretando piratas acrobatas em filmes de sete mares, escolher um filme como esse, olha tinha que ter muito caráter e coragem. Enfim, um filme maravilhoso. Nota 10 com louvor! 

Pablo Aluísio.

Sei Onde Fica o Paraíso

Título no Brasil: Sei Onde Fica o Paraíso 
Título Original: I Know Where I'm Going!
Ano de Produção: 1945
País: Estados Unidos
Estúdio: General Film Distributors (GFD)
Direção: Michael Powell, Emeric Pressburger
Roteiro: Michael Powell, Emeric Pressburger
Elenco: Wendy Hiller, Roger Livesey, George Carney, Duncan MacKechnie, Ian Sadler, Roger Livesey

Sinopse:
Uma jovem inglesa viaja para uma região distante com o objetivo de se casar com seu noivo mais velho e rico. Quando o tempo os mantém separados em ilhas diferentes, ela começa a ter segundos pensamentos sobre sua situação.

Comentários:
Filme de época, bom drama do passado. Aqui é o que se costuma chamar de roteiro sobre costumes, sobre um tempo que nos dias de hoje já não existe mais. No centro da questão o velho dilema envolvendo mulheres jovens e belas que precisam se casar com homens mais velhos e ricos para manter seu status. Era mais comum em tempos mais antigos. Hoje em dia as mulheres de uma maneira em geral procuram abrir seus próprios caminhos, embora obviamente o velho "golpe do baú" ainda esteja em moda em certas camadas da população mais pobre. No elenco não há nenhum grande astro de Hollywood da época e o filme procura se sustentar basicamente na história que conta, o que no final das contas se revela ser uma boa escolha da direção. Cheio de cenas mais fortes do ponto de vista dramático, o filme se salva mesmo pela beleza dos diálogos e pela dramaticidade do elenco. E a história mostra acima de tudo como era complicada a vida de uma mulher procurando por seu lugar dentro da sociedade. Humilhação e submissão eram coisas comuns naquela época.

Pablo Aluísio.

domingo, 1 de dezembro de 2024

Michael Jackson - Dangerous

Michael Jackson - Dangerous
O álbum anterior de Michael Jackson intitulado "Bad" havia vendido a metade das cópias de "Thriller". Por essa razão a indústria fonográfica queria saber se Michael Jackson ainda tinha força para vender milhões de discos novamente como havia ocorrido com seu mais famoso e bem sucedido álbum. E ele conseguiu com esse disco "Dangerous" amenizar bastante os críticos que diziam que ele estava em decadência. "Dangerous" vendeu 32 milhões de cópias ao redor do mundo. Ele ainda era capaz de abalar as estruturas da indústria musical. Aliás é bom deixar claro que nenhum disco de Michael Jackson pode ser considerado um fracasso comercial. Até mesmo seu álbum menos vendido ainda era capaz de vender muito mais cópias do que qualquer outro artista de sua época. Isso é um fato inegável. 

"Dangerous" foi lançado em um período complicado de sua vida. Michael Jackson havia se tornado uma celebridade de tabloides e sua música inegavelmente havia ficado em segundo plano. E isso se refletiu nesse disco. Ele é um tanto irregular, alternando grandes momentos, com algumas mediocridades complicadas de engolir. A faixa de maior sucesso foi "Black or White" que pegava carona naquelas polêmicas que diziam que o artista queria ficar branco, renegando suas origens de homem negro. O clip foi um grande sucesso, com uso inovador de computação gráfica. Curiosamente o próprio Michael quase nem aparecia nele. Das músicas do disco as que mais aprecio são "Heal the World" e "Will You Be There". As demais sempre me soaram bem genéricas. Nunca consegui gostar nem ao menos da faixa título do álbum. Enfim, essa é minha opinião sobre esse disco. Foi bem sucedido comercialmente, mas artisticamente falando deixou um pouco a desejar. 

Michael Jackson - Dangerous (1991)
Jam
Why You Wanna Trip on Me
In the Closet
She Drives Me Wild
Remember the Time
Can't Let Her Get Away
Heal the World
Black or White
Who Is It
Give In To Me
Will You Be There
Keep the Faith
Gone Too Soon
Dangerous

Pablo Aluísio. 

George Michael - Listen Without Prejudice Vol. 1

George Michael - Listen Without Prejudice Vol. 1
Esse foi o segundo álbum solo da carreira do cantor George Michael. As expectativas eram enormes por causa do grande sucesso do primeiro disco que havia sido um fenômeno de vendas, emplacando diversos hits nas rádios. Só que agora o clima era outro. Havia muitos problemas entre George Michael e a gravadora Sony. As coisas foram se agravando durante as gravações e quando chegou o momento do álbum ser lançado havia um verdadeiro clima de guerra entre o artista e seu selo. Com isso o marketing foi muito prejudicado porque ao invés dos jornais falarem sobre o álbum em si só havia manchetes sobre as brigas do artista com sua gravadora. O clima era péssimo!

Tão ruim que George Michael acionou seus advogados para que nenhuma imagem sua fosse colocada na capa do disco. Ele também declarou que não iria fazer nenhuma entrevista para promover o álbum, que não iria falar com a imprensa de jeito nenhum. O disco assim chegou ao mercado sob o signo da briga e da discórdia. Vendeu muito menos do que o disco anterior, embora os resultados comerciais não tenham sido desprezíveis, afinal conseguiu vender 8 milhões de cópias no mundo inteiro, mas passou longe das estimativas do selo que esperava que ele vendesse mais de 30 milhões, alcançando Michael Jackson. Assim depois de todas as brigas só sobrou um  hit, a faixa "Freedom 90". O resto do repertório iria cair rapidamente no esquecimento. 

George Michael - Listen Without Prejudice Vol. 1 (1990)
Praying for Time
Freedom 90
They Won't Go When I Go]
Something to Save
Cowboys and Angels
Waiting for That Day
Mothers Pride
Heal the Pain
Soul Free
Waiting (Reprise)

Pablo Aluísio. 

sábado, 30 de novembro de 2024

Batman

Revendo Batman de 1989
Apareceu no streaming e decidi rever. Fazia muitos anos que tinha visto pela última vez. Coloque aí décadas de distância. Eu confesso que nem quando vi pela primeira vez gostei muito. E estou falando do lançamento original do filme no final dos anos 80. Eu deveria ter uns 16 anos de idade, por aí. Ainda assim fiquei longe de cair naquela besteira de marketing da tal Batmania. Já era crescido demais para isso e como nunca fui fã de quadrinhos a coisa piorou ainda mais. Assisti, achei OK e nada demais. Vida que segue. 

Então nessa revisão o filme ficou ainda pior. Achei o roteiro mal desenvolvido, cartunesco mesmo. Nada daquele papo de que o Batman desse filme é dark, sombrio. Achei nada disso. Ele é bem quadrinhos mesmo, comics acima de tudo. E esse Michael Keaton e seus biquinhos são particularmente irritantes. O cara simplesmente não deu certo nem como Bruce Wayne e nem como Batman. E não, não se trata do mesmo personagem, tem nuances diferentes por ali. Como Wayne, o Keaton nunca foi grande ator para isso. Como Batman a roupa não ajudou. Ele ficou de pescoço duro, nada bom para enfrentar bandidos em lutas de artes marciais.

Então chegamos no Coringa. Esse sim roubou o filme. Agora isso tem nome e sobrenome: Jack Nicholson. Mesmo em um papel raso e sem profundidade nenhuma, puro comics, lembra, o Jack foi muito bem. Provavelmente porque ele não levou à sério em nenhum momento o personagem e ele estava certo nisso, é um personagem de quadrinhos, nada mais. Vilão de história em quadrinhos, literalmente. Não é Shakespeare. 

Então é isso. Um filme meio vazio. Tem uma direção de arte bonita e nada muito além disso. O roteiro não é tão bom, os demais atores também não são lá essas coisas. Achei a Kim Basinger péssima. Com cara de tonta e nem um pouco tão bonita como dizem. enfim, o tempo cobrou seu preço. O filme já não é tão maravilhoso como um dia disseram que era. Ficou Batdatado! 

Pablo Aluísio. 

sexta-feira, 29 de novembro de 2024

Gato de Botas 2

Título no Brasil: Gato de Botas 2: O Último Pedido
Título Original: Puss in Boots: The Last Wish
Ano de Lançamento: 2022
País: Estados Unidos
Estúdio: DreamWorks Animation
Direção: Joel Crawford, Januel Mercado
Roteiro: Paul Fisher, Tommy Swerdlow
Elenco: Antonio Banderas, Salma Hayek, Harvey Guillén

Sinopse:
O aventureiro e destemido espadachim Gato de Botas está preocupado. Isso porque ele já usou oito de suas nove vidas. E os desafios não param de chegar até ele. Agora precisa descobrir o lugar onde existe uma árvore mágica, onde ele poderá fazer pedidos, entre eles o de ter suas vidas perdidas de volta! 

Comentários:
Não tem jeito. Não há outra conclusão. A indústria cinematográfica dos Estados Unidos hoje em dia vive especialmente dessas animações ultra lucrativas. Veja o caso desse segundo filme do Gato de Botas. Rendeu nas bilheterias quase 500 milhões de dólares! E olha que nem foi das animações mais badaladas do ano. Se Walt Disney, que sofreu tanto para lançar o primeiro longa-metragem de animação, "Branca de Neve e os Sete Anões", fosse vivo, ele iria ficar mais do que surpreso com o que acontece nos dias de hoje. Mas enfim, deixando tudo isso de lado, temos que admitir que essa é outra boa animação dos estúdios DreamWorks. Tudo muito bem feito e realizado, focado mais em crianças menores, até por volta ali dos 12 anos de idade. Penso que elas vão se divertir e adorar as aventuras desse gato dos antigos contos de fadas. 

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 28 de novembro de 2024

Morte em LaRoy, Texas

Título no Brasil: Morte em LaRoy, Texas 
Título Original: LaRoy, Texas
Ano de Lançamento: 2022
País: Estados Unidos
Estúdio: Adastra Films
Direção: Shane Atkinson
Roteiro: Shane Atkinson
Elenco: Dylan Baker, Steve Zahn, John Magaro

Sinopse:
Um assassino profissional chega em uma pequena cidade do Texas para cumprir mais um "serviço" contratado, mas logo encontra problemas. Alguém se faz passar por ele e fica com o dinheiro contratado. Pior do que isso, ele precisa lidar com uma gente estranha e esquisita, que a cada dia se enrola mais em crimes e problemas com a lei. Em certo sentido eles são mais criminosos do que o próprio matador de aluguel. 

Comentários:
Esses texanos formam uma população esquisita, para dizer o mínimo. Eles possuem uma estranha fixação por concursos de miss, são evangélicos fundamentalistas, republicanos reacionários ferrenhos, adoram usar um figurino de cowboy e muitas vezes se enrolam em crimes dos mais diversos tipos. O roteiro desse filme faz uma crônica sobre essa gente. Os personagens são tipos bem conhecidos. Um dos centrais é o marido corno que acaba cometendo um crime, apesar de ter uma personalidade das mais pacatas. Sua esposa é uma ex-miss frustrada que agora precisa lidar com um casamento fracassado e com o fato de se ter tornado amante do irmão do próprio marido! Completa o quadro um detetive particular bem idiota, um profissional que vive de encomendas de morte e um grupo de policiais mais do que imprestáveis. Basicamente um monte de panacas! Enfim, um filme bem mordaz sobre os texanos e seu estranho modo de vida. E eu, devo confessar, acabei gostando de todo esse rocambole. 

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 27 de novembro de 2024

O Entardecer de uma Estrela

Título no Brasil: O Entardecer de uma Estrela 
Título Original: The Evening Star
Ano de Lançamento: 1996
País: Estados Unidos
Estúdio: Rysher Films
Direção: Robert Harling
Roteiro: Larry McMurtry, Robert Harling
Elenco: Shirley MacLaine, Jack Nicholson, Bill Paxton, Juliette Lewis, Ben Johnson, Scott Wolf, Miranda Richardson

Sinopse:
Passados vários anos da morte precoce de sua filha, Aurora (Shirley MacLaine) agora luta para criar os netos. Ela já está idosa e cuidar de todos eles se torna algo bem delicado, uma vez que são netos problemáticos, onde um deles acaba se envolvendo com drogas e a outra não sabe muito bem o que deseja fazer de sua vida. E como se isso ainda não fosse o bastante, Aurora acaba reencontrando um velho amor de seu passado. 

Comentários:
Continuação bem tardia do clássico "Laços de Ternura". O filme original foi um marco, vencendo todos os principais prêmios do Oscar em seu ano de lançamento, inclusive o de melhor filme. Então os produtores decidiram fazer uma sequência. Jack Nicholson, que havia vencido o Oscar pelo papel de astronauta no primeiro filme, não queria voltar a esse personagem. Em sua opinião "Laços de Ternura" não deveria ter uma continuação (opinião que também compartilho). Mas a atriz Shirley MacLaine queria muito fazer esse filme e pressionou por anos o colega para voltar. Depois de muita insistência, o bom e velho Jack então aceitou o convite para uma pequena participação especial. O resultado é um bom filme, não há como negar. Eu apreciei saber o que teria acontecido com Aurora e seus netos, mas não era tão necessário se contar essa história. Penso que a atriz Shirley MacLaine teve um segundo momento de reconhecimento em sua veterana carreira, agora na terceira idade e era justamente isso o que ela tentava alcançar. Não a julgo por isso. Ainda assim não tem como comparar esse filme com "Laços de Ternura". Como obra-prima cinematográfica temos apenas o primeiro filme. Esse segundo é meramente uma curiosidade. 

Pablo Aluísio.

terça-feira, 26 de novembro de 2024

Os Vampiros de Salem

Título no Brasil: Os Vampiros de Salem
Título Original: Salem's Lot
Ano de Lançamento: 1979
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Tobe Hooper
Roteiro: Stephen King, Paul Monash
Elenco: David Soul, James Mason, Lance Kerwin

Sinopse:
Um escritor volta para sua cidade natal após muitos anos vivendo fora. Ele deseja escrever um livro sobre uma velha mansão onde, quando criança, passou por uma experiência assustadora. Só que o local agora tem dois novos inquilinos. Tipos estranhos, vindos de longe. Para a cidade é dito que eles querem abrir uma loja de antiguidades, mas há algo muito mais sinistro por trás de tudo. 

Comentários:
Essa foi a primeira adaptação do livro "A Hora do Vampiro" de Stephen King. Eu assisti agora no formato longa-metragem, mas na realidade essa produção foi lançada como minissérie de televisão nos anos 70. Praticamente todos os personagens importantes do livro estão aqui, mesmo que alguns tenham sido amenizados. Os garotos, por exemplo, são usados apenas como vítimas ocasionais. O roteiro não desenvolve eles em nenhum nível. A produção é boa, elegante, algo até acima da média do que era feita na TV na época. O visual do vampiro Barlow também ficou muito bom. Visual de Nosferatu. Ele é apenas um monstro. Nada muito desenvolvido é usado em relação a esse personagem. E esse é um dos deslizes dessa adaptação. Em termos de elenco o melhor desempenho vem do James Mason. Que classe tinha esse ator! Sua presença mantém o interesse do filme em sua parte inicial. Em geral é uma produção muito boa, diria até elegante. Se há sinais de excesso de apelações desnecessárias, isso se deve ao material original. Não havia mesmo o que fazer por parte dos realizadores dessa adaptação. 

Pablo Aluísio.

Os Olhos de Laura Mars

Título no Brasil: Os Olhos de Laura Mars
Título Original: Eyes of Laura Mars
Ano de Lançamento: 1978
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Irvin Kershner
Roteiro: John Carpenter, David Zelag Goodman
Elenco: Faye Dunaway, Tommy Lee Jones, Brad Dourif

Sinopse:
Uma fotógrafa bem popular em Nova Iorque cria um estilo em que imita cenas de crimes nas suas sessões de fotos. O problema é que um assassino começa a reproduzir o cenário dessas fotos de arte em seus crimes reais. Logo um detetive coloca a artista na mira, por ter suspeitas do envolvimento dela naquela série de homicídios. 

Comentários:
Um filme interessante que passeia entre dois gêneros que muitas vezes se unem, a dos filmes de serial killers, com doses de suspense e terror. Essa produção é do final dos anos 70 e uma das curiosidades vem de seu elenco. O policial é interpretado por um jovem Tommy Lee Jones, com uma vasta cabeleira aos ventos! Quem diria... Quem o conhece de filmes mais recentes vai levar um susto por causa de seu visual jovial! Também temos Raul Julia, em um dos seus primeiros papéis no cinema. Um tipo latino, parasita de mulheres mais velhas. Ele é um dos suspeitos dos crimes. Por fim há o talento de Faye Dunaway. Talvez esse não fosse o tipo de filme que ela costumava fazer, por essa razão derrapa em alguns momentos no exagero e no caricato. Só que isso não atrapalha o quadro geral. A única coisa que não gostei muito foi do plot twist final. Achei forçado demais. Nada convincente. Ainda assim não tive arrependimentos de assistir a essa produção dos anos 70 que qualifico tranquilamente como um bom filme. 

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 25 de novembro de 2024

Rebeldia Indomável

Título no Brasil: Rebeldia Indomável
Título Original: Cool Hand Luke
Ano de Lançamento: 1967
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Stuart Rosenberg
Roteiro: Donn Pearce, Frank Pierson
Elenco: Paul Newman, George Kennedy, Jo Van Fleet, Dennis Hopper, Harry Dean Stanton, Strother Martin

Sinopse:
Lucas 'Luke' Jackson (Newman) é preso por um crime menor. Julgado e condenado, é enviado para uma prisão de trabalhos forçados. No começo tenta se adaptar, mas não demora muito e começa e confrontar os policiais e começa uma série de tentativas de fuga, uma mais bem elaborada do que a outra. Filme vencedor do Oscar na categoria de Melhor Ator Coadjuvante (George Kennedy). 

Comentários:
Um filme muito bom da carreira do ator Paul Newman. Ele interpreta esse prisioneiro que está decidido a jamais se render, sempre procurando por uma forma de fugir. Muitos se lembram desse filme por causa de uma cena em particular, quando o prisioneiro interpretado por Newman faz uma aposta com seus colegas de cela que conseguiria comer 50 ovos de uma só vez! Claro que a coisa toda vira uma loucura e um grande teste de resistência por parte dele! O próprio Paul Newman diria anos depois que por causa dessa cena ela havia parado de comer ovos por anos! Piadas à parte, esse roteiro no fundo louva essas pessoas que são decididas a ir em busca de um objetivo, de qualquer maneira, com obstinação, mesmo que paguem um alto preço por isso! Outro ponto digno de nota vem do elenco de apoio, com destaque para George Kennedy que sempre foi um bom ator, mas ao mesmo tempo sempre subestimado em Hollywood. Aqui, pelo menos, ele foi premiado com o Oscar. Um tardio reconhecimento! Enfim, um bom filme, com elenco afinado e uma boa história de prisão para contar. Não faltando nenhum elemento importante para essa produção dos anos 60 agradar aos apreciadores de cinema clássico. 

Pablo Aluísio.

Sangue, Suor e Lágrimas

Título no Brasil: Sangue, Suor e Lágrimas
Título Original: Fighter Squadron
Ano de Produção: 1948
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Raoul Walsh
Roteiro: Seton I. Miller, Martin Rackin
Elenco: Edmond O'Brien, Robert Stack, Rock Hudson, John Rodney, Tom D'Andrea, Shepperd Strudwick, Arthur Space

Sinopse:
Numa base aérea americana na Inglaterra, durante a segunda guerra mundial, dois oficiais lutam pelo controle dos homens de uma esquadrilha de caças. O objetivo é treinar todos os membros da equipe para um momento chave dentro da guerra, a invasão do norte da França, na Normandia, numa das maiores operações militares da história que passaria a ser conhecida pelo codinome código de "Dia D". A invasão se tornaria o momento da virada na guerra, marcando o começo da vitória aliada no conflito.

Comentários:
Esse filme seria como qualquer outro feito para louvar o heroísmo dos que lutaram na segunda guerra mundial se não fosse por um detalhe importante: foi o primeiro filme da carreira do futuro astro Rock Hudson. Na época Rock ainda era um novato em Hollywood procurando por um lugar ao sol. Ele tinha acabado de assinar um contrato com o agente Henry Wilson e havia caído nas graças do diretor Raoul Walsh que resolveu lhe dar uma oportunidade, pequena é verdade, mas que significou bastante para o ator naquele momento de sua carreira. O papel de Rock é insignificante, ele interpreta um tenente com apenas uma linha de diálogo em cena. Isso porém foi o bastante para chamar a atenção dos produtores que viram potencial ali. Claro, Rock não era um grande ator, mas tinha um visual impecável, era bonito, alto, o estilo galã perfeito para os filmes românticos. A Universal saiu na frente e contratou Rock Hudson. Imediatamente o colocou no programa de treinamento de atores do estúdio (o melhor que havia na cidade) e começou a lapidar seu futuro como grande astro. "Sangue, Suor e Lágrimas" recebeu esse título por causa do famoso discurso do primeiro ministro Winston Churchill que logo no começo da segunda guerra mundial discursou pelo rádio ao povo inglês afirmando que não prometia nada a não ser sangue, suor e lágrimas! No geral o que temos aqui é uma eficiente fita de guerra, com alguns bons momentos de tensão e ação. Não chega a se destacar como outros que eram lançados no mesmo período mas cumpre bem suas pretensões (modestas) do ponto de vista cinematográfico. Além disso só pelo simples fato de ter sido a estreia de Rock Hudson no cinema já vale a sua atenção. Um filme mediano mas certamente histórico dentro da sétima arte. 

Pablo Aluísio.

domingo, 24 de novembro de 2024

Rolling Stones - Now!

Rolling Stones - Now!
Os Stones sempre beberam na fonte do blues e do Rhythm and blues e esse álbum só veio para confirmar isso. O grupo foi no passado e trouxe várias músicas importantes de grandes nomes desse estilo musical. Essa verdadeira ode a um passado que estava se perdendo naquela década levou muitos críticos a tecerem elogios significativos a esse disco. É bom lembrar que grupos de rock naqueles tempos nem sempre contavam com o apoio da crítica. Dizia-se que o Rock era um estilo musical menor e sem muita importância. Que os verdadeiros mestres da música estavam sendo deixados para trás por causa desses roqueiros cabeludos que não tinham nada de bom a oferecer. 

Pois bem, nesse aspecto os Stones mudaram a situação, gravando músicas que eram verdadeiras homenagens a esses nomes do passado. Além disso, não podemos nos esquecer, sempre que um velho músico tinha uma de suas músicas gravada por grupos populares como os Stones, eles mesmo sofriam uma melhora em sua situação financeira. Muitos deles eram músicos negros, desempregados, vivendo de programas sociais pagos pelo governo dos Estados Unidos. Para Mick Jagger esse era um aspecto não dito e nem escrito, mas muito importante. Quando eles gravavam essas músicas, ajudavam também seus criadores. 

The Rolling Stones - Now! (1965)
Everybody Needs Somebody To Love
Down Home Girl
You Can't Catch Me
Heart Of Stone
What A Shame
Mona (I Need You Baby)
Down The Road Apiece
Off The Hook
Pain In My Heart
Oh Baby (We Got A Good Thing Goin')
Little Red Rooster
Surprise, Surprise

Pablo Aluísio. 

The Beach Boys - Surfin' U.S.A.

The Beach Boys - Surfin' U.S.A.
Eu sou da opinião de que certos artistas são agradáveis de se ouvir porque são simples. A ideia que deu origem a eles são simples. As músicas possuem 3 ou 4 acordes. Esse é o segredo. E poucos grupos musiciais da história da música foram tão exemplificativos disso como os Beach Boys. Eles eram, no começo da carreira, apenas jovens californianos que faziam música para jovens californianos que curtiam surf e praia. Nada mais. Simples como uma prancha de surf. E é dessa fase inicial do grupo que eu gosto mais. Eu sei que eles depois tentaram evoluir como banda, fazendo projetos ousados como Pet Sounds e tudo mais. Porém nada disso me deixou muito satisfeito ao ouvir. Em se tratando de Beach Boys eu prefiro a simplicidade de sua carreira. E seus álbuns dessa primeira fase são irresistivelmente saborosos!

Esse foi o segundo disco do grupo. E seguia basicamente a sonoridade do primeiro. Uma delícia de se ouvir. E para não deixar dúvidas sosbre o que eles queriam, colocaram logo na capa um surfista surfando um grande tubo, em uma grande onda das praias da Califórnia. Assim não tinha do que se reclamar. Era puro Surf Music e nada além disso. Nada intelectual, nada pretensioso, não queriam mudar o mundo com suas músicas, não queriam passar uma mensagem política... não, nada disso. Só queriam curtir um som num dia na praia. Esse sempre foi o melhor que o Beach Boys tinha a oferecer. Uma maravilhosa de se ouvir. 

The Beach Boys - Surfin' U.S.A. (1963)
Surfin' U.S.A.
Farmer's Daughter
Misirlou
Stoked
Lonely Sea
Shut Down
Noble Surfer
Honky Tonk
Lana
Surf Jam
Let's Go Trippin'
Finders Keepers

Pablo Aluísio. 

sábado, 23 de novembro de 2024

Madonna - Erotica

Madonna - Erotica
Esse foi o álbum que mudou a carreira de Madonna para sempre! Também marcou de forma definitiva o final de sua primeira fase na carreira tanto do ponto de vista musical como também de imagem pública. Madonna deixava praticamente tudo para trás para navegar por novos mares musicais. Foi o primeiro disco conceitual da cantora. As músicas tinham como base a luxúria, a sedução e o sexo. Algumas letras também tratavam da liberdade feminina de viver sua própria sexualidade. O problema da AIDS também não ficou de fora. Foi um disco que levou Madonna definitivamente para o lado progressista, pois a cantora abraçou diversas bandeiras do movimento como o ferminíssimo e a luta pelos direitos da comunidade internacional LGBT. Depois desse disco Madonna virou mesmo a musa definitiva dos homossexuais pelo mundo.

Musicalmente falando é um disco muito ousado. Madonna deixou aquela sonoridade pop dos anos 80 no passado e abraçou outros estilos como a Dance, o House e até mesmo o Hip-hop, que tanto sucesso faziam nas boates e clubs mundo afora. O disco também foi lançado ao lado de um álbum de fotografias quase pornográficas chamado Sex. Foi o começo de uma nova maneira de colocar dois produtos no mercado, uma verdadeira manobra de marketing de mídia. Tanto o livro como o CD fizeram bastante sucesso comercial, sendo que esse último passou a marca dos seis milhões de cópias vendidas. Madonna havia mudado e o seu público havia recebido muito bem todas essas mudanças. Uma nova artista nasceu com esse álbum.

Madonna - Erotica (1992)
Erotica
Fever
Bye Bye Baby
Deeper and Deeper
Where Life Begins
Bad Girl
Waiting
Thief of Hearts
Words
Rain
Why's It So Hard?
In This Life
Did You Do It?
Secret Garden 

Pablo Aluísio. 

George Michael - Older

George Michael - Older
Depois das inúmeras brigas judiciais com a Sony, George Michael ficou longos anos sem lançar nenhum álbum. Estava farto das gravadoras e tudo mais. Queria se distanciar. Depois de coneguir romper seu contrato com a gravadora japonesa na justiça ele finalmente se viu livre para ir para onde bem entendesse. Acabou aceitando o convite do selo norte-americano Virgin. O que o fez ir para essa nova gravadora foi a possibilidade de ter maior liberdade artística. Ele assim decidiu que iria produzir seu próprio material, sem interferências absurdas como havia acontecido no disco anterior. E embora fosse o produtor principal desse trabalho acabou chamando o produtor Jon Douglas para lhe ajudar nessa nova tarefa. 

Como havia passado por muitas coisas e como se sentia mais velho, o cantor decidiu chamar seu novo disco de "Older". Era também uma referência ao fato de que ele iria deixar aquele pop mais dançante dos anos 80 para trás. Queria abraçar novas sonoridades, novos ritmos. Igualmente abraçou uma linha de trabalho mais adulta, com letras falando de temas mais adequados para a sua idade. O resultado ficou realmente muito bom e recebeu elogios da crítica internacional. Não fez o sucesso de seus discos anteriores que tinham vendido milhões de cópias ao redor do mundo, mas também não foi um fracasso comercial conseguindo atingir a sexta posição da parada Billboard, a mais prestigiada do mundo. 

George Michael - Older (1996)
Jesus to a Child
Fastlove
Older
Spinning the Wheel
It Doesn't Really Matter
The Strangest Thing
To Be Forgiven
Move On
Star People
You Have Been Loved
Free

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 22 de novembro de 2024

Elis & Tom - Só Tinha de Ser com Você

Título no Brasil: Elis & Tom - Só Tinha de Ser com Você 
Título Original: Elis & Tom - Só Tinha de Ser com Você 
Ano de Lançamento: 2022
País: Brasil, Estados Unidos
Estúdio: Rio Filme
Direção: Roberto de Oliveira, Jom Tob Azulay
Roteiro: Roberto de Oliveira, Jom Tob Azulay
Elenco: Elis Reina, Tom Jobim, César Camargo Mariano

Sinopse:
Documentário sobre a gravação de um dos álbuns mais importantes da história da Música Popular Brasileira (MPB), quando a cantora Elis Regina se uniu ao maestro e compositor Tom Jobim para a gravação desse disco que se tornaria um dos mais célebres e elogiados da nossa música.  

Comentários:
Esse documentário é muito bom. Resgataram algumas imagens raras da gravação desse disco que foi realizada nos Estados Unidos. São imagens, em sua maioria, filmadas por Super-8, que muitos pensavam estar perdidas para sempre. Só que as acharam e isso se tornou a base desse resgate histórico musical. Um dos fatos mais curiosos desse filme é que ele mostra que no começo Elis Regina queria apenas gravar algumas poucas músicas com Tom Jobim para aquele que seria seu novo disco. Ele faria apenas uma participação especial. Só que Tom era um tipo de profissional perfeccionista, que queria o controle de tudo, então não demorou muito para ele assumir todo o controle do novo disco. Quem acabou virando a participação especial foi a Elis! Enfim, entre problemas ocorridos na gravação, por causa desse estilo controlador do Tom, até algumas dificuldades adicionais por causa da personalidade da Elis, o que resultou de tudo isso foi sem dúvida um disco simplesmente magistral da MPB. E esse filme é sem dúvida o definitivo sobre toda essa história. 

Pablo Aluísio.

Roberto Carlos - Roberto Carlos (1974)

Esse era o único disco de Roberto Carlos que havia em minha casa paterna, o que não deixa de ser curioso pois sempre gostamos muito de música. Assim o Rei deveria ter tido mais representatividade em nossa discoteca familiar. Só que não aconteceu. De qualquer forma os discos do Roberto Carlos sempre tinham uma ou duas faixas que faziam sucesso absurdo nas rádios e todos acabavam conhecendo seu repertório, não havia para onde fugir, era um cantor presente na vida de todos os brasileiros, quer você gostasse dele ou não! O Roberto Carlos era realmente um cantor de música popular, que atingia em cheio o povão brasileiro. 

E nesse álbum em particular a faixa "O Portão" se tornou extremamente popular. É uma daquelas músicas do Roberto que nunca saíram da programação das rádios, até os dias de hoje. Duvida? Ligue em alguma estação AM que garanto que mais cedo ou mais tarde ela vai tocar, seja qual for o dia da semana. Infelizmente, o Roberto Carlos ou a gravador CBS, não dava nome aos seus LPs. Assim a única foram de identificar todos eles era pelo ano de lançamento. De qualquer maneira deixo a dica desse álbum do cantor. Muito bom, bonito e repleto de músicas românticas. 

Roberto Carlos - Roberto Carlos (1974)
Despedida
Quero Ver Você De Perto
O Portão
Ternura Antiga
Você
É Preciso Saber Viver
Eu Quero Apenas
Jogo De Damas
Resumo
Deusa Da Minha Rua
A Estação
Eu Me Recordo (Yo Te Recuerdo)

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 21 de novembro de 2024

Jornada para o Inferno

Título no Brasil: Jornada para o Inferno
Título Original: Butcher's Crossing
Ano de Lançamento: 2022
País: Estados Unidos
Estúdio: Saban Films
Direção: Gabe Polsky
Roteiro: Gabe Polsky
Elenco: Nicolas Cage, Fred Hechinger, Jeremy Bobb

Sinopse: 
No século XIX um jovem decide abandonar a prestigiada universidade de Harvard. Ele vai parar no oeste selvagem e se alia a um veterano caçador de peles de búfalo. O plano seria subir a montanha para ir numa região isolada, onde um grande rebanho de búfalos está pronto para ser caçado. Uma verdadeira fortuna em peles. 

Comentários:
Mais uma boa notícia para quem gosta do trabalho do ator Nicolas Cage. Aqui está mais um bom filme da recente safra de bons filmes desse ator que sempre foi muito querido no Brasil. E quando elogio esse filme não estou fazendo favor a ninguém. O filme é realmente bom! Um western com aquele estilo dos velhos faroestes. Há todo um público que adora esse tipo de filme nos dias atuais, então o filme é mais do que bem-vindo. Cage, perfeito em sua caracterização, interpreta esse caçador de peles de búfalo. Careca, com barba cheia e uma mente obcecada pela fortuna, ele leva esse pequeno grupo de homens para regiões inóspitas. E essa caçada não será menos do que trágica. Por fim, para coroar um filme tão bom e interessante, o espectador é informado que as filmagens ocorreram em uma reserva nativa no coração dos Estados Unidos, onde vive um dos últimos rebanhos selvagens de búfalos da América. Nos tempos do velho oeste existiam milhões de cabeças desse animal, mas a caça foi tão intensa que hoje em dia existem alguns poucos milhares da espécie. Assim, com teor de conscientização ecológica, o filme desce as cortinas com a mensagem certa. Enfim, está mais do que recomendado para os cinéfilos. 

Pablo Aluísio.

A Praia

Título no Brasil: A Praia
Título Original: The Beach
Ano de Lançamento: 2000
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Danny Boyle
Roteiro: John Hodge, Alex Garland
Elenco: Leonardo DiCaprio, Tilda Swinton, Daniel York

Sinopse:
Um jovem norte-americano, em férias pela Ásia, ouve falar de uma praia maravilhosa, realmente paradisíaca, ainda inexplorada por turistas. Instigado pela lenda ele decide fazer uma viagem até lá e realmente a encontra. Um lugar muito bonito, mas também perigoso, que colocará sua vida em risco. 

Comentários:
Ainda colhendo os frutos do grande sucesso de Titanic, que havia se tornado o filme de maior bilheteria da história, o ator Leonardo DiCaprio poderia escolher qualquer filme, qualquer super produção de Hollywood naquela época. Só que para surpresa de todo mundo ele acabou optando por esse filme menor, sem grande expressividade. Não foi uma boa escolha. O filme realmente apresentava muitos problemas de roteiro e foi arrasado pela crítica em seu lançamento. Havia mesmo uma enorme pressão sobre o Leo e ao que tudo indica ele preferiu mesmo apostar em algo mais modesto. O filme até que não é tão ruim como os críticos falaram, mas temos que reconhecer que de fato é bem esquecível e nada marcante. Tem uma história simples, que até se torna interessante em alguns momentos, mas no geral realmente se torna algo decepcionante para um ator que vinha de um sucesso tão grandioso como Titanic. 

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 20 de novembro de 2024

Conquista Sangrenta

Título no Brasil: Conquista Sangrenta 
Título Original: Flesh+Blood
Ano de Lançamento: 1985
País: Holanda
Estúdio: Riverside Films
Direção: Paul Verhoeven
Roteiro: Paul Verhoeven
Elenco: Rutger Hauer, Jennifer Jason Leigh, Tom Burlinson, Jack Thompson, Susan Tyrrell, Fernando Hilbeck

Sinopse:
Um grupo de mercenários ajuda um velho nobre militar a conquistar uma cidade. E não demora muito para que todos eles sejam traídos. Expulsos da localidade, eles ganham o campo, atuando como bandidos e ladrões. Ao encontrar uma velha estátua de um santo se sentem abençoados e começam a espalhar terror por onde passam, até que decidem invadir um bonito castelo que não está tão bem seguro como seus moradores pensam. 

Comentários:
Quando esse filme foi lançado houve quem dissesse que era o filma mais sujo, violento e cruel sobre a Idade Média já produzido. Eu não chegaria a tanto, mas tampouco nego que todas essas características estejam mesmo em cada cena. De certo modo temos aqui um roteiro sensacionalista que apela em diversos momentos. Por exemplo, não era necessária incluir uma cena de estupro coletivo com uma ainda bem jovem Jennifer Jason Leigh. Aquilo me soou bem gratuito. Outros aspectos aconteceram mesmo na era medieval, como a jogada por cima das muralhas de corpos infectados pela Peste Negra. E justamente por causa desses momentos tão sórdidos acredito que Hollywood acabou abrindo as portas para o diretor Paul Verhoeven. Ele de fato iria viver um momento de ascensão em sua carreira nos anos que viriam. De uma maneira ou outra, não podemos negar que, apesar de seus óbvios excessos, esse ainda é um bom filme. Até porque a Idade Média passou longe de ser aquele momento histórico colorido que alguns filmes do passado mostraram. Estava mais para a crueldade desse roteiro mesmo. 

Pablo Aluísio.

Conan, o Bárbaro

Título no Brasil: Conan, o Bárbaro
Título Original: Conan the Barbarian
Ano de Lançamento: 1982
País: Estados Unidos
Estúdio: Dino De Laurentiis Company
Direção: John Milius
Roteiro: John Milius
Elenco: Arnold Schwarzenegger, James Earl Jones, Max von Sydow

Sinopse:
Quando criança, Conan (Arnold Schwarzenegger) viu seus pais serem mortos por uma horda de violentos guerreiros. Levado como escravo ele consegue sobreviver e agora, adulto e com enorme força, está pronto para vingar a morte deles e enfrentar um estranho culto que venera justamente o assassino de seus pais no passado. 

Comentários:
Depois de muitos anos revi esse clássico do cinema brucutu dos anos 80. Olha, o filme sobreviveu bem ao tempo. O diretor John Milius tinha fama de doido entre os produtores de Hollywood, mas sabia muito bem o que estava fazendo. Ele fez um filme sem excessos, sem exageros, na medida certa para o personagem dos quadrinhos e da literatura pulp dos anos 30. Sabia que Arnold Schwarzenegger não era um ator, mas uma montanha de músculos, então deu a ele o mínimo de diálogos para falar em cena. E como o austríaco estava no auge de sua forma física na época, ele realmente não precisava atuar em nada, apenas mostrar seu físico de brutamontes. Até os vilões são bacanas. James Earl Jones e Max von Sydow estão no filme para lhe dar prestígio, o que funcionou muito bem. Enfim, é o filme definitivo desse personagem. Nada melhor do que isso foi feito antes ou depois sobre esse bárbaro selvagem. 
 
Pablo Aluísio.

terça-feira, 19 de novembro de 2024

Scaramouche

Título no Brasil: Scaramouche
Título Original: Scaramouche
Ano de Lançamento: 1952
País: Estados Unidos
Estúdio: MGM
Direção: George Sidney
Roteiro: Ronald Millar, George Froeschel
Elenco: Stewart Granger, Janet Leigh, Mel Ferrer, Eleanor Parker, Henry Wilcoxon, Richard Anderson

Sinopse:
Na véspera da chegada da Revolução Francesa, um nobre de baixa linhagem tenta se vingar da morte de seu irmão, um rapaz na flor da idade que foi morto por um Marquês sórdido. Para conseguir realizar seus planos, ele se camufla como Scaramouche, um personagem mascarado de teatro, um tipo bufão que se torna o disfarce ideal de seus objetivos de vingança e justiça pessoal. 

Comentários:
Filme muito bem produzido! Chegou a me impressionar o capricho nos figurinos, cenários, reconstituição de época, etc. Nesse aspecto o filme realmente impressiona ao espectador mais criterioso. Agora, o Scaramouche nunca chegou a emplacar muito bem no cinema. Ele tinha vários elementos presentes em outro personagem famoso da época, o Zorro. Só que jamais chegou perto do sucesso do justiceiro mascarado. Penso que a próprio figura do Scaramouche atrapalhava nesse aspecto, afinal ele era um bufão de peças teatrais ao estilo Burlesco, naqueles tempos pré-revolucionários. Não tinha nem o visual e nem o espírito certo para atrair um público mais moderno e mais jovem. Ainda assim devemos elogiar as cenas ricamente coreografadas de lutas de espada e o bom desempenho do ator Stewart Granger. Ele era conhecido como o "Grande Caçador Branco" e tinha o mesmo agente do Rock Hudson. Só que não era apenas um galã, como tantos outros. Como esse filme bem prova, era também um bom ator e tinha também talento para o humor, mesmo que refinado. Enfim, é isso. Para quem aprecia filmes antigos de capa e espada, Scaramouche ainda é uma boa pedida. Um dos melhores já feitos em Hollywood na sua era de ouro. 

Pablo Aluísio.

A Árvore da Vida

Título no Brasil: A Árvore da Vida 
Título Original: Raintree County
Ano de Lançamento: 1957
País: Estados Unidos
Estúdio: MGM
Direção: Edward Dmytryk
Roteiro: Millard Kaufman, Ross Lockridge Jr
Elenco: Elizabeth Taylor, Montgomery Clift, Eva Marie Saint, Rod Taylor, Lee Marvin, Agnes Moorehead

Sinopse:
Um jovem nortista se apaixona e se casa com uma garota do Sul. Ela tem segredos em seu passado, como a morte misteriosa de toda a sua família em um grande incêndio nunca devidamente explicado. E com a chegada da guerra civil, que colocou como inimigos o Norte e o Sul dos Estados Unidos, a situação fica ainda mais delicada entre o casal que se ama, mas que nunca conseguiu ser realmente feliz. 

Comentários:
Esse filme tenta seguir os passos do grande clássico "E O Vento Levou", mas não consegue chegar em seu objetivo.  Enquanto o original era grandioso e épico, esse só consegue ser um tanto indeciso, pois passeia em vários estilos cinematográficos tentando se encontrar, mas nunca chegando a um bom termo. Nas cenas românticas nunca decola. Na cenas de campo de batalha nunca impressiona. E nos momentos em que tenta fazer humor (como na corrida no meio da cidade) a coisa toda fica sem graça. É um filme longo e em muitos momentos cansativo. Nem o elenco está muito bem. Montgomery Clift nunca funcionou muito bem em papéis meramente românticos e Elizabeth Taylor era muito jovem para dar a profundidade psicológica que sua personagem exigia. Isso fica bem claro nos momentos em que ela perde a razão, caindo nas raias da loucura. Assim temos um filme grande, mas que nunca consegue mesmo se tornar um grande filme. Uma pena pelos nomes envolvidos, pois particularmente sempre fui fã de todos eles. 

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 18 de novembro de 2024

O Sol por Testemunha

Título no Brasil: O Sol por Testemunha 
Título Original: Plein soleil
Ano de Lançamento: 1960
País: França
Estúdio: Robert et Raymond Hakim
Direção: René Clément
Roteiro: Patricia Highsmith, René Clément
Elenco: Alain Delon, Maurice Ronet, Marie Laforêt, Romy Schneider, Erno Crisa, Frank Latimore

Sinopse:
Tom Ripley (Delon) vai até a Itália com o objetivo de trazer de volta à França um jovem aspirante à pintor, filho de família rica, que está há anos viajando pelo velho continente. Na presença dele, o pobre Ripley começa a invejar e cobiçar sua riqueza, o que dará origem a um terrível crime que ele vai tentar esconder a todo custo. 

Comentários:
Como se pode perceber com a existência desse filme clássico do cinema europeu, não é de hoje que se produzem adaptações de Ripley para o cinema. Nos anos 90 tivemos "O Talentoso Ripley" e mais recentemente a ótima minissérie "Ripley" da Netflix que considero a melhor adaptação. Só que voltemos a esse filme. Estrelado pelo maior astro francês da época, Alain Delon, esse filme fez sucesso, inclusive nos Estados Unidos e também no Brasil. Muita gente ficou chocada com o personagem de Delon, pois era basicamente um assassino golpista, só que realmente esqueceram que esse astro francês tinha mesmo uma atuação especializada também nesses tipos marginais. Basta assistir a esse filme para bem comprovar isso. No quadro geral é um bom filme, com pequenas ressalvas. O ritmo do cinema europeu é bem diferenciado, por isso o público acostumado com o estilo do cinema americano vai estranhar um pouco. Também há pulos e saltos na história. E Houve sem dúvida um receio no final de mostrar Ripley triunfando, o que mostrou um certo medo dos realizadores com as críticas e a reação do público. Apesar disso, minha avaliação do filme sem dúvida é positiva! Recomendo para quem nunca assistiu. 

Pablo Aluísio.

O Visitante Noturno

Título no Brasil: O Visitante Noturno
Título Original: The Night Visitor
Ano de Lançamento: 1971
País: Suécia
Estúdio: Hemisphere Pictures
Direção: Laslo Benedek
Roteiro: Guy Elmes, Samuel Roeca
Elenco: Max von Sydow, Trevor Howard, Liv Ullmann

Sinopse:
Depois de ser acusado injustamente de um assassinato que ele não cometeu, um homem é enviado para um manicômio judiciário. De uma maneira ou outra, ele consegue arranjar uma forma de fugir do lugar durante as madrugadas para se vingar de todos os culpados de seu condenação. 

Comentários:
Foi bem interessante assistir a um filme onde um jovem Max von Sydow interpretava um sujeito bem atlético, que conseguia escalar altos muros, subir em árvores altas, tudo com o objetivo de buscar vingança contra pessoas (e familiares) que o tinham enviado para uma espécie de hospício para criminosos. O jogo consistia em fugir nas madrugadas para acertar contas, voltando para o manicômio pela manhã sem ser visto. Um filme acima de tudo curioso, embora muitas vezes soe pouco plausível por causa das fugas mirabolantes do protagonista. Fica complicado aceitar que as autoridades seriam tão incompetentes a ponto de não perceberem o que estaria acontecendo. Ainda assim vale assistir, principalmente, como já frisei, pela atuação física e atlética do Max von Sydow. Vai ser uma surpresa e tanto para quem apenas o conhecia já idoso, interpretando personagens da terceira idade no cinema americano. 

Pablo Aluísio.

domingo, 17 de novembro de 2024

Marilyn Monroe

Marilyn Monroe 
Estamos lançando o segundo livro de Cinema Clássico de nossos blogs. O primeiro trazia a filmografia e a vida do ator Marlon Brando. Agora trazemos um livro com 190 páginas com todos os filmes comentados da atriz Marilyn Monroe. Além de textos sobre sua vida, curiosidades, fatos interessantes, etc. Um ótimo presente de Natal nesse fim de ano para aquele seu amigo cinéfilo ou sua namorada que esteja interessada nessa grande Deusa da Sétima arte! Segue abaixo um resumo desse novo livro de Marilyn, inclusive com os links para adquirir a edição nos principais sites de vendas de livros na internet. 

Nesse livro você encontrará uma grande quantidade de informações sobre a atriz Marilyn Monroe. A filmografia completa dessa grande estrela do cinema está comentada filme a filme. Dados pessoais de sua vida pessoal, seus casamentos conturbados, além de crônicas e textos sobre ela. Como adicional ainda encontrará uma seleção dos melhores livros, filmes e discos dessa inesquecível estrela de Hollywood. Para comprar o Livro da Marilyn click nos links abaixo:




Pablo Aluísio. 

sábado, 16 de novembro de 2024

Elvis Presley - Kissin' Cousins - Parte 3

Elvis Presley - Kissin' Cousins - Parte 3
Em 1964 enquanto Elvis estava gravando músicas para trilhas sonoras como essa, a Beatlemania tomava conta dos Estados Unidos. O único artista grande o suficiente para enfrentar essa invasão britânica era o próprio Elvis Presley. Só que preso em contratos draconianos com os estúdios e as companhias cinematográficas, ele na verdade nada poderia fazer. Não tinha mesmo material de qualidade para enfrentar o furacão Beatles que devastava toda a América (e o mundo!). 

Então para o fã de Elvis daquela época só sobrava ir nas lojas de discos para comprar um exemplar dessa trilha sonora para ouvir em casa. Um fato digno de nota é que não há grandes hits nesse álbum. Nenhuma das músicas tocou nas rádios com consistência e nem se destacou nas paradas. Embora o disco tenha até vendido bem, realmente não trazia material relevante para Elvis naquele momento crucial de sua carreira. E quando isso acontece, já sabemos bem, o próprio artista deixa de ser relevante! 

O Lado A da trilha sonora fechava com duas canções pop. Duas músicas que eu até simpatizo de certa maneira, mas que ficavam muito distantes daquele Elvis roqueiro que revolucionou o mundo da música nos anos 50. "Catchin' On Fast" até tinha bom ritmo e poderia até mesmo ser trabalhada pela RCA nas rádios, mas a gravadora parecia muito preguiçosa nesse aspecto. Como praticamente tudo que Elvis lançava trazia lucro, eles nem mais se esforçavam em divulgar melhor o material. 

Eu gosto de "Tender Feeling". Essa balada era uma amostra que Elvis estava muito bem nos vocais, ainda mais em músicas românticas. É uma bela canção que se tivesse sido lançada alguns anos antes iria se destacar nas paradas musicais. Apesar de todos os problemas Elvis nunca perdeu seu talento para esse tipo de canção, essa era a verdade. 

Pablo Aluísio. 

The Beatles - Beatles For Sale - Parte 3

The Beatles - Beatles For Sale - Parte 3
Há duas músicas de Carl Perkins nesse disco dos Beatles. "Honey Don't" é a primeira. Esse country music foi escolhido a dedo por John Lennon para ser a faixa que Ringo Starr cantaria no álbum. Como se sabe os Beatles sempre deixavam uma música para Ringo cantar nos discos oficiais do grupo. Era uma maneira de valorizar o baterista, fazendo com que ele ganhasse auto confiança em si mesmo. E o timbre de Ringo era muito adequado para esse tipo de sonoridade. Nos primeiros discos dos Beatles sempre que surgia um country no estúdio, todo mundo já sabia, essa faixa seria gravada pelo Ringo.

"Everybody's Trying to Be My Baby" foi a outra composição de Carl Perkins que os Beatles escolheram para fazer parte do disco. Carl Perkins era um artista da Sun Records, a mesma gravadora de Memphis que havia descoberto Elvis Presley e Johnny Cash, entre outros tantos pioneiros da primeira fase do rock americano. Os Beatles eram fãs dessa geração de artistas. 

Na época era bem complicado achar um disco de Perkins na Inglaterra, mas eles conheciam suas músicas, principalmente por causa do rádio. O fato de Liverpool ser um dos portos mais movimentados da Inglaterra também ajudava aos rapazes. Havia sempre algum marinheiro disposto a vender cópias de discos para eles. E assim os Beatles foram conhecendo a nata da música dos Estados Unidos.  

"Kansas City / Hey-Hey-Hey-Hey!" era outro cover do rock americano. Essa foi composta pela excelente dupla Leiber e Stoller, que escreveram alguns dos maiores sucessos da carreira de Elvis Presley. É interessante que a ideia do medley surgiu quando os Beatles estavam em turnê nos Estados Unidos. Eles iriam tocar na cidade de Kansas City e improvisaram esse número para homenagear o público dessa cidade americana. A coisa deu tanto certo, teve tão boa receptividade, que John e Paul decidiram fazer uma versão de estúdio. Ficou, como era de esperar, realmente excelente.

Pablo Aluísio. 

sexta-feira, 15 de novembro de 2024

Garganta do Diabo

Título no Brasil: Garganta do Diabo 
Título Original: Cold Creek Manor
Ano de Lançamento: 2003
País: Estados Unidos
Estúdio: Touchstone Pictures
Direção: Mike Figgis
Roteiro: Richard Jefferies
Elenco: Dennis Quaid, Sharon Stone, Stephen Dorff, Juliette Lewis, Christopher Plummer, Kristen Stewart

Sinopse:
Uma família de Nova Iorque, cansada da rotina massacrante da cidade grande, decide comprar uma propriedade no interior. Uma bela casa, com preço bem abaixo de seu real valor de mercado. O problema é que um sujeito que mora na região cresceu ali com sua família. A casa foi perdida para o banco, por dívidas. E ele é um daqueles psicóticos que não vão aceitar que novos moradores se mudem para aquela casa. 

Comentários:
Um filme com estilo daqueles ótimos thrillers de suspense que reinaram durante os anos 90. Assim poderia definir esse bom filme. Com elenco acima da média e uma boa história para contar, esse é aquele tipo de roteiro que nunca deixa o espectador tranquilo, pois há sempre um clima de tensão no ar. Mesmo a bela casa, a bonita família, a piscina no verão, nada consegue amenizar o clima geral. Ficamos com a impressão que algo muito terrível vai acontecer na próxima cena. E acredite nisso mesmo, pois vai acontecer. Só que não espere por exageros e nem cenas sangrentas, afinal esse é um filme da Touchstone, um estúdio que pertence ao império Disney. Sim, tem cenas de suspense e violência, mas nada que fuja do aceitável ou do normal. No fundo o filme também é uma crônica entre choques culturais, envolvendo pessoas cosmopolitas e caipiras sinistros do interior! 

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 14 de novembro de 2024

O Crime do Padre Amaro

Título no Brasil: O Crime do Padre Amaro 
Título Original: El crimen del padre Amaro
Ano de Lançamento: 2002
País: Espanha, Estados Unidos
Estúdio: Columbia Tristar 
Direção: Carlos Carrera
Roteiro: Vicente Leñero
Elenco: Gael García Bernal, Ana Claudia Talancón

Sinopse:
Um jovem padre chega numa pequena cidade para começar a trabalhar. Logo chama a atenção das jovens do lugar pois é um rapaz jovem e bonito. E ele não demora muito a se relacionar às escondidas com uma adolescente. E as coisas ficam ainda mais complicadas quando a moça revela ao namorado de batina que está grávida dele! 

Comentários:
O escritor Eça de Queiroz nasceu, viveu e morreu em um dos países mais católicos do mundo, Portugal. Então ele certamente conhecia muito da hipocrisia dos religiosos. Sabia do que estava escrevendo. E essa história é uma pedra na janela da lalsa moralidade cristã. O protagonista é um padre... e também um canalha, um crápula, um hipócrita e acima de tudo um sujeito que não sente o menor remorso pelas coisas que faz. Tudo vale para não manchar sua carreira no clero! E o texto é tão bem escrito que você até mesmo simpatiza com ele no começo, para depois ver tudo desmoronar com suas atitudes infames! Imagine, um padre correr para uma clínica clandestina de aborto para esconder o fato de que engravidou uma adolescente! Poucas coisas seriam piores do que isso...  Assim a força da história original, do livro que deu origem a tudo, se mantém firme. É uma crônica sobre a hipocriria criminosa que reina em certos setores da religião. 

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 13 de novembro de 2024

Pacto de Redenção

Título no Brasil: Pacto de Redenção
Título Original: Knox Goes Away
Ano de Lançamento: 2023
País: Estados Unidos
Estúdio: Brookstreet Pictures
Direção: Michael Keaton
Roteiro: Gregory Poirier
Elenco: Michael Keaton, Al Pacino, Ray McKinnon

Sinopse:
Um assassino profissional percebe que algo de errado está acontecendo com sua mente. Ele então procura ajuda médica e descobre que está sofrendo de uma terrível doença neurológica que o fará perder tudo em um curto espaço de tempo. E isso é um péssimo momento para ocorrer pois ele precisa ajudar o filho que matou um homem, além de acertar todos os elos que ainda o ligam ao mundo. 

Comentários:
Depois do sucesso de "Os Fantasmas Ainda Se Divertem" o ator Michael Keaton tem vivido um renascimento de sua carreira. Em Hollywood sempre foi assim. Um filme de sucesso dá possibilidade a um ator, mesmo que decadente, de fazer uns 3 ou 4 filmes para ver se o sucesso voltou realmente. E esse "Pacto de Redenção" vai nessa linha. Eu gostei do filme, o roteiro tem ideias mais do que interessantes, como a de ter um protagonista prestes a perder tudo por causa de uma doença neurológica semelhante ao Mal de Alzheimer. Em pouco tempo ele vai esquecer as pessoas que conhece, a história de sua vida, a capacidade de pensar e interagir com o mundo ao seu redor! Ele tem pouco tempo e muito a perder. Já sofrendo dos primeiros efeitos da doença ele tenta escapar, ao mesmo tempo que tenta salvar o filho da prisão, o mesmo que ele teve uma péssima relação por anos. Por causa da situação do personagem principal esse filme também tem um toque de tristeza e solidão. Poucas doenças são tão terríveis como essa. Ao perder sua capacidade cognitiva e de memória, o assassino de Keaton não se torna apenas um personagem banal de filmes desse estilo, mas algo mais, alguém que está afundando na escuridão de sua própria mente. Ele é a personificação da figura trágica na beira do abismo. 

Pablo Aluísio.

terça-feira, 12 de novembro de 2024

Ligação Sombria

Título no Brasil: Ligação Sombria
Título Original: Sympathy for the Devil
Ano de Lançamento: 2023
País: Estados Unidos
Estúdio: Hammerstone Studios
Direção: Yuval Adler
Roteiro: Luke Paradise
Elenco: Nicolas Cage, Joel Kinnaman, Alexis Zollicoffer

Sinopse:
Indo para o hospital para acompanhar a esposa no trabalho de parto, um homem comum é surpreendido quando um estranho entra em seu carro, pela porta de trás. Portando uma arma de fogo, ele diz ao surpreso motorista que ele deve dirigir, pegar a estrada e seguir em frente. O que de fato estaria acontecendo?

Comentários:
Nos últimos anos o ator Nicolas Cage realmente tem feito muitos filmes ruins. Porém tenho percebido uma melhora na qualidade de seus filmes mais recentemente. Ainda não são filmes excelentes e nem relevantes, mas a situação tem melhorado como um todo. Esse aqui, por exemplo, é bem satisfatório. Além da boa história que conta, se parecendo bastante com o tipo de thriller que era bem comum nos anos 90, ainda traz um parceiro de cena para Cage que vale a pena. O ator Joel Kinnaman é um dos melhores profissionais de atuação que surgiu nesses últimos anos em Hollywood. Com ele em cena, o Cage até mesmo melhorou atuando! É a diferença que faz atuar com um bom ator nas cenas de um filme. Então o saldo final é inegavelmente positivo. Com duração na medida certa e bom roteiro, esse pode ser considerado um salto de qualidade na irregular filmografia do Cage. 

Pablo Aluísio.