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quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Jessabelle

Após sofrer um sério acidente, no qual seu marido morre, uma jovem garota, sem outra alternativa, resolve ir morar com o pai, um homem que ela mal conhece e que vive no pântanos da Louisiana. O lugar é velho, sujo e sinistro. Impossibilitada de andar por causa dos ferimentos, presa a uma cadeira de rodas, ela decide procurar por algo para fazer, para matar o tempo enquanto se recupera, Acaba encontrando uma velha caixa com fitas de vídeo dentro. Em pouco tempo resolve assisti-las e acaba ficando surpresa com o que encontra. Sua mãe, que mexia com ciência ocultas e misticismo, se revela nas filmagens, demonstrando saber tudo o que iria acontecer com a jovem em seu futuro distante. "Jessabelle" foi bem recebido pelo público em seu lançamento. Principalmente na internet foi grande a propaganda boca a boca. Todos elogiando o filme e seu suposto clima assustador.

Pena que ao conferir o filme não vi nada disso. Tudo bem, o roteiro procura assustar com os recursos que dispõe - entre eles os assustadores cenários alagados da Louisiana - mas tudo isso ainda é pouco. Há semelhanças demais com outros filmes de terror para se ignorar, em especial "O Chamado" e "A Chave Mestra". Do primeiro tiraram a ideia de que velhas fitas VHS poderiam servir como uma espécie de portal entre o nosso mundo e o mundo dos mortos. Do segundo aproveitaram o clima de magia e misticismo que cerca aquela região dos Estados Unidos. Mesmo derivativo, temos que admitir que o filme ainda tem alguns (poucos) bons momentos, principalmente em torno dos sinistros cultos de Voodu. Então no geral é isso, apesar de ter sido intensamente recomendado em fóruns e grupos de terror na internet, "Jessabelle" não é um grande filme de terror. Fica na média e decepcionará você se criar muitas expectativas. De qualquer forma dê uma conferida, nem que seja para matar a curiosidade.

Jessabelle (Jessabelle, EUA, 2014) Direção: Kevin Greutert / Roteiro: Robert Ben Garant / Elenco: Sarah Snook, Mark Webber, Joelle Carter / Sinopse: Garota acidentada, sem recursos e sem emprego, decide ir morar com o pai nas regiões pantanosas da Louisiana. Impossibilitada de andar por causa dos ferimentos resolve vasculhar as coisas da mãe e acaba encontrando sinistras fitas VHS onde ela parece prever o futuro de sua própria filha.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

O Psicólogo

Eu não sei bem o porquê mas ultimamente os filmes do Kevin Spacey estão saindo diretamente para o mercado de DVD no Brasil não tendo chances de serem exibidos nos cinemas. Uma pena já que ele tem apresentado ótimas interpretações como no caso desse "O Psicólogo" (um título estranho embora literal - Shrink é uma gíria para a profissão - e que na minha opinião seria mais adequado "O Psicanalista"). Kevin aqui faz o profissional do título, um sujeito que perdeu sua esposa (o roteiro não entra em maiores detalhes apenas afirma que ela se matou) e que por essa razão literalmente perde a vontade de viver. O curioso é que enquanto ele vive essa crise tem que aconselhar uma fauna de bacanas ricos mais confusos do que ele mesmo (entre eles um Robin Williams em participação especial). O contraste entre uma pessoa que não consegue superar nem suas próprias crises pessoais mas que ao mesmo tempo ganha a vida aconselhando os outros sobre suas vidas é uma das coisas mais irônicas que vi ultimamente no cinema americano. A ironia de "Shrink" é aquela que nasce da acidez, do desconforto, da inadequação. Seu roteiro, extremamente inteligente, nos deixa inquietos durante todo o filme.

Como sempre Kevin Spacey se esbalda em cada cena. Fumando um cigarro de maconha atrás do outro ele acaba se aconselhando, vejam só que ironia, com o seu traficante pessoal, um jovem que lhe vende todas as variedades de ervas possíveis (algumas com nomes hilários). Esse vendedor de drogas é vivido pelo bom ator Jesse Plemons (quem acompanha "Friday Night Lights" o conhece muito bem) e ironicamente se chama "Jesus". Fora isso vamos acompanhando várias estórias paralelas de personagens que acabam se cruzando durante o decorrer do filme. Enfim "Shrink" é muito bem interpretado, tem um roteiro que passeia da ironia à melancolia e certamente vai satisfazer as expectativas de um público mais inteligente e exigente. Recomendo bastante.

O Psicólogo (Shrink, Estados Unidos, 2009) Direção: Jonas Pate / Roteiro: Thomas Moffett, Henry Reardon / Elenco: Kevin Spacey, Mark Webber, Keke Palmer / Sinopse: Psicólogo de pessoas extremante ricas não consegue mais lidar com a dor da perda de sua esposa. Deprimido entra em profunda crise existencial.

Pablo Aluísio.