sexta-feira, 11 de março de 2022

A Dama na Água

Quando surgiu, o cineasta M. Night Shyamalan foi aclamado como uma das maiores novidades do cinema. Seus filmes, na maioria das vezes também roteirizados por ele, logo se tornaram frenesi entre público e crítica. Porém, é inegável reconhecer, que o fôlego do diretor para obras primas do cinema atual não durou muito. Logo foram perdendo o brilho de seus primeiros filmes. Esse "A Dama na Água" já demonstrava claros sinais de desgaste e falta de originalidade. Em linhas gerais o roteiro de M. Night Shyamalan bebia diretamente como fonte das antigas lendas de seres marinhos, de linhagem feminina, que encontravam os homens nas longas viagens pelos sete mares. Pois é, esse roteiro traz como protagonista uma espécie de sereia. Temos aqui claramente uma reciclagem modernosa de lendas antigas...

Só que obviamente o diretor não iria fazer algo tão banal, então ele criou todo um universo para esse estranho ser, muito embora não explique praticamente nada, transformando tudo em um filme de enredo bem vazio e entediante. A história de um zelador que encontra uma estranha mulher nadando na piscina no lugar onde ele trabalha não avança muito. É puro estilo, mas sem conteúdo. Quando chegou nos cinemas (eu assisti em uma sala de cinema em setembro de 2006) ainda havia uma percepção de que o novo filme de M. Night Shyamalan era novamente muito interessante, original e tudo mais. Porém revisto hoje em dia percebemos claramente que tudo não passava de bolhas no ar que logo explodiram, sumindo rapidamente. De certa forma o filme é uma grande farsa, no pior sentido dessa palavra.

A Dama na Água (Lady in the Water, Estados Unidos, 2006) Direção: M. Night Shyamalan / Roteiro: M. Night Shyamalan / Elenco: Paul Giamatti, Bryce Dallas Howard, Jeffrey Wright / Sinopse: Um homem comum, zelador de um condomínio, encontra uma estranha mulher na priscina do lugar onde trabalha. O que ele nem desconfia é que ela não é um ser humano como ele, mas sim uma criatura muito especial.

Pablo Aluísio.

3 comentários:

  1. Como deve ser difícil logo de cara você conseguir um clássico que é admirado há 23 anos e que entra em qualquer antologia de melhor plot twist, se não ficar em primeiro sempre, e depois perceber que aquilo era tudo, e o nome M. Night Shyamalan abrirá todas as portas e será uma benção pra se executar tudo o que pensar, ou uma maldição que fará que tudo o que fizer será inferior ao primeiro e você será cobrado dentro desse gabarito.

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  2. Ele brilhou cedo demais? Pois é, armadilhas do destino. Depois precisou cumprir todas as expectativas e tropeçou muito ao longo de todos esses anos.

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