Após passar 22 anos internado numa instituição para criminosos insanos Norman Bates (Anthony Perkins) finalmente é submetido a uma comissão formada por psiquiatras e especialistas que decidem que ele está finalmente apto para voltar à vida na sociedade. Após uma tumultuada audiência judicial – que conta com a presença de parentes de vítimas indignados com a possibilidade dele ganhar às ruas novamente – Norman Bates se torna mais uma vez um homem livre. Ele passa então a ter um pequeno acompanhamento apenas como formalidade. De volta ao infame Bates Motel ele agora terá que reconstruir sua vida. Sua casa, onde viveu ao lado de sua mãe está completamente abandonada mas o motel ainda funciona, tocado por um gerente indicado pela justiça. O problema é que o local virou um ponto de encontro de usuários de drogas e prostituição o que deixa Norman chocado e irritado! Mas as mudanças terão que esperar um pouco. Como parte de sua recuperação Bates começa então a trabalhar em uma lanchonete enquanto se organiza novamente na vida. Lá simpatiza com uma garçonete, Mary Loomis (Meg Tilly) que logo se torna sua amiga. O que ele não desconfia é que ela tem uma forte ligação com seu passado violento!
“Psicose II” é uma continuação tardia do clássico de Alfred Hitchcock. Quando foi anunciado muitos acharam de muito mal gosto mexer com um enredo que havia marcado tanto na história do cinema americano. Mas como a Universal andava em uma crise financeira sem precedentes e tinha os direitos sobre os personagens de Psicose resolveu-se tentar ressuscitar todo aquele universo que tanto sucesso havia feito no passado. Assim Norman Bates ganhou a liberdade e voltou para seu sinistro motel de beira de estrada. O que mais chama a atenção aqui é a tentativa do roteiro em mexer com as neuroses de Bates de uma maneira pouco convencional. Existe um grupo de pessoas que querem que ele volte à insanidade para que seja encarcerado de novo. Também há uma sutil insinuação de que a mãe de Norman de fato é uma entidade do mal que ronda sua vida, não sendo apenas fruto de sua mente doentia. Algumas pontas ficam soltas na estória e certas situações soam forçadas demais (como o surgimento da “verdadeira” mãe de Norman Bates) mas de uma maneira em geral o filme consegue à duras penas se manter em um nível aceitável. A falta de Hitchcock se torna óbvia mas o diretor Richard Franklin faz o que é possível para preencher essa lacuna, inclusive usando de tomadas ousadas que repercutem muito bem no saldo final. Em termos de violência “Psicose II” é bem contido, existem apenas duas cenas mais explicitas mas que felizmente nunca caem no mal gosto. Assim temos um filme que a despeito de ser desnecessário pode vir a entreter aos fãs do filme original. Afinal de contas muita gente ficou curiosa no final de Psicose sobre o destino do personagem depois de todos aqueles acontecimentos.
Psicose II (Psicose II, Estados Unidos, 1983) Direção: Richard Franklin / Roteiro: Tom Holland, Robert Bloch / Elenco: Anthony Perkins, Vera Miles, Meg Tilly / Sinopse: Norman Bates (Anthony Perkins) volta para a liberdade após passar mais de 20 anos internado em um sanatório para criminosos insanos. Agora de volta à vida normal ele terá que lidar com seus próprios demônios interiores.
Pablo Aluísio.
Psicose II
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