quarta-feira, 21 de fevereiro de 2024

Dean Martin - Dream with Dean: The Intimate Dean Martin

Dean Martin - Dream with Dean: The Intimate Dean Martin
Dean Martin tinha uma voz maravilhosa. Aqui o cantor resolveu apostar em algo bem intimista. Ele gravou o álbum com apenas quatro  músicos ao seu lado, Ken Lane ao piano, Irv Cottler na bateria, Red Mitchell no baixo e Barney Kessel na guitarra (Kessel chegou a trabalhar com outros grandes nomes como Elvis Presley na década de 1960). Nada de orquestras e nada de arranjos mais sofisticados como era praxe em seus discos anteriores, já que Martin sempre seguiu os passos de Sinatra nesse aspecto. A ideia era mesmo mudar um pouco, produzindo algo bem intimista (o que fica bem claro na própria capa do álbum, com Martin ao lado da lareira com um cigarro em mãos, fazendo todo o charme possível, bem de acordo com sua imagem de Mr. Cool). Para produzir o disco na Capitol, Martin trouxe o produtor Jimmy Bowen, praticamente uma lenda do meio musical americano, tendo trabalhado com dezenas de cantores ao longo da carreira, entre eles o próprio Frank Sinatra, além de produzir grandes sucessos para Sammy Davis, Jr., Kenny Rogers, Hank Williams, Jr., The Oak Ridge Boys, Reba McEntire e George Strait. Era tão competente que Frank Sinatra o escalou para produzir os primeiros discos de sua filha, Nancy.

Esse álbum traz aquele que talvez seja o maior sucesso de toda a carreira de Dean Martin, a faixa "Everybody Loves Somebody". A história dessa canção é bem interessante pois quebrou a supremacia que os Beatles tinham nas paradas de sucesso da época. Foi uma das poucas canções americanas a tirarem do número 1 da Billboard gravações do grupo inglês que naquela época vivia a febre da Beatlemania. Reza a lenda que o próprio Dean Martin teria ligado para Elvis e dito em tom de piada que aquele era o jeito certo de enfrentar a invasão britânica nas rádios e paradas de sucesso. Tirando esses aspectos comerciais de lado, o que podemos dizer é que esse é certamente um disco maravilhoso, sob qualquer ângulo que se analise. A sonoridade em geral é de uma beleza ímpar, muito suave e delicada. O que sempre se sobressai é a excelente vocalização de Martin, com intervenções sutis da guitarra de Kessel, acompanhada da melodia do piano de Ken Lane, tudo intercalado por um baixo quase inaudível do talentoso Mitchell (que vinha do jazz). Nos Estados Unidos o álbum ganhou uma recente edição de luxo, simplesmente excepcional.

Dean Martin - Dream with Dean: The Intimate Dean Martin
1. I'm Confessin' (That I Love You) 
2. Fools Rush In 
3. I'll Buy That Dream 
4. If You Were The Only Girl 
5. Blue Moon 
6. Everybody Love Somebody 
7. I Don't Know Why (I Just Do) 
8. "Gimmie" A Little Kiss 
9. Hands Across The Table 
10. Smile 
11. My Melancholy Baby 
12. Baby Won't You Please Come Home.

Pablo Aluísio. 

3 comentários:

  1. Eu nem consigo imaginar o quanto a carreira no cinema ao lado do Jerry Lewis ajudou, ou atrapalhou a carreira de cantor do Dean Martin. E verdade que ele nunca conseguiu ser um cantor sofisticado e genial como o Frank Sinatra com seu inconfundível fraseado sincopado, mas tinha uma das mais belas vozes da sua época e presença de cena e carisma de sobra, excelente aparência e uma simpatia extraordinária. Pra mim sempre fica a impressão que poderia ter sido um cantor ainda maior do que foi.

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  2. Temos aqui um problema. Realmente as comédias ao lado de Jerry Lewis prejudicaram sua carreira como cantor. Eu vejo dessa forma. Por outro lado ele só se tornou famoso por causa desses filmes. Então o Dean Martin realmente ficou preso nessa armadilha a vida toda.

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