sábado, 15 de abril de 2023

Cidadão X

Título no Brasil: Cidadão X 
Título Original: Citizen X
Ano de Lançamento: 1995
País: Estados Unidos
Estúdio: HBO Films
Direção: Chris Gerolmo
Roteiro: Robert Cullen, Chris Gerolmo
Elenco: Stephen Rea, Donald Sutherland, Max von Sydow, Jeffrey DeMunn, Joss Ackland, John Wood

Sinopse:
O filme conta a história real do serial killer Andrei Chikatilo. Durante o regime soviético ele começou a matar crianças, adolescentes e mulheres que conhecia em estações de trem por toda a União Soviética. Inicialmente sua existência era dada como um constrangimento internacional para o regime comunista que chegava a negar até mesmo a existência desse tipo de monstro em sua sociedade. 

Comentários:
Filmaço! Chego inclusive a escrever que esse foi sem dúvida um dos melhores filmes de assassinos em série que assisti em minha vida. Além da história desse psicopata ser muito interessante do ponto de vista criminológico (indico inclusive para estudantes de direito), devo dizer que o cenário político e o contexto histórico onde tudo aconteceu tornou ainda mais relevante esse enredo. O psicopata Andrei Chikatilo foi um dos mais infames criminosos da história do século XX. Seus crimes eram horrendos e hediondos. Só que tudo esbarrava no próprio sistema do regime soviético, que tentava esconder tudo para não manchar a reputação da União Soviética, uma vez que a propaganda oficial dizia que esse tipo de assassino era coisa do decadente regime capitalista do Ocidente. Com isso os policiais, que eram bons profissionais, enfrentavam não apenas os desafios comuns desse tipo de investigação, como também um certo boicote oficial das autoridades soviéticas. E nesse impasse se criava uma situação surreal. Enfim, ótimo filme, com elenco acima da média e roteiro primoroso. Altamente recomendado. 

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 14 de abril de 2023

Alerta Lobo

Título no Brasil: Alerta Lobo
Título Original: Le chant du loup
Ano de Lançamento: 2019
País: França
Estúdio: Pathé
Direção: Antonin Baudry
Roteiro: Antonin Baudry
Elenco: François Civil, Omar Sy, Mathieu Kassovitz, Reda Kateb, Jean-Yves Bertelo, Damien Bonnard

Sinopse:
Submarino nuclear da Marinha da França recebe ordens para iniciar um ataque nuclear à Rússia, depois que um míssil supostamente russo foi disparado em direção ao território francês. Após a ordem presidencial não se pode mais voltar atrás, só que na realidade se trata de um alarme falso! Como agora se impedirá esse ataque?

Comentários:
Filme muito bom. Uma das coisas que mais me surpreenderam aqui foi saber da existência de um protocolo militar de ataque nuclear que impede que uma ordem presidencial seja revogada! Como assim?! Que absurdo sem tamanho! Justifica-se tal procedimento para evitar serviços de contrainformação do inimigo. No filme bate o desespero no governo e do alto comando militar francês quando se descobre que a ordem foi dada, mas que tudo não passa de um alarme falso. Como deter um ataque que por protocolos de segurança não pode ser cancelado? No desespero da situação, a Marinha envia então um submarino convencional para atacar o submarino nuclear que vai disparar os mísseis atômicos em direção à Rússia! Situação no limite, mas que infelizmente pode vir a se tornar realidade, ainda mais nos dias atuais quando vemos as tensões internacionais aumentarem a um nível crítico entre os países ocidentais e a Rússia. O mundo certamente pode estar por um fio! 

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 13 de abril de 2023

Triângulo da Tristeza

Título no Brasil: Triângulo da Tristeza
Título Original: Triangle of Sadness
Ano de Lançamento: 2022
País: Estados Unidos
Estúdio: Imperative Entertainment
Direção: Ruben Östlund
Roteiro: Ruben Östlund
Elenco: Woody Harrelson, Harris Dickinson, Charlbi Dean, Dolly De Leon, Vicki Berlin, Alicia Eriksson

Sinopse:
Um casal de jovens modelos ganha uma viagem de graça em um iate de luxo. Tudo para promover o turismo no barco em suas redes sociais. O resto dos passageiros é formado por gente rica e idosa, bem ao contrário deles mesmos, que são jovens e duros. E o pior acontece quando a embarcação é atacada por piratas dos nossos dias. Na ilha vão acabar testando os limites das classes sociais. 

Comentários:
Mais um dos concorrentes ao Oscar na categoria de melhor filme. É o nono que assisto da lista de dez. Um exagero ter dez filmes concorrendo na principal categoria. Desvaloriza o próprio prêmio. Então o que temos aqui é praticamente uma comédia. O filme é dividido em partes (divisões mal feitas, ao meu ver). Tem uma parte inicial mostrando um casal de jovens modelos. A segunda parte mostra a viagem no iate de luxo e finalmente na parte final temos todos aqueles personagens boçais tentando sobreviver numa ilha. A minha preferida é a segunda parte, justamente a que optou mais pelo lado do humor. Tem uma cena em particular, a do jantar do capitão, que eu dei boas gargalhadas. Risos que nascem do absurdo da situação com todos aqueles idosos ricaços vomitando horrores em seus pratos finos. Nonsense puro! O ator Woody Harrelson interpreta o capitão do navio, um sujeito que vive bêbado, mas que tem que aguentar a chatice daquela gente rica e vazia. Depois que o iate é atacado por piratas (parecem ser da Somália) o filme decai. A parte da ilha é chata e tenta provar seu ponto de vista social. Melhor mesmo foi ver as cenas que apostaram no humor. São bem divertidas.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 12 de abril de 2023

Elvis Presley - Elvis' Christmas Album - Parte 5

"(There'll Be) Peace in the Valley (For Me)" foi escrita e composta por Thomas Andrew Dorsey na primeira metade do século XX. Esse músico tem uma história interessante. Ele nasceu em uma família muito religiosa no chamado cinturão bíblico do sul dos Estados Unidos. Só que ele ganhava a vida mesmo cantando e tocando blues, a música do Diabo. Esse dualismo iria perdurar durante toda a sua carreira. E essa música foi um de seus maiores sucessos em vida e se tornou ainda mais conhecida depois que Elvis a gravou e a apresentou em um popular programa de TV nos anos 50, na mesma noite em que ele cantou "Don't Be Cruel" para todo o país. 

"It Is No Secret (What God Can Do)" é outra canção gospel que entrou nesse disco natalino. Curiosamente a RCA Victor só decidiu colocá-la no disco no último momento, poucas horas antes do álbum começar a ser prensado nas fábricas da multinacional. O produtor Steve Sholes acreditava que ela deveria ser melhor trabalhada pois não tinha ficado contente com a gravação original. Só que na pressão e na pressa de se colocar o disco até dezembro nas lojas, para aproveitar as vendas de fim de ano, decidiu-se finalmente por inclui-la no disco. 

Elvis' Christmas Album foi um grande sucesso de vendas e surpreendeu muita gente, inclusive a própria RCA Victor e Elvis. Ninguém poderia supor que iria vender tanto. No máximo acreditava-se que iria vender bem, gerar um pequeno lucro e melhorar a imagem de Elvis perante os mais velhos. Só que no final de tudo acabou se tornando o álbum mais vendido de sua carreira até aquele momento, superando as vendas do primeiro LP, do segundo e da trilha sonora de "Loving You"! 

Para se ter uma ideia melhor do sucesso comercial do LP basta dizer que ele só iria ser superado em 1961 quando chegou nas lojas de discos a trilha sonora do filme "Feitiço Havaiano" (Blue Hawaii). Acompanhando o grande êxito comercial do filme, essa trilha havaiana de Elvis vendeu milhões de cópias, superando finalmente o disco natalino de 1957. Nos anos seguintes o Coronel Parker iria sempre sugerir a Elvis a gravação de um novo disco de Natal, mas ele sempre arranjava um jeito de não gravar nada nesse estilo, só concordando com o empresário em 1971 quando finalmente entraria em um estúdio para gravar seu segundo disco natalino. Só que essa é uma outra história...

Pablo Aluísio.

terça-feira, 11 de abril de 2023

10 Curiosidades sobre o filme Rio Bravo - Onde Começa o Inferno

1. John Wayne e o diretor Howard Hawks viam o filme como uma resposta ao clássico do western "Matar ou Morrer" com Gary Cooper. Eles entendiam que um verdadeiro homem da lei, um xerife do velho oeste, jamais iria pedir ajuda para a população civil, ele iria resolver tudo apenas com a ajuda de outros auxiliares da lei. 

2. Gary Cooper soube das críticas de John Wayne ao seu filme e ficou bem aborrecido com elas. Após assistir a "Rio Bravo" não deixou de alfinetar o filme, dizendo a um jornalista de Hollywood que o novo filme de John Wayne tinha uma história tão falsa que ninguém iria acreditar nela. A relação entre os dois astros ficaria abalada depois disso. 

3. O diretor Howard Hawks queria Elvis Presley para completar o trio principal de atores que ainda contaria com John Wayne e Dean Martin. O próprio cantor ficou entusiasmado com a ideia, mas tudo foi em vão. Seu empresário, o Coronel Tom Parker. pediu um cachê muito alto para Elvis estar no filme. Também exigiu participação nos lucros da bilheteria nos cinemas. O estúdio assim não quis assinar o contrato. 

4. E no final de tudo Elvis não poderia mesmo fazer o filme pois foi convocado para servir ao exército americano dois meses antes do começo das filmagens. 

5. Dean Martin queria muito fazer o filme, mas o diretor Hawks não estava muito certo disso. Então o cantor fretou um avião para trazê-lo a Las Vegas onde ele estava se apresentando em um cassino. Também fez questão que o diretor tivesse todas as suas contas pagas por ele. 

6. Após alguns encontros Hawks finalmente aceitou Dean Martin no elenco do filme, principalmente depois de vê-lo bêbado nos corredores de um cassino em Las Vegas. Era o tipo perfeito para o personagem do filme que iria interpretar. 

7. O diretor Howard Hawks não queria o ídolo adolescente Ricky Nelson no elenco do filme, mas como Elvis estava fora, ele acabou aceitando a sugestão do estúdio. O cineasta achava o rapaz muito jovem e muito suave para estar em um filme de western como aquele. No final admitiu que ele ajudou bastante na promoção do filme, principalmente entre o público mais jovem. 

8. O filme foi um grande sucesso de público e crítica, batendo recordes de bilheteria em seu primeiro final de semana em exibição nos Estados Unidos. Todo o elenco e equipe compareceram na estreia do filme em Los Angeles. 

9. John Wayne passou mal durante as filmagens. Já era um sinal de que havia algo errado com sua saúde. Anos depois ele finalmente iria procurar um médico. Estava com câncer de pulmão. Só que durante as filmagens ainda não sabia disso e continuou fumando um cigarro atrás do outro entre as cenas. Era um fumante inveterado. 

10. Dean Martin foi bem convincente em seu personagem. Ele, em algumas cenas, realmente estava cansado e com grande ressaca. Bebia muito e saía de shows em Las Vegas direto para o aeroporto, viajando de noite para trabalhar no outro dia em Hollywood. Foi uma fase muito cansativa para ele, viajando praticamente todas as noites, trabalhando como cantor à noite e como ator de dia. 

Pablo Aluísio.

A Batalha da Grã-Bretanha

Título no Brasil: A Batalha da Grã-Bretanha
Título Original: Battle of Britain
Ano de Lançamento: 1969
País: Reino Unido
Estúdio: United Artists
Direção: Guy Hamilton
Roteiro: James Kennaway, Wilfred Greatorex
Elenco: Michael Caine, Laurence Olivier, Christopher Plummer, Trevor Howard, Harry Andrews, Curd Jürgens, Susannah York

Sinopse:
Reconstituição histórica da guerra aérea nos primeiros dias da Segunda Guerra Mundial pelo controle dos céus da Grã-Bretanha, quando a Luftwaffe e a Royal Air Force decidiram se uma invasão das ilhas britânicas seria possível do ponto de vista estratégico. Filme indicado no BAFTA Awards.

Comentários:
Esse excelente filme mostra um dos momentos mais decisivos durante a II Guerra Mundial. Hitler havia ordenado que a força aérea da Alemanha começasse uma intensa linha de ataques nas principais cidades da Inglaterra. Caso a operação se tornasse bem sucedida, Hitler tinha planos para invadir as ilhas britânicas. Essa batalha da Inglaterra foi um momento chave na guerra, pois a resistência dos ingleses contra esses ataques foi essencial para curvar os planos do ditador nazista. O filme tem um elenco realmente espetacular, contando apenas com os melhores atores ingleses daquela geração. Também merecem elogios o roteiro que procura ser o mais fiel possível aos fatos históricos. Os produtores encaravam esse filme não apenas como mais uma produção sobre a segunda guerra mundial, mas também como  uma homenagem aos bravos homens que lutaram e morreram nessa batalha nos ares ingleses, onde muito se decidiu sobre os rumos da guerra dali em diante. 

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 10 de abril de 2023

Frenesi

Título no Brasil: Frenesi
Título Original: Frenzy
Ano de Lançamento: 1972
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Alfred Hitchcock
Roteiro: Arthur La Bern, Anthony Shaffer
Elenco: Jon Finch, Barry Foster, Barbara Leigh-Hunt, Alfred Hitchcock, Anna Massey, Billie Whitelaw

Sinopse:
Uma série de crimes de um assassino em série assombra Londres. Esse serial killer mata suas vítimas, em especial mulheres, as enforcando com uma gravata. A polícia começa as investigações, mas começa a focar na pessoa errada, pensando ser um inocente o verdadeiro assassino. Filme indicado ao Edgar Allan Poe Awards.

Comentários:
Esse foi o penúltimo filme do mestre Alfred Hitchcock. Não foi bem recebido pela crítica na época de seu lançamento original, mas ainda assim, pela força do nome do diretor, conseguiu se sair bem nas bilheterias americanas e inglesas. Eu vejo as críticas mais mordazes a esse filme como muito injustas. Veja, o diretor já estava bem avançado na idade. Muito idoso, obviamente teve problemas em dirigir com a mesma eficiência dos anos passados. Obviamente esse fator deveria ter sido levado em conta por aqueles que malharam o filme. São bem hipócritas mesmo. De qualquer forma, mesmo com o peso da idade, o mestre fez um filme muito digno e realmente muito bom. Quem é gênio do cinema, sempre será, não tem jeito. Há um bom desenvolvimento da história, que tem seu próprio tempo, sem pressa e com um elenco afiado. Eu também costumo dizer que filmes sobre assassinos seriais sempre são bons, pois o tema é muito rico para o cinema. Só um roteiro muito ruim poderia estragar esse tipo de cinema. O que obviamente não acontece nessa produção. Além disso, Hitchcock jamais falha naquilo que lhe era mais precioso: o uso do suspense no fio condutor de sua narrativa. Nisso ele ainda era um mestre absoluto da sétima arte. 

Pablo Aluísio.

A Condessa de Hong Kong

Título no Brasil: A Condessa de Hong Kong
Título Original: A Countess from Hong Kong
Ano de Lançamento: 1967
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Charles Chaplin
Roteiro: Charles Chaplin
Elenco: Marlon Brando, Sophia Loren, Sydney Chaplin, Charles Chaplin, Tippi Hedren, Patrick Cargill

Sinopse:
Um diplomata norte-americano se surpreende numa viagem de cruzeiro quando descobre em uma cabine, escondida, uma mulher que se diz condessa russa, mas será mesmo que ela estaria dizendo a verdade? Comédia de costumes dirigida pelo mestre do cinema e do humor Charles Chaplin. 

Comentários:
Até os maiores gênios do cinema possuem seus tropeços. O maior tropeço da filmografia de Charles Chaplin veio nessa comédia sem graça com um elenco que era muito popular na época, mas que definitivamente não deu certo em cena. Foi uma má ideia do diretor (naquela época já bem idoso) chamar Marlon Brando para atuar no filme. Ele nunca foi comediante na vida, não tinha talento para o humor, algo reconhecido pelo próprio. Só aceitou fazer o filme porque afinal o convite partiu de Chaplin e ele tinha muito interesse em ser dirigido por um dos maiores gênios do cinema na história. Só que as boas intenções iniciais na realização desse projeto foram em vão. O filme é ruim de doer, realmente constrangedor. O roteiro apresenta um tipo de humor que já naquela época era muito ultrapassado. Chaplin usando de gags da era do cinema mudo errou e errou feio. Não demorou muito e o próprio Marlon Brando entendeu que o filme iria afundar, tanto que ele anos depois o chamou de "meu maior desastre na carreira". Pois é, mesmo com os melhores profissionais, um filme pode fracassar de forma absoluta. Basta ter os atores errados ser lançado na época errada. Esse filme provou essas duas coisas de forma excepcional. 

Pablo Aluísio.