sábado, 8 de setembro de 2018

Inverno Rigoroso

Filme de ação que começa como drama familiar. O enredo mostra esse pai interpretado pelo ator Joel Kinnaman (o RoboCop da nova versão para o cinema) que leva seus filhos para uma caçada na montanha. Tempo de inverno, muita neve. Ele é divorciado da mãe dos garotos que agora é casada com um sujeito endinheirado. Uma situação complicada, já que ele próprio está desempregado. Mesmo assim ele deseja ensinar os filhos a caçarem com um rifle em um lugar bem isolado. Os problemas começam logo, já que o carro fica preso na estrada e a partir daí as coisas só vão piorando a cada momento. É um bom filme, valorizado pela bela fotografia. Claro, para os americanos aquele mar de neve, onde tudo parece branco e selvagem, não apresenta grande interesse, mas para nós, brasileiros, que nunca vimos neve na vida é um ponto a favor do filme. O visual da natureza é muito bonito.

A violência e a luta pela sobrevivência também vai agradar aos que curtem esse tipo de enredo. Andar com armas de fogo é algo normal dentro da sociedade americana. Ensinar os filhos a atirarem, mesmo quando eles ainda são menores de idade, aparece na tela como algo natural, como uma tradição dos Estados Unidos que passa de pai para filho. O que acontece depois, mesmo sendo ficção, não foge em nada da normalidade daquele modo de vida. No alto do inverno, no frio intenso, o único calor vem do cano fumegante de uma arma de fogo.

Inverno Rigoroso (Edge of Winter, Estados Unidos, 2016) Estúdio: Sony Pictures / Direção: Rob Connolly / Roteiro: Rob Connolly, Kyle Mann / Elenco: Joel Kinnaman, Tom Holland, Percy Hynes White, Shaun Benson, Shiloh Fernandez, Rachelle Lefevre / Sinopse: Pai leva os filhos para caçar no alto de uma montanha gelada e uma vez lá descobre que precisará lutar em um jogo de vida ou morte.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 7 de setembro de 2018

No Escuro da Floresta

Duas irmãs ficam isoladas em uma casa no meio da floresta quando acaba a energia e o uso de tecnologia. Elas não sabem exatamente o que estaria acontecendo, mas conforme o tempo passa as duas obviamente chegam na conclusão de que algo muito sério está acontecendo no país, embora isoladas não consigam descobrir a verdadeira razão. Assim, aos poucos, elas precisam sobreviver, usando para isso métodos antigos de sobrevivência. Nell (Ellen Page) é a mais durona, a mais pragmática, aquela que está disposta a fazer qualquer coisa para sair daquela situação. Sua irmã Eva (Evan Rachel Wood) não tem a mesma força de vontade, a mesma garra e logo cai em um estado de melancolia e depressão.

O filme procura mostrar que mesmo o ser humano moderno, rodeado de tecnologia por todos os lados, mantém seus instintos de sobrevivência, atreladas às gerações mais primitivas. A volta ao mundo natural é o principal aspecto que esse roteiro quer explorar. De volta a um planeta sem qualquer ajuda tecnológica as duas garotas precisam sobreviver a cada dia, seja de que forma for.

Por fim, temos que elogiar as atrizes Ellen Page e Evan Rachel Wood. Elas estão sozinhas em praticamente todas as cenas. Isso fica ainda mais óbvio para Page, que tem uma presença física pequena, de baixa estatura, mas que supera isso tudo para ajudar a irmã. Por falar nela chega a ser estranho ver Evan Rachel Wood como uma mulher frágil, logo ela, que estamos acostumados a ver como a Dolores de "Westworld". Enquanto na famosa série ela é uma cowgirl boa de tiro e exterminadora de humanos, aqui ela é a parte fraca da dupla de irmãs.

No Escuro da Floresta (Estados Unidos, Canadá, 2015) Estúdio: Elevation Pictures / Direção: Patricia Rozema / Roteiro: Patricia Rozema, baseada na novela de Jean Hegland / Elenco: Ellen Page, Evan Rachel Wood, Max Minghella, Callum Keith Rennie, Michael Eklund, Wendy Crewson / Sinopse: Duas irmãs presas no meio da floresta, sem tecnologia ou apoio do mundo exterior, tentam sobreviver usando para isso de técnicas de sobrevivência ancestrais.

Pablo Aluísio.

Sobrenatural: A Última Chave

Essa é outra das franquias milionárias de Hollywood no gênero terror. Só para se ter uma ideia, esse quarto filme da série custou meros 10 milhões de dólares e já faturou mais de 300 milhões nos Estados Unidos e mercado internacional. Com uma lucratividade dessas não haveria como abandonar a produção de novos filmes. Para manter o interesse do espectador os roteiristas apostaram agora em desenvolver as histórias de personagens secundários dos filmes anteriores. Assim a história volta aos anos 50 mostrando a infância de Elise Rainier. Filha de um pai abusivo e violento, ela desde muito criança vê vultos e fantasmas andando pela casa. Um dia algo maior se manifesta e muda sua vida para sempre.

Então o filme dá um salto no tempo e quando a reencontramos já estamos nos tempos atuais. Agora uma senhora, ela forma uma pequena equipe para ir em casas onde eventos sobrenaturais acontecem A questão é que seu novo cliente mora justamente na velha casa de infância de Elise, abrindo um portal para que ela finalmente possa compreender tudo o que lhe aconteceu anos atrás.

O roteiro é interessante. Não diria que está alguns pontos acima da média dos outros filmes de terror da atualidade, mas tem aspectos ao menos inteligentes. Um deles é aquele que explora o fato de que entidades sobrenaturais que caminham na escuridão se alimentam de ódio e ira. Isso é bem explorado quando Elise finalmente atravessa para o outro lado, o espiritual. Claro que para fazer sentido ao espectador tudo é apresentado como uma grande alegoria do mundo real, embora tenha aspectos bem construídos por trás. O design do tal demônio não é muito bom, em minha opinião, mas como o que vale mesmo e a metáfora do que está acontecendo, penso que tudo ficou muito bem realizado.

Sobrenatural: A Última Chave (Insidious: The Last Key, Estados Unidos, 2018) Direção: Adam Robitel / Roteiro: Leigh Whannell / Elenco: Lin Shaye, Leigh Whannell, Angus Sampson / Sinopse: Elise Rainier (Lin Shaye) é uma senhora que lida com poderes sobrenaturais que acaba aceitando o convite para voltar para sua velha casa onde passou a infância para ao lado de seus dois assistentes analisar o que estaria acontecendo em seu interior.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 6 de setembro de 2018

A Irmandade

Título no Brasil: A Irmandade
Título Original: The Order
Ano de Produção: 2001
País: Estados Unidos
Estúdio: Millennium Films
Direção: Sheldon Lettich
Roteiro: Les Weldon, Jean-Claude Van Damme
Elenco: Jean-Claude Van Damme, Sofia Milos, Charlton Heston, Brian Thompson, Ben Cross, Vernon Dobtcheff

Sinopse e comentários:
Esse filme de ação que não fez muito sucesso tem suas curiosidades. A primeira delas vem do elenco. Quem poderia supor que um dos maiores mitos da história do cinema americano, o mito Charlton Heston, iria terminar seus dias como coadjuvante de Jean-Claude Van Damme? Chocante, não é mesmo?

O outro aspecto digno de nota é que o roteiro foi escrito pelo próprio ator Jean-Claude Van Damme. Ele só não assumiu a direção porque estava enfrentando um sério problema com drogas, algo que iria quase acabar com sua carreira. De resto é aquela coisa, um filme de ação genérico que foi prejudicado ainda mais por causa dos problemas de seu astro principal. Ninguém passa por uma dependência química sem ter que pagar um preço caro por isso!

Pablo Aluísio.

Vamos Nessa

Título no Brasil: Vamos Nessa
Título Original: Go
Ano de Produção: 1999
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Doug Liman
Roteiro: John August
Elenco:  Sarah Polley, Jay Mohr, Scott Wolf, Desmond Askew, Nathan Bexton, Robert Peters

Sinopse e comentários:
Filme juvenil apenas mediano que conta a história de três amigos que decidem ir até Las Vegas e aí, bem, já sabemos... muita festa, muitos exageros e muitas drogas. O ideal de diversão dos jovens americanos sempre passa mesmo pelo abuso de drogas, por isso o país é o maior mercado consumidor de narcóticos de todo o mundo.

Curiosamente esse filme, que assisti há muitos anos, foi completamente esquecido atualmente. No elenco nenhum grande astro, apenas a presença do ator Scott Wolf que nos anos 90 fez sucesso com a série também jovem "O Quinteto". Fora isso nada mesmo muito digno de nota. Seja bem-vindo ao limbo do esquecimento de filmes que passaram e não marcaram em nada, na vida de ninguém. Vamos nessa então... esquecer o filme também! 

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 5 de setembro de 2018

Tully

A outrora bela Charlize Theron se despe de todo o charme e sensualidade para representar o papel de uma mãe comum, com três filhos para criar, tendo que resolver muitos problemas do cotidiano todos os dias. Para quem foi um dos grandes símbolos sexuais do cinema nos últimos anos não poderia haver mudança mais radical. Bom para ela que demonstra assim ser uma grande atriz (algo que todos os cinéfilos já sabiam desde "Monster"). Pois bem, no papel de Marlo ela apresenta a rotina estafante de uma mãe. Com dois filhos para criar ela acaba ficando grávida de um terceiro filho não planejado. Quando nasce o novo bebê seu irmão mais velho (e mais rico) lhe aconselha a contratar uma babá que trabalhe no período noturno para que ela possa dormir e aguentar a rotina do dia seguinte.

Assim chega Tully (Mackenzie Davis), a Babysitter. Ela realmente é um alívio na vida da mãe que agora pode dormir tranquilamente durante a noite, mesmo quando o bebê chora. O filme segue uma linha mais tradicional até mais ou menos no final, quando as duas sofrem um acidente de carro. A partir daí o roteiro traz algumas surpresas para o espectador, separando finalmente o que era realidade do que era apenas delírio de uma mente sufocada por um rotina estressante e muitas vezes sem sentido. O filme tem o mérito de explorar o sofrimento que também se faz presente quando uma mulher decide se casar e ter muitos filhos, no caso da personagem do filme, três crianças, algo acima da média na sociedade americana. No geral é um bom filme, porém para os fãs da Charlize Theron como sex symbol vai ser bem decepcionante vê-la na tela como um dona de casa com problemas de obesidade, sem nenhum charme ou apelo de sensualidade.

Tully (Estados Unidos, 2018) Direção: Jason Reitman / Roteiro: Diablo Cody / Elenco: Charlize Theron, Mackenzie Davis, Ron Livingston, Asher Miles Fallica / Sinopse: Com roteiro baseado nas experiências pessoais da roteirista Diablo Cody, o filme conta a história de uma mãe de três filhos que precisa lidar com o stress do dia a dia, tendo que ajudar o filho mais velho nos problemas na escola, enquanto contrata uma babá para ficar durante o período noturno com seu bebê recém nascido. No meio de tanto stress ela acaba confundindo realidade com delírios de sua própria mente.

Pablo Aluísio.

Christopher Reeve: Uma Celebração de Esperança

Esse é um documentário que foi lançado alguns anos antes da morte do ator Christopher Reeve, o eterno Superman do cinema. Como se sabe ele sofreu um sério acidente enquanto cavalgava. Seu cavalo parou de forma repentina ao se deparar com um obstáculo. Com isso Reeve foi jogado por cima do pescoço do animal. Na queda acabou fraturando um osso essencial em sua coluna. Com isso ficou tetraplégico. No documentário o ator mostra sua vida após o acidente. Ele é filmado interagindo com sua esposa e seus filhos, velejando no mar, aproveitando uma manhã de fisioterapia na piscina, enfim, tentando levar uma vida normal.

Além de tentar romper com o estigma que paira sobre pessoas paralíticas, o filme também tinha um objetivo bem claro: arrecadar fundos para a fundação do ator, que financiava pesquisas com células tronco, numa tentativa da ciência em trazer os movimentos para pessoas que estivessem na mesma situação. Infelizmente não houve tempo suficiente e o ator morreu por complicações respiratórias em outubro de 2004. Em determinado momento do documentário Reeve acabava reconhecendo que talvez nunca mais voltasse a andar. Porém também deixava claro que isso no final isso não importaria tanto pois sua fundação iria seguir em frente, mesmo após sua morte, o que de fato aconteceu.

Christopher Reeve: Uma Celebração de Esperança (Christopher Reeve: A Celebration of Hope, 1998) Direção: Louis J. Horvitz / Roteiro: David Leaf, Stephen Pouliot / Elenco: Christopher Reeve, Nancy Becker-Kennedy, Mary Chapin Carpenter, Deana Carter / Sinopse: O filme mostra a luta de todos os dias do ator Christopher Reeve que após sofrer um grave acidente ficou impossibilitado de andar e mover suas mãos.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 4 de setembro de 2018

Ferrari 312B

Esse é um documentário especialmente indicado para quem é apaixonado por automobilismo e Fórmula 1. Ele mostra um desafio enfrentado por engenheiros e mecânicos dos dias atuais que decidem restaurar e reconstruir o modelo Ferrari 312B que disputou o campeonato de fórmula 1 de 1970. Esse carro foi considerado revolucionário porque acabou se tornando uma ponte de transição entre os antigos modelos vintage dos primórdios da categoria, todos em design charuto, e os modernos carros de velocidade da F1. Realmente era um modelo bastante inovador, principalmente em seu desenho industrial, um marco.

Enquanto o carro vai sendo reconstruído vários nomes importantes da F1 vão dando depoimentos, em especial a do piloto Niki Lauda que teve parte do corpo queimado após um acidente durante um grande prêmio. Aliás a questão da segurança precária é mostrada em detalhes, através de imagens reais das corridas da época, onde o público ficava literalmente à beira da pista vendo os carros passarem em alta velocidade e nos acidentes que acabavam transformando os carros em verdadeiras tochas de fogo! Eram tempos mais românticos e perigosos da Fórmula 1, resgatado com sucesso por esse documentário mais do que interessante. Se a Fórmula 1 é do seu interesse, não deixe de assistir.

Ferrari 312B (Ferrari 312B: Where the Revolution Begins, Inglaterra, Itália, 2017) Direção: Andrea Marini / Roteiro: Andrea Marini / Elenco: Paolo Barilla, Niki Lauda, Damon Hill, Jacky Ickx, Jackie Stewart, Gerhard Berger, Bob Constanduros / Sinopse: Documentário sobre um grupo de engenheiros e mecânicos industriais que decide reconstruir um antigo modelo da F1, o carro de corridas Ferrari 312B que a escuderia italiana usou no campeonato mundial de fórmula 1 de 1970. 

Pablo Aluísio.