quinta-feira, 5 de abril de 2012

Bel Ami: O Sedutor

Georges Duroy (Robert Pattinson) é um ex soldado que chega a Paris no Século XIX. Filho de camponeses pobres ele acaba encontrando ajuda em um oficial que lutou ao seu lado nas areias do deserto da Argélia. Esse lhe arranja um emprego como jornalista em um jornal Parisiense. Aos poucos porém percebe que o verdadeiro talento de Georges não é com as letras mas sim com as diversas conquistas femininas que vai fazendo na elite da cidade. Se relacionando por interesse com várias mulheres ele vai construindo sua fortuna pessoal ao mesmo tempo em que vai se aproveitando das damas da sociedade que encontra pela frente. "Bel Ami" (denominação de "bom amigo" em francês) foi baseado em um famoso livro do escritor francês Guy de Maupassant publicado em 1885. Nele o autor fazia uma crônica sobre o mundo da alta elite francesa, seus casamentos de fachada e o hábito que certas mulheres casadas tinham em manter jovens pobres e bonitos como seus amantes ocasionais. Um retrato nada lisonjeiro da hipocrisia reinante nas chamadas famílias de alta linha da capital francesa. No filme Robert Pattinson interpreta um personagem que foi baseado em muitos desses "Bons Amigos" que circulavam nos melhores salões, frequentavam os melhores bailes mas que no fundo não passavam de gigolôs das madames de Paris.

O livro original é um texto detalhista, focado em pequenos costumes da época que hoje soam despercebidos. E aí começam os problemas do filme Bel Ami. Em pouco mais de 100 minutos o roteiro não consegue dar conta de tantos eventos e detalhes do romance que lhe deu origem. A produção certamente é rica e bonita mas o roteiro é mal escrito, indo aos tropeços onde os fatos vão acontecendo de forma desordenada, atropelada, sem dar tempo ao espectador de assimilar tudo o que acontece na trama. Certamente o texto se sairia melhor em uma minissérie. Como filme tudo terminou ficando truncado, sem fluência. No elenco o destaque é claro vai para Robert Pattinson. É ele o chamariz de bilheteria por causa da franquia de grande sucesso Crepúsculo. Hollywood há tempos vem tentando emplacar o ator em outros filmes. Aqui certamente deram um passo maior do que a perna. Pattinson não tem preparo suficiente para encarar um personagem desses. Um papel que exige muito do intérprete pois a personalidade de Georges Duroy é bastante complexa. Esses tipos eram homens charmosos, especialistas em conquistar a alma feminina. Eram grandes mentirosos e faziam da enganação uma fina arte. Pattinson não consegue atingir esse patamar, não consegue dar esse tipo de alma a Duroy em cena. Sua interpretação é muito irregular e vazia. Sua partner em cena, Cristina Ricci, se sai muito melhor do que ele. Nas cenas em que contracenam é nítido o desnível de qualidade em suas performances. Ricci se entrega de corpo e alma ao seu papel enquanto Pattinson fica apático, apagado, olhando para o horizonte vazio. Com Pattinson mal tudo acaba desandando. Embora a produção seja de primeira linha o filme vai perdendo o interesse até cair no marasmo completo. O espectador simplesmente perde interesse pelos personagens e isso leva à morte de qualquer obra cinematográfica. Uma pena, o material original era muito promissor mas o filme não está à sua altura, infelizmente.

Bel Ami - O Sedutor (Bel Ami, Estados Unidos, 2012) Direção: Declan Donnellan, Nick Ormerod / Roteiro: Rachel Bennette baseado no romance de Guy de Maupassant / Elenco: Robert Pattinson, Uma Thurman, Kristin Scott Thomas, Christina Ricci, Kristin Scott Thomas, Holliday Grainger / Sinopse: Jovem usa de sua beleza física para manipular e explorar damas da alta sociedade Parisiense no século XIX.

Pablo Aluísio.

Anáguas a Bordo

Oficial da Marinha Americana (Cary Grant) é designado para comandar velho submarino precisando de reparos. Como o sistema de provisões da marinha americana não funciona de forma adequada ele tem que contar com os inúmeros cambalachos do tenente Holden (Tony Curtis) que providencia tudo que a velha lata de sardinha do mar precisa para voltar a funcionar de forma eficiente. É uma comédia típica do final dos anos 50, tudo muito inofensivo e sem maiores consequências. O roteiro ainda aproveita para explorar o fato do submarino resgatar várias mulheres da Marinha que se encontravam à deriva numa ilha do pacífico. Obviamente que existem muitas e muitas piadinhas que envolvem a chamada guerra dos sexos (os marinheiros há muito tempo sozinhos no mar não perdem a chance de dar em cima das garotas). Cary Grant é o comandante do navio que chega inclusive a ser pintado de cor de rosa por falta de uma tinta de cor adequada. Já Tony Curtis desfila seu papel típico - o sujeito boa pinta, levemente cafajeste que dá em cima de todas e nas horas vagas surrupia algum objeto de propriedade da Marinha americana para consertar o submarino Sea Tiger.

"Anáguas a Bordo" não é uma comédia de dar gargalhadas. Claro que o bom humor está presente em várias cenas mas de maneira em geral nada desbanca para o pastelão ou algo parecido. O diretor Blake Edwards está bem contido e muito longe de alguns de seus futuros trabalhos onde ele assumidamente adotaria uma postura exagerada, cartunesca mesmo. Aqui o humor é de pequenos sorrisinhos e não de tortas na cara dos personagens (como ele inclusive faria em futuras parcerias com Tony Curtis). Enfim, vale a pena conhecer esse que foi um dos maiores clássicos da "Sessão da Tarde" nos anos 70 e 80.

Anáguas a Bordo (Operation Petticoat, Estados Unidos, 1959) Direção: Blake Edwards / Roteiro:: Stanley Shapiro e Maurice Richlin / Com Cary Grant, Tony Curtis e Joan O'Brien / Sinopse: Oficial da Marinha Americana (Cary Grant) é designado para comandar velho submarino precisando de reparos. Como o sistema de provisões da marinha americana não funciona de forma adequada ele tem que contar com os inúmeros cambalachos do tenente Holden (Tony Curtis) que providencia tudo que a velha lata de sardinha do mar precisa para voltar a funcionar de forma eficiente.

Pablo Aluísio. 

Sonâmbulos

Alguns filmes perdem muito em uma revisão, principalmente quando o assistimos novamente muitos anos depois. Foi o caso desse "Sonâmbulos". Da primeira vez que vi gostei da trilha sonora (dos anos 50/60 que adoro), do romance juvenil da primeira parte do filme e até mesmo dos efeitos visuais. Além do mais o filme tinha a assinatura de Stephen King, que sempre foi sinal de obras no mínimo medianas (regra que após alguns anos iria abaixo). O diretor era Mick Garris que vinha de vários trabalhos na TV, onde havia trabalhado inclusive em produções de Steven Spielberg, ou seja, o sujeito prometia ter uma bela carreira pela frente (algo que não se cumpriu pois depois ele se tornaria apenas produtor). Ele ainda chegou a assinar alguns roteiros de produções menores de filmes de sucesso como "A Mosca 2" mas nunca emplacou.

Nessa revisão ficaram claros alguns pontos. A primeira metade do filme é muito superior ao seu terço final. O romance entre o sonâmbulo jovem Charles Brady e Tanya é tolinho e sem qualquer profundidade mas pelo menos mantém o interesse. A boa cena de perseguição entre um carro policial e o carro esporte de Charles também rende um bom momento. O clima de tensão envolvendo a velha casa e os gatos ao redor também é algo bacana, e original pois não tinha visto em nenhum filme. O problema de "Sonâmbulos" realmente é seu desfecho. A partir do momento em que Charles é atacado e volta para casa o filme desanda. Quando eles se transformam então o clima que era de sutil suspense é substituído pelo puro e simples trash. Faltou sutileza a Stephen King aqui. Mesmo com todos esses problemas vale a pena a espiada, principalmente para quem é fã do King. A ideia inicial é boa, bem bolada, mas desperdiçada ao longo do filme, o que é uma pena.

Sonâmbulos (Sleepwalkers, Estados Unidos, 1992) Direção: Mick Garris / Roteiro: Stephen King / Elenco: Brian Krause, Alice Krige, Madchen Amick / Sinopse: Um jovem e sua mãe pertencem a uma rara raça de monstros chamada Sleepwalkers (Sonâmbulos). Em uma pequena cidade do interior dos Estados Unidos tentam se misturar com a população local. Baseado na obra de Stephen King.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 4 de abril de 2012

O Pacto

Diante das bombas que Nicolas Cage vem estrelando esse thriller "O Pacto" não é tão ruim. Para falar a verdade a fita consegue manter o interesse do espectador. O enredo é inicialmente simples: Will Gerard (Nicolas Cage) é um professor de high school que se vê diante do estupro de sua esposa, a bela instrumentista Laura (interpretada pela linda January Jones de "Mad Men"). Revoltado ele é procurado pelo misterioso Simon (Guy Pierce, recentemente premiado pela série Mildred Pierce). Esse lhe propõe literalmente um pacto. Uma organização de cidadãos indignados pela violência irá liquidar o estuprador de sua esposa e em troca ele fará alguns serviços para o grupo. Obviamente que nesse tipo de thriller nada é tão simples assim e nada é o que parece ser. O roteiro e o argumento lidam com um assunto que é cada vez mais comum no Brasil: com a ineficiência da justiça estatal em punir os criminosos os próprios cidadãos acabam formando grupos de extermínio com o objetivo de "limpar" a sociedade de sua escória: estupradores, assassinos e meliantes em geral.

O filme não se compromete nessa questão - nem assume uma postura totalmente avessa a esses grupos e nem tampouco passa lição de moral. Nessa questão ele fica até mesmo interessante. Claro que a partir de determinado momento do filme o tema deixa de ser debatido para virar apenas um filme de ação de rotina, com muitas correrias, tiroteios e pirotecnia mas mesmo nesse quesito se mostra eficiente como puro entretenimento. A produção no fundo é uma tentativa do diretor Roger Donaldson em emplacar sua carreira. Ele até que vem apresentando bons trabalhos ao longo dos anos mas nunca conseguiu entrar para o primeiro time de cineastas de Hollywood. Esse "O Pacto" até me lembrou de outro policial dirigido por ele, o filme "Areias Brancas" um bom thriller estrelado por Mickey Rourke nos anos 90. Enfim, em resumo, "O Pacto" é muito melhor do que Nicolas Cage vinha apresentando ultimamente. Não é seu renascimento mas pelo menos serve como pausa das mediocridades de sua filmografia recente.

O Pacto (Seeking Justice / Solo Per Vendetta, Estados Unidos, 2011) Diretor: Roger Donaldson / Roteiro: Robert Tannen / Elenco: January Jones, Nicolas Cage, Guy Pearce, Jennifer Carpenter, Harold Perrineau / Sinopse: Will Gerard (Nicolas Cage) é um professor de high school que se vê diante do estupro de sua esposa, a bela instrumentista Laura (interpretada pela linda January Jones de "Mad Men"). Revoltado ele é procurado pelo misterioso Simon (Guy Pierce, recentemente premiado pela série Mildred Pierce). Esse lhe propõe literalmente um pacto. Uma organização de cidadãos indignados pela violência irá liquidar o estuprador de sua esposa e em troca ele fará alguns serviços para o grupo.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 3 de abril de 2012

O Enigma do Outro Mundo

"O Enigma do Outro Mundo" foi um dos melhores filmes de terror / ficção dos anos 80. Dirigido pelo mestre dos filmes B John Carpenter tínhamos ali um excelente exemplo de uma produção que sabia criar clima e tensão na medida certa, mesmo não contando com um orçamento milionário. Agora resolveram reaproveitar a mesma ideia em um filme que é ao mesmo tempo um prelúdio dos acontecimentos mostrados no filme original e também um remake disfarçado pois vários pontos da obra de Carpenter são reciclados aqui. Em tempos de efeitos digitais não há mais limites à imaginação do que se pode ou não criar em cena, por isso os roteiristas dessa nova versão não economizaram na aparição da criatura (algo que não acontecia no original pois lá o suspense vinha em primeiro lugar). Dito isso é importante deixar claro que The Thing 2011 não tem sutileza nenhuma. O monstro se revela com menos de 30 minutos de duração do filme e a partir daí não temos mais surpresas, pois tudo se resume naquele tipo de situação que já conhecemos: corre pra lá, corre pra cá e tenta-se destruir a criatura espacial (que diga-se de passagem tem mais ferramentas biológicas e é mais esperta do que o nosso conhecido Aliens da franquia de mesmo nome).

Como o filme não tem um roteiro muito bom tudo se volta para os efeitos digitais (e eles são muitos, funcionando em certos momentos e em outros não, soando artificiais demais para convencer). Em cena nenhum ator conhecido, a maioria realmente está ali como "boi de piranha" pois aos poucos vão virando fast food do monstro espacial. Aliás o filme se resume a isso mesmo, é um autêntico MOW (Monster of Week) sem nenhuma grande ideia por trás. O diretor é o desconhecido Matthijs van Heijningen Jr, sem nada de muito relevante em sua carreira (esse é apenas o terceiro filme que dirige). Sua direção nada sutil me deixou com saudades do bom e velho John Carpenter, esse sim um artesão em tirar leite de pedra!

O Enigma de Outro Mundo (The Thing, Estados Unidos, 2011) Direção: Matthijs van Heijningen Jr / Roteiro: Eric Heisserer baseado no conto "Who Goes There?" de John W. Campbell Jr / Elenco: Mary Elizabeth Winstead, Joel Edgerton, Ulrich Thomsen / Sinopse: Expedição nos confins mais gelados do planeta terra descobre um estranho artefato de origem extraterrestre.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 2 de abril de 2012

O Abrigo

Esse filme realmente mexeu comigo e olha que isso é bem raro. Achei sua trama muito bem desenvolvida, com uma sensibilidade incrível. A estória gira em torno de um jovem casal e sua pequena filha surda e muda. Ele é operário e mora em um típico subúrbio americano. Sua vida começa a mudar quando pesadelos se tornam rotina durante à noite. Depois começa a ter estranhas alucinações e pressentimentos em seu cotidiano. Nesse momento sem maiores explicações fica obcecado pelo abrigo anti tempestade de seu quintal. Em pouco tempo a obsessão foge de seu controle e ele começa a tomar atitudes fora do normal. A situação se agrava pois há um histórico de esquizofrenia em sua família. Estaria aos poucos enlouquecendo ou apenas prevendo uma catástrofe iminente?

Eu já conheço bem o trabalho do ator Michael Shannon (que aqui faz Curtis, o pai da família). Ele está muito bem em "Boardwalk Empire" onde interpreta um agente do FBI na luta contra o contrabando de bebidas durante a lei seca. É um ator muito focado, que realmente se entrega ao papel com afinco. Outro aspecto a se elogiar é o roteiro aberto. Nada é muito explicado, cabendo a cada um formar sua própria interpretação sobre os acontecimentos do filme. Profeta, louco, esquizofrênico ou apenas um ser humano no limite? Eu cheguei a algumas conclusões mas vou guardar para mim pois o mais importante nesse "O Abrigo" é cada um chegar em suas próprias teses pessoais. Recomendo, um filme intrigante e que faz pensar - algo cada vez mais raro no cinema atual.

O Abrigo (Take Shelter, Estados Unidos, 2011) Direção: Jeff Nichols / Roteiro: Jeff Nichols / Elenco: Michael Shannon, Jessica Chastain, Shea Whigham / Sinopse: Atormentado por visões do Apocalipse o jovem chefe de família Curtis (Michael Shannon) fica obcecado em construir um abrigo anti nuclear nos arredores de sua casa para proteger sua esposa e filha da catástrofe que se aproxima.

Pablo Aluísio.

domingo, 1 de abril de 2012

O Exorcista

"O Exorcista" é apontado por muitos como o melhor filme de terror já feito. A produção causou forte impacto em seu lançamento e até hoje é cultuada. De certa forma é até simples de entender essa repercussão toda que o filme atingiu. A trama da garotinha possuída por um demônio bateu fundo no inconsciente coletivo do público ocidental. Como se sabe em países onde o Cristianismo é considerado a religião predominante o diabo não é apenas um ser de ficção mas uma entidade real, de existência induvidosa. Assim o que se passa nas telas obviamente amedronta as pessoas com essa formação religiosa. Para reforçar ainda mais essa situação não podemos ignorar que embora o filme seja baseado em um livro de William Peter Blatty esse foi escrito em cima de um caso real ocorrido na Itália. A única diferença é que na história real os fatos aconteceram com um garoto e não uma garotinha como vemos nas telas. Até hoje a igreja Católica mantém um sistema de revezamento de orações no local onde ocorreram as manifestações. Não cabe aqui discutir o que causou esses eventos, se era realmente uma possessão ou um mero transtorno psicológico, o que importa é entender que "O Exorcista" levou os fatos para o universo da cultura pop, o marcando para sempre.

Outro fato digno de nota é que mesmo após tantos anos o filme, mesmo visto atualmente, não envelheceu tanto. Claro que em termos narrativos há alguns aspectos que soam datados, mas a força da trama não sofreu o pesar dos anos. Nem suas péssimas continuações atrapalharam nesse quesito. Filmes marcantes assim costumam ser tão imitados que acabam perdendo sua força original. Com "The Exorcist" não sentimos tanto essa perda. O filme continua muito bom, muito impactante e provocando medo aos que o assistem (o que no final das contas é o objetivo de todo filme de terror bom que se preze). Em conclusão "O Exorcista" realmente merece a fama e o status que tem. É um excelente momento do cinema de terror da década de 70 que se mantém firme até os dias de hoje.

O Exorcista (The Exorcist, Estados Unidos, 1973) Direção: William Friedkin / Roteiro: William Peter Blatty baseado em seu próprio livro / Elenco: Linda Blair, Max Von Sydow, Ellen Burstyn, Lee J Cobb, Jason Miller, Kitty Winn, Jack MacGowran / Sinopse: Jovem garota (Linda Blair) começa a manifestar sinais de possessão demoníaca. Para ajudá-la a Igreja envia dois padres exorcistas para combater o mal.

Pablo Aluísio.

Os Três Mosqueteiros

Alguns filmes são totalmente desnecessários. Um caso que retrata bem isso é esse "Os Três Mosqueteiros" versão 2011. O famoso livro de Alexandre Dumas já foi adaptado várias vezes no cinema e já encontrou sua versão definitiva, então tirando a ganância dos produtores pelo lucro fácil qual é a razão de se realizar um filme assim? Ser fiel ao livro certamente não foi. Essa nova versão é completamente alheia ao famoso texto. Tirando o nome dos personagens pouca coisa se assemelha ao original. Novos personagens aparecem do nada e outros simplesmente somem do mapa. Milady vira uma versão trash de Resident Evil. Incrível como até as cenas do corredor de armadilhas de Resident Evil foram descaradamente copiadas aqui (sem resultado nenhum). Milla Jojovich aliás continua realizando os mesmos filmes horrorosos de sempre. Sequer merece ser chamada de atriz. Tudo é exagerado beirando a histeria. Inventaram de colocar caravelas voadoras em cena, uma coisa pavorosa, sem graça, desproporcional ao extremo. A tentativa de imitar "Piratas do Caribe" é evidente e soa grotesca! A overdose de efeitos digitais cansam o espectador. Paris e Londres, por exemplo, foram recriados digitalmente com resultados bem ruins (nada convincentes e com cara de vídeo game).

O elenco é todo fraco. Além da já citada Milla (péssima) o filme desperdiça a presença de Christoph Waltz. Aliás o que aconteceu com ele? Só estrela bomba ultimamente. Aqui interpreta o Cardeal Richelieu mas nunca decola, está sempre apático, transparecendo aborrecimento! Desde que emplacou com "Bastardos Inglórios" parece que ele perdeu o rumo se envolvendo em projetos ruins e ridículos, um atrás do outro. Tem se equivocado em suas escolhas sistematicamente. Será a maldição do Oscar? Espero que reencontre o caminho na carreira pois é um ator talentoso. Outra decepção do elenco é o grupo de atores que interpretam os 3 mosqueteiros e D´artagnan, todos sem carisma. Logan Lerman que faz D´artagnan, por exemplo, tem rosto inexpressivo e talento inexistente! Lamentável. Os demais sequer são dignos de nota. Enfim, muita megalomania, muita pirotecnia e um resultado pífio e raso. Assim se pode definir com poucas palavras o novo "Os Três Mosqueteiros". Uma perda de tempo completa.

Os Três Mosqueteiros (The Three Musketeers, EUA, 2011) Direção: Paul W.S. Anderson / Roteiro: Andrew Davies, Alex Litvak, baseado na obra de Alexandre Dumas / Elenco: Logan Lerman, Milla Jovovich, Orlando Bloom, Matthew Macfadyen, Christoph Waltz, Luke Evans / Sinopse: Releitura do famoso livro de Alexandra Dumas retratando as aventuras de Porthos (Ray Stevenson), Athos (Luke Evans) e Aramis (Matthew Macfadyen) e o jovem D'Artagnan (Logan Lerman), os mosqueteiros do Rei.

Pablo Aluísio.