segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Estranhas Presenças

Título no Brasil: Estranhas Presenças
Título Original: Presence Of Mind
Ano de Produção: 1999
País: Estados Unidos, Espanha
Estúdio: Columbia Pictures, Canal+ España
Direção:  Antoni Aloy
Roteiro:  Antoni Aloy
Elenco: Sadie Frost, Harvey Keitel, Lauren Bacall, Ella Jones:

Sinopse:
Baseado no livro "A Outra Volta Do Parafuso", de Henry James. Uma jovem reprimida, muito religiosa, é contratada como preceptora de um estranho casal de crianças. Com o passar do tempo, desconfia que ambas estão sofrendo a influência de um forte trauma sofrido no passado, que envolveu a morte de um casal de ex-funcionários da casa.

Comentários:
Mais uma boa adaptação do famoso livro A Outra Volta Do Parafuso, de Henry James. O texto já deu origem a vários filmes famosos no passado e agora volta com nova roupagem, tentando se modernizar aos novos tempos. De uma maneira em geral não temos nada de muito marcante mas o elenco de fato é acima da média. Nesse quesito dois atores devem merecer menção. O primeiro é o sempre correto Harvey Keitel que surge em uma caracterização mais soturna (e até sinistra) do que o habitual. Já para os fãs do cinema clássico esse filme se torna uma ótima oportunidade de ver a grande diva Lauren Bacall em cena novamente. Enfim, não é o melhor filme sobre o texto já feito mas certamente é um dos mais caprichados

Pablo Aluísio.

domingo, 24 de janeiro de 2010

Dogma

Dois anjos caídos (Matt Damon e o canastrão Ben Affleck) tentam retornar ao paraíso indo até New Jersey onde um cardeal da cidade promete a todos que atravessarem o portal de sua catedral o perdão de Deus para todos os seus pecados. Perdoados poderão retornar finalmente ao céu, após séculos de exílio em Wisconsin. Para impedir que isso aconteça uma pequena trupe formada por dois idiotas, uma descendente de Jesus Cristo, uma musa e um apóstolo negro (não citado no novo testamento) se unem para deter os anjos revoltosos. Kevin Smith, o diretor, quis com esse Dogma fazer piada sobre tudo o que diz respeito à doutrina cristã. Logo no começo do filme ele colocou um pequeno aviso para que as pessoas não se sentissem ofendidas com o teor do roteiro pois a produção não devia em nenhuma hipótese ser levada à sério. Realmente nesse ponto Smith tem razão. "Dogma" é apenas uma divertida sessão da tarde, dessas que se assiste e depois se esquece completamente (tanto que já tinha assistido anos antes mas me recordava realmente de pouca coisa).

O roteiro é bobo e por vezes disperso. Smith tenta fazer piada com tudo, com a cor do Cristo histórico, com a chamada imaculada concepção, com os apóstolos, demônios e anjos. Algumas piadas são divertidas e outras não. No geral o roteiro exige uma certa cumplicidade do espectador pois quem é completamente leigo em teologia certamente deixará passar batidas várias ironias do argumento. O que faz com que "Dogma" não seja uma perda de tempo completa é seu bom elenco. Além da dupla Damon e Affleck (é sempre divertido ver a falta de talento desse último) o filme ainda tem um curioso Jason Lee muito jovem (e com cabelos) fazendo um personagem endiabrado. Enfim, "Dogma" é indicado para nerds que gostam de debater sobre religião, se for o seu caso, aleluia! Faça bom proveito.

Dogma (Dogma, Estados Unidos, 1999) Direção de Kevin Smith / Roteiro de Kevin Smith / Com Ben Affleck, Matt Damon, Linda Fiorentino, George Carlin, Salma Hayek, Jason Lee, Jason Mewes, Kevin Smith./ Sinopse: Dois anjos caídos (Matt Damon e o canastrão Ben Affleck) tentam retornar ao paraíso indo até New Jersey onde um cardeal da cidade promete a todos que atravessarem o portal de sua catedral o perdão de Deus para todos os seus pecados. Perdoados poderão retornar finalmente ao céu, após séculos de exílio em Wisconsin. Para impedir que isso aconteça uma pequena trupe é formada.

Pablo Aluísio.

Hamlet

Título no Brasil: Hamlet
Título Original: Hamlet
Ano de Produção: 1996
País: Estados Unidos, Inglaterra
Estúdio: Castle Rock Entertainment, Turner Pictures
Direção: Kenneth Branagh
Roteiro: Kenneth Branagh,
Elenco: Kenneth Branagh, Julie Christie, Derek Jacobi

Sinopse:
Baseado na obra "Hamlet" escrita por William Shakespeare em 1599. Hamlet (Kenneth Branagh), príncipe da Dinamarca, retorna para casa para encontrar um caos familiar e de valores. Seu pai foi assassinado e sua mãe está envolvida amorosamente com o suposto assassino. O mundo parece desmoronar ao redor do nobre escandinavo. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Direção de Arte, Melhor Figurino e Melhor Música. Também indicado ao Bafta Awards nas categorias de Melhor Direção de Arte e Melhor Figurino.

Comentários:
Adaptar William Shakespeare para o cinema nunca foi algo fácil. A linguagem rebuscada e muito rica do autor acaba assustando o público em geral que frequenta as salas de exibição ao redor do mundo nos dias atuais. Assim, para amenizar esse aspecto muitas adaptações procuraram modernizar ou minimizar os textos originais. Alguns cometeram inclusive a heresia de substituir os diálogos originais por um palavreado mais corriqueiro, do dia a dia. Indo contra essa tendência o ator e diretor Kenneth Branagh resolveu fazer algo mais fiel ao texto do autor. O resultado é uma produção para poucos. De longa duração, com figurinos e cenários luxuosos, o "Hamlet" de Kenneth Branagh veio com o status de ser o filme definitivo sobre o trágico personagem shakesperiano. O filme é pesado, excessivo e dura mais de quatro horas! Certamente seria mais conveniente se fosse realizado como uma minissérie. Mesmo assim consegue agradar e muito a quem se aventurar por essa película. Obviamente que exigirá uma certa bagagem cultural do espectador. Não é aquele tipo de produção que vai agradar a todos, pois é essencial conhecer o mínimo sobre William Shakespeare e sua obra magnífica para desfrutar melhor essa realização cinematográfica. Assim se você estiver curioso em conhecer mais sobre o famoso autor o filme virá bem a calhar. Esse "Hamlet" é requintado, elegante, fiel ao texto original e definitivamente não faz nenhuma concessão comercial. Uma obra para puristas em geral.

Pablo Aluísio.

sábado, 23 de janeiro de 2010

Loucos do Alabama

Título no Brasil: Loucos do Alabama
Título Original: Crazy in Alabama
Ano de Produção: 1999
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Antonio Banderas
Roteiro: Mark Childress
Elenco: Melanie Griffith, David Morse, Lucas Black

Sinopse:
O sonho de Lucille Vinson (Melanie Griffith) é se tornar uma estrela em Hollywood. Para isso ela resolve ir dirigindo para a ensolarada Califórnia enquanto seu sobrinho tenta desvendar um assassinato envolvendo um xerife corrupto do Alabama. Filme indicado ao Framboesa de Ouro na categoria de pior atriz (Melanie Griffith).

Comentários:
Primeiro filme como diretor do ator Antonio Banderas! Pois é, quem esperava por algo a mais se deu mal. O fato é que Banderas é tão ruim como cineasta como é como ator. Ele não consegue acertar uma! O filme não tem foco nenhum, não se define em ser um drama, um filme de ação ou uma comédia. Tentando atirar para todos os lados acaba não acertando em nada, nada mesmo! Ao que parece Banderas quis acima de tudo fazer uma ode cinematográfica para sua esposa, Melanie Griffith. O problema básico é que o público não tem nada a ver com isso e acabou vendo um pastel de vento de celuloide, pois tudo é muito rasteiro e irrelevante. Para não falar que nada presta, com muito esforço ainda se salva um pouco sua trilha sonora e o figurino de época. Infelizmente são detalhes menores que não conseguem salvar "Crazy in Alabama" de ser um tremendo abacaxi sulista!

Pablo Aluísio.

Estrada Perdida

Título no Brasil: Estrada Perdida
Título Original: Lost Highway
Ano de Produção: 1997
País: Estados Unidos
Estúdio: October Films, CiBy 2000  
Direção: David Lynch
Roteiro: David Lynch, Barry Gifford
Elenco: Bill Pullman, Patricia Arquette, John Roselius

Sinopse:
Depois de um encontro bizarro em uma festa, um saxofonista de jazz é enquadrado pelo assassinato de sua esposa e enviado para a prisão, onde inexplicavelmente se transforma em um jovem mecânico e começa a levar uma nova vida.

Comentários:
Não vá procurar muito sentido na obra de David Lynch! Sendo sincero um dos grandes charmes desse cineasta é justamente a falta se sentido de muito do que se vê na tela. Lynch tem o que se chama de cinema aberto, ou seja, cada um acaba vendo algo diferente em seus filmes. Na verdade o cineasta joga com o subconsciente do espectador. Na maioria das vezes não há nada por trás de suas imagens e tramas surreais, apenas um jogo de obscuridade com seu público. "Lost Highway" vai bem por esse caminho. David Lynch, como os americanos gostam de dizer, não está aí para esclarecer nada mas sim para tornar tudo ainda mais difuso. Em vista disso esse é o típico filme de extremos, onde ou se ama tudo que se vê ou se odeia cada minuto da película, ou trocando em miúdos, é de fato um David Lynch com cem por cento de pedigree!

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

A Perseguição

Caçador e minerador (Liam Neeson) sofre acidente de avião em região inóspita do Alaska. Ao seu lado se forma um pequeno grupo de sobreviventes que tentam encontrar algum povoado ou região habitada. No caminho são atacados por uma matilha de lobos selvagens. "A Perseguição" tem todos os elementos que esperamos encontrar em filmes assim, de luta pela sobrevivência: bela fotografia (a região onde a produção foi realizada é muito bonita), bons atores, situações de risco e perigo mas faltou aquele "algo a mais". Talvez o assunto já esteja um pouco saturado no cinema ou então o problema seja com o personagem de Liam Neeson - sempre sorumbático, deprimido por causa da morte da mulher. Sem ser particularmente heróico o papel se perde no meio da nevasca não conseguindo criar vínculo com o espectador. Outro problema é a forma como o roteiro lida com os lobos - aqui muito próximos de predadores mitológicos, quase lobisomens. São malvados e cruéis, se tornando forçada sua presença em cena. O pior acontece no desfecho, quando finalmente acontece o clímax o filme termina abruptamente, sem desfecho. É aquele tipo de "final aberto" que tem se tornado modinha em Hollywood - para aborrecimento de quem quer saber o que acontece na conclusão do filme.

O diretor de "A Perseguição" é o cineasta Joe Carnahan. Seu maior êxito comercial é o terrível "Esquadrão Classe A" (também com Neeson). Aqui pelo menos ele se conteve mais e procura disponibilizar um argumento mais pé no chão, sem os arroubos de besteirol que encontramos no seu filme anterior. Pelo menos o bom senso aqui prevaleceu. Em resumo é isso. "The Grey" tinha tudo para ser muito bom mas faltou alguma coisa. Não empolga, não cativa mas pode até vir a funcionar em casa numa noite sem nada para fazer. Entretenimento regular mas esquecível.

A Perseguição (The Grey, Estados Unidos, 2012) Direção: Joe Carnahan / Roteiro: Joe Carnahan, Ian Mackenzie Jeffers / Elenco: Liam Neeson, Dermot Mulroney, Frank Grillo / Sinopse: Um avião cai no meio das paisagens mais hostis do Alasca. Os sobreviventes então tentam sobreviver em meio ao frio, ao tempo impiedoso e ao ataque de um grupo de lobos famintos e selvagens.

Pablo Aluísio.

Maus Hábitos

Título no Brasil: Maus Hábitos
Título Original: Entre tinieblas
Ano de Produção: 1983
País: Espanha
Estúdio: Tesauro S.A.
Direção: Pedro Almodóvar
Roteiro: Pedro Almodóvar
Elenco: Julieta Serrano, Marisa Paredes, Carmen Maura, Manuel Zarzo, Chus Lampreave, Cecilia Roth

Sinopse:
Yolanda Bell, uma jovem cantora que tem problema com drogas, até o dia em que vê seu namorado morrer de overdose. Apavorada ela busca refúgio no convento das "redentoras humilhadas" cuja madre superiora manifesta sua admiração por Yolanda numa noite em que vai assistir ao seu show no "Molino Rojo". Por muitos anos as "redentoras humilhadas" têm tentado salvar jovem moças que levam vida de perdição. Ultimamente porém, a comunidade atravessa uma crise: poucas garotas desejam ser salvas.

Comentários:
Um filme bem antigo de Pedro Almodóvar que poucos se recordam hoje em dia. Como se sabe o diretor, homossexual assumido, aqui resolve tirar uma casquinha da Igreja Católica. Seu roteiro é uma sátira à vida de religiosas, principalmente freiras, onde o diretor procura mostrar, sobre seu ponto de vista, o absurdo de certas relações dentro de um convento na Espanha. O texto brinca o tempo todo com a dualidade pecado x salvação, mostrando que sem o pecado não existe a verdadeira salvação. Apesar da ideologia por trás de tudo o que temos aqui é realmente uma película que demonstra acima de tudo uma certa hesitação do diretor, que ainda não havia encontrado o tom certo de sua filmografia

Pablo Aluísio

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Um Caso Complicado

Título no Brasil: Um Caso Complicado
Título Original: Elektra Luxx
Ano de Produção: 2011
País: Estados Unidos
Estúdio: Gato Negro Films
Direção: Sebastian Gutierrez
Roteiro: Sebastian Gutierrez
Elenco: Joseph Gordon-Levitt, Carla Gugino, Timothy Olyphant, Ermahn Ospina

Sinopse:
São três linhas narrativas que se entrecruzam ao longo do filme. Na primeira a famosa atriz pornô Elektra Luxx (Carla Gugino) descobre estar grávida de um famoso roqueiro recentemente falecido. Por essa razão decide se aposentar dos filmes adultos, muito embora sua fama nunca a deixe em paz. No outro enredo duas estrelas pornôs jovens decidem passar um fim de semana no México de férias mas acabam sendo cortejadas por dois empresários ricos. Por fim acompanhamos um blogueiro de filmes adultos que tenta gravar reviews para os filmes que assiste, enquanto sua irmã e sua mãe o atrapalham o tempo todo.

Comentários:
Uma produção independente americana que procura brincar com o universo dos bastidores do cinema adulto daquele país. O tom não é necessariamente de comédia mas o humor está presente em todas as estórias contadas. Dessas a mais divertida é a do jovem blogueiro que tenta comentar sobre as estrelas e filmes pornôs para seu blog mas sempre é atrapalhado ou pela sua mãe (o cara ainda vive nos porão da casa de seus pais que o mandam colocar o lixo para fora) ou pela irmã, que deseja ela própria virar estrela pornô - para seu desespero pois o irmão embora adore filmes adultos não aceita de jeito nenhum que sua própria mana entre nesse mundo, mostrando a hipocrisia que existe entre os consumidores desse tipo de filme. O elenco é praticamente todo desconhecido do grande público com exceção de Timothy Olyphant, o tira cowboy de "Justified" que aqui interpreta um detetive particular que segue os passos da ex-estrela pornô pois ela pode ter em mãos as últimas canções do amante roqueiro, músicas essas que valem milhões. Enfim, um filme divertido, que tem lá seus momentos, embora nunca decole completamente. Dá para assistir ao menos uma vez, por simples curiosidade.

Pablo Aluísio.