quinta-feira, 11 de janeiro de 2007

Evocação

Título no Brasil: Evocação
Título Original: The White Cliffs of Dover
Ano de Produção: 1944
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer
Direção: Clarence Brown
Roteiro: Claudine West
Elenco: Irene Dunne, Alan Marshal, Roddy McDowall, Elizabeth Taylor

Sinopse:
O filme narra a estória dramática da vida de Susan Ashwood (Irene Dunne), uma enfermeira americana em Londres que ajuda na recuperação e tratamento de centenas de feridos em combate. Seu trabalho se torna ainda mais importante quando seu próprio filho volta do campo de batalha, completamente destruído tanto do ponto de vista físico como psicológico. 

Comentários:
Outro filme da infância de Liz Taylor (ela tinha apenas 10 anos de idade quando a produção foi filmada). O roteiro foi baseado no poema de  Alice Duer Miller, o que já nos dá uma ideia de como o cinema era lírico naqueles tempos. Outro fato digno de nota em relação à pequena Elizabeth Taylor é que esse foi o primeiro filme com ela no elenco a concorrer ao Oscar, na categoria Melhor Fotografia em preto e branco (méritos do excelente diretor de fotografia, o respeitado e conhecido George J. Folsey, que merecia ter levado o prêmio para casa). Embora possa ser classificado como um drama de guerra com pitadas de  tragédia, esse filme tem como grande virtude resgatar um pouco do heroísmo das mulheres que serviram como enfermeiras durante a sangrenta segunda guerra mundial. Importante salientar que quando o filme foi lançado a guerra ainda persistia, o que no final das contas acabou se revelando uma bonita homenagem para todas essas heroínas anônimas que prestaram seus serviços no conflito mais devastador da história da humanidade.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 10 de janeiro de 2007

O Expresso da Aventura

Título no Brasil: O Expresso da Aventura
Título Original: The Hurricane Express
Ano de Produção: 1932
País: Estados Unidos
Estúdio: Mascot Pictures, American Film Company
Direção: J.P. McGowan, Armand Schaefer
Roteiro: Colbert Clark, Barney A. Sarecky
Elenco: John Wayne, T Marshall, Conway Tearle, John Wayne

Sinopse:
Um sabotador desconhecido começa a destruir as linhas da ferrovia Pacific Express. Em uma dessas sabotagens o pai de Larry (Wayne), um piloto de avião, é morto no acidente. Agora ele resolve rumar no mesmo destino para descobrir quem seria o homem que ceifou a vida de seu amado pai.

Comentários:
John Wayne brigou com um dos chefões da Columbia Pictures, Harry Cohn, e resolveu deixar o estúdio indo para a pequena Mascot Pictures onde acabou fazendo três fitas rápidas. Os filmes da Mascot eram produzidos para serem exibidos em matinês, por isso eram curtos e iam direto ao ponto, sem maiores embromações. O roteiro é básico, o personagem de Wayne está atrás do assassino de seu pai e para isso precisa descobrir a identidade secreta do tal "Destruidor" (como passa a ser conhecido o sabotador de linhas da ferrovia). Como John Wayne era bastante jovem e atlético os produtores resolveram apostar forte em cenas de ação com o ator e de fato ele consegue até mesmo realizar algumas bem feitas acrobacias aprendidas quando se aventurava como dublê de filmes. Então é basicamente isso, uma aventura de matinê, com o futuro astro John Wayne se exercitando entre os trilhos de uma linha expressa rumo ao Pacífico.

Pablo Aluísio.

Amor Eletrônico

Título no Brasil: Amor Eletrônico
Título Original: Desk Set
Ano de Produção: 1957
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Walter Lang
Roteiro: Phoebe Ephron, Henry Ephron
Elenco: Spencer Tracy, Katharine Hepburn, Gig Young

Sinopse:
Numa grande rede de TV, em seu departamento de notícias, um engenheiro de ponta chamado Richard Sumner (Spencer Tracy) tenta informatizar todos os setores da empresa, algo que não será muito bem visto pelos demais empregados. Bunny Watson (Katharine Hepburn), uma astuta executiva, tentará pegar no pé de Sumner, enquanto que, para sua surpresa, descobre estar ficando realmente interessada nele.

Comentários:
Esse foi o primeiro filme colorido da dupla Spencer Tracy e Katharine Hepburn. Antes já tinham atuado em sete produções, todas em preto e branco e todas muito bem sucedidas na bilheteria. A química entre eles nascia de um suposto romance que mantiveram por longos anos, após a esposa de Tracy ficar seriamente doente. Por ser muito católico jamais se divorciou dela e assim manteve esse romance com Hepburn por anos e anos. Como sempre acontecia em filmes deles esse aqui também investe em um tipo de humor mais sofisticado, adulto, feito para uma platéia com mais de 30 anos. O foco vai para o mundo corporativo das grandes redes de TV dos Estados Unidos, a tensão dentro dos bastidores e a luta para se alcançar melhores postos na hierarquia dessas empresas. Curiosamente a direção foi dada ao Walter Lang por insistência de Hepburn, que inclusive também escolheu a peça teatral que daria origem a esse roteiro. O resultado de seus esforços se mostra muito positivo pois o filme ainda consegue divertir e encantar em doses generosas.

Pablo Aluísio.

Cinema Clássico: Charles Chaplin, Errol Flynn


 

terça-feira, 9 de janeiro de 2007

Nasceste Para Mim

Título no Brasil: Nasceste Para Mim
Título Original: You Were Meant for Me
Ano de Produção: 1948
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Lloyd Bacon
Roteiro: Elick Moll, Valentine Davies
Elenco: Jeanne Crain, Dan Dailey, Oscar Levant, Marilyn Monroe

Sinopse:
Chuck Arnold é um músico e líder de banda que acaba se apaixonando por Peggy, uma garota de sua cidade natal que acaba conhecendo durante um baile. Poucas semanas depois acaba se casando com ela. A vida de músico, sempre viajando para outras cidades, passando longas temporadas fora de casa, porém acaba prejudicando seu relacionamento com a esposa e as coisas pioram ainda mais quando sua banda começa a realmente fazer sucesso.

Comentários:
Mais um filme do comecinho da carreira de Marilyn Monroe. Aqui ela não teve tanta sorte como nos demais filmes pois sua participação acabou no chão da sala de edição pois o diretor cortou justamente a cena em que ela tinha maior presença - muito embora tenhamos consciência que suas duas linhas de diálogo eram pouco mais do que uma figuração comum. Mesmo assim ela ainda pode ser visualizada rapidamente numa cena gravada durante uma animada festa, na pista de dança. Ela, acredite, está na pista de dança lotada que foi captada pelo filme. Anos depois a própria Marilyn comentou o começo duro de sua carreira ao falar ironicamente sobre sua ofuscada participação nesse filme: "Que papel foi aquele?!". Papel é forma de dizer pois no fundo ela não passa de uma figurante anônima. É uma pena pois o filme, cujo enredo se passa inteiramente na década de 1920, poderia dar a chance para Marilyn pelo menos surgir na tela muito bonita, com aquele figurino do passado. De uma forma ou outra vale a pena ver o filme para tentar achar Marilyn em seus poucos segundos de fama.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 8 de janeiro de 2007

Conspiração Do Silêncio

Construído em cima do roteiro espetacular de Millard Kaufman, o clássico "Conspiração do Silêncio" (Bad Day at Black Rock - 1955) é um filme acima da média e de valores e gêneros agregados, como: western, suspense e drama. O elenco é estelar e encabeçado por nada menos que Spencer Tracy, Robert Ryan, Ernest Borgnine e Lee Marvin. Cabe ao próprio Tracy a tarefa de roubar as cenas (ou quase todas) no papel de John MacReed, um ex-combatente da Segunda Guerra e deficiente físico (ele não tem um dos braços). O longa começa com MacReed desembarcando de trem, na árida, calorenta e praticamente inóspita cidade de Black Rock. Reed, chega com apenas uma mala e uma missão: entregar a um nipo-americano de nome Komako, a Medalha de Mérito que pertenceu a seu filho, morto em batalha na guerra.

Para MacReed, encontrar Komako e devolver-lhe a medalha era uma questão de honra, pois o filho do japonês havia morrido para salvar a sua vida. Mas o que o forasteiro não contava, era com o clima extremamente hostil e criminoso dos habitantes da pequena cidade. Liderados pelo brutamontes, Reno Smith (Robert Ryan) e seu braço direito, Coley Trimble (Ernest Borgnine) a turba de capangas faz de tudo para atrapalhar o ex-combatente em sua busca. O filme vai crescendo em tensão na medida em que MacReed vai ficando mais perto da verdade. Numa cena fantástica e rara para os filmes de Hollywood na época, Reed enfrenta Coley Trimble num bar aplicando-lhe golpes de Jiu-Jitsu. Uma homenagem ao filho japonês de Komako. A busca por Komako se arrasta, e o calor seco e insuportável da cidadezinha se contrapõe ao gelo e a insanidade de Reno e seus capangas. A inquietação crescente de MacReed confronta-se com a violência surda e muda de uma cidade que não ouve e também não lhe dá uma resposta sequer. O silêncio monstruoso dos habitantes é intransponível. É a piscina lamacenta que Reed tem que atravessar para tentar lavar a sua alma agradecida.

O tempo vai passando e o binômio que rege o filme, silêncio-segredo, dá lugar as vicissitudes de um roteiro primoroso que aos poucos vai transformando, o até então desacreditado, Reed num organismo furioso e vingativo empurrando-o para um inexorável confronto, violento e explosivo com Reno e a bandidagem da cidade. O filme, pouco conhecido no Brasil, é uma jóia rara e, com toda a certeza, o maior papel da carreira do excepcional Spencer Tracy e um dos melhores dirigidos pelo ótimo John Sturges. Foi também o primeiro filme da Metro a ser rodado no formato Widescreen. A dupla, Tracy e Sturges, voltaria a fazer sucesso no clássico "O Velho e o Mar" (1958). Outra curiosidade é que o primeiro filme da série Rambo. "Rambo, Programado para Matar" (1982), teve como inspiração, o roteiro de Conspiração do Silêncio. Nota 10

Conspiração do Silêncio (Bad Day at Black Rock, EUA, 1955) Direção: John Sturges / Roteiro: Millard Kaufman, Don McGuire / Elenco: Spencer Tracy, Robert Ryan, Anne Francis, Dean Jagger, Ernest Borgnine, Lee Marvin / Sinopse: Jonh MacReed (Spencer Tracy) é um veterano da II Guerra Mundial que vai até uma distante cidade chamada Black Rock para entregar a medalha do mérito a um pai cujo filho foi morto em combate.

Telmo Vilela Jr.

domingo, 7 de janeiro de 2007

O Lobisomem de Londres

Título no Brasil: O Lobisomem de Londres
Título Original: Werewolf of London
Ano de Produção: 1935
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Stuart Walker
Roteiro: John Colton, Robert Harris
Elenco: Henry Hull, Warner Oland, Valerie Hobson

Sinopse:
O especialista em botânica Wilfred Glendon (Henry Hull) viaja até uma distante e isolada região do Tibet em busca de uma planta rara, que dá uma flor em poucos dias do ano. Uma vez lá acaba sendo atacado por um animal desconhecido e violento. Apesar dos vários ferimentos sobrevive e decide voltar a Londres. Uma vez na capital inglesa descobre que há algo muito errado com ele, pois está fadado a virar um lobisomem na próxima lua cheia. 

Comentários:
Muitos anos antes de "O Lobisomem" (1941) - considerado erroneamente como o primeiro filme sobre lobisomens do cinema americano - a Universal investiu nessa fita muito curiosa, "Werewolf of London". De certa maneira tudo o que o público veria depois no filme clássico com Lon Chaney Jr seria explorado aqui. Há todo um enredo preparando o espectador para o momento em que o protagonista finalmente vira o famoso monstro do folclore e sai atacando pelas ruas da charmosa cidade londrina (que infelizmente foi recriada em parte nos estúdios americanos de Hollywood). Obviamente que uma produção como essa, realizada nos distantes anos 1930, soará atualmente como inocente e sem maiores surpresas, mas na época tenha certeza que impressionou a muitos. A produção é B, mas tudo é compensado com um clima muito bem feito, com neblinas e sombras. Infelizmente o diretor não viveria muito para ver a influência que seu filme teria dentro do cinema de terror. Ele morreu pouco tempo depois, curiosamente no mesmo ano em que o clássico imortal sobre essa fera, "O Lobisomem", chegava nas telas de cinema com enorme sucesso.

Pablo Aluísio.