quinta-feira, 20 de junho de 2024

O Protetor: Capítulo Final

Título no Brasil: O Protetor: Capítulo Final
Título Original: The Equalizer 3
Ano de Lançamento: 2023
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Antoine Fuqua
Roteiro: Richard Wenk, Michael Sloan
Elenco: Denzel Washington, Dakota Fanning, Eugenio Mastrandrea, David Denman, Remo Girone

Sinopse:
Robert McCall (Denzel Washington) é um ex-agente americano viajando na Itália para um último acerto de contas com um grupo do crime organizado. As coisas não saem exatamente como ele planejava e ele sai muito ferido da operação. Resgatado e ajudado por um veterano médico, ele se vê numa pequena cidade do interior da Itália. E descobre que os moradores locais estão sendo extorquidos por um grupo criminoso liderado por um jovem gângster. É hora de agir novamente. 

Comentários:
Esse filme fecha a trilogia do Protetor. O ator Denzel Washington afirmou recentemente que não tinha mais interesse em fazer filmes de ação. Foi como afirmar, mesmo que indiretamente, que não voltaria a fazer mais um filme dessa franquia. Nessa fase final de sua carreira ele pretende fazer mais filmes como "A Tragédia de Macbeth" e "Um Limite Entre Nós", que são filmes que o desafiam mais como profissional de arte dramática. De qualquer forma vamos ser justos. Todos os filmes dessa trilogia são bons. Não existe nenhum que seja realmente ruim. Esse terceiro é menos violento, desenvolve melhor os personagens e tem uma trama até amena se compararmos com os demais. O fato da história se passar na Itália ajuda muito, a bela fotografia aproveitando a beleza daquelas pequenas cidades italianas torna o filme mais bonito de se assistir. Além disso Denzel parece muito à vontade no papel. Ele não parece tenso e nem se esforça muito como nos dois primeiros filmes. Está mais relaxado e isso ajuda na caracterização de seu personagem, um herói de ação sim, mas com grande coração, que aprecia os pequenos prazeres da vida. Há uma certa leveza no ar. No final gostei desse que certamente será o último. Valeu a pena acompanhar as aventuras desse personagem. 

Pablo Aluísio.

Crimes em Hollywood

Título no Brasil: Crimes em Hollywood
Título Original: Last Looks
Ano de Lançamento: 2021
País: Estados Unidos
Estúdio: Head Gear Films
Direção: Tim Kirkby
Roteiro: Howard Michael Gould
Elenco: Charlie Hunnam, Mel Gibson, Lucy Fry, Rupert Friend, Morena Baccarin, Clancy Brown

Sinopse:
Charlie Waldo (Charlie Hunnam), já longe das confusões e do mundo das investigações policiais, praticamente aposentado, vivendo em um trailer em uma região remota, acaba sendo recrutado novamente para um último serviço.  Ele precisa inocentar Alastair Pinch (Gibson), um astro de cinema que está sendo acusado de um crime de homicídio. Assim Charlie precisa desvendar o crime, encontrando o verdadeiro culpado antes que seja tarde demais. 

Comentários:
Apesar das boas intenções do roteiro, achei o filme até bem fraco. É aquele tipo de filme que nunca parece emplacar, ficando sempre no quase (chegando lá!). A tentativa também de mostrar os bastidores de Hollywood me soaram bem desperdiçada. Poderiam ter explorado melhor esse aspecto. Mas isso obviamente não viria em um filme com esse tipo de estilo, pois na maioria das vezes o que importa é mostrar as cenas de luta e ação. E nem nesses momentos fiquei particularmente empolgado. Pelo contrário, achei tudo bem rotineiro, sem imaginação, sem criatividade. No final essa produção é mais uma tentativa de emplacar o ator Charlie Hunnam (da série Sons of Anarchy) no cinema. Ate agora ele não conseguiu fazer essa transição das séries para os filmes na tela grande. É algo mais complicado de se realizar do que se possa pensar. No final das contas a melhor coisa desse filme em termos de elenco acaba sendo mesmo o bom e velho Mel Gibson. Ele faz um ator canastrão, cheio de afetações de estrela egocêntrica. Ficou muito bom e divertido. No fundo ele é a única coisa realmente boa desse filme.  

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 19 de junho de 2024

Abigail

Título no Brasil: Abigail
Título Original: Abigail
Ano de Lançamento: 2024
País: Estados Unidos, Irlanda
Estúdio: Sony Pictures
Direção: Matt Bettinelli-Olpin, Tyler Gillett
Roteiro: Stephen Shields, Guy Busick
Elenco: Melissa Barrera, Dan Stevens, Alisha Weir

Sinopse:
Um grupo de sequestradores leva uma menina de 12 anos como refém para uma velha mansão nos arredores de Londres. Ela se chama Abigail e inicialmente parece ser muito frágil e assustada. Só que isso não condiz com a verdade dos fatos! Eles exigem milhões de dólares ao pai pela vida da garotinha. Só que se dão mal pois a menina na verdade é... uma vampira! 

Comentários:
Depois do sucesso do filme M3GAN parece que temos um novo filão de filmes mostrando garotinhas de 12 anos que na verdade são máquinas assassinas! E vejo muitas semelhanças entre esses dois filmes. O maior diferencial é que o primeiro é um filme de ficção, estilo mais Sci-Fi, enquanto esse novo é um filme de terror. E a história é até muito boa. Com boa produção, afinal o filme foi feito pela Sony, esse terror investe em um começo de trama com suspense e capricho, pois se tenta desenvolver bem os personagens, trazendo aspectos de sua vida pessoal. Afinal o espectador precisa criar algum vínculo com todos eles. Depois que começa a matança o filme como um todo perde um pouco de interesse. Esse negócio de vampiros explodindo em bolhas de sangue não existe na mitologia clássica dos vampiros, é puro truque para criar um banho de sangue na tela. Penso que um pouco mais de sutileza iria cair muito bem nesse roteiro, mas não é o que acontece, infelizmente. De uma maneira ou outra o filme não chega a ser ruim. Para uma produção de terror produzida para ser exibida em cinemas de shopping até que está de bom tamanho. Vale o ingresso. 

Pablo Aluísio.

Drácula no Mundo da Minissaia

Título no Brasil: Drácula no Mundo da Minissaia
Título Original: Dracula A.D. 1972
Ano de Lançamento: 1972
País: Reino Unido
Estúdio: Hammer Films
Direção: Alan Gibson
Roteiro: Don Houghton
Elenco: Christopher Lee, Peter Cushing, Stephanie Beacham

Sinopse:
Depois de uma noite agitada, onde eles passaram por muita curtição, um grupo de jovens hippies decide realizar um culto macabro numa velha igreja abandonada. O que começa como brincadeira acaba virando uma tragédia, pois eles invocam o espírito de Drácula que retorna das trevas para promover mais uma noite de sangue e terror entre aquela mocada sem noção! Roteiro baseado no famoso personagem criado por Bram Stoker, 

Comentários:
O título nacional é patético! Ficaria muito melhor se tivessem traduzido ao pé da letra o título original americano. Drácula 1972 DC não ficaria nada mal em nossa língua. De qualquer forma o filme é bom! A ideia fica bem óbvia desde o começo. Trazer Drácula para o mundo atual. O que aconteceria se Drácula encontrasse aqueles jovens da geração hippie? Esse tipo de argumento até poderia virar uma comédia com George Hamilton no papel de vampiro, mas não é o que temos por aqui. O filme se leva à sério e acerta nessa postura. Apesar do título nacional ruim, da falta de tecnologia para efeitos especiais e do fato inegável de que ficou datado, o saldo final é positivo. A Hammer sabia mesmo fazer filmes de terror, mesmo quando não tinha orçamento para produções mais luxuosas, como havia produzido no passado. Ainda assim o filme funciona. Um aspecto interessante é que como a história do filme se passa em 1972 não havia mais como trazer o caçador de vampiros Van Helsing dos filmes originais. Bom, nada que os roteiristas ingleses não dessem um jeito! Enfim, gostei. Tinha tudo para ser muito ruim, mas ficou um filme bom, bem nostálgico de um tempo no cinema que não existe mais. 

Pablo Aluísio.

terça-feira, 18 de junho de 2024

Os Covardes não Vivem

Título no Brasil: Os Covardes não Vivem
Título Original: The Half-Breed
Ano de Produção: 1952
País: Estados Unidos
Estúdio: RKO Radio Pictures
Direção: Stuart Gilmore, Edward Ludwig
Roteiro: Harold Shumate, Richard Wormser
Elenco: Robert Young, Janis Carter, Jack Buetel

Sinopse:
Depois de vários anos a guerra civil americana finalmente chega ao seu final. Os confederados estão vencidos e falidos. Para isso começa uma verdadeira corrida em busca da fortuna perdida. O bandoleiro Frank Crawford (Reed Hadley) vê uma oportunidade de ficar rico nas terras dominadas pelos Apaches. Há uma reserva de ouro na região ocupado por essa nação. O problema é tirar todos os nativos de lá. Para isso ele acaba promovendo uma guerra entre os guerreiros e o exército americano. Dan Craig (Robert Young), um pistoleiro rápido no gatilho e jogador nas horas vagas, descobre os planos de Frank, dando origem a um verdadeiro duelo mortal entre eles.

Comentários:
Com o sucesso cada vez maior de filmes de faroeste os estúdios americanos aceleraram as produções, que começaram a serem feitas em ritmo industrial. Esse "The Half-Breed" foi a aposta da RKO em faturar bem com um filme relativamente barato, sem grandes estrelas no elenco e filmado no RKO Encino Ranch, um rancho comprado pelo estúdio para realizar westerns sem muitos gastos - ao invés de ir até o Colorado ou Arizona para realizar seus filmes tudo era filmado ali perto mesmo, nos arredores de Burbank, uma cidade satélite da grande Los Angeles. Figurinos, cenários e elenco coadjuvante eram assim aproveitados em vários filmes feitos de forma rápida e lucrativa. Tanta pressa às vezes causava stress nos diretores. Nesse em especial o cineasta Stuart Gilmore pediu demissão por causa dos apertados cronogramas de filmagens. Em seu lugar o estúdio escalou Edward Ludwig para terminar o filme (cerca de 20% do que faltava das cenas). O resultado é um western bangue bangue que apesar de toda a pressa satisfaz plenamente o cinéfilo admirador do estilo, provando que em Hollywood nos anos 50 nem sempre a pressa era inimiga da qualidade ou da perfeição. Vale a pena conhecer.  

Pablo Aluísio.

Quando a Mulher se Atreve

Título no Brasil: Quando a Mulher se Atreve
Título Original: In Old Oklahoma
Ano de Lançamento: 1943
País: Estados Unidos
Estúdio: Republic Pictures 
Direção: Albert S. Rogell
Roteiro: Thomson Burtis, Ethel Hill
Elenco: John Wayne, Martha Scott, Albert Dekker

Sinopse:
Em 1906, nas terras indígenas de Oklahoma, um cowboy chamado Daniel F. Somers (John Wayne) luta pelos seus direitos de arrendamento de um rancho contra um ganancioso empresário que deseja suas terras, pois há petróleo em seu subsolo. Enquanto a disputa se desenvolve, uma linda professora rouba os corações de ambos os inimigos.

Comentários:
Era para ser mais um faroeste de rotina na carreira de John Wayne, mas houve algumas mudanças interessantes. A produção decidiu filmar tudo no deserto de Utah, ao invés da Califórnia onde seus filmes anteriores tinham sido feitos. Isso trouxe uma bela fotografia ao filme como um todo. Era uma região diferente, com belas paisagens. Outras surpresas viriam. Os críticos gostaram do filme e teceram elogios e o filme acabou sendo indicado ao Oscar em duas categorias. Eram indicações bem inustiadas em se tratando de um western. Foi indicado na categoria de melhor som, pois se usou um equipamento de captação novo na época e melhor música. Acabou sendo um caso raro de filme de faroeste indicado por sua trilha sonora. Quem poderia imaginar?

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 17 de junho de 2024

A Primeira Página

A Primeira Página
Nessa última semana assisti a mais um filme do mestre Billy Wilder. Não tem jeito, esse foi um diretor e roteirista realmente diferenciado. Wilder transitava em seus filmes nos mais diferentes tipos de humor. Tanto escrevia diálogos mais refinados, como também apostava no tipo de humor mais popular. Aqui ele voltou a trabalhar com essa ótima dupla de atores que juntos fizeram muitos filmes de humor memoráveis em Hollywood nos seus bons tempos. Assim temos nessa produção Jack Lemmon e Walter Matthau juntos no elenco, sob a talentosa direção de Wilder. Realmente um trio desses torna qualquer filme obrigatório!

Na história Lemmon interpreta um jornalista veterano que cansou da profissão. Ele agora quer mais é se casar e ir embora com sua noiva para viver uma nova vida. O tio dela é um ricaço, dono de agências de publicidade e marketing e Lemmon quer mais é largar essa coisa de jornalismo para ter uma vida menos estressante. Só que o editor do jornal onde ele trabalha, interpretado pelo sempre ótimo Matthau, não está disposto a perder seu melhor jornalista. Assim arma um esquema para que ele continue trabalhando em seu Diário, um dos mais vendidos da cidade. 

E a oportunidade certa chega na execução de um homem que matou um policial. Ele vai ser enforcado no dia seguinte. A mídia fica em polvorosa. E Lemmon cai na armadilha, já que apesar de dizer que odeia jornalismo, ele na realidade ama essa profissão. A história do filme inteiro se passa na noite anterior da execução desse criminoso. A sala de imprensa vira assim o palco ideal para Wilder desenvolver sua veia cômica. O resultado, nem preciso dizer, é realmente ótimo! É a tal coisa, quanto mais filmes novos assisto, mais gosto dos filmes do passado. Era realmente outro nível!

A Primeira Página (The Front Page, Estados Unidos, 1974) Direção: Billy Wilder / Roteiro: Billy Wilder, Ben Hecht, Charles MacArthur / Elenco: Jack Lemmon, Walter Matthau, Susan Sarandon / Sinopse: Jornalista veterano quer mesmo é largar a profissão, se casar, mudar para outra cidade e arranjar uma mamata em um emprego fácil. Só que seu editor tem outros planos, o colocando no meio do olho do furacão de um frenesi da imprensa em volta da execução de um condenado à morte. 

Pablo Aluísio.

Conspiração Do Silêncio

Construído em cima do roteiro espetacular de Millard Kaufman, o clássico "Conspiração do Silêncio" (Bad Day at Black Rock - 1955) é um filme acima da média e de valores e gêneros agregados, como: western, suspense e drama. O elenco é estelar e encabeçado por nada menos que Spencer Tracy, Robert Ryan, Ernest Borgnine e Lee Marvin. Cabe ao próprio Tracy a tarefa de roubar as cenas (ou quase todas) no papel de John MacReed, um ex-combatente da Segunda Guerra e deficiente físico (ele não tem um dos braços). O longa começa com MacReed desembarcando de trem, na árida, calorenta e praticamente inóspita cidade de Black Rock. Reed, chega com apenas uma mala e uma missão: entregar a um nipo-americano de nome Komako, a Medalha de Mérito que pertenceu a seu filho, morto em batalha na guerra.

Para MacReed, encontrar Komako e devolver-lhe a medalha era uma questão de honra, pois o filho do japonês havia morrido para salvar a sua vida. Mas o que o forasteiro não contava, era com o clima extremamente hostil e criminoso dos habitantes da pequena cidade. Liderados pelo brutamontes, Reno Smith (Robert Ryan) e seu braço direito, Coley Trimble (Ernest Borgnine) a turba de capangas faz de tudo para atrapalhar o ex-combatente em sua busca. O filme vai crescendo em tensão na medida em que MacReed vai ficando mais perto da verdade. Numa cena fantástica e rara para os filmes de Hollywood na época, Reed enfrenta Coley Trimble num bar aplicando-lhe golpes de Jiu-Jitsu. Uma homenagem ao filho japonês de Komako. A busca por Komako se arrasta, e o calor seco e insuportável da cidadezinha se contrapõe ao gelo e a insanidade de Reno e seus capangas. A inquietação crescente de MacReed confronta-se com a violência surda e muda de uma cidade que não ouve e também não lhe dá uma resposta sequer. O silêncio monstruoso dos habitantes é intransponível. É a piscina lamacenta que Reed tem que atravessar para tentar lavar a sua alma agradecida.

O tempo vai passando e o binômio que rege o filme, silêncio-segredo, dá lugar as vicissitudes de um roteiro primoroso que aos poucos vai transformando, o até então desacreditado, Reed num organismo furioso e vingativo empurrando-o para um inexorável confronto, violento e explosivo com Reno e a bandidagem da cidade. O filme, pouco conhecido no Brasil, é uma jóia rara e, com toda a certeza, o maior papel da carreira do excepcional Spencer Tracy e um dos melhores dirigidos pelo ótimo John Sturges. Foi também o primeiro filme da Metro a ser rodado no formato Widescreen. A dupla, Tracy e Sturges, voltaria a fazer sucesso no clássico "O Velho e o Mar" (1958). Outra curiosidade é que o primeiro filme da série Rambo. "Rambo, Programado para Matar" (1982), teve como inspiração, o roteiro de Conspiração do Silêncio. Nota 10

Conspiração do Silêncio (Bad Day at Black Rock, EUA, 1955) Direção: John Sturges / Roteiro: Millard Kaufman, Don McGuire / Elenco: Spencer Tracy, Robert Ryan, Anne Francis, Dean Jagger, Ernest Borgnine, Lee Marvin / Sinopse: Jonh MacReed (Spencer Tracy) é um veterano da II Guerra Mundial que vai até uma distante cidade chamada Black Rock para entregar a medalha do mérito a um pai cujo filho foi morto em combate.

Telmo Vilela Jr.