Nos tempos da escravidão esse termo Mandingo era usado para designar os escravos pessoais, aqueles mais próximos de seus donos. Inicialmente seriam os escravos vindos das regiões onde no passado havia se edificado o império Mali. No sul dos Estados Unidos essa denominação passou a ser usada para definir os escravos mais próximos aos seus senhores. Eram os escravos preferidos das grandes fazendas de algodão. Havia certamente um determinado ressentimento dos demais escravos, dos negros usados na lavoura de algodão, por exemplo, contra os mandingos, embora todos eles procurassem e desejassem acima de tudo reconquistar suas liberdades pessoais.
Esse bom filme, atualmente um tanto esquecido, conta uma dessas histórias dos anos em que seres humanos negros traficados da África eram escravizados. O enredo se passa numa fazenda de algodão do sul dos Estados Unidos. Um violento dono de terras e escravos começa a treinar os homens negros mais fortes de seu plantel, para lutarem na arena de luta livre, onde apostas eram feitas por esses escravistas e seres humanos eram mortos em espetáculos de violência insana. É um bom filme, até bem realista, embora o roteiro também apresente um nada saudável sabor de perversidade nas lutas dos escravos.
Mandingo - O Fruto da Vingança (Mandingo, Estados Unidos, 1975) Direção: Richard Fleischer / Roteiro: Kyle Onstott, Jack Kirkland, Norman Wexler / Elenco: James Mason, Susan George, Perry King / Sinopse: Dono de escravos do século XIX usa um de seus homens negros escravizados na luta de apostas que eram realizados no sul dos Estados Unidos.
Pablo Aluísio.