domingo, 8 de junho de 2008

Raul Seixas - Metamorfose Ambulante

Esse foi o primeiro disco de Raul Seixas que eu comprei em minha vida. É uma coletânea dos maiores sucessos do cantor e compositor em sua passagem pela gravadora Philips. Ele não chegou a gravar muitos discos nesse selo, mas gravou aqueles em que obteve mais sucesso. Por essa razão, não foi muito difícil para os produtores reunir grandes sucessos da carreira de Raulzito nesse LP. Foi realmente o auge da carreira dele, em um momento em que ele decidiu deixar de ser produtor de discos na CBS para se tornar um artista solo de grande sucesso. 

E também vamos ser bem sinceros, ele nunca mais foi tão criativo e tão original quanto nessas faixas que aqui estão. É claro que depois eu fui atrás de outros dos seus discos e procurei conhecer o lado b do artista. De qualquer forma, se essa não for a sua intenção, e se você quiser apenas ter um disco reunindo seus melhores sucessos, retratando uma fase de grande êxito comercial e popular, então esse álbum completará totalmente seus anseios e objetivos. Só não espere que esse LP vá completar de alguma forma a grandiosidade de talento desse artista brasileiro. Então é isso. Coloque para tocar. E se divirta com Raul Seixas em sua melhor fase.

Raul Seixas - Metamorfose Ambulante (1988)
Ouro De Tolo
Eu Nasci Há 10 Mil Anos Atrás
Mosca Na Sopa
S.O.S.
Eu Também Vou Reclamar
Gitã
Tente Outra Vez
Metamorfose Ambulante
Al Capone
Rock Do Diabo
O Trem Das 7

Pablo Aluísio.

Explosão Dos Anos 60

Explosão Dos Anos 60
Esse disco faz parte da história da minha vida. Ele já estava tocando em minha casa quando eu estava na infância. É um retrato bem interessante da música jovem Brasileira. Ali na virada da década de 1950 para a década de 1960. Um tempo em que a jovem guarda ainda nem existia. O que se pode ver nesses registros musicais é como a música Brasileira daquela época, feita para os adolescentes e jovens; era muito inocente. Há muitas versões de músicas americanas por aqui. E tudo fruto daqueles tempos mais inocentes e pueris. 

Eu particularmente gosto muito dessas gravações, até porque se trata de um aspecto de pura nostalgia em meu caso particular. Esse selo CID lançava discos promocionais no mercado brasileiro. Custava muito menos do que os discos originais de selos americanos. Por essa razão, era bem vendidos e comercialmente bem sucedidos. Sendo vendidos em lojas, supermercados e locais alternativos que não costumavam vender discos de vinil. Enfim, um disco que marcou minha vida e que tem seu grande valor artístico. É um retrato do pop do rock nacional em seus primórdios, em suas origens.

Explosão Dos Anos 60 (1977)
Estúpido Cupido 
Neurastênico
Broto Legal 
O Ritmo Da Chuva 
Biquini de Bolinha Amarelinho Tão Pequenininho 
Jambalaya 
Rua Augusta
Estúpido Cupido 
Banho de Lua 
Quem É
Túnel Do Amor
Marcianita
Lacinhos Cor-de-Rosa

Pablo Aluísio.

sábado, 7 de junho de 2008

...E O Vento Levou

Depois de quatro horas de filme, a sensação é de puro êxtase. Não há um mortal sequer que consiga ficar indiferente ao filme mais famoso e popular de Hollywood. Baseado no romance homônimo de Margareth Mitchel e vencedor do Prêmio Pulitzer de 1937,  "... E o Vento Levou" (Gone With The Wind - 1939) é daqueles filmes onde tudo funciona, tudo se encaixa perfeitamente e o time de atores, juntamente com os diretores, produtor e roteirista, forma uma espécie de mosaico que beira à perfeição. O longa é ambientado no início da Guerra da Secessão (1861-1865) e conta a vida de Gerald O'Hara um imigrante irlandês que fez fortuna e vive em sua mansão,Tara, na Georgia, sul dos EUA, junto com sua filha adolescente, Scarlett O'Hara (Vivien Leight).

A jovem Scarlett nutre uma paixão crônica e doentia por Ashley Wilkes. Porém o que ela não sabe é que Wilkes está de casamento marcado com a sua própria prima. Em meio a um verdadeiro redemoinho de paixões, mágoas e ressentimentos que coincidem com o início da guerra, surge o indefectível Rhett Buttler (Clark Gable), um espertalhão que diante do conflito, não toma partido para nenhum lado. Na verdade Rhett é um misto de mulherengo, cínico e mau-caráter que mantém sem muito esforço, correndo em suas veias, muito humor, além de doses generosas de testosterona.

O clássico tem cenas inesquecíveis como o grandioso incêndio que torra a cidade de Atlanta, facilitando a invasão dos Ianques do norte e levando os Confederados e escravocratas sulistas ao desespero. Destaque também para a trilha sonora de acordes celestiais assinada por Max Steiner. A música, derrete, como fogo de maçarico, os corações humanos mais duros. Mas a estrela do grande épico é a espevitada Scarlett O'Hara, papel que caiu no colo de  uma inglesinha, nascida na Índia, chamada Vivian Leigh. A excepcional atriz - que doze anos mais tarde brilharia junto com Marlon Brando no clássico "Uma Rua Chamada Pecado" (1951) - disputou de forma incansável a concorrida vaga para o papel de Scarlett O'Hara com gente não menos ilustre como: Katharine Hepburn, Bette Davis e Lana Turner. A disputa foi tão acirrada que Vivien só conseguiu a vaga quando as filmagens já haviam começado. Vivien foi uma escolha pessoal do todo poderoso produtor David Selznick e brilhou intensamente na pele de uma Scarlett O' Hara  histriônica e mimada.

Outro destaque fica por conta de Clark Gable, que aqui vive seu personagem mais famoso (Rhett Butler). Na verdade a primeira escolha para viver Rhett recaiu sobre Errol Flynn que era um desejo pessoal do produtor David O' Selznick. Mas diante da negativa da Warner em liberar Flynn e de um pedido pessoal de Carole Lombard - que era esposa de Gable e amiga pessoal de Selznick - Clark , finalmente foi o escolhido. Reza a lenda que Clark relutou muito em aceitar o famoso papel, já que estava com 38 anos e não queria encarnar nas telas um sujeito malandro e conquistador de uma adolescente. Outra maravilha fica por conta da fotografia em Technicolor da dupla Ernest Haller e Ray Rennahan que além de representar uma revolução para a época, hipnotizou as plateias de todo o mundo. O clássico teve treze indicações ao Oscar, mas levou "apenas" dez. Um filme realmente extraordinário.

... E O Vento Levou (Gone with the Wind, EUA, 1939) Direção: Victor Fleming / Roteiro: Sidney Howard baseado na novela de Margaret Mitchell / Elenco: Clark Gable, Vivien Leigh, Olivia de Havilland, Thomas Mitchell, George Reeves / Sinopse: As paixões, lutas e glórias de uma família americana durante os terríveis anos da Guerra Civil.

Telmo Vilela Jr.

 

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Raízes da Ambição

Através das lentes do diretor Alan J. Pakula, o drama, Raízes da Ambição (Comes a Horseman - 1978) conta a história da fazendeira Ella Connors (Jane Fonda) que em 1945 e com o fim da Segunda Guerra Mundial, tenta a qualquer custo defender suas terras do assédio do fazendeiro e pecuarista, Jacob Ewing, um sujeito pilantra, inescrupuloso e que fará de tudo para comprar todas as terras de Connors como forma de acertar contas com o passado que um dia envolveu os dois fazendeiros. Sentindo-se muito sozinha e desprotegida diante de Ewing e seus capangas, Connors contrata Frank, um misto de cowboy e vaqueiro que chega à fazenda como seu ajudante. No entanto acabam se envolvendo amorosamente.

O excelente triunvirato dos "jotas" - Jane Fonda, Jason Robards e James Caan, funciona dentro de uma simbiose perfeita, tanto no poder da atração quanto na força e no ódio da repulsa. Fonda, no papel de uma linda e amargurada fazendeira; Robards no papel de um bandidão imoral e Caan como dublê de cowboy e amante. Juntos, em atuações extraordinárias,  pintam uma aquarela árida, dramática e cruel de um filme excelente.

Raízes da Ambição (Comes a Horseman, Estados Unidos, 1978) Direção: Alan J. Pakula / Roteiro:  Dennis Lynton Clark / Elenco: James Caan, Jane Fonda, Jason Robards, George Grizzard, Richard Farnsworth / Estúdio: United Artists / Sinopse: Ella Connors é uma mulher solteira que é pressionada a vender sua fazenda de gado falida. Filme indicado ao Oscar na categoria de Melhor Ator Coadjuvante (Richard Farnsworth).

Telmo Vilela.

Entre Deus e o Pecado

Baseado na obra homônima do escritor americano Sinclair Lewis - o primeiro americano a ganhar o Nobel de Literatura em 1930 - o clássico, "Entre Deus e o Pecado" (Elmer Gantry - 1960) é uma joia da sétima arte assinada pelo diretor Richard Brooks. Com um roteiro inflamável nas mãos onde religião, dinheiro e pilantragem se misturam no mesmo palco, e quase na mesma proporção, Brooks entrega à Burt Lancaster o protagonismo de um filme espetacular. Com uma atuação vigorosa e arrasadora que lhe rendeu o Oscar de melhor ator, Lancaster vive Elmer Gantry, um sujeito boa pinta, oportunista, imoral, charmoso e falastrão. Desempregado e sem muitas perspectivas, Grant vê sua vida mudar quando, por acaso, conhece num culto evangélico, a bela pregadora, Sharon Falconer (Jean Simmons). A evangélica que comanda uma pequena empresa religiosa, vive de viajar pelo meio-oeste americano levando a palavra de Deus. Neste momento o velhaco Gantry entra em cena com todo o seu charme e talento verborrágico na tentativa de aproximar-se da bela pregadora.

Depois de muitas investidas e tentativas, finalmente o malandro consegue aproximar-se de Falconer. A partir daí, começam a pregar a palavra de Deus por todos os cantos. Com uma ambição desmedida, oratória fulminante e um carisma arrasador. Gantry, não só derrete o coração de Falconer, como também deixa multidões embevecidas. A vida da pregadora muda para sempre. Ela agora é uma celebridade milionária e famosa em todo o país. Os planos de rapinagem do pilantra vão de vento em popa, até que um dia seu passado vem à tona e o coloca cara a cara com a prostituta Lulu Bains (Shirley Jones) seu ex-caso e que pode destruir sua reputação.

Forçado por um destino soberano que emerge entre desejos e interesses, o triunvirato: Grant, Lulu e Falconer, caminha célere para um final de consequências reveladoras e assustadoras. Grant, um furacão impiedoso que destrói tudo a sua volta; Lulu, a prostituta gélida e sedenta por vingança e Falconer, um anjo translúcido, de fé inabalável, olhos contemplativos e alma caridosa. Juntos, elevam à condição de clássico, um filme que tinha tudo para ser comum. O roteiro sensacional que chegou a ser proibido em várias cidades americanas, e até em alguns países, é recheado de surpresas. A fotografia é magnífica e o technicolor, acentuado por cores vibrantes, encaixa-se de forma perfeita com a paisagem e a alegria voluptuosa e histriônica de Grant. O filme abocanhou três Oscars: ator para Burt Lancaster, atriz coadjuvante para Shirley Jones e roteiro adaptado para Richard Brooks. Teve ainda indicações para o prêmio de melhor filme e melhor trilha sonora assinada por André Previn.

Telmo Vilela Jr.

quinta-feira, 5 de junho de 2008

A Marca de um Erro

Tendo como garantia um excelente roteiro assinado por Zequial Marko, a música de Lalo Schifrin (Operação Dragão), e um time de atores de respeito como: Alain Delon, Ann-Margret, Van Heflin e Jack Palance - o diretor Ralph Nelson (Réquiem Para um Lutador) construiu um belo filme no estilo do inconfundível policial-noir e com forte influência de clássicos do gênero, como os premiados, Rififi - Os Segredos das Jóias e O Grande Golpe. O longa, A Marca de Um Erro (Once a Thief - 1965) conta a história de Eddie Pedak (Alain Delon) um imigrante italiano de Trieste e ex-presidiário que, vivendo na cidade de São Francisco tenta seguir o caminho da regeneração. Porém, o sonho de viver em paz junto com sua linda mulher, Kristine Pedak (Ann-Margret) e sua filhinha, parece impossível.

Tudo porque em seus calcanhares estão o Inspetor Mike Vido (Van Heflin), que jura que Eddie é o responsável pelo recente assalto a uma loja de conveniência que culminou com a morte da proprietária - além da presença sinistra do bandidão Walter Pedak (Jack Palance) irmão de Eddie e que deseja a todo custo o retorno de seu irmão ao mundo do crime para um último e lucrativo assalto. Porém, no caminho do sucesso deste último assalto, está o bandidão James Arthur Sargatanas (John Davis Chandler) braço direito de Walter e inimigo mortal de Eddie Pedak. Um bom filme, com um ótimo e surpreendente final. A bela dupla Delon-Margret, com diálogos precisos e com uma ótima química, consegue manter, suspenso no ar, elementos incendiários como mentira, ciúme e infidelidade, que, jogados num caldeirão em ebulição, pode deixar a história ainda mais instigante e explosiva. Nota 7

A Marca de um Erro (Once a Thief, França, Estados Unidos,1965) Direção: Ralph Nelson / Roteiro: Zekial Marko / Elenco: Alain Delon, Ann Margret e Jack Palance / Sinopse: Em São Francisco (EUA), o jovem imigrante ex-presidiário Eddie tenta mudar de vida e trabalhar para sustentar a esposa e filha pequena. Mas um policial e também seu irmão bandido não o deixam em paz, e acabam por forçá-lo a voltar ao crime. Mas, ao contrário dos outros, Eddie sabe quem são seus verdadeiros inimigos. Filme premiado no San Sebastián International Film Festival.

Telmo Vilela Jr. 


Rififi

Quando em 1952 o diretor americano Jules Dassim resolveu fugir dos Estados Unidos devido às perseguições do macartismo e adotar Paris como seu novo lar, mal sabia que estava prestes a dirigir um dos maiores clássicos do estilo "noir" de todos os tempos:  "Rififi" (1955). Baseado na obra homônima de Auguste Le Breton, o longa, um dos maiores orgulhos do cinema francês , discorre sobre a história do bandidão Tony que depois de passar cinco anos na prisão, volta à vida normal e descobre que sua mulher, Mado o está traindo, e pior: vivendo com um dono de cabaret num prostíbulo. Embalado pela linda música tema de Georges Auric que ressoa no cabaré "L'Âge d'Or", Tony, reune-se com seus antigos comparsas e, sem dinheiro, aceita a proposta para voltar ao crime e realizar um dos maiores assaltos da história de Paris: o roubo à joalheria Mappin&Webb

No período que segue entre a preparação do assalto e a sua execução, Dassim passeia durante o dia com sua câmera pelo centro e subúrbios de Paris dos anos 50, mostrando pessoas comuns, modas e paisagens menos famosas. Sua câmera vai às ruas, vielas, becos e pequenos bares onde o preto e branco das imagens mostram a realidade do dia a dia parisiense. O longa tem dois momentos antológicos: o treinamento detalhado da gangue para silenciar o sistema de alarme da joalheria e a famosa sequência do roubo que dura, exatos, trinta e dois minutos, em completo silêncio, sem diálogos, sem música e que entrou para a história do cinema. Uma obra prima do cinema noir.

Rififi (Du Rififi Chez Les Hommes, França, 1955) Direção: Jules Dassin / Roteiro: Jules Dassin, René Wheeler, Auguste Le Breton baseado na novela "Du rififi chez les hommes" de Auguste Le Breton / Elenco: Jean Servais, Carl Möhner, Robert Manuel, Janine Darcey, Pierre Grasset / Sinopse: O criminoso Tony (Jean Servais) depois de passar cinco anos na prisão, volta à vida normal e descobre que sua mulher, Mado (Marie Sabouretm) o está traindo, e pior: vivendo com um dono de cabaret num prostíbulo. Junto a um grupo de comparsas passa então a se dedicar aos planos de um grande roubo em Paris

Telmo Vilela.

quarta-feira, 4 de junho de 2008

10 Filmes Trash Para Pura Diversão!

Horrors of Spider Island
Sinopse: Sobreviventes de um acidente de avião em uma ilha remota são ameaçadas por estranhas aranhas presentes no local. / Com: Harald Maresh, Temple Foster, Hekga Franck, Barbara Valentin. / Dir: Fritz Böttger, 1960 / Comentários: Atente-se para a genialidade desta trama: grupo de dançarinas e um cara sofrem acidente de avião e caem numa ilha misteriosa. Sem ter o que fazer, todas as garotas vivem passeando com pouca roupa e disputando a atenção do tal "macho alfa". O terror surge com a presença de estranhas aranhas-vampiras, que mordem o rapaz e o transformam numa espécie de "lobisomem-aranha" (sejá lá o que isso for)!!! Sim, estamos diante de um filme que poderia até ser capaz de causar certo constrangimento em Ed Wood (ou seria aplaudido por ele?). "Horror of Spider Island" (que pode ser encontrado lá por diversos outros títulos) era na verdade um filme alemão de sexplotation, mas foi reeditado nos EUA e tornou-se um filme de terror mais convencional, sem as cenas de nudez (originalmente se chamava " Hot in Paradise"). O que importa é que o filme é uma das coisas mais bagaceiras já feitas. "Atuações" hilárias, falta de sentido, erros absurdos de continuidade e diálogos inacreditáveis levarão ao delírio os amantes "profissionais" do cinema trash. As aranhas (de plástico) tem poucas aparições, mas são inesquecíveis e o "lobisaranha" atrás das moçoilas com hilário teor erótico é algo para se admirar.

O Biscoito Assassino
Sinopse: O Biscoito Assassino é a história de um biscoito que é possuído pela alma de um assassino que foi morto na cadeira elétrica. Decidido a se vingar da mulher responsável por sua morte, o biscoito sai à procura de vingança. / Com: Gary Busey; Robin Sydney; Ryan Locke; Alexia Aleman; Jonathan Chase. / Dir: Charles Band, 2005 / Comentários: Claro que ninguém vai ver um filme de "biscoito assassino" esperando algo "bom", mas é no seu próprio "meio" que o filme decepciona bastante, já que a ideia é bem mais divertida que o resultado final. A trama parece um derivado do "Brinquedo Assassino" (embora nem a "magia" que transporta o assassino para o biscoito seja explicada direito). Embora divirta ocasionalmente pelo ridículo e pelas atuações toscas (ninguém nem consegue esboçar reações diante das mortes), o filme é fraco no gore e tem dificuldade de engrenar, por falta de ritmo, é mais bobo que trash. Mas as aparições do biscoito matando os personagens-clichês tem seus momentos que valem uma conferida.

Redneck Zombies
Sinopse: No interior das florestas da América vive um povo muito especial. Amigos, decentes, bons agricultores. Quando eles acidentalmente acham um barril de resíduos nucleares e transformam numa bebida os portões do inferno serão abertos. Entretanto, sete sofisticados turistas da cidade se perdem na floresta em encontram esse pesadelo: analfabetos, e insensíveis mortos-vivos. Enquanto os turistas usam todo o seu juízo e coragem para se manterem vivos, mais e mais moradores começam a provar a nova bebida até que os zumbis estejam em toda parte. O que começou com um agradável passeio se transforma em um banho de sangue de desmembramento e canibalismo. / Com: Steve Sooy, Anthony M. Carr, Ken Davis, Stan Morrow, Brent Thurston-Rogers, Lisa M. DeHaven. / Dir: Pericles Lewnes, 1989 / Comentários: Um Troma autêntico, trash até o talo, sem medo de ser ruim e feliz por isso. O filme começa com um depoimento de um caipira-zumbi reclamando do preconceito com a imagem que os filmes fazem dos "rednecks". Pelo visto o apelo não adiantou muito, estão lá os caipiras retardados, tarados, sujos, o carniceiro, o "Pá" e Má" e o bizarro  Mr. Tobacco Man, vendedor de tabacos que cobre a cara como o Homem-Elefante. Como de costume, a Troma investe na falta de noção, muita tripa falsa e mortes (onde nem crianças escapam) e frases muito bem trabalhadas, como "Eu gosto de maminha" ou "É como meu pai costumava me dizer, antes de ser atropelado por um trator".

Casei-me Com um Monstro de Outro Espaço
Sinopse: Desde a noite chuvosa em que se casaram, o marido de Marge Farrell vem agindo de maneira estranha. Bill, que antes era carinhoso, agora parece não ter emoções e passa a maior parte de seu tempo livre em um bar - sem beber uma gota de álcool. Até que Marge percebe que não somente o marido, mas também outros homens da cidade foram substituídos por uma raça de alienígenas que deseja dominar a Terra. / Com: Tom Tryon, Gloria Talbott, Peter Baldwin, Robert Ivers, Chuck Wassil. / Dir: Gene Fowler Jr, 1958 / Comentários: Apesar do título irônico e do ar despojado, este é um bom exemplar das sessões B de Drive-ins adolescentes e longe de ser algo trash ou desleixado (há até bons nomes na parte técnica), é até bem conduzido e fez relativo sucesso fora do circuito B, virando cult com o tempo. É quase uma versão mais descompromissada de "Os Invasores de Corpos", com toda a paranoia da época e elementos de ficções cinquentistas. Bem divertido.

Língua Assassina
Sinopse: A personagem principal aqui é uma mulher escondida em um convento com seus poodles, enquanto seu namorado cumpre pena em uma prisão bastante esquisita. Mas um meteorito cai na Terra e transforma a garota em uma criatura esquisita com uma Língua Voraz... Mas este é só o começo. / Com: Melinda Clarke, Doug Bradley, Robert Englund / Dir: Alberto Sciamma, 1996. / Comentários: Obviamente, o filme não se leva a sério em nenhum momento. É tudo bem tolo (e ruim) e nem sempre engraçado, mas alguns absurdos compensam. Começa arrastado, mas melhora quando a tal "língua" finalmente começa a dominar o filme e ganhar importância. Pior que a danada ainda "conversa" com sua dona e chega a ter...relações com ela. Freiras abusadinhas e poodles drag queens (!) completam a bagaça. O filme parece uma estúpida mistura de Almodóvar com trash. Slogan da capa nacional: "Caia de boca e morra...". Vale pela presença de Melinda Clarke, a zumbi sexy de "A Volta dos Mortos-Vivos 3".

Alien vs Ninja
Sinopse:  Era uma vez no Japão um grupo de grandes guerreiros ninja liderados por Yamata, chamados Iga Ninja. Um dia, eles testemunham um lampejo no céu e uma enorme bola de fogo, que cai numa floresta distante. Os guerreiros correm para identificar o misterioso objeto. Ali, ao invés de encarar inimigos previsíveis, encontram criaturas com garras e presas jamais vistas. / Com: Shuji Kashiwabara, Mika Hijii, Ben Hiura, Kôji Inagaki, Hajime Inoue / Dir: Seiji Chiba, 2010 / Comentários: O título já diz tudo, não? Mais uma bagaceira japonesa com orgulho de ser trash e feita com o intuito de divertir. Mas falta algum estofo para que o filme funcione melhor, sendo tudo jogado ou largado numa trama que apenas põe pretextos para várias cenas de lutas entre os ninjas e os aliens que parece aquele alien famoso mas com cabeça de golfinho. Sendo disperso, acaba não agradando tanto, mas ainda diverte em várias sequências devido ao exagero e a inegável cara de pau dos envolvidos (em certo momento, o alien até pega uma espada e vira ninja mortal também). É um pouco na linha "Power Rangers", com monstros de borracha e atuações e diálogos sofríveis, só que com sangue e tripas (mas um gore bem tosco também). Muitos efeitos digitais precários, coisas sem noção, nojeiras e pancadaria completam o cardápio para quem tiver disposição de encarar!

The Abomination
Sinopse: Uma mulher de meia-idade adoece e vomita o que ela acredita ser um tumor. O "tumor" acaba por ser uma estranha espécie de esporos que podem se transformar em uma criatura carnívora. Este esporo entra no corpo do filho dela e faz agora ele brutalmente matar pessoas para alimentar os outros esporos, que se transformam em criaturas estranhas./ Com: Scott Davis, Jude Johnson, Blue Thompson, Brad McCormick, Suzy Meyer, Rex Morton. / Dir: Bret McCormick, 1986 / Comentários: Quando penso que já vi de tudo...está aqui mais uma "produção" que só dará prazer aos fãs ferrenhos do "quanto pior, melhor", filme grotesco não só nos baldes de sangue e tripas, mas em todo o seu conjunto (atuações, edição, etc). A história, obviamente, é sem pé nem cabeça, mostrando um "tumor demoníaco" (é, isso mesmo que você leu) que afeta a vida de um rapaz filho de uma moça viciada num programa religioso da tv. Seguindo a falta de nexo, o tumor "se reproduz" em várias criaturas cheias de dentes espalhadas pela casa do cara, e o "domina" mentalmente, fazendo com que ela traga vítimas para alimentá-las. A virada de personalidade do cara para um "Bad Guy" é um dos pontos altos do filme, hilariante em sua "atuação". Daí para lá, é aquilo que tanto amamos: mortes a rodo, muito ketchup e cenas nonsense num filme só mesmo indicado aos trasheiros de plantão. As mortes são hilárias de tão toscas, e estranhamente o filme abre com uma sequência de pesadelo que já mostra várias das cenas de gore que estão por vir, o que pode estragar um pouco as surpresas. Uma diversão absurda de ruim, por isso mesmo tão engraçada.

Cannibal Girls
Sinopse: Um jovem casal vai passar a noite em um restaurante, apenas para descobrir que ele é assombrado por três garotas que têm fome de carne humana. / Com: Eugene Levy, Andrea Martin, Ronald Ulrich, Randall Carpenter. / Dir: Ivan Reitman, 1973 / Comentários: Antes de criar algumas comédias conhecidas do cinema (como "Os Caça-Fantasmas"), Ivan Reitman, como deveria ser obrigação no currículo de todo bom diretor, teve no início de carreira a realização de um legítimo trash bagaceiro. Fora que o mocinho do filme é Eugene Levy (o "pai" do American Pie") com hilário visual "hipongo". Feito com uns trocados e com um roteiro que é só um pretexto, a idéia básica é fazer uma sátira aos filmes de terror, com muito humor negro. Claro que a precariedade do filme e toda a tosqueira dão mais graça que as piadas intencionais. O filme divulgava de forma sensacionalista que um "sino" iria tocar avisando os espectadores que desejassem virar o rosto antes do surgimento de alguma cena grotesca, mas o filme não é lá muito pesado no gore, mas compensa no sexplotation soft, com as belas garotas mostrando seus, hã..talentos. Um filme extremamente tosco, portanto, se você é daqueles que exige um mínimo de qualidade, fuja dele, para o resto, divirtam-se sem culpa.

Lua Sangrenta
Sinopse: Jovem desajustado fica em casa tomando conta de sua irmãzinha. Na ausência dos pais ele se injeta drogas e conta para a irmã duas histórias de terror. A primeira sobre um louco que escapa da manicômio e extermina a família de uma garota. A segunda sobre um padre que, depois de violentar uma jovem, sofre com delírios e visões de torturas no inferno / Com: Andrea Arbter, Ellen Fischer, Ronald Fuhrmann / Dir: Olaf Ittenbach / Comentários: Quando a gente pensa que já viu de tudo, continua se surpreendendo. Olaf Ittenbach é um diretor alemão de filmes sanguinolentos que tem seus fãs (há até um filme elogiado dele, chamado "Premutos".). O que posso dizer é que "Lua Sangrenta" é tão tosco e absurdo que torna-se uma experiência bizarra de se assistir, e, com o devido clima, muito divertido.Impossível enumerar o tanto de coisas ridículas num filme onde cada segundo consegue ser mais constrangedor que o anterior. O próprio diretor faz o marginal (e que brinco é esse que ele usa??) responsável por contar as duas histórias do filme. Após sair de uma briga de gangues tosca com visual mais cafona que no clip "beat it" do Michael Jackson, ele é obrigado a contar historinhas pra sua irmãzinha dormir. A primeira é simplesmente um psicopata exterminando uma família, um por um (uma família de surdos, pelo visto, já que NINGUÉM escuta as mortes escandalosas de cada um deles). O filme inteiro não tem nenhuma meta a não ser a de mostrar mortes violentíssimas feitas com o padrão trash de qualidade. É tudo gratuito mesmo, com intenção de chocar (como na cena em que a moça é obrigada a engolir um olho, kkk)...Na segunda estória, um padre barbariza geral e um inocente paga o pato. No clímax, uma "visão do inferno" é mostrada, em quase 10 minutos de torturas, tripas, olhos arrancados com saca-rolhas e coisas singelas do tipo. Alguns efeitos, como do cara sendo literalmente rasgado ao meio até são interessantes, mas a falta de habilidade põe tudo a perder.Totalmente amador, feito com câmera de vídeo caseira (o que aliada à péssima fotografia faz lembrar imagem de novela de fundo-de-quintal) é filme horroroso para poucos, mais ou menos na linha do infame "Cradle of Filth: Nascidos do Inferno". Assista de preferência bêbado e prepare-se para rir como nunca.

O Vingador Tóxico
Sinopse: O jovem Melvin, um faxineiro paspalhão, é constantemente desprezado e humilhado pelos freqüentadores de uma academia de ginástica até o dia em que cai num tanque de lixo químico e torna-se o Vingador Tóxico, passando a perseguir gangues e corruptos da cidade. / Com: Mitchell Cohen, Andree Maranda, Jennifer Baptist. / Dir: Michael Herz, Lloyd Kaufman, Samuel Weil, 1985 / Comentários: Este é o mais famoso filme da produtora Troma, realizadora de filmes B em geral infames e ultrajantes. "O Vingador Tóxico" arrebatou alguns fãs e teve até continuações (com boatos de um remake vindo aí, é claro..) É obviamente humor negro puro, e dos mais pesados. Apesar da tosqueira da produção, algumas cenas são bem impressionantes devido o nível de brutalidade apresentada (cabeças esmagadas, amputações, tripas e nem crianças e bichos escapam, hehe)...sem falar que apesar de "ensaiar algumas lições de moral", o politicamente incorreto impera, rs... Por isso, não é um filme para todos: humor doentio, cenas pesadas (o moleque atropelado e a chacina na academia são clássicas), frases hilárias, atuações e lutas toscas, e muita, muita podreira! Um clássico do trash. PS: Descobri que "escondida" no elenco está Marisa Tomei kkkkk..

Ricardo Martins e Pablo Aluísio. 

Cinema dos anos 80


 Conan O Destruidor

terça-feira, 3 de junho de 2008