segunda-feira, 13 de dezembro de 2021
Music!
Depois peguei dois CDs mais recentes dela. Aquele em que ela está vestida de cowgirl na capa, chamado "Music" eu nunca tinha ouvido direito. Embora a capa leve a pensar que teria country music nas músicas, isso é um engano. Todas as faixas que ouvi são de tecno pop. Vou mais além, é tecno pop gay, algo feito bem para seu público LGBT, um dos mais fiéis da cantora. Muito embalo, mas não reconheci nenhuma das faixas. Certamente não foram grandes hits. Por fim coloquei algumas faixas (as primeiras) de CD "Bedtime Stories" para ouvir. Esse material já conheço melhor, Já tinha ouvido esse CD com maior frequência em um passado mais recente.
Eu estou recuperando meu hábito de ouvir CDs, algo que perdi maior contato depois do surgimento do streaming. Pois bem, dos Beatles ouvi dois discos à prova de falhas. O primeiro foi "Help". Grande disco, muito superior ao filme que é simplesmente horrendo em minha opinião. No cinema Help envelheceu seus 50 e tantos anos. No disco continua com ar de frescor juvenil. Depois ouvi novamente o "Revolver". Obra-prima que só perde um pouco por causa da música indiana do George Harrison. Chato demais. Porém pulando essa faixa o resto é puro rock clássico da melhor qualidade.
Do Elvis Presley puxei o álbum "Raised On Rock / For Ol' Times Sake" para ouvir mais uma vez. Achei curioso como mesmo após tantos anos não consegui mudar de opinião sobre ele. A opinião continua a mesma desde que eu comprei o primeiro vinil, ainda nos anos 80. Acho um disco terrivelmente depressivo. Tirando a faixa principal, que considero muito interessante pelo ritmo e principalmente pela letra, todo o restante do repertório traduz o espírito que Elvis tinha na época. Algo muito fundo do poço, quase na base do desespero. Casamento destruído, excesso de drogas, desilusão com a própria vida. Elvis não escreveu nenhuma daquelas letras, mas elas eram o retrato mais fiel dele do que alguém poderia imaginar. As músicas são bem arranjadas e belamente tristes, mas tem que ter o espírito certo e saber o contexto histórico para realmente curtir aquela fossa toda.
Pablo Aluísio.
domingo, 30 de janeiro de 2011
Eagles - Hotel California
Hoje eles soam bem mais comportados mas na década de 70 os membros do Eagles não eram nada fáceis. Suas histórias extravagantes durante as turnês são lendárias. Formado por grande beberrões e farristas o Eagles surpreende por ter sobrevivido àqueles anos alucinados. Viveram realmente o lema do "Sexo, Drogas e Rock n Roll" em plenitude. Esse álbum foi gravado naquela fase conturbada. Como viviam brigando entre si o Eagles teve muitas formações diferentes ao longo dos anos. Aqui o grupo surge pela primeira sem o membro fundador Bernie Leadon que resolveu deixar a banda para alcançar vôos solos. Sem dúvida uma grande perda pois além de ótimo vocalista era um letrista dos mais capazes. Mesmo com sua saída o grupo seguiu em frente, demonstrando que poderiam seguir sem Bernie.
O som aqui surge mais bem elaborado, com ótimos arranjos. Não há espaços em branco no som do Eagles. Há sempre uma guitarra solando no fundo (às vezes até duas ou mais) o que deixa a sonoridade encorpada e brilhante. Credito a Hotel California o título de um dos mais roqueiros trabalhos do grupo. Seu som ficou mais forte, com muita pegada. Um exemplo é a ótima "Life in the Fast Lane" onde Don Henley consegue uma vocalização extremamente bem integrada com a parte instrumental (há também um dos melhores solos do Eagles). Don Henley aliás predomina na parte vocal, sendo seguido de perto por Glenn Frey e Joe Walsh, ambos em grande forma. Tanto bom gosto resultou em excelentes números. "Hotel California", o álbum, vendeu 16 milhões de cópias apenas nos EUA, um número fantástico. Junte-se a isso os 3 singles extraídos do disco (todos campeões de vendas) e você entenderá o sucesso do Eagles. Sua coletânea "Eagles Greatest Hits" vendeu inacreditáveis 42 milhões de cópias o que mostra a força do grupo dentro do mercado fonográfico. Isso porém é o de menos. O que vale a pena é sempre ouvir esses loucos maravilhosos e sua sonoridade única. Eagles é realmente tudo de bom.
Eagles - Hotel Califórnia (1976)
Hotel California
New Kid in Town
Life in the Fast Lane
Wasted Time
Wasted Time (Reprise)
Victim of Love
Pretty Maids All in a Row
Try and Love Again
The Last Resort
Pablo Aluísio.
Eagles - On the Border
Esse disco em particular tem uma excelente seleção musical. Ele foi lançado originalmente em 1974. Produzido pela dupla de talentosos produtores musicais formada por Bill Szymczyk e Glyn Johns, foi o primeiro disco do Eagles a trazer o jovem guitarrista Don Felder. A capa, trazendo uma bela arte, mostrava uma águia voando no deserto do oeste, com destaque para as formações rochosas do Monument Valley, algo bem no estilo country and western. Minha faixa preferida nesse disco abria o lado B do vinil original. Era "James Dean". O título já entregava o jogo. Uma homenagem do grupo ao ator James Dean, morto em 1955. O refrão retomava o lema de viver rapidamente, sendo muito jovem para morrer. A melodia era aquele tipo de sonoridade que grudava na mente do ouvinte. Colocaram até o som de um carro acelerando para reforçar a mensagem. Ficou muito bom. Outro destaque é a bela canção "Already Gone", que já abria as cortinas do disco em grande estilo.
Eagles - On the Border (1974)
Already Gone
You Never Cry Like a Lover
Midnight Flyer
My Man
On the Border
James Dean
Ol' 55
Is It True?
Good Day in Hell
Best of My Love
Pablo Aluísio.
sábado, 29 de janeiro de 2011
Eagles - One of These Nights
E basicamente o que temos aqui? Uma coleção primorosa de belos arranjos e letras acima da média. Assim que chegou nas lojas o público correu para transformar o vinil em um dos mais vendidos da história, com quatro milhões de cópias consumidas em poucas semanas. Isso abriu as portas do sucesso internacional ao Eagles que saiu em sua primeira turnê fora dos Estados Unidos. O resto é história. Embora hoje em dia o Eagles seja considerada apenas uma banda de rock country blues ao estilo jurássico, o fato é que o som das águias atravessou o tempo, comprovando a extrema qualidade de suas gravações, que resistiram bravamente ao teste do tempo. / Produção: Bill Szymczyk / Formato Original: Vinil / Músicos: Don Felder, Glenn Frey, Don Henley, Bernie Leadon, Randy Meisner
Eagles - One of These Nights (1975)
One of These Nights
Too Many Hands
Hollywood Waltz
Journey of the Sorcerer
Lyin' Eyes
Take It to the Limit
Visions
After the Thrill Is Gone
I Wish You Peace.
Pablo Aluísio.
terça-feira, 25 de janeiro de 2011
Bruce Springsteen - Western Stars
Esse é o novo álbum do cantor e compositor Bruce Springsteen. Muito se tem falado que é um dos trabalhos mais parecidos com "Nebraska", um dos clássicos do artista. Será mesmo? Ainda estou nas primeiras audições e isso é algo complicado porque geralmente nesse primeiro momento não se tem ainda uma visão completa e profunda sobre o disco. Mesmo assim posso antecipar que a comparação é válida e tem sua razão de ser. E quais seriam essas semelhanças? Bom, antes de mais nada temos aqui uma sonoridade bem intimista, muito semelhante com o que ouvimos em "Nebraska".
Também é uma viagem ao interior dos Estados Unidos. O clima é de longas planícies, cavalos selvagens à solta, muita imensidão de campo e também muita solidão. Com um pouco de imaginação podemos até mesmo visualizar um cowboy deitado no chão do deserto, esperando a hora para tocar o gado em direção do oeste. É justamente esse tipo de clima que Bruce Springsteen quis capturar. E isso é tão verdadeiro e óbvio que o cantor resolver deixar claro até mesmo na arte do álbum. A capa é simbólica sobre isso, com um Mustang selvagem (uma raça bem popular de cavalos na América), completamente livre e indomado no meio do oeste. E o título do disco, que em nossa língua significa "Estrelas do Oeste" escancara ainda mais as intenções do artista. O Bruce Springsteen da cidade grande, o operário de "Born in The USA", definitivamente não dá as caras nesse trabalho.
Bruce Springsteen - Western Stars
Hitch Hikin'
The Wayfarer
Tucson Train
Western Stars
Sleepy Joe's Café
Drive Fast (The Stuntman)
Chasin' Wild Horses
Sundown
Somewhere North of Nashville
Stones
There Goes My Miracle
Hello Sunshine
Moonlight Motel
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 24 de janeiro de 2011
Bruce Springsteen - Working On a Dream
Esse Working On A Dream se enquadra na segunda categoria. Assim como "Magic" o velho Bruce demonstra que ainda está bem longe de perder o toque de midas que sempre caracterizou seus melhores discos comerciais. Ao ser lançado o CD chegou rapidamente ao primeiro lugar na Billboard entre os mais vendidos, derrubando estrelinhas pop da atualidade, mostrando que, ao contrário do que muitos profetizam, a boa música ainda tem lugar cativo nas paradas musicais. Ao lado de sua eterna banda, The E Street Band, Bruce compôs o material de "Working On a Dream" durante a turnê mundial de "Magic" e entre os shows foi ensaiando com seu grupo visando o lançamento de seu novo disco para pouco mais de um ano após esse chegar nas lojas. "Working On a Dream" aliás foi o último trabalho do membro da E Street Band, Danny Federici, que morreu antes dos trabalhos serem concluídos. Como forma de homenageá-lo Bruce convocou seu filho, Jason Federeci, para trabalhar na finalização do álbum. O CD é excepcional, desde a faixa título, Working On a Dream (que chegou a ser usada por Bruce na campanha do amigo Barack Obama), até This Life, que traz em sua melodia todas as características que fizeram de Bruce um dos mais conhecidos cantores americanos no mundo. Mas o destaque absoluto desse álbum é certamente The Wrestler. A canção foi feita para ser tema do filme "O Lutador", com Mickey Rourke. Excepcionalmente bem escrita e arranjada, The Wrestler é a canção que melhor sintetiza essa grande obra. Maravilhosa. Espero que Bruce ainda tenha muitos anos de vida pela frente, a boa música certamente agradece.
Bruce Springsteen - Working On a Dream
01. Outlaw Pete
02. My Lucky Day
03. Working on a Dream
04. Queen of the Supermarket
05. What Love Can Do
06. This Life
07. Good Eye
08. Tomorrow Never Knows
09. Life Itself
10. Kingdom of Days
11. Surprise, Surprise
12. The Last Carnival
13. The Wrestler.
Pablo Aluísio.
domingo, 23 de janeiro de 2011
Bruce Springsteen - Born in the U.S.A.
É um bom álbum, feito para tocar nas rádios, mas longe de ser o seu melhor momento. Bruce Springsteen tem uma carreira muito mais rica artisticamente do que supõe essa vã opinião. De qualquer maneira se você gosta de rock tenha certeza que é um item que não pode faltar em sua discografia. O álbum se tornou um grande sucesso, inclusive no Brasil. As rádios não cansavam de tocar a música título e Bruce Springsteen ampliou sua popularidade para além das fronteiras do Tio Sam. Não é equivocado dizer que o disco foi seu passaporte para vir ao Brasil pela primeira vez durante o primeiro Rock In Rio, realizado em 1985. Bruce também começou a ficar conhecido por seus longos concertos, alguns chegando ao ponto de durar mais de três horas! Nesse aspecto ele tem muito em comum com outro dinossauro do Rock, Paul McCartney. Ambos são workaholics conhecidos, artistas que não conseguem parar em momento algum, sempre lançando novos discos, encarando longas turnês em apresentações sem fim. A questão pode ser entendida ao ler uma recente entrevista do Ex-Beatle, onde ele explicou que não vê sua carreira como um "trabalho", mas como pura diversão, algo que faz por amar e não por necessidade (até porque eles estão ricos e não precisariam desse tipo de agenda para sobreviver).
Bruce Springsteen - Born in the U.S.A. (1984)
Born in the U.S.A
Cover Me
Darlington County
Working on the Highway
Downbound Train
I'm on Fire
No Surrender
Bobby Jean
I'm Goin' Down
Glory Days
Dancing in the Dark
My Hometown.
Pablo Aluísio.
sábado, 15 de janeiro de 2011
Giants Of Rock´n´Roll
Estava preparando um novo texto para o blog de Elvis Presley e sai em busca de algum material com Bill Haley para ouvir. No fundo de uma caixa acabei me deparando com esse "Giants Of Rock ´n´Roll" um CD que tenho há muitos anos e que nem me lembrava mais de sua existência. Comprei há 20 anos atrás numa pequena loja de minha cidade. "Giants" reúne 4 grandes nomes do surgimento do Rock em um só lançamento. Obviamente se trata de um bootleg, um lançamento não oficial, de um selo que nunca ouvi falar antes (provavelmente de fundo de quintal). A despeito de sua origem bastarda não deixa de ser uma boa dica para quem estiver com curiosidade de ouvir como soava o Rock ´n´Roll em suas origens. Por definição odeio coletâneas por serem produtos sem qualquer profundidade ou relevância mas abrirei uma pequena exceção aqui recomendando o título para os marinheiros de primeira viagem. As gravações são todas originais, oficiais, da época de seus lançamentos.
Só grandes sucessos. Na década de 1950 todos esses artistas lançavam suas melhores músicas em singles (compactos de vinil com uma música no Lado A e outra no Lado B). Era um tipo de produto muito charmoso, de fácil venda, baratos e que rendiam um dinheiro imediato aos cantores e às gravadoras. Também eram de produção muito barata, sem grandes riscos, o que ajudava muito no surgimento de novos talentos. Até um caminhoneiro pobre como Elvis Presley tinha grana para lançar a sorte gravando um disquinho desses! Voltando ao CD aqui temos canções interligadas de Jerry Lee Lewis, Little Richard, Bill Haley e Chuck Berry. Todos grandes nomes, grandes mitos da primeira geração roqueira norte-americana. Gosto muito dessas primeiras faixas de Chuck Berry. Seu rock cru, sem firulas, fundado em letras maliciosas e sacanas e eram a alma dessas primeiras gravações do novo ritmo que surgia nas paradas. Jerry Lee Lewis também aqui surge com o melhor de seu repertório, pouco antes de se envolver com sua prima menor de idade o que lhe custaria a fama e o sucesso. Bill Haley, o "tiozão" do Rock também está no título com sua "Rock Around The Clock" e "See You Later Alligator", uma pequena pérola de seu set list. Fechando o festival revival "Little Richard" a contradição em pessoa. Homossexual e religioso, estridente e harmônico, negro e desafiador, o cantor marcou definitivamente o Rock em sua era jurássica. Enfim, comece com CDs com esse, depois vá se aprofundando com os discos oficiais desses artistas. Sem dúvida será uma bela experiência conhecer ou revisitar tantos talentos desse quarteto realmente fantástico!
The Giants Of Rock ´n´Roll / Jerry Lee Lewis (Whole Lotta Shakin' Goin' On, Great Balls Of Fire, Breathless, High School Confidencial, Drinkin' Wine Spo-de-o-de) Bill Haley (Rock Around The Clock, Shake Rattle and Roll, ABC Boogie, Razzle-Dazzle, See You Alligator) Litte Richard (Long Tall Sally, The Girl Can´t Help, Rip It Up, Lucille, Good Golly Miss Molly) Chuck Berry (Maybelline, Roll Over Beethoven, Rock and Roll Music, Sweet Little Sixteen, Johnny B. Goode)
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 10 de janeiro de 2011
Snow Patrol - A Hundred Million Suns
Os escoceses do Snow Patrol parecem que esqueceram tudo de interessante que tinham apresentado em seus CDs anteriores para se transformarem numa cópia bastarda da banda mais bunda mole do planeta, o Coldplay. Imitar o Coldplay é realmente o fim da picada. Convenhamos: O Coldplay faz muito mal para o Rock atual. Eles são extremamente chatinhos, deprimidinhos, tristinhos. Nada mais longe do verdadeiro espírito roqueiro que um dia existiu. Infelizmente seu enorme sucesso tem contaminado outros grupos, como o Snow Patrol, que aqui afunda artisticamente em busca do sucesso fácil. Na primeira audição já se mata a charada de A Hundred Million Suns. Pianinho ao estilo bunda mole de ser do Chris Martin, levada fácil para ser digerida pelas fanzocas do Coldplay, refrãos pegajosos para tocar na BBC, entre outras bobagens. Que decepção. Só resta torcer para que um dia o Snow Patrol reencontre o caminho da boa música, coisa complicada de acontecer já que seu A Hundred Million Suns já se converte em sucesso imediato, tocando inclusive na MTV. Por enquanto o Snow Patrol apenas segue seu caminho pelo ralo onde grandes músicos são engolidos pelo sucesso fácil. Maldito Coldplay.
Snow Patrol - A Hundred Million Suns (2008)
1. If There’s a Rocket Tié Me to It
2. Crack The Shutters
3. Take Back The City
4. Lifeboats
5. The Golden Floor
6. Please Just Take These Photos From My Hands
7. Set Down Your Glass
8. The Planets Bend Between Us
9. Engines
10. Disaster Button
11. The Lightning Strike
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 5 de janeiro de 2011
Travis - The Man Who
A produção é de dois feras do movimento Britpop: Nigel Goodrich (que levaria até as últimas consequências suas virtudes e defeitos ao lado do Radiohead) e Mike Hedges (macaco velho no universo da música britânica). Não resta a menor dúvida que realmente fizeram um belo trabalho pois o grupo não era tão experiente assim dentro dos estúdios a ponto de escrever arranjos tão bonitos, muito embora tenham ao seu favor o talento como bons músicos (além do fato de serem excelentes compositores). De qualquer forma não poderia dar errado a parceria entre a banda e essa equipe de produção pois realmente era apenas uma questão de tempo até que saísse um bom resultado dessa feliz união. O Travis depois faria outros belos álbuns, com destaque para The Invisible Band e The Boy With No Name (em uma fase mais madura do grupo onde seu líder tinha acabado de se tornar pai, dando origem ao esquisito nome do CD), mas é com The Man Who que o Travis finalmente escreveu seu nome na história da contemporânea música britânica. Ainda não conhece e nem ouviu o Travis? Não perca seu tempo mais e descubra o som desses beberrões de Glasgow.
Travis - The Man Who (1999)
01. Writing to Reach You
02. The Fear
03. As You Are
04. Driftwood
05. The Last Laugh of the Laughter
06. Turn
07. Why Does It Always Rain on Me?
08. Luv
09. She's So Strange
10. Slide Show
Pablo Aluísio.
terça-feira, 4 de janeiro de 2011
Raul Seixas - Por Quem Os Sinos Dobram
Raul que nunca fazia média abre a obra com uma brincadeira sutil com as canções populares dos anos 60 que divulgavam dancinhas da moda. Aqui ele tenta divertidamente promover a dança do "Ide a Mim Dada" (impossível não rir com a ironia de Raulzito nessa música). Depois emplaca um mea culpa explícito em "Diamante de Mendigo", onde honestamente afirma que destruiu sua família à toa (Raul teve vários casamentos ao longo de sua vida e algumas dessas uniões chegaram ao fim por causa do abuso de bebidas e drogas do roqueiro). Já o arranjo da terceira canção do disco, "Ilha da Fantasia", nos lembra imediatamente de Cowboy Fora da Lei, o grande hit de Raulzito na década que viria, os anos 80. Na música "Na Rodoviária" Raul usa um inteligentissimo jogo de palavras para mostrar seu lado mais iconoclasta, tudo mesclado com imagens pessimistas e surrealistas. Raul inclusive aproveita para destruir os mitos ao afirmar que "Papai Noel é apenas um presépio de papel". Coisa de gênio.
A música título do álbum "Por Quem os Sinos Dobram" demonstra um raro momento otimista na obra do cantor. Brandando e pedindo coragem aos ouvintes Raul injeta uma dose de positividade ímpar em sua discografia. O arranjo de metais nessa faixa mostra claramente que Raul não brincava em serviço. "O Segredo do Universo" revive o lado mais místico e bruxo do artista, personagem que ele encarnou com raro brilhantismo em seus primeiros discos na Phillips. Já "Movido a Alcool" é o mais divertido momento de todo o disco. Raul, cachaceiro assumido, se diverte com os planos do governo em usar o alcool como combustível alternativo. O álbum, brilhante, se encerra com a belissima "Requiem para uma Flor". Esse disco foi o último de Raul pela WEA, gravadora para a qual ele foi após brigar com a Phillips. Essa fase não é considerada a mais brilhante de Raul e é ainda composta pelos discos "O Dia em Que a Terra Parou" e "Mata Virgem" (o mais obscuro dos três). Nos anos seguintes Raul iria enfrentar algumas barras pesadas, como ostracismo na carreira, passagem por pequenas gravadoras, falta de grana e perspectiva, problemas sérios de saúde entre outras adversidades. Mas no final a brilhante música do maluco beleza venceu todos esses grilhos. Hoje, 20 anos após sua morte, Raul é reverenciado por uma geração que sequer era nascida quando ele morreu. Tal como seu grande ídolo, Elvis, Raul rompeu a fronteira da morte e se tornou um astro no firmamento do Rock´n´Roll. Nada mais justo para quem tanto lutou para sobreviver com uma obra inteligente e rara no pobre mercado musical nacional. Grande Raulzito...
Por Quem Os Sinos Dobram (1979) 01. Ide a Mim Dada / 02. Diamante De Mendigo / 03. A Ilha Da Fantasia / 04. Na Rodoviária / 05. Por Quem Os Sinos Dobram / 06. O Segredo Do Universo / 07. Dá-Lhe Que Dá / 08. Movido A Álcool / 09. Requien Para Uma Flor
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 3 de janeiro de 2011
Oasis - Definitely Maybe
O disco foi aclamado pela imprensa especializada inglesa na ocasião de seu lançamento sendo considerado uma espécie de salvação do rock britânico, que vinha muito mal nas paradas na época. Embora ninguém ainda soubesse prever o que iria acontecer, se o grupo iria confirmar o talento de sua disco de estreia ou desaparecer como tantos outros, os críticos resolveram apostar no novo som que surgia naquele momento. Ao longo dos anos o grupo não iria decepcionar quem tinha apostado em sua sucesso. Eles iriam evoluir ainda mais musicalmente. Infelizmente também iriam como poucos brigar internamente (e publicamente), trocar ofensas com outros artistas, demitir antigos membros, passar por novas formações e aparecer com frequência nos tablóides britânicos. No saldo final nada disso importa. A única coisa que se mantém e é realmente relevante é o talento do Oasis, que se assemelha a um bom vinho, quanto mais tempo passa melhor fica.
Oasis - Definitely Maybe (1994) / 1. Rock 'n' Roll Star / 2. Shakermaker / 3. Live Forever / 4. Up in the Sky / 5. Columbia / 6. Supersonic / 7. Bring It on Down / 8. Cigarettes & Alcohol / 9. Digsy's Dinner / 10. Slide Away / 11. Married with Children"
Pablo Aluísio.
domingo, 2 de janeiro de 2011
Rolling Stones - Rolling Stones (1964)
A única composição da dupla Mick Jagger - Keith Richard é Tell Me, que passa anos luz da qualidade das músicas de Lennon - McCartney que na época estavam no auge da criatividade musical. Talvez por isso o grupo tenha até mesmo assinado inicialmente a canção por um pseudônimo. O disco, apesar de todos esses pontos contra, alcançou grande sucesso de vendas, chegando ao primeiro lugar britânico, o que fez até mesmo o LP ser lançado nos Estados Unidos, fato raro para uma banda estreante. Porém da mesma forma que acontecia com os primeiros discos dos Beatles os americanos acharam a seleção da edição britânica fraca e colocaram para abrir o LP Ianque outro cover de Buddy Holly, Not a Fade Away. Resumindo o disco em si deve ser descoberto pelos admiradores do rock britânico. Não é um excelente trabalho, de forma alguma, mas mostra como poucas obras como se começa uma longa caminhada com um simples passo. Esse foi o primeiro dos Rolling Stones.
The Rolling Stones (1964)
Lado A
1. Route 66
2. I Just Want to Make Love to You
3. Honest I Do
4. Mona (I Need You Baby)
5. Now I've Got a Witness (Like Uncle Phil and Uncle Gene)
6. Little by Little
Lado B
1. I'm a King Bee
2. Carol
3. Tell Me (You're Coming Back)
4. Can I Get a Witness
5. You Can Make It If You Try
6. Walking the Dog
Pablo Aluísio
sábado, 1 de janeiro de 2011
The Doors - The Doors (1967)
A sonoridade pode ser descrita como um blues urbano e sombrio, misturando influências da música negra e de elementos totalmente novos no mundo da música pop. Sucesso de público (transformou-se logo em disco de ouro) e muito elogiado pela crítica, o álbum se tornou um dos maiores clássicos da história do rock e colocou Jim Morrison e os Doors na ordem do dia. O normal é que todo disco de estreia de qualquer grupo seja pouco ousado, em que os músicos ainda estejam procurando seu próprio caminho, em suma o normal é que o disco de estreia seja produto de uma fase de experimentação, de inexperiência. Esqueça isso em relação aos Doors. Que banda de Rock coloca uma música como "The End" logo de cara em seu debut musical? O disco é uma tijolada no cenário rock da época. Um crítico disse que "Gosto dos demais grupos porque entendo o que eles dizem, com os Doors isso não acontece, quem pode entender o que Jim está querendo transmitir?" Pois é, sem dúvida Jim e banda era por demais avançado para a época. Eles surgiram no momento em que os Estados Unidos e o mundo já haviam perdido a inocência. A guerra do Vietnã estava no ar e os Doors eram ouvidos no sudeste asiático pelas tropas americanas aquarteladas no fim do mundo. "Os Doors foram a trilha sonora do Vietnã" disse depois o diretor Oliver Stone.
Alguns dos maiores clássicos do grupo estão aqui. A começar por "Break On Through (To The Other Side)" uma estranha mistura de bossa nova com rock, "Light My Fire", talvez a mais comercial música do grupo e "The End", uma faixa pouco usual, única, singular, muito mais longa e enigmática do que se costumava ouvir e impossível de se tocar nas rádios por causa de sua interminável duração. O lado blueseiro de Jim Morrison também se mostra muito presente com os excelentes blues "Back Door Man" onde o cantor beira as raias da insanidade e "Alabama Song", em pegada bem mais tradicional do Delta. Em suma é isso. São tantas músicas boas que o disco mais se parece uma coletânea de grandes sucessos. Para entender o som e a filosofia da década de 1960 o álbum se torna obrigatório.
The Doors (1967) - Break on Through (To the Other Side) / Soul Kitchen / The Crystal Ship / Twentieth Century Fox / Alabama Song (Whisky Bar) / Light My Fire / Back Door Man / I Looked at You / End of the Night / Take It as It Comes / The End.
Pablo Aluísio.