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segunda-feira, 13 de dezembro de 2021

Music!

Bom, vamos falar um pouco sobre o que andei ouvindo por esses dias. Eu me peguei ouvindo alguns discos de Madonna. Eu não tenho a coleção completa de seus álbuns, mas tenho muita coisa que ouvi muito pouco em todos esses anos. Por esses dias ouvi pelo menos 4 CDs da Madonna. Comecei pelos dois clássicos "Like a Virgin" e "Like a Prayer". O primeiro ouvi todo. É puro anos 80. Nostalgia acima de tudo. O segundo só conferi algumas faixas. Tem uma maravilhosa música título, mas as demais achei bem mais ou menos - sendo bem sincero. Algumas ficaram muito datadas, no aspecto bem negativo dessa expressão.

Depois peguei dois CDs mais recentes dela. Aquele em que ela está vestida de cowgirl na capa, chamado "Music" eu nunca tinha ouvido direito. Embora a capa leve a pensar que teria country music nas músicas, isso é um engano. Todas as faixas que ouvi são de tecno pop. Vou mais além, é tecno pop gay, algo feito bem para seu público LGBT, um dos mais fiéis da cantora. Muito embalo, mas não reconheci nenhuma das faixas. Certamente não foram grandes hits. Por fim coloquei algumas faixas (as primeiras) de CD "Bedtime Stories" para ouvir. Esse material já conheço melhor, Já tinha ouvido esse CD com maior frequência em um passado mais recente.

Eu estou recuperando meu hábito de ouvir CDs, algo que perdi maior contato depois do surgimento do streaming. Pois bem, dos Beatles ouvi dois discos à prova de falhas. O primeiro foi "Help". Grande disco, muito superior ao filme que é simplesmente horrendo em minha opinião. No cinema Help envelheceu seus 50 e tantos anos. No disco continua com ar de frescor juvenil. Depois ouvi novamente o "Revolver". Obra-prima que só perde um pouco por causa da música indiana do George Harrison. Chato demais. Porém pulando essa faixa o resto é puro rock clássico da melhor qualidade.

Do Elvis Presley puxei o álbum "Raised On Rock / For Ol' Times Sake" para ouvir mais uma vez. Achei curioso como mesmo após tantos anos não consegui mudar de opinião sobre ele. A opinião continua a mesma desde que eu comprei o primeiro vinil, ainda nos anos 80. Acho um disco terrivelmente depressivo. Tirando a faixa principal, que considero muito interessante pelo ritmo e principalmente pela letra, todo o restante do repertório traduz o espírito que Elvis tinha na época. Algo muito fundo do poço, quase na base do desespero. Casamento destruído, excesso de drogas, desilusão com a própria vida. Elvis não escreveu nenhuma daquelas letras, mas elas eram o retrato mais fiel dele do que alguém poderia imaginar. As músicas são bem arranjadas e belamente tristes, mas tem que ter o espírito certo e saber o contexto histórico para realmente curtir aquela fossa toda.

Pablo Aluísio.

domingo, 30 de janeiro de 2011

Eagles - Hotel California

Eu adoro o Eagles. Essa banda tem aquele sonzão poderoso da década de 70 que sempre me agrada. O meu primeiro álbum do Eagles, ainda na era do vinil, foi esse "Hotel California" que traz a música mais conhecida do grupo. Basta começar o excelente dedilhado de introdução para todos os ouvintes saberem de que música se trata. A canção é conhecidíssima e envolta em muitas lendas urbanas por causa de sua letra que para alguns é muito sinistra e sombria. Afinal o que seria o Hotel California? O purgatório? O próprio Hades? Cada um aparece com uma interpretação diferente o que mitifica ainda mais a música que é realmente maravilhosa. O Eagles é um dos grupos mais interessantes do country rock americano pois ao mesmo tempo em que são campeões de vendas de discos nunca perderam seu estilo muito singular, que qualifico tranquilamente como alternativo. Seu som único embala há gerações e eles ainda hoje seguem com o pé na estrada mostrando a vitalidade de seu nome mesmo nos dias de hoje. Sempre tocando em concertos com lotação esgotada por onde se apresentam o Eagles tem um público fiel, só comparado aos grandes nomes da história da música como Beatles, Elvis ou Pink Floyd.

Hoje eles soam bem mais comportados mas na década de 70 os membros do Eagles não eram nada fáceis. Suas histórias extravagantes durante as turnês são lendárias. Formado por grande beberrões e farristas o Eagles surpreende por ter sobrevivido àqueles anos alucinados. Viveram realmente o lema do "Sexo, Drogas e Rock n Roll" em plenitude. Esse álbum foi gravado naquela fase conturbada. Como viviam brigando entre si o Eagles teve muitas formações diferentes ao longo dos anos. Aqui o grupo surge pela primeira sem o membro fundador Bernie Leadon que resolveu deixar a banda para alcançar vôos solos. Sem dúvida uma grande perda pois além de ótimo vocalista era um letrista dos mais capazes. Mesmo com sua saída o grupo seguiu em frente, demonstrando que poderiam seguir sem Bernie.

O som aqui surge mais bem elaborado, com ótimos arranjos. Não há espaços em branco no som do Eagles. Há sempre uma guitarra solando no fundo (às vezes até duas ou mais) o que deixa a sonoridade encorpada e brilhante. Credito a Hotel California o título de um dos mais roqueiros trabalhos do grupo. Seu som ficou mais forte, com muita pegada. Um exemplo é a ótima "Life in the Fast Lane" onde Don Henley consegue uma vocalização extremamente bem integrada com a parte instrumental (há também um dos melhores solos do Eagles).  Don Henley aliás predomina na parte vocal, sendo seguido de perto por Glenn Frey e Joe Walsh, ambos em grande forma. Tanto bom gosto resultou em excelentes números. "Hotel California", o álbum, vendeu 16 milhões de cópias apenas nos EUA, um número fantástico. Junte-se a isso os 3 singles extraídos do disco (todos campeões de vendas) e você entenderá o sucesso do Eagles. Sua coletânea "Eagles Greatest Hits" vendeu inacreditáveis 42 milhões de cópias o que mostra a força do grupo dentro do mercado fonográfico. Isso porém é o de menos. O que vale a pena é sempre ouvir esses loucos maravilhosos e sua sonoridade única. Eagles é realmente tudo de bom.

Eagles - Hotel Califórnia (1976)
Hotel California
New Kid in Town
Life in the Fast Lane  
Wasted Time  
Wasted Time (Reprise)  
Victim of Love
Pretty Maids All in a Row
Try and Love Again
The Last Resort

Pablo Aluísio.

Eagles - On the Border

Ultimamente tenho ouvido bastante esse álbum. É interessante porque o grupo Eagles é gigante dentro das fronteiras americanas. Um de seus discos se encontra no seleto grupo dos cinco álbuns mais vendidos da história na indústria fonográfica dos Estados Unidos. Só que isso só acontece mesmo entre os fãs de country - rock naquele país. Em outros lugares do mundo, como Europa e Brasil, o Eagles é mais conhecido por Hotel California e olhe lá! É isso não deixa de ser uma injustiça porque foi um grupo excepcional dentro de seu nicho musical. Eram excelentes músicos, tanto de palco como de estúdio, por essa razão mereciam ter maior prestígio nos demais países estrangeiros.

Esse disco em particular tem uma excelente seleção musical. Ele foi lançado originalmente em 1974. Produzido pela dupla de talentosos produtores musicais formada por Bill Szymczyk e Glyn Johns, foi o primeiro disco do Eagles a trazer o jovem guitarrista Don Felder. A capa, trazendo uma bela arte, mostrava uma águia voando no deserto do oeste, com destaque para as formações rochosas do Monument Valley, algo bem no estilo country and western. Minha faixa preferida nesse disco abria o lado B do vinil original. Era "James Dean". O título já entregava o jogo. Uma homenagem do grupo ao ator James Dean, morto em 1955. O refrão retomava o lema de viver rapidamente, sendo muito jovem para morrer. A melodia era aquele tipo de sonoridade que grudava na mente do ouvinte. Colocaram até o som de um carro acelerando para reforçar a mensagem. Ficou muito bom. Outro destaque é a bela canção "Already Gone", que já abria as cortinas do disco em grande estilo.

Eagles - On the Border (1974)
Already Gone
You Never Cry Like a Lover
Midnight Flyer
My Man
On the Border
James Dean
Ol' 55
Is It True?
Good Day in Hell
Best of My Love

Pablo Aluísio.

sábado, 29 de janeiro de 2011

Eagles - One of These Nights

Assim como aconteceu com o Pink Floyd o auge dos Eagles se deu nos 1970. Em meados daquela década o grupo estava super entrosado e afiado. As inúmeras turnês trouxeram uma maestria sonora ao grupo que jamais seria alcançada em nenhum outro momento de sua história. Some-se a isso o fato dos membros do conjunto estarem no auge de sua juventude, vivendo pelas estradas empoeiradas dos Estados Unidos o sonho de ser um rockstar. O bom momento se reflete justamente nesse excelente disco, "One of These Nights", que seria o quarto álbum do grupo e o antecessor imediato da obra prima deles, "Hotel California".

E basicamente o que temos aqui? Uma coleção primorosa de belos arranjos e letras acima da média. Assim que chegou nas lojas o público correu para transformar o vinil em um dos mais vendidos da história, com quatro milhões de cópias consumidas em poucas semanas. Isso abriu as portas do sucesso internacional ao Eagles que saiu em sua primeira turnê fora dos Estados Unidos. O resto é história. Embora hoje em dia o Eagles seja considerada apenas uma banda de rock country blues ao estilo jurássico, o fato é que o som das águias atravessou o tempo, comprovando a extrema qualidade de suas gravações, que resistiram bravamente ao teste do tempo. / Produção: Bill Szymczyk / Formato Original: Vinil / Músicos: Don Felder, Glenn Frey, Don Henley, Bernie Leadon, Randy Meisner

Eagles - One of These Nights (1975)
One of These Nights
Too Many Hands
Hollywood Waltz
Journey of the Sorcerer
Lyin' Eyes
Take It to the Limit
Visions
After the Thrill Is Gone
I Wish You Peace.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Bruce Springsteen - Western Stars

Esse é o novo álbum do cantor e compositor Bruce Springsteen. Muito se tem falado que é um dos trabalhos mais parecidos com "Nebraska", um dos clássicos do artista. Será mesmo? Ainda estou nas primeiras audições e isso é algo complicado porque geralmente nesse primeiro momento não se tem ainda uma visão completa e profunda sobre o disco. Mesmo assim posso antecipar que a comparação  é válida e tem sua razão de ser. E quais seriam essas semelhanças? Bom, antes de mais nada temos aqui uma sonoridade bem intimista, muito semelhante com o que ouvimos em "Nebraska". 

Também é uma viagem ao interior dos Estados Unidos. O clima é de longas planícies, cavalos selvagens à solta, muita imensidão de campo e também muita solidão. Com um pouco de imaginação podemos até mesmo visualizar um cowboy deitado no chão do deserto, esperando a hora para tocar o gado em direção do oeste. É justamente esse tipo de clima que Bruce Springsteen quis capturar. E isso é tão verdadeiro e óbvio que o cantor resolver deixar claro até mesmo na arte do álbum. A capa é simbólica sobre isso, com um Mustang selvagem (uma raça bem popular de cavalos na América), completamente livre e indomado no meio do oeste. E o título do disco, que em nossa língua significa "Estrelas do Oeste" escancara ainda mais as intenções do artista. O Bruce Springsteen da cidade grande, o operário de "Born in The USA", definitivamente não dá as caras nesse trabalho.

Bruce Springsteen - Western Stars
Hitch Hikin'
The Wayfarer
Tucson Train
Western Stars
Sleepy Joe's Café
Drive Fast (The Stuntman)
Chasin' Wild Horses
Sundown
Somewhere North of Nashville
Stones
There Goes My Miracle
Hello Sunshine
Moonlight Motel

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Bruce Springsteen - Working On a Dream

Se existe um artista que merece todos os aplausos no cenário musical mundial esse certamente é Bruce Springsteen. Demonstrando que a vitalidade e o espirito do Rock não tem nada a ver com idade, "The Boss" como é conhecido, está bem próximo de completar 60 anos (no próximo mês de setembro), mas esbanja uma versatilidade e talento que deixariam muitos dos ídolos atuais mortos de vergonha. Para muitos sessentões aposentados ele é um exemplo: trabalha feito um louco, colocando um novo CD no mercado a cada dois anos, realiza vários concertos ao redor do mundo e o mais importante, demonstra que ainda é um verdadeiro astro pois o material apresentado é dos mais relevantes que existem atualmente. Talvez um dos poucos cantores surgidos na década de 60 ainda na ativa plenamente, Bruce vem intercalando sua carreira com álbuns que louvam suas heranças folk / country (como Nebraska, The Ghost of Tom Joad, We Shall Overcome e Devils & Dust) e trabalhos elaborados especialmente para tocarem nas rádios e alcançar sucesso comercial (como o sempre lembrado Born in The USA, Tunnel of Love e mais recentemente Magic, seu último álbum).

Esse Working On A Dream se enquadra na segunda categoria. Assim como "Magic" o velho Bruce demonstra que ainda está bem longe de perder o toque de midas que sempre caracterizou seus melhores discos comerciais. Ao ser lançado o CD chegou rapidamente ao primeiro lugar na Billboard entre os mais vendidos, derrubando estrelinhas pop da atualidade, mostrando que, ao contrário do que muitos profetizam, a boa música ainda tem lugar cativo nas paradas musicais. Ao lado de sua eterna banda, The E Street Band, Bruce compôs o material de "Working On a Dream" durante a turnê mundial de "Magic" e entre os shows foi ensaiando com seu grupo visando o lançamento de seu novo disco para pouco mais de um ano após esse chegar nas lojas. "Working On a Dream" aliás foi o último trabalho do membro da E Street Band, Danny Federici, que morreu antes dos trabalhos serem concluídos. Como forma de homenageá-lo Bruce convocou seu filho, Jason Federeci, para trabalhar na finalização do álbum. O CD é excepcional, desde a faixa título, Working On a Dream (que chegou a ser usada por Bruce na campanha do amigo Barack Obama), até This Life, que traz em sua melodia todas as características que fizeram de Bruce um dos mais conhecidos cantores americanos no mundo. Mas o destaque absoluto desse álbum é certamente The Wrestler. A canção foi feita para ser tema do filme "O Lutador", com Mickey Rourke. Excepcionalmente bem escrita e arranjada, The Wrestler é a canção que melhor sintetiza essa grande obra. Maravilhosa. Espero que Bruce ainda tenha muitos anos de vida pela frente, a boa música certamente agradece.

Bruce Springsteen - Working On a Dream
01. Outlaw Pete
02. My Lucky Day
03. Working on a Dream
04. Queen of the Supermarket
05. What Love Can Do
06. This Life
07. Good Eye
08. Tomorrow Never Knows
09. Life Itself
10. Kingdom of Days
11. Surprise, Surprise
12. The Last Carnival
13. The Wrestler.

Pablo Aluísio.

domingo, 23 de janeiro de 2011

Bruce Springsteen - Born in the U.S.A.

Um ótimo trabalho de Bruce Springsteen que foi alvo de dois pontos de vista igualmente equivocados. O primeiro deles de fundo ideológico e o segundo artístico. Não é segredo para ninguém que durante muitos anos o álbum "Born in the U.S.A." foi taxado de ser uma absurda patriotada, de ser uma mera propaganda do Tio Sam, dos ideais americanos. De fato quando o disco foi lançado os Estados Unidos viviam sob a era Reagan e esse tipo de pensamento acabou encontrando terreno fértil entre os especialistas em música. O republicano Reagan era tão reacionário que esse disco o retratava com perfeição. A questão é que não se trata disso. Bruce Springsteen está apenas louvando em sua música o estilo de vida do americano comum, do trabalhador médio de seu país, do operário da construção civil, que apenas deseja trabalhar de forma honesta o dia inteiro para depois do expediente tomar algumas cervejas no bar local para retornar aos braços da patroa no fim do dia. Sonhos comuns e cotidianos ordinários do americano de subúrbio. O segundo equívoco do ponto de vista sobre o disco é a de que ele seria na realidade a obra prima do artista. Também não é bem assim.

É um bom álbum, feito para tocar nas rádios, mas longe de ser o seu melhor momento. Bruce Springsteen tem uma carreira muito mais rica artisticamente do que supõe essa vã opinião. De qualquer maneira se você gosta de rock tenha certeza que é um item que não pode faltar em sua discografia.  O álbum se tornou um grande sucesso, inclusive no Brasil. As rádios não cansavam de tocar a música título e Bruce Springsteen ampliou sua popularidade para além das fronteiras do Tio Sam. Não é equivocado dizer que o disco foi seu passaporte para vir ao Brasil pela primeira vez durante o primeiro Rock In Rio, realizado em 1985. Bruce também começou a ficar conhecido por seus longos concertos, alguns chegando ao ponto de durar mais de três horas! Nesse aspecto ele tem muito em comum com outro dinossauro do Rock, Paul McCartney. Ambos são workaholics conhecidos, artistas que não conseguem parar em momento algum, sempre lançando novos discos, encarando longas turnês em apresentações sem fim. A questão pode ser entendida ao ler uma recente entrevista do Ex-Beatle, onde ele explicou que não vê sua carreira como um "trabalho", mas como pura diversão, algo que faz por amar e não por necessidade (até porque eles estão ricos e não precisariam desse tipo de agenda para sobreviver).

Bruce Springsteen - Born in the U.S.A. (1984)
Born in the U.S.A
Cover Me
Darlington County
Working on the Highway
Downbound Train
I'm on Fire
No Surrender
Bobby Jean
I'm Goin' Down
Glory Days
Dancing in the Dark
My Hometown.

Pablo Aluísio.

sábado, 15 de janeiro de 2011

Giants Of Rock´n´Roll

Estava preparando um novo texto para o blog de Elvis Presley e sai em busca de algum material com Bill Haley para ouvir. No fundo de uma caixa acabei me deparando com esse "Giants Of Rock ´n´Roll" um CD que tenho há muitos anos e que nem me lembrava mais de sua existência. Comprei há 20 anos atrás numa pequena loja de minha cidade. "Giants" reúne 4 grandes nomes do surgimento do Rock em um só lançamento. Obviamente se trata de um bootleg, um lançamento não oficial, de um selo que nunca ouvi falar antes (provavelmente de fundo de quintal). A despeito de sua origem bastarda não deixa de ser uma boa dica para quem estiver com curiosidade de ouvir como soava o Rock ´n´Roll em suas origens. Por definição odeio coletâneas por serem produtos sem qualquer profundidade ou relevância mas abrirei uma pequena exceção aqui recomendando o título para os marinheiros de primeira viagem. As gravações são todas originais, oficiais, da época de seus lançamentos. 

Só grandes sucessos. Na década de 1950 todos esses artistas lançavam suas melhores músicas em singles (compactos de vinil com uma música no Lado A e outra no Lado B). Era um tipo de produto muito charmoso, de fácil venda, baratos e que rendiam um dinheiro imediato aos cantores e às gravadoras. Também eram de produção muito barata, sem grandes riscos, o que ajudava muito no surgimento de novos talentos. Até um caminhoneiro pobre como Elvis Presley tinha grana para lançar a sorte gravando um disquinho desses! Voltando ao CD aqui temos canções interligadas de Jerry Lee Lewis, Little Richard, Bill Haley e Chuck Berry. Todos grandes nomes, grandes mitos da primeira geração roqueira norte-americana. Gosto muito dessas primeiras faixas de Chuck Berry. Seu rock cru, sem firulas, fundado em letras maliciosas e sacanas e eram a alma dessas primeiras gravações do novo ritmo que surgia nas paradas. Jerry Lee Lewis também aqui surge com o melhor de seu repertório, pouco antes de se envolver com sua prima menor de idade o que lhe custaria a fama e o sucesso. Bill Haley, o "tiozão" do Rock também está no título com sua "Rock Around The Clock" e "See You Later Alligator", uma pequena pérola de seu set list. Fechando o festival revival "Little Richard" a contradição em pessoa. Homossexual e religioso, estridente e harmônico, negro e desafiador, o cantor marcou definitivamente o Rock em sua era jurássica. Enfim, comece com CDs com esse, depois vá se aprofundando com os discos oficiais desses artistas. Sem dúvida será uma bela experiência conhecer ou revisitar tantos talentos desse quarteto realmente fantástico!  

The Giants Of Rock ´n´Roll / Jerry Lee Lewis (Whole Lotta Shakin' Goin' On, Great Balls Of Fire, Breathless, High School Confidencial, Drinkin' Wine Spo-de-o-de) Bill Haley (Rock Around The Clock, Shake Rattle and Roll, ABC Boogie, Razzle-Dazzle, See You Alligator) Litte Richard (Long Tall Sally, The Girl Can´t Help, Rip It Up, Lucille, Good Golly Miss Molly) Chuck Berry (Maybelline, Roll Over Beethoven, Rock and Roll Music, Sweet Little Sixteen, Johnny B. Goode)  

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Snow Patrol - A Hundred Million Suns

Algumas coisas me irritam profundamente. O Snow Patrol estava prestes a se tornar a minha banda preferida até alguns meses atrás. Seus dois trabalhos anteriores, Final Straw e Eyes Open, eram brilhantes. Ótima instrumentalização, arranjos de extremo bom gosto, melodias para grudar na cabeça. Todo o ABC que uma banda iniciante deve trilhar seguido à risca. Embora não fossem seus primeiros trabalhos - os dois primeiros CDs são extremamente experimentais - o Snow Patrol tinha tudo para se firmar com brilhantismo no cenário do rock britânico. Por essa razão esperei até com certa ansiedade por A Hundred Million Suns. Se estivesse em um jogo de azar diria até que estava com coragem de jogar altas somas no sucesso da nova obra do grupo. Bem, ainda bem que não estamos em Las Vegas, pois perderia uma pequena fortuna se tivesse realmente apostado neles. A Hundred Million Suns é decepcionante. A razão que levou um dos mais promissores grupos a não vingar em seu novo CD tem nome: Coldplay.

Os escoceses do Snow Patrol parecem que esqueceram tudo de interessante que tinham apresentado em seus CDs anteriores para se transformarem numa cópia bastarda da banda mais bunda mole do planeta, o Coldplay. Imitar o Coldplay é realmente o fim da picada. Convenhamos: O Coldplay faz muito mal para o Rock atual. Eles são extremamente chatinhos, deprimidinhos, tristinhos. Nada mais longe do verdadeiro espírito roqueiro que um dia existiu. Infelizmente seu enorme sucesso tem contaminado outros grupos, como o Snow Patrol, que aqui afunda artisticamente em busca do sucesso fácil. Na primeira audição já se mata a charada de A Hundred Million Suns. Pianinho ao estilo bunda mole de ser do Chris Martin, levada fácil para ser digerida pelas fanzocas do Coldplay, refrãos pegajosos para tocar na BBC, entre outras bobagens. Que decepção. Só resta torcer para que um dia o Snow Patrol reencontre o caminho da boa música, coisa complicada de acontecer já que seu A Hundred Million Suns já se converte em sucesso imediato, tocando inclusive na MTV. Por enquanto o Snow Patrol apenas segue seu caminho pelo ralo onde grandes músicos são engolidos pelo sucesso fácil. Maldito Coldplay.

Snow Patrol - A Hundred Million Suns (2008)
1. If There’s a Rocket Tié Me to It
2. Crack The Shutters
3. Take Back The City
4. Lifeboats
5. The Golden Floor
6. Please Just Take These Photos From My Hands
7. Set Down Your Glass
8. The Planets Bend Between Us
9. Engines
10. Disaster Button
11. The Lightning Strike

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Travis - The Man Who

Se você gosta de sentir um pouco de melancolia de vez em quando e acha que isso vai te trazer algum momento de reflexão sobre sua vida e seus sentimentos, então o Travis é o seu grupo. Esses escoceses da poluída Glasgow são os mais fiéis representantes do Britpop nessa área, fazendo um som extremamente honesto e bem produzido. O auge de sucesso do Travis aconteceu justamente com esse "The Man Who", o segundo CD da banda, que estourou nas paradas embalado pelo sucesso de "Why does it always rain on me?", uma letra tão pessimista, mas tão pessimista que chega involuntariamente a ser até engraçada. Além dessa o CD é cheio de momentos extremamente interessantes, entre eles As You Are, belamente produzida; The Last Laught of The Laughter, música com forte influência celta em seu arranjo; a única faixa "alegrinha" de todo o trabalho: Turn, com seu refrão para lá de pegajoso e finalmente Writing to Reach You, que foi estranhamente dedicada ao cineasta Stanley Kubrick!

A produção é de dois feras do movimento Britpop: Nigel Goodrich (que levaria até as últimas consequências suas virtudes e defeitos ao lado do Radiohead) e Mike Hedges (macaco velho no universo da música britânica). Não resta a menor dúvida que realmente fizeram um belo trabalho pois o grupo não era tão experiente assim dentro dos estúdios a ponto de escrever arranjos tão bonitos, muito embora tenham ao seu favor o talento como bons músicos (além do fato de serem excelentes compositores). De qualquer forma não poderia dar errado a parceria entre a banda e essa equipe de produção pois realmente era apenas uma questão de tempo até que saísse um bom resultado dessa feliz união. O Travis depois faria outros belos álbuns, com destaque para The Invisible Band e The Boy With No Name (em uma fase mais madura do grupo onde seu líder tinha acabado de se tornar pai, dando origem ao esquisito nome do CD), mas é com The Man Who que o Travis finalmente escreveu seu nome na história da contemporânea música britânica. Ainda não conhece e nem ouviu o Travis? Não perca seu tempo mais e descubra o som desses beberrões de Glasgow.

Travis - The Man Who (1999)
01. Writing to Reach You
02. The Fear
03. As You Are
04. Driftwood
05. The Last Laugh of the Laughter
06. Turn
07. Why Does It Always Rain on Me?
08. Luv
09. She's So Strange
10. Slide Show

Pablo Aluísio.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Raul Seixas - Por Quem Os Sinos Dobram

Raulzito era uma figura. Um baiano que odiava tropicalismo, um americanista na pior época do deslumbramento babaca dos esquerdistas de butique, um roqueiro com cara de bandido. Um artista que pagou para ver e mandou muito bem, sendo hoje considerado o verdadeiro Rocker da história da música brasileira. Criou uma fama de "maluco beleza", porém sua obra mostra que de maluco não tinha nada, sabia como poucos dominar as possibilidades dos estúdios, manha que aprendeu antes de se tornar artista solo, quando produzia discos para a turminha da Jovem Guarda (Jerry Adriani e Renato e Seus Blue Caps, entre outros). Esse CD, que resolvi comentar em homenagem ao magro abusado, não é tão conhecido entre o público em geral. Por Quem os Sinos Dobram foi o último disco de Raul Seixas na década de 70, justamente aquela em que ele despontou para o sucesso com discos essenciais como Gita, Krig-Ha Bandolo e o ótimo e subestimado Novo Aeon. Da primeira a última faixa conhecemos não só o grande letrista que Raul foi mas também o grande produtor e arranjador que efetivamente foi. Raul passeia sem pudor por diversos ritmos, indo do mais sofisticado ao mais popular em um segundo.

Raul que nunca fazia média abre a obra com uma brincadeira sutil com as canções populares dos anos 60 que divulgavam dancinhas da moda. Aqui ele tenta divertidamente promover a dança do "Ide a Mim Dada" (impossível não rir com a ironia de Raulzito nessa música). Depois emplaca um mea culpa explícito em "Diamante de Mendigo", onde honestamente afirma que destruiu sua família à toa (Raul teve vários casamentos ao longo de sua vida e algumas dessas uniões chegaram ao fim por causa do abuso de bebidas e drogas do roqueiro). Já o arranjo da terceira canção do disco, "Ilha da Fantasia", nos lembra imediatamente de Cowboy Fora da Lei, o grande hit de Raulzito na década que viria, os anos 80. Na música "Na Rodoviária" Raul usa um inteligentissimo jogo de palavras para mostrar seu lado mais iconoclasta, tudo mesclado com imagens pessimistas e surrealistas. Raul inclusive aproveita para destruir os mitos ao afirmar que "Papai Noel é apenas um presépio de papel". Coisa de gênio.

A música título do álbum "Por Quem os Sinos Dobram" demonstra um raro momento otimista na obra do cantor. Brandando e pedindo coragem aos ouvintes Raul injeta uma dose de positividade ímpar em sua discografia. O arranjo de metais nessa faixa mostra claramente que Raul não brincava em serviço. "O Segredo do Universo" revive o lado mais místico e bruxo do artista, personagem que ele encarnou com raro brilhantismo em seus primeiros discos na Phillips. Já "Movido a Alcool" é o mais divertido momento de todo o disco. Raul, cachaceiro assumido, se diverte com os planos do governo em usar o alcool como combustível alternativo. O álbum, brilhante, se encerra com a belissima "Requiem para uma Flor". Esse disco foi o último de Raul pela WEA, gravadora para a qual ele foi após brigar com a Phillips. Essa fase não é considerada a mais brilhante de Raul e é ainda composta pelos discos "O Dia em Que a Terra Parou" e "Mata Virgem" (o mais obscuro dos três). Nos anos seguintes Raul iria enfrentar algumas barras pesadas, como ostracismo na carreira, passagem por pequenas gravadoras, falta de grana e perspectiva, problemas sérios de saúde entre outras adversidades. Mas no final a brilhante música do maluco beleza venceu todos esses grilhos. Hoje, 20 anos após sua morte, Raul é reverenciado por uma geração que sequer era nascida quando ele morreu. Tal como seu grande ídolo, Elvis, Raul rompeu a fronteira da morte e se tornou um astro no firmamento do Rock´n´Roll. Nada mais justo para quem tanto lutou para sobreviver com uma obra inteligente e rara no pobre mercado musical nacional. Grande Raulzito...

Por Quem Os Sinos Dobram (1979) 01. Ide a Mim Dada / 02. Diamante De Mendigo / 03. A Ilha Da Fantasia / 04. Na Rodoviária / 05. Por Quem Os Sinos Dobram / 06. O Segredo Do Universo / 07. Dá-Lhe Que Dá / 08. Movido A Álcool / 09. Requien Para Uma Flor

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Oasis - Definitely Maybe

Hoje o Oasis é muito lembrado pelas declarações dos irmãos Gallagher na imprensa. No meio de muita lorota e brigas internas o Oasis vai sobrevivendo ano após ano, apesar dos inúmeros boatos que vão se separar de vez. Não é para tanto. Embaixo da polêmica e da falta de educação dos irmãos (o que destoa totalmente da imagem de povo super educado dos britânicos) está a música que eles produzem e isso é o que realmente importa no final das contas. Definitely Maybe é muito provavelmente o melhor álbum de estreia de um grupo de rock britânico nos últimos vinte anos. Embalados pelo sucesso do single Live Forever que chegou ao primeiro lugar poucos dias antes do lançamento do álbum o Oasis rapidamente chegou ao topo da parada britânica vendendo milhões de cópias desde então. O CD realmente é inovador, hoje seu impacto está um pouco amenizado pois tantas bandas seguiram os passos do Oasis que o frescor de novidade de quem o ouviu em 1994 se dissipou bastante, de tão imitados o Oasis acabou virando banal. De qualquer forma a jovialidade e a inovação de canções como Up in the Sky, Live Forever, Slide Away e Rock´n´Roll Star permanecem firmes, mesmo após passados mais de dez anos de sua gravação.

O disco foi aclamado pela imprensa especializada inglesa na ocasião de seu lançamento sendo considerado uma espécie de salvação do rock britânico, que vinha muito mal nas paradas na época. Embora ninguém ainda soubesse prever o que iria acontecer, se o grupo iria confirmar o talento de sua disco de estreia ou desaparecer como tantos outros, os críticos resolveram apostar no novo som que surgia naquele momento. Ao longo dos anos o grupo não iria decepcionar quem tinha apostado em sua sucesso. Eles iriam evoluir ainda mais musicalmente. Infelizmente também iriam como poucos brigar internamente (e publicamente), trocar ofensas com outros artistas, demitir antigos membros, passar por novas formações e aparecer com frequência nos tablóides britânicos. No saldo final nada disso importa. A única coisa que se mantém e é realmente relevante é o talento do Oasis, que se assemelha a um bom vinho, quanto mais tempo passa melhor fica.

Oasis - Definitely Maybe (1994) / 1. Rock 'n' Roll Star / 2. Shakermaker / 3. Live Forever / 4. Up in the Sky / 5. Columbia / 6. Supersonic / 7. Bring It on Down / 8. Cigarettes & Alcohol / 9. Digsy's Dinner / 10. Slide Away / 11. Married with Children"

Pablo Aluísio.

domingo, 2 de janeiro de 2011

Rolling Stones - Rolling Stones (1964)

Muitos anos antes dos mega concertos e das mega turnês os Rolling Stones eram uma bandinha tentando conquistar seu lugar ao sol. Seu primeiro disco, intitulado apenas The Rolling Stones, demonstra bem como um grupo que se espalhava nos Beatles ainda demoraria para encontrar seu caminho musical. O disco deixa surpreendido qualquer ouvinte iniciante que só conheça a banda atual. As músicas são interessantes, porém simples, os arranjos beiram o amadorismo e as composições próprias praticamente não existem pois eles sequer se consideravam compositores na época. Assim somos surpreendidos por diversos covers que vão desde Rufus Thomas (Walking The Dog), Jimmy Red (Honest I Do) até Chuck Berry (numa versão nada memorável de Carol). A gravação deixa muito a desejar, o que nos leva a pensar que a gravadora Decca (a mesma que esnobou os Beatles no começo da carreira) não colocava muita fé nesses ingleses branquelos cantando músicas de blueseiros negros americanos.

A única composição da dupla Mick Jagger - Keith Richard é Tell Me, que passa anos luz da qualidade das músicas de Lennon - McCartney que na época estavam no auge da criatividade musical. Talvez por isso o grupo tenha até mesmo assinado inicialmente a canção por um pseudônimo. O disco, apesar de todos esses pontos contra, alcançou grande sucesso de vendas, chegando ao primeiro lugar britânico, o que fez até mesmo o LP ser lançado nos Estados Unidos, fato raro para uma banda estreante. Porém da mesma forma que acontecia com os primeiros discos dos Beatles os americanos acharam a seleção da edição britânica fraca e colocaram para abrir o LP Ianque outro cover de Buddy Holly, Not a Fade Away. Resumindo o disco em si deve ser descoberto pelos admiradores do rock britânico. Não é um excelente trabalho, de forma alguma, mas mostra como poucas obras como se começa uma longa caminhada com um simples passo. Esse foi o primeiro dos Rolling Stones.

The Rolling Stones (1964)

Lado A
1. Route 66
2. I Just Want to Make Love to You
3. Honest I Do
4. Mona (I Need You Baby)
5. Now I've Got a Witness (Like Uncle Phil and Uncle Gene)
6. Little by Little

Lado B
1. I'm a King Bee
2. Carol
3. Tell Me (You're Coming Back)
4. Can I Get a Witness
5. You Can Make It If You Try
6. Walking the Dog

Pablo Aluísio

sábado, 1 de janeiro de 2011

The Doors - The Doors (1967)

O primeiro disco do grupo americano The Doors foi gravado em apenas seis dias o que não deixa de ser incrível diante de sua extrema qualidade técnica e sonora. Paul Rothchild, o conceituado produtor que realizou o disco ao lado do grupo, costumava dizer que o álbum era o exemplo de como se criar um grande sucesso em apenas uma semana. E foi isso mesmo. Assim que assinaram com a gravadora, no final de 66, os Doors logo entraram em estúdio e tudo foi finalizado em poucos dias (com um fim de semana de intervalo) . As músicas escolhidas já faziam parte do repertório que a banda vinha tocando em bares na Califórnia durante um ano inteiro, alternando-se entre composições de autoria própria (apesar de serem todas compostas por Morrison e Krieger, a banda inteira levava o crédito no encarte) e covers (Alabama Song, de Kurt Weill e Bertold Brecht, e Back Door Man, de Willie Dixon).

A sonoridade pode ser descrita como um blues urbano e sombrio, misturando influências da música negra e de elementos totalmente novos no mundo da música pop. Sucesso de público (transformou-se logo em disco de ouro) e muito elogiado pela crítica, o álbum se tornou um dos maiores clássicos da história do rock e colocou Jim Morrison e os Doors na ordem do dia. O normal é que todo disco de estreia de qualquer grupo seja pouco ousado, em que os músicos ainda estejam procurando seu próprio caminho, em suma o normal é que o disco de estreia seja produto de uma fase de experimentação, de inexperiência. Esqueça isso em relação aos Doors. Que banda de Rock coloca uma música como "The End" logo de cara em seu debut musical? O disco é uma tijolada no cenário rock da época. Um crítico disse que "Gosto dos demais grupos porque entendo o que eles dizem, com os Doors isso não acontece, quem pode entender o que Jim está querendo transmitir?" Pois é, sem dúvida Jim e banda era por demais avançado para a época. Eles surgiram no momento em que os Estados Unidos e o mundo já haviam perdido a inocência. A guerra do Vietnã estava no ar e os Doors eram ouvidos no sudeste asiático pelas tropas americanas aquarteladas no fim do mundo. "Os Doors foram a trilha sonora do Vietnã" disse depois o diretor Oliver Stone.

Alguns dos maiores clássicos do grupo estão aqui. A começar por "Break On Through (To The Other Side)" uma estranha mistura de bossa nova com rock, "Light My Fire", talvez a mais comercial música do grupo e "The End", uma faixa pouco usual, única, singular, muito mais longa e enigmática do que se costumava ouvir e impossível de se tocar nas rádios por causa de sua interminável duração. O lado blueseiro de Jim Morrison também se mostra muito presente com os excelentes blues "Back Door Man" onde o cantor beira as raias da insanidade e "Alabama Song", em pegada bem mais tradicional do Delta. Em suma é isso. São tantas músicas boas que o disco mais se parece uma coletânea de grandes sucessos. Para entender o som e a filosofia da década de 1960 o álbum se torna obrigatório.

The Doors (1967) - Break on Through (To the Other Side) / Soul Kitchen / The Crystal Ship / Twentieth Century Fox / Alabama Song (Whisky Bar) / Light My Fire / Back Door Man / I Looked at You / End of the Night / Take It as It Comes / The End.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Music!

 
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Artistas rock Brasil

domingo, 8 de junho de 2008

Explosão Dos Anos 60

Explosão Dos Anos 60
Esse disco faz parte da história da minha vida. Ele já estava tocando em minha casa quando eu estava na infância. É um retrato bem interessante da música jovem Brasileira. Ali na virada da década de 1950 para a década de 1960. Um tempo em que a jovem guarda ainda nem existia. O que se pode ver nesses registros musicais é como a música Brasileira daquela época, feita para os adolescentes e jovens; era muito inocente. Há muitas versões de músicas americanas por aqui. E tudo fruto daqueles tempos mais inocentes e pueris. 

Eu particularmente gosto muito dessas gravações, até porque se trata de um aspecto de pura nostalgia em meu caso particular. Esse selo CID lançava discos promocionais no mercado brasileiro. Custava muito menos do que os discos originais de selos americanos. Por essa razão, era bem vendidos e comercialmente bem sucedidos. Sendo vendidos em lojas, supermercados e locais alternativos que não costumavam vender discos de vinil. Enfim, um disco que marcou minha vida e que tem seu grande valor artístico. É um retrato do pop do rock nacional em seus primórdios, em suas origens.

Explosão Dos Anos 60 (1977)
Estúpido Cupido 
Neurastênico
Broto Legal 
O Ritmo Da Chuva 
Biquini de Bolinha Amarelinho Tão Pequenininho 
Jambalaya 
Rua Augusta
Estúpido Cupido 
Banho de Lua 
Quem É
Túnel Do Amor
Marcianita
Lacinhos Cor-de-Rosa

Pablo Aluísio.