quinta-feira, 4 de abril de 2024

Homicídio Nova York: Daphne Abdela

Homicídio: Nova Iorque
Ela tinha apenas 15 anos, com rosto de bebê. Morava na parte rica de Nova Iorque. Garota privilegiada, filha de pais ricos. E tudo desmoronou quando foi acusada de um crime brutal, a morte de um homem de 44 anos de idade em pleno Central Park. Antes de mais nada realmente não vá se enganar pelo rosto angelical. Ela sempre foi descrita por quem a conhecia como uma "Bitch", uma "Badass" ou seja sempre foi vista como uma garota problema. Arranjava briga nas escolas por onde passou (todas da elite da sociedade de Nova Iorque) e não tinha muitos amigos. Até que fez amizade com um carinha de sua idade, que tinha descendência latina. Foi ao lado desse jovem de apenas 14 anos chamado Christopher Vasquez que o crime foi cometido. 

A vítima foi Michael McMorrow, conhecido pelos amigos como "O Irlandês", um cara gente boa, mas que gostava de beber acima do limite. Muito provavelmente estava no Central Park bebendo de noite quando tudo aconteceu. Ele levou várias facadas, teve suas tripas colocadas para fora, uma pedra colocada em seu abdômen e depois seu corpo jogado na água de um dos lagos gelados do Central Park. Crime de açougueiro mesmo, por isso Daphne foi chamada pela imprensa de "Baby-Faced Butcher" ou a açougueira com rosto de bebê. Infelizmente o crime não teve um desfecho que todos desejavam na justiça. A garota fez um acordo com a promotoria e ficou apenas seis anos atrás das grades. Quando saiu arranjou mais confusão e voltou para a cadeia, para cumprir mais 3 anos. E foi isso. O crime aconteceu em 1997 e ela não ficou muito tempo atrás das grades. Garotinha rica, como bem sabemos, não paga sentença pesada! É a tal coisa, realmente era apenas uma adolescente, mas criminosa e fatal. 

Homicídio: Nova Iorque (Homicide: New York, Estados Unidos, 2024) Direção: Dick Wolf / Roteiro: Dick Wolf / Elenco: Barbara Butcher, Robert Mooney, Richard Plansky / Sinopse: Esse crime e outros que chocaram Nova Iorque podem ser assistidos em detalhes na nova série policial da Netflix "Homicídio Nova York". Fica a dica!

Pablo Aluísio. 


quarta-feira, 3 de abril de 2024

Último Tango em Paris

Título no Brasil: Último Tango em Paris
Título Original: Ultimo tango a Parigi
Ano de Lançamento: 1972
País: Itália, França
Estúdio: Produzioni Europee Associate (PEA)
Direção: Bernardo Bertolucci
Roteiro: Bernardo Bertolucci, Franco Arcalli
Elenco: Marlon Brando, Maria Schneider, Maria Michi

Sinopse:
Um homem bem mais velho conhece uma bela jovem em Paris. O casal então começa um tórrido relacionamento sexual. Vale praticamente tudo entre eles,  sem limites, mas há claramente um óbvio distanciamento emocional entre eles. Não se conhecem de verdade e nem sabem nada um do outro. Filme indicado ao Oscar nas categorias de melhor ator (Marlon Brando) e melhor direção (Bernardo Bertolucci). 

Comentários:
Quando Marlon Brando foi para a Europa fazer esse filme, ele estava mais do que consagrado pelo sucesso de "O Poderoso Chefão". Havia sido escolhido o melhor ator do ano, mas recusou o Oscar, o que causou um alvoroço em Hollywood. Curiosamente ele escolheu esse filme até como uma forma de rejeitar Hollywood e todo seu superficialismo cultural. E nessa produção o ator teve liberdade completa para criar seu personagem. Praticamente não havia um roteiro e nem muito menos um script. As falas de Brando que se vê em cena são pura espontaneidade. Ele apenas ia falando o que vinha em sua mente. Tudo improvisado. O diretor apenas lhe dava uma premissa básica e Brando fazia o que tinha vontade. Nunca ele havia tido tanta liberdade como ator e talvez por essa razão tenha abraçado tanto esse projeto. Muitos anos depois o próprio Brando escreveria em sua autobiografia que ele não tinha a mínima ideia da proposta daquela história. Só sabia que era arte pura. Um tipo de liberdade criativa que ele nunca havia experimentado em Hollywood e que nunca mais iria experimentar de novo pelo resto de sua carreira. Sem dúvida um filme inovador e até mesmo experimental. Talvez por isso seja tão elogiado até mesmo nos dias atuais. 

Pablo Aluísio.

O Risco de uma Decisão

Título no Brasil: O Risco de uma Decisão
Título Original: Bite the Bullet
Ano de Produção: 1975
País: Estados Unidos
Estúdio: Persky-Bright Productions
Direção: Richard Brooks
Roteiro: Richard Brooks
Elenco: Gene Hackman, Candice Bergen, James Coburn, Ben Johnson, Ian Bannen, Jan-Michael Vincent

Sinopse:
No deserto do Colorado, em 1908, é organizada uma grande corrida de cavalos entre as cidades de Denver e Kansas City. Apenas os mais resistentes cowboys conseguiriam sobreviver a uma competição selvagem como aquela.

Comentários:
Muito bom esse faroeste dos anos 1970. A premissa é das mais interessantes, mostrando uma competição que fugia completamente do comum. O interessante é que o filme, para surpresa de muitos, conseguiu duas indicações ao Oscar em categorias técnicas, de Melhor Som e Melhor Trilha Sonora Incidental. Outro aspecto interessante é que o estúdio conseguiu reunir um belo elenco, de veteranos do gênero, valorizando ainda mais o filme. Gene Hackman, grande ator, lidera a equipe, mas não podemos também deixar de elogiar James Coburn, que mesmo envelhecido ainda mantinha o velho charme de vilão de filmes de western. E o que dizer do veterano Ben Johnson? Só faltou mesmo o bom e velho John Wayne, que até foi convidado para participar do filme, mas com problemas de saúde, não pode comparecer. Mesmo assim temos aqui um dos melhores faroestes dos anos 70. O filme tem ritmo, bom roteiro e situações bem desenvolvidas, inclusive com uma boa pitada de bom humor, para deixar o filme mais leve e divertido. Não podemos esquecer que por essa época o western já estava um pouco fora de moda nos cinemas. Enfim, deixo a dica. A produção é uma preciosidade do gênero.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 2 de abril de 2024

Contrabandistas da Fronteira

Título no Brasil: Contrabandistas da Fronteira
Título Original: The Kid from Amarillo
Ano de Produção: 1951
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Ray Nazarro
Roteiro: Barry Shipman
Elenco: Charles Starrett, Smiley Burnette, Harry Lauter

Sinopse:
Ao Agente do Tesouro Steve Ransom (Charles Starrett) é dada a missão de desmascarar Jonathan Cole (Fred Sears), chefe de uma quadrilha de contrabandistas que operam perto da fronteira México / Texas. Apesar das advertências de Steve, seu amigo trapalhão Smiley (Smiley Burnette) resolve fazer alguma investigação solitária na fazenda Cole e é feito prisioneiro. Para soltar o amigo e desbaratar de uma vez por todas o grupo de bandidos liderados por Cole, Ransom resolve assumir a identidade de Durango Kid, o justiceiro mascarado.

Comentários:
Nos anos 50 a Columbia Pictures se especializou em produzir westerns B para consumo em massa. Como era o estúdio mais modesto de Hollywood a Columbia estava sempre precisando fazer caixa rápido e no auge da popularidade dos filmes de faroeste essa era a maneira mais fácil de ter lucro, realizando westerns com orçamentos modestos (por isso eram chamados de filmes B) com garantia certa de retorno nas bilheterias. "The Kid from Amarillo" é um desses lançamentos da Columbia. Hoje em dia já poderia estar inclusive completamente esquecido se não fosse por um detalhe importante: foi dirigido pela subestimado e ótimo cineasta Ray Nazarro. O considero um injustiçado pela história do cinema americano já que era de fato um artesão da sétima arte. Geralmente pegava material inexpressivo, do tipo que o estúdio não acreditava, e transformava em filmes marcantes. Certamente continuavam a ser produções B mas com um toque todo especial que os tornavam especiais. Aqui temos mais uma chance de conhecer seu talento por trás das câmeras. Uma pequenina jóia B com o popular Durango Kid que certamente vai surpreender os fãs de westerns.

Pablo Aluísio. 

O Fantasma do Zorro

Título no Brasil: O Fantasma do Zorro
Título Original: Ghost of Zorro
Ano de Produção: 1959
País: Estados Unidos
Estúdio: Republic Pictures
Direção: Fred C. Brannon
Roteiro: Royal K. Cole, William Lively
Elenco: Clayton Moore, Pamela Blake, Roy Barcroft

Sinopse:
Após desaparecer por quase dois anos o Zorro é dado como morto pelas autoridades. Todos acreditam que o homem por trás da máscara morreu em alguma operação militar para sua captura. Assim os corruptos políticos locais começam a novamente roubar o povo. No meio da noite então, surge novamente o Zorro, que agora parece um ser sobrenatural, vindo do além. O povo logo acredita que seu espírito voltou do mundo dos mortos para proteger os mais pobres da ganância da classe política corrupta, mas será mesmo que é isso que está acontecendo?

Comentários:
"Ghost of Zorro" foi o último filme realizado pela Republic Pictures. Em seus tempos de glória o estúdio chegou a ser um dos três maiores de Hollywood tendo grandes astros como John Wayne sob contrato. A concorrência da televisão e a dificuldade de competir com os outros grandes grupos americanos de entretenimento foram destruindo a Republic ao longo dos anos. Em 1959 a situação já era muito ruim, não havia mais grandes astros em seu plantel e os filmes por terem orçamentos modestos já não conseguiam arrecadar boas bilheterias. A última tentativa veio justamente com esse filme. Os direitos do personagem Zorro ainda estavam com o estúdio que jogou sua última carta no mercado. Se o filme fizesse sucesso ainda haveria uma tábua de salvação para a Republic, caso contrário ela fecharia de vez suas portas. O resultado infelizmente não foi positivo. A bilheteria foi péssima e não houve mais como continuar, a Republic abriu processo de falência um mês depois. Os direitos do Zorro então foram comprados pela Disney que resolveu investir em uma série televisiva com suas aventuras. Em relação ao filme em si o que podemos dizer é que se trata de um western B pouco inspirado, com roteiro mal escrito (o que torna sua trama um pouco confusa). Houve ainda uma tentativa de usar partes do filme como seriado de TV para recuperar um pouco o dinheiro investido mas o desastre foi completo. Um triste fim para aquele que foi um dos maiores estúdios dos anos de ouro de Hollywood.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 1 de abril de 2024

Rota Suicida

Título no Brasil: Rota Suicida
Título Original: The Gauntlet
Ano de Produção: 1977
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Clint Eastwood
Roteiro: Michael Butler, Dennis Shryack
Elenco: Clint Eastwood, Sondra Locke, Pat Hingle, William Prince, Bill McKinney, Michael Cavanaugh

Sinopse:
Ben Shockley (Clint Eastwood) é um policial designado pelo departamento de polícia para proteger uma testemunha importante em um caso envolvendo mafiosos violentos. Sua missão será das mais perigosas.

Comentários:
Eu sempre gosto de repetir que mais vale um filme mediano com Clint Eastwood do que inúmeras superproduções que são lançadas todos os anos por aí no circuito comercial. Clint sempre manteve uma regularidade impressionante em sua filmografia. Esse filme policial dos anos 70 bem poderia ser mais um com o famoso tira Dirty Harry, mas os produtores decidiram inovar um pouco. Aqui Clint trabalha ao lado de sua esposa na época, Sondra Locke. Ela fez vários filmes ao lado dele, alguns entre os melhores já estrelados por Clint. Falecida em 2018, teve uma filmografia enriquecida pelas boas escolhas do marido. Sua personagem é a de uma garota de programa que sabe muito e que por isso vira alvo de criminosos envolvidos com a máfia italiana nos Estados Unidos. Enfim, mais um bom filme com Clint e Locke, em uma época em que eles sempre acertavam em suas escolhas cinematográficas.

Pablo Aluísio.

Operação Yakuza

Título no Brasil: Operação Yakuza
Título Original: The Yakuza
Ano de Produção: 1974
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Sydney Pollack
Roteiro: Paul Schrader, Robert Towne
Elenco: Robert Mitchum, Ken Takakura, Brian Keith

Sinopse:
Harry Kilmer (Robert Mitchum) é um americano que decide retornar ao Japão para ajudar um velho amigo, cuja filha caiu nas mãos da temida máfia japonesa, a Yakuza. Após tomar conhecimento dos acontecimentos ele começa sua investigação que o levará ao lado mais sombrio do mundo do crime na terra do sol nascente.

Comentários:
Uma fita policial que chegou a ser bem popular no Brasil. Um trabalho curioso e diferente da safra do talentoso Sydney Pollack. Aqui ele preferiu trabalhar não apenas com um roteiro muito bem articulado, mas também com generosas cenas de ação e violência. O filme é protagonizado pelo veterano Robert Mitchum, considerado já naquela altura de sua carreira um dos maiores mitos da era de ouro de Hollywood. Embora já bastante envelhecido o bom e velho Mitchum demonstra em cena que ainda podia segurar um filme inteiro nas costas. Como não poderia deixar de ser o texto do roteiro procura se aproveitar ao máximo das diferenças culturais existentes entre duas culturas tão diversas, a americana e a japonesa. Também demonstra com muito talento que se existe algo perigoso no mundo do crime é justamente impor códigos de honra tradicionais em organizações criminosas como a máfia japonesa, conhecida pela alcunha de Yakuza. Some-se a tudo isso uma bela fotografia que faz o espectador passear pelos becos mais sujos das ruas nipônicas e você terá certamente um belo filme policial dos anos 1970. Cru, realista e muito eficiente em seus objetivos.

Pablo Aluísio.

domingo, 31 de março de 2024

Elvis Presley - That's the Way It Is - Parte 3

Elvis Presley - That's the Way It Is - Parte 3
E então o velho disco de vinil toca "Patch It Up". Essa faixa só se justificava mesmo no palco. Em termos gerais é uma canção bem fraca, principalmente se formos levar em conta que Elvis gravou alguns dos maiores rocks da história. Claro, não estou dizendo com isso que a canção seja um rock genuíno, nada disso. Na verdade era um pop pegajoso ao estilo Las Vegas que soava desconfortável na discografia de Elvis. Esses autores praticamente nunca tinham sido gravados por Elvis antes. A sugestão partiu de Felton Jarvis que convenceu Elvis que a música tinha potencial, principalmente durante os concertos ao vivo. Elvis não se mostrou em um primeiro momento muito convencido, mas depois resolveu gravar a canção - mais do que isso decidiu que iria interpretá-la para as câmeras da MGM que estavam prestes a filmar suas performances em Las Vegas para um filme documentário que seria lançado em breve nos cinemas. Para o fã da época deve ter sido chato perceber que a RCA Victor chegou a acreditar que a gravação seria mesmo um sucesso, a ponto inclusive de lançar duas versões diferentes da música (algo que raramente acontecia na discografia oficial), uma gravada ao vivo e outra em estúdio. 

A primeira fez parte da trilha sonora, do álbum "That´s The Way It Is". É a versão que todos conhecemos muito bem. A outra chegou no mercado em compacto, como lado B da canção "You Don't Have To Say You Love Me". Nenhuma das versões se tornou sucesso. Também pudera, não tinha qualidade para tanto. A letra, que se repetia em demasia, rodando e rodando sem ir para lugar nenhum, se resumia a usar a expressão "Patch It Up" (algo como "vamos consertar" no caso o relacionamento amoroso) para grudar na mente do ouvinte e de lá não sair nunca mais. Não deu certo. O curioso é que pelo menos a faixa serviu para proporcionar uma boa cena coreografada para o filme. O próprio Elvis porém não levava muita fé, tanto que a descartou para nunca mais usar. Um fato curioso é que em países de língua alemã (Alemanha e Áustria) o single saiu com as versões trocadas, com "Patch It Up" no lado A. A capa também foi modificada - para melhor, com uma ótima foto de Elvis no palco. Esse mesmo compacto foi lançado na Holanda e Suécia dois meses depois e também conseguiu ótimas vendas. Pelo visto os germânicos estavam mais afinados com o marketing certo de vendas. Coisas de mercado.

A versão original de "Mary In The Morning" se tornou conhecida em 1967 na voz do cantor e ator ítalo-americano Al Martino. Para quem gosta de cinema é interessante lembrar que foi Martino quem interpretou uma paródia de Frank Sinatra no filme "O Poderoso Chefão". Ele interpretava um cantor em decadência que pedia ajuda ao chefão Corleone (Marlon Brando) para levantar sua carreira, chantageando e ameaçando o dono de um poderoso estúdio de cinema em Hollywood para lhe dar o papel em um importante filme que iria ser realizado. Dizem que foi assim que Sinatra ganhou o personagem do sargento americano no clássico "A Um Passo da Eternidade" que acabou lhe valendo o Oscar, dando um novo pulso para sua carreira, que naquele momento andava em baixa. Mario Puzo aproveitou esse fato e o usou em seu livro. Verdade ou mito? As conexões de Sinatra com a máfia sempre foram alvos de boatos. A verdade porém nunca saberemos... 

Deixando um pouco isso de lado o fato é que Elvis sempre parecia ter uma grande ligação com a música italiana. Basta lembrar de "It´s Now Or Never" e "Surrender". É interessante notar também que em seu lançamento original "Mary in The Morning" não foi um grande sucesso, um hit absoluto. Lançada discretamente por Martino em single pouco chamou atenção, mas Elvis a conhecia muito bem pois tinha comprado o compacto. Havia um lirismo em sua letra que lhe chamava a atenção. Esse tipo de romantismo sempre tocava o cantor. Pena que após ter gravado a canção em estúdio Elvis não a tenha trabalhado mais, inclusive no palco. No filme "That´s The Way It Is" o cantor surge em um ensaio tentando cantar a música, porém mais interessado nas brincadeiras com a Máfia de Memphis não chegava a se concentrar no que estava ensaiando. A cena diverte, mas também decepciona para quem gostaria de vê-lo cantando essa bela canção romântica. Na temporada em Las Vegas não chegou a usar a canção. Afinal havia tantas outras do álbum que acabou esquecendo de Mary, da manhã e do arco-íris... Coisas da vida!

Pablo Aluísio.

sábado, 30 de março de 2024

The Beatles - With The Beatles - Parte 3

The Beatles - With The Beatles - Parte 3
"Little Child" era uma composição de Paul McCartney, ou como gostava de dizer John Lennon era "Uma filha de Paul". O tema romântico, com temática adolescente, era bem a marca registrada do baixista dos Beatles por essa época. Inicialmente Paul pensou em dar a música para Ringo cantar, mas depois desistiu. A letra começa simples, com o autor em primeira pessoa pedindo para dançar com uma garota. Letra simples, bem derivativa dos temas da época. Poderia ter contado com alguma contribuição de John, mas para falar a verdade ele era cínico demais para temas tão pueris como esse.

"Hold Me Tight" tinha uma pegada bem mais forte. Outra faixa que muitos autores atribuem ao próprio Paul McCartney, muito embora aqui John Lennon também tenha contribuído mais intensamente. Nessa época os Beatles estavam preocupados mesmo em escrever sucessos de rádio, por isso as músicas seguiam uma certa fórmula. Nessa faixa em particular eles repetiram o uso de palmas pontuando o ritmo da canção. O vocal de Paul intercala com John, dividindo o mesmo microfone. Uma música que sempre me agradou, tendo inclusive feito parte também do raro disco "Beatles Again".

"You Really Got a Hold on Me" era um cover. Nesses primeiros álbuns do grupo havia mesmo a necessidade de cantar canções de outros artistas já que os Beatles não tinham tantas músicas prontas para fazer parte do repertório. Paul e John eram até muito produtivos, o que significava que compunham muitas músicas juntos, mas também tinham um senso crítico muito forte o que deixavam muitas delas fora dos discos. Só entrava o que eles consideravam ter qualidade. 

A faixa começa com George solando sua guitarra. O ritmo é cadenciado, com toques mais românticos. Algo até esperado já que a música original dos Miracles vinha da safra de artistas negros da Motown, um verdadeiro celeiro de talentos de Detroit, uma gravadora que os Beatles particularmente gostavam muito. A letra é praticamente uma carta de amor de alguém apaixonado por uma garota que não corresponde a esse sentimento (bem adolescente). "Você realmente me pegou" é uma frase que resume. "Eu não deveria amar você por tudo o que aconteceu, mas quem controla as próprias emoções?" Pois é... complicada a situação.

Pablo Aluísio. 

sexta-feira, 29 de março de 2024

Grease: Rise of the Pink Ladies

Título no Brasil: Grease: Rise of the Pink Ladies
Título Original: Grease: Rise of the Pink Ladies
Ano de Lançamento: 2023
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Plus
Direção: Alethea Jones, Benny Boom
Roteiro: Warren Casey, Samantha Cordero
Elenco: Marisa Davila, Cheyenne Isabel Wells, Ari Notartomaso, Tricia Fukuhara, Jason Schmidt, Madison Thompson

Sinopse:
Nos anos 1950, em uma escola secundária dos Estados Unidos, um grupo de amigas vive as incertezas da idade adolescente, com os amores, a tentativa de ser popular e também as lutas tão típicas da vida escolar. Série musical baseada no sucesso de bilheteria do cinema nos anos 1970, o musical "Grease - nos Tempos da Brilhantina".

Comentários:
Durante muitos anos houve esse projeto de se produzir um remake do sucesso "Grease - Nos Tempos da Brilhantina" no cinema. A ideia não foi em frente, mas no mundo das séries de televisão, ela virou uma realidade. O streaming exige uma produção absurda de conteúdo para as plataformas, então finalmente se produziu essa série, justamente para preencher essa demanda das produtoras e distribuidoras. Antes de qualquer coisa é bom saber que essa série tem mais a ver com "Glee" do que com "Grease". O formato tenta mesmo imitar aquela popular série musical de alguns anos atrás. De Grease mesmo só sobrou a ambientação dos anos 50. O resultado me soou interessante, mas nada excepcional. Tem muita música (com apenas duas aproveitadas da trilha sonora original do filme de 1978), mas confesso que em termos de qualidade as canções passam longe de ser memoráveis. O saldo final é muito colorido, com muito chiclete, coca-cola e carrões dos anos dourados. Fora isso não achei nada espetacular, para ser bem sincero. 

Pablo Aluísio.