Um reverendo dirigindo em uma estrada secundária acaba dando carona a um homem andando por ela no meio de um dia particularmente quente. Má ideia. O caronista é na verdade um criminoso fugitivo. O religioso de certa forma percebe isso e começa uma espécie de sermão sobre redenção e toda aquela coisa da doutrina cristã. Arrependa-se de seus pecados e tudo mais. O bandido começa a encher o saco daquela conversa toda e como está planejando roubar o carro do bom homem, nem pensa duas vezes. O mata a sangue frio e depois joga seu corpo em uma pedreira abandonada, seguindo viagem após o assassinato. Vai parar na mesma cidadezinha onde o reverendo era esperado para assumir sua nova paróquia e assim decide assumir sua identidade na maior cara de pau do mundo...
De certa forma é uma velha tradição de filmes com esse tipo de história, a do criminoso que se faz passar por homem religioso, homem de Deus. Lobo em pele de cordeiro. Claro que nada acaba bem. E há grandes filmes contando esse tipo de enredo. Esse filme aqui, por outro lado, começa muito bem, mas infelizmente derrapa no final por trazer um desfecho muito piegas. Eu tenho particularmente má vontade com esse tipo de coisa de transformar vilões em bons homens. Ora, o sujeito foi criminoso a vida inteira, roubou, matou, cometeu atrocidades e aí vem aquele papo furado do roteiro mostrando redenção pessoal da noite para o dia. Nada convincente. Prefiro que o vilão seja vilão até o fim. As bondades ficam para os mocinhos. E tenho dito.
A Pedreira (The Quarry, Estados Unidos, 2020) Direção: Scott Teems / Roteiro: Scott Teems / Elenco: Shea Whigham, Michael Shannon, Catalina Sandino Moreno / Sinopse: Um assassino foragido da justiça mata um pregador durante uma carona que esse último lhe deu numa estrada perdida no meio do nada. E o bandido passa então a assumir a identidade do reverendo, inclusive pregando para cristãos em uma pequena cidade do sul dos Estados Unidos. Até quando sua farsa dará certo?
Pablo Aluísio.