sexta-feira, 30 de junho de 2023

O Terror Da Guerra

O Terror Da Guerra
Quando o filme começa vemos dois veteranos da guerra do Afeganistão andando em uma cidade dos Estados Unidos que parece ter sido devastada. Imediatamente somos levados a pensar que estamos assistindo a um daqueles filmes pós-apocalipse. Séries como "The Last of Us" também nos vem a mente. Só que não se engane sobre o que se vê na tela. O roteiro guarda diversas surpresas ao longo do desenvolvimento da história. Enquanto os veteranos andam e tentam sobreviver, vemos em flashbacks o passado do soldado Gabriel Drummer, interpretado pelo ator Shia LaBeouf. Casado, pai de uma filhinha, ele encara um treinamento pesado para se tornar um fuzileiro naval e depois é enviado para o campo de batalha no Oriente Médio onde presencia a violência irracional da guerra. De volta aos Estados Unidos, tudo o que ele deseja é reencontrar sua família, mas no meio de toda aquela devastação fica cada dia mais improvável. 

As duas primeiras partes desse filme enganam o espectador. Você pensa estar assistindo a um tipo de filme, mas ele na realidade é bem outro. Nesse aspecto achei o roteiro muito criativo e bem escrito. Veja que o uso de reviravoltas, ou plot twist, como os americanos gostam de chamar, pode ser algo inteligente, coerente com a história que se está contando. Exatamente o que temos aqui. O que você não pode esquecer é que existem mentes perturbadas. E esse é o ponto central da mensagem que esse filme quer passar. O tema no fundo é sério e importante, lidando com a saúde mental de veteranos que voltam de campanhas com graves problemas de traumas de guerra. Nesse aspecto pode-se dizer que o filme é de um raro brilhantismo. 

O Terror Da Guerra ( Man Down, Estados Unidos, 2015) Direção: Dito Montiel / Roteiro: Dito Montiel / Elenco: Shia LaBeouf, Gary Oldman, Jai Courtney / Sinopse: Dois veteranos de guerra retornam aos Estados Unidos e encontram uma América pós-apocalíptica. Um deles deseja apenas reencontrar sua família, mas no meio da loucura e do caos se vê cada vez mais distante da realidade do mundo que o cerca. 

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 29 de junho de 2023

Até o Limite

Até o Limite
Recentemente assisti a um filme com Mel Gibson chamado "Panamá" que era bem ruim. As coisas não melhoram muito nesse suposto thriller de suspense. Gibson interpreta um radialista chamado Elvis. Ele apresenta um programa nas madrugadas de Los Angeles. Enquanto toca algumas músicas, ele interage com seus ouvintes que ligam para contar seus problemas. Isso vai normalmente até o dia em que um sujeito, visivelmente perturbado, liga para a estação de rádio. Ele diz que está invadindo a casa do radialista e que pretende fazer de sua esposa e sua filhinha de seis anos como reféns. A situação parece muito tensa e Elvis agora vai precisar usar de toda a sua lábia e poder de convencimento para que um crime que vai destruir sua vida não chegue a se consumar. Pois é, a premissa do filme é bacana, mas é bom não ir se animando muito...

O filme se sustenta bem até o final, mas infelizmente esse é um daqueles desfechos de história que estragam tudo. Completamente sem noção. O Mel Gibson atualmente atua como o próprio produtor de seus filmes. Ele se queimou em Hollywood depois que deu declarações infames sobre os judeus. Depois disso nenhum grande estúdio de Hollywood banca mais seus filmes. Agora o ator se resume a produzir esses pequenos filmes B onde atua. Só que um produtor experiente, um bom agente e um estúdio grande por trás faz falta mesmo. Livre desse tipo de controle, Gibson tem a tendência de surtar e errar feio... É o que acontece nesse filme que apresenta não apenas um plot twist, mas dois. Reviravoltas na história que só estragam o filme como um todo. Quando chegamos ao final nos sentimos enganados por uma piada sem graça. Francamente, a decadência do Mel Gibson desse modo parecer ser algo mesmo irreversível. 

Até o Limite (On the Line, Estados Unidos, 2022) Direção: Romuald Boulanger / Roteiro: Romuald Boulanger / Elenco: Mel Gibson, William Moseley, Alia Seror-O'Neill / Sinopse: Elvis (Mel Gibson) é um radialista de Los Angeles que recebe a ligação de um psicopata que lhe avisa que vai entrar em sua casa para sequestrar sua esposa e sua filha. Ele quer se vingar de algo que aconteceu no passado. Assim Elvis precisará evitar que o mal aconteça com sua família de todas as formas. 

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 28 de junho de 2023

The Last of Us

The Last of Us
Ontem terminei de assistir à primeira leva de episódios dessa série "The Last of Us" (O Último de Nós, em tradução livre). Quando eu soube dessa série pela primeira vez nem quis assisti-la. Esse tema envolvendo fim do mundo, zumbis, etc, já me parecia saturado demais. Não achava que seria grande coisa. Entretanto a hype dos fãs foi tão grande e a repercussão gerada foi tão ampla que decidi dar um voto de confiança. Fui ver, pelo menos, o primeiro episódio para ver se valia mesmo a pena ou se era tudo aquilo que se dizia por aí da série pela internet. Bom, gostei a ponto de ver todos os episódios dessa que provavelmente será apenas a primeira temporada. A HBO é conhecida por produzir material de qualidade e aqui realmente não seria diferente. 
 
Concordo que a premissa não vai animar muito os mais veteranos cinéfilos pois é uma coisa antiga, que já aparecia em velhos filmes com Vincent Price. Walking Dead também é uma referência óbvia. A história se passa em um mundo que foi devastado por uma pandemia. Um fungo mortal começou a contaminar a população mundial. A partir do momento em que se ficava contaminado o tal fungo passaria a controlar o sistema nervoso central do doente. Viram zumbis em busca de carne, inclusive carne humana. Aquela bestialidade toda que bem conhecemos do universo de filmes desse tipo. O caos se instala. Assim acompanhamos essa dupla inusitada formada por um homem adulto (interpretado pelo bom ator de séries Pedro Pascal) e uma adolescente que parece ser a chave da cura, pois é imune ao fungo. É uma série realmente muito boa, extremamente bem produzida, com roteiros caprichados. E o final? Achei um pouco melancólico demais. Tem uns deslizes aqui e acolá, mas o conjunto ida obra é realmente muito boa. Vale a pena conferir, sem dúvida alguma. 

The Last of Us (Estados Unidos, 2023) Direção: Craig Mazin, Ali Abbasi, Jeremy Webb / Roteiro: Neil Druckmann, Craig Mazin / Elenco: Pedro Pascal, Bella Ramsey, Anna Torv / Sinopse: Em um mundo devastado por uma pandemia de fungos, Joey e Ellie tentam sobreviver, atravessando os Estados Unidos em busca de um grupo de seres humanos sobreviventes. 

Pablo Aluísio.

terça-feira, 27 de junho de 2023

O Monge e a Filha do Carrasco

Título no Brasil: O Monge e a Filha do Carrasco
Título Original: O Monge e a Filha do Carrasco
Ano de Lançamento: 1996
País: Brasil
Estúdio: KCK Productions & JBR Filmes
Direção: Walter Lima Jr.
Roteiro: Ambrose Bierce, Toby Coe
Elenco: Patricia Pillar, Murilo Benício, Rubens de Falco, José Lewgoy, Karina Barum, Maria Gladys

Sinopse:
No século 18, em uma cidade esquecida, a jovem Benedicta é a bela filha do carrasco. Ainda assim não consegue um bom pretendente pois as pessoas da vila onde mora tem preconceito sobre ela por causa de seu pai. O monge Ambrosius, recém-chegado à aldeia, sente pena da moça, mas seu interesse por ela desencadeia o ciúme do pai da donzela e começa um grande conflito entre a sua paixão e o celibato que deve cumprir como membro da Igreja Católica.

Comentários:
Assisti nos anos 90 em VHS. É um filme brasileiro, mas feito para o mercado externo, contando inclusive com a produção em parte da norte-americana Miramax. Eles queriam que o filme fosse considerado para o Oscar, mas não deu certo. De qualquer forma é sim um bom filme, valorizado pela boa produção onde tudo está nos lugares certos. Nisso me refiro a cenários, figurinos e reconstituição histórica. A atriz Patrícia Pillar é, além de bonita, muito talentosa. Murilo Benício como o monge está meio fake, não muito convincente, mas ainda assim não compromete em nada o resultado final do filme. De todo modo é um filme brasileiro sob uma nova perspectiva, produzido para ser consumido no exterior, contando com capital de uma grande produtora de cinema dos Estados Unidos. Sem dúvida uma mudança e tanto em nosso cinema nacional. Em suma, um bom momento da cinematografia brasileira nos anos 90. 

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 26 de junho de 2023

Invasão de Discos Voadores

Invasão de Discos Voadores
Uma série de aparições de discos voadores acontecem em todo o paneta Terra. Após o pouso de uma dessas espaçonaves em um campo militar do exército dos Estados Unidos incidentes violentos são registrados. A partir desse momento o que parecia ser uma visita pacífica de uma civilização extraterrestre em nosso planeta se torna algo violento, muito complicado de se controlar. Em pouco tempo começa uma verdadeira guerra entre os discos voadores e forças militares terrestres. E enquanto a guerra vai se tornando mais violenta, um professor e sua esposa tentam entender os mecanismos e a ciência que poderia explicar a presenças de seres de outros planetas na Terra e a forma deles interagirem com os seres humanos. 

Esse filme hoje em dia é considerado um clássico Sci-fi do cinema norte-americano dos anos 1950. Bem sabemos que por essa época a paranoia da guerra fria estava em alta e a ficção baseada em livros de bolso invadiu o cinema da época. A ciência era ciência de gibi e não havia aquele tom pacifista daquele que é considerado o melhor filme sobre o tema, o também clássico "O Dia em que a Terra Parou". Aqui a tônica era a pura diversão mesmo de acompanhar uma guerra entre mundos. O destaque absoluto vai para os efeitos especiais assinados pelo mestre em stop-motion Ray Harryhausen. As cenas dos discos voadores atacando a capital americana, caindo sobre o Capitólio, são antológicas. Puro charme nostálgico! 

Invasão de Discos Voadores (Earth vs. the Flying Saucers, Estados Unidos, 1956) Direção: Fred F. Sears / Roteiro: Bernard Gordon, George Worthing Yates / Elenco: Hugh Marlowe, Joan Taylor, Donald Curtis / Sinopse: O Planeta Terra passa a ser atacado por discos voadores vindos de outro planeta. Os seres humanos se defendem como podem, sem saber de onde aqueles aliens estao vindo e nem a razão de tentarem destruir a  humanidade. 

Pablo Aluísio.

domingo, 25 de junho de 2023

Flint Town

Flint Town
Na década de 1950 a cidade de Flint era considerada um modelo de desenvolvimento e prosperidade. Ali funcionava uma das maiores fábricas de carros da General Motors. Havia emprego e bons salários para todos os moradores. A cidade era próspera e com altos índices de desenvolvimento humano. Havia belas casas, jardins bonitos e as crianças brincavam sem preocupação pelas ruas. Só que um dia a direção da GM decidiu fechar sua fábrica na cidade e depois disso Flint afundou em pobreza, miséria e violência. Esse documentário serial da Netflix mostra os problemas de Flint nos dias atuais, focando principalmente nas dificuldades do departamento de polícia da cidade. 

Flint apresenta um dos maiores índices de crimes vioentos dos Estados Unidos na atualidade e uma polícia sem estrutura para enfrentar essa situação. Para uma cidade de porte médio ela tem apenas 20 carros para patrulhar as ruas e pouco contingente à disposição. Uma das situações mais aflitivas é aquela que mostra uma jovem policial patrulhando a cidade de madrugada, sozinha em seu carro. O padrão das polícias norte-americanas é ter pelo menos dois patrulheiros em cada carro, mas em Flint isso não acontece, por falta de policiais. Enfim, um exemplo para mostrar que a vida dos policiais é muito dura e não apenas no Brasil como muitos imaginam. 

Flint Town (Estados Unidos, 2018) Direção: Zackary Canepari, Drea Cooper / Roteiro: Zackary Canepari, Drea Cooper / Elenco: Bridgette Balasko, Tim Johnson, Robert Frost / Sinopse: Documentário em forma de série que mostra o dia a dia dos policiais da cidade de Flint, uma das mais violentas dos Estados Unidos. 

Pablo Aluísio.

sábado, 24 de junho de 2023

Shameless - Décima Temporada

Shameless - Décima Temporada
Ontem terminei de assistir a décima e penúltima temporada da série "Shameless". É a tal coisa, não é toda série que consegue chegar na décima temporada ainda inteira. Parte do elenco se desliga e os produtores vão tentando manter tudo de pé. De qualquer forma nesses doze episódios eles ainda conseguiram manter um certo padrão de qualidade, embora desgastes e saturações sejam claramente percebidos. Depois da saída da atriz Emmy Rossum que interpretava Fiona, os produtores fizeram de tudo para manter o ator Jeremy Allen White no elenco. Se ele também saísse seria o fim. O curioso é que os roteiros dos episódios até mesmo criaram uma saída para seu personagem que iria morar em outra cidade. Só no finalzinho White assinou para mais uma temporada, a final. Ele tem se dado muito bem em "The Bear" e não seria complicado para ele deixar "Shameless" agora. 

E o que acontece no final dessa temporada de Shameless? Ian Gallagher finalmente se casa com seu namorado. Claro que em se tratando dessa série nada ocorre de forma normal. O casamento gay sofre todos os tipos de boicotes. O pai do noivo, um gângster pé de chinelo de Chicago, não aceita que o filho se case com outro homem, então ele decide tocar fogo no salão de recepções do evento. Mas a família não se dá por vencida e corre para fazer o casamento em outro local, logo um restaurante polonês homofóbico cuja dona tem uma história nada tranquila com Frank! Enfim, tudo muito divertido e engraçado. Estou para começar a última temporada da série que foi cancelada em 2021. Deixará saudades em quem a acompanhou por tantos anos. 

Shameless - Décima Temporada (Estados Unidos, 2019) Direção: John Wells, entre outros / Roteiro: John Wells, entre outros / Elenco: William H. Macy, Jeremy Allen White, Ethan Cutkosky / Sinopse: Mais uma temporada mostrando as desventuras da família Gallagher vivendo no sul de Chicago. A vida pode ser perigosa por aquelas bandas, mas também muito divertida e engraçada. 

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 23 de junho de 2023

Estranhos Prazeres

Título no Brasil: Estranhos Prazeres
Título Original: Strange Days
Ano de Lançamento: 1995
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Kathryn Bigelow
Roteiro: James Cameron, Jay Cocks
Elenco: Ralph Fiennes, Angela Bassett, Juliette Lewis, Tom Sizemore, Vincent D'Onofrio, Michael Wincott

Sinopse:
Em 1999, Los Angeles é uma zona de guerra racial com o exército e os oficiais do LSPD e da SWAT lutando contra os afro-americanos. O ex-policial Lenny Nero é um traficante de gravações ilegais em CDs que entregam as memórias e sensações do gravador ao usuário. E nesse processo acaba descobrindo a existência de uma grande conspiração. 

Comentários:
Um bom filme de ficção dos anos 90. Foi dirigido pela talentosa cineasta Kathryn Bigelow que para quem não sabe é a esposa do diretor James Cameron. O maridão inclusive é um dos escritores do roteiro desse filme. Some todo esse talento do casal envolvido com uma boa produção e uma história bem bolada, interessante, e você terá um bom filme em mãos. O elenco é muito bom. Ralph Fiennes é aquele tipo de ator que vale qualquer filme. Um dos mais talentosos de sua geração, sempre interpretando tipos estranhos e fora do comum. Angela Bassett se destacou ao interpretar Tina Turner no melhor filme sobre sua vida e finalmente Juliette Lewis, em seu tipo habitual de louquinha, também mantém a atenção. Confesso que obviamente o filme ficou um pouco datado nos dias atuais. Algo normal de acontecer, ainda mais em filmes de ficção que lidam com temas envolvendo tecnologia de uma maneira em geral. Ainda assim vale a pena conhecer esse verdadeiro lado B da carreira de James Cameron e sua talentosa esposa. Fica a recomendação. 

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 22 de junho de 2023

Hellraiser: Renascido do Inferno

Hellraiser: Renascido do Inferno
Tirando o primeiro filme, que hoje em dia já é considerado um clássico  moderno do terror, todos os demais filmes dessa franquia eram muito fracos. O último que assisti que trazia o título "Hellraiser - O Julgamento" era uma verdadeira bomba! Agora os produtores resolveram dar o tratamento merecido a esse universo. Disponibilizaram um orçamento generoso, contrataram um bom diretor e uma competente equipe de roteiristas e como se isso tudo não fosse o bastante, ainda trouxeram Clive Barker, diretor do filme original, para a produção. Com tanta boa vontade e profissionais competentes o filme não poderia deixar de ser muito bom. Gosei de praticamente tudo, apenas com algumas falhas pontuais que definitivamente não comprometem o conjunto da obra. A mudança de gênero do principal Cenobita, por exemplo, não me agradou muito, mas esse é um detalhe menor. 

A história segue basicamente os passos da história do filme de 1987. De certo modo esse filme poderia ser considerado um remake moderno do primeiro filme, mas isso seria também simplista demais. No enredo uma jovem com problemas de vício em drogas acaba colocando as mãos em um cubo que, pelo que se consta, consegue abrir dimensões entre o mundo dos vivos e dos mortos. E isso definitivamente não é uma coisa boa, pois as portas são abertas para que os Cenobitas venham para o mundo dos vivos, fazer aquilo que gostam e para cuja sua existência é justificada, ou seja, torturar e matar sadicamente seres humanos. Pode-se dizer que Hellraiser talvez seja apenas um filmes de monstros sobrenaturais, mas temos que considerar que é um terror com muita classe e imaginação, apesar das atrocidades vistas na tela. Eu particularmente gosto muito desse universo e esse filme me deixou bem satisfeito em termos de qualidade cinematográfica. 

Hellraiser: Renascido do Inferno (Hellraiser, Estados Unidos, 2022) Direção: David Bruckner / Roteiro: Ben Collins, Luke Piotrowski, David S. Goyer / Elenco: Odessa A’zion, Jamie Clayton, Adam Faison / Sinopse: Uma jovem viciada em drogas toma posse de um cubo que abre as portas do inferno, trazendo ao nosso mundo os Cenobitas, seres sobrenaturais que torturam e matam suas vítimas humanas. 

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 21 de junho de 2023

Renfield

Renfield
Antes de qualquer coisa é bom saber que esse filme é uma tremenda bobagem. É assumidamente assim, foi produzido para ser assim, então não procure por nada de muito substancial nesse terror, comédia e trash. De aspecto positivo podemos também adiantar que justamente por essa razão o filme acaba sendo divertido em seus exageros sem noção. Para o ator Nicolas Cage que vinha aparecendo em um monte de tralhas não deixa de ser algo bem-vindo. Até porque ele aqui parece se divertir como nunca ao encarar uma interpretação bem caricata, quase juvenil de seu Drácula de araque. No comecinho do filme ainda tenta fazer alguma espécie de homenagem ao Drácula dos anos 1930, usando inclusive da mesma fotografia preto e branco, além de cenários e figurinos do clássico filme com Bela Lugosi. Mas isso não dura muito, logo Cage solta a franga e assume o deboche total. 

E quem diabos é Renfield? Ora, é aquele servo e lacaio do Conde que comia insetos e larvas. Curiosamente o roteiro parece fundir dois personagens do livro original em um só, o servo Renfield e o advogado Jonathan Harker (ou será que estou confundindo as bolas uma vez que li o livro há muitos anos?). De qualquer forma o ator Nicholas Hoult está muito bem na pele do protagonista. Eu o conhecia desde os tempos em que interpretou Pedro III na série "The Great". Ele tem talento para o humor. E seu personagem, tentando fugir de um relacionamento tóxico com o vampirão, lendo literatura de auto ajuda, rende boas piadas. Então é isso. O filme não passa mesmo de uma grande bobagem, mas pelo menos é divertida. 

Renfield - Dando o Sangue Pelo Chefe (Renfield, Estados Unidos, 2022) Direção: Chris McKay / Roteiro: Ryan Ridley, Robert Kirkman / Elenco: Nicholas Hoult, Nicolas Cage, Awkwafina / Sinopse: Após séculos de destruição e morte, o Conde Drácula chega em nossos dias e fica furioso ao perceber que seu servo e escravo Renfield o abandonou. 

Pablo Aluísio.