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terça-feira, 27 de junho de 2023

O Monge e a Filha do Carrasco

Título no Brasil: O Monge e a Filha do Carrasco
Título Original: O Monge e a Filha do Carrasco
Ano de Lançamento: 1996
País: Brasil
Estúdio: KCK Productions & JBR Filmes
Direção: Walter Lima Jr.
Roteiro: Ambrose Bierce, Toby Coe
Elenco: Patricia Pillar, Murilo Benício, Rubens de Falco, José Lewgoy, Karina Barum, Maria Gladys

Sinopse:
No século 18, em uma cidade esquecida, a jovem Benedicta é a bela filha do carrasco. Ainda assim não consegue um bom pretendente pois as pessoas da vila onde mora tem preconceito sobre ela por causa de seu pai. O monge Ambrosius, recém-chegado à aldeia, sente pena da moça, mas seu interesse por ela desencadeia o ciúme do pai da donzela e começa um grande conflito entre a sua paixão e o celibato que deve cumprir como membro da Igreja Católica.

Comentários:
Assisti nos anos 90 em VHS. É um filme brasileiro, mas feito para o mercado externo, contando inclusive com a produção em parte da norte-americana Miramax. Eles queriam que o filme fosse considerado para o Oscar, mas não deu certo. De qualquer forma é sim um bom filme, valorizado pela boa produção onde tudo está nos lugares certos. Nisso me refiro a cenários, figurinos e reconstituição histórica. A atriz Patrícia Pillar é, além de bonita, muito talentosa. Murilo Benício como o monge está meio fake, não muito convincente, mas ainda assim não compromete em nada o resultado final do filme. De todo modo é um filme brasileiro sob uma nova perspectiva, produzido para ser consumido no exterior, contando com capital de uma grande produtora de cinema dos Estados Unidos. Sem dúvida uma mudança e tanto em nosso cinema nacional. Em suma, um bom momento da cinematografia brasileira nos anos 90. 

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 4 de março de 2021

O Beijo da Mulher-Aranha

Em grande parte do filme temos apenas dois personagens em cena. Ele são prisioneiros e estão dentro de uma cela. E são pessoas bem diferentes entre si. Valentin Arregui (Raul Julia) é um prisioneiro político. Socialista de formação, foi pego tentando passar um passaporte falso para outro companheiro de luta. Luis Molina (William Hurt) é um homossexual que seduziu um rapaz menor de idade. Acabou sendo condenado a oito anos de cadeia em uma prisão muito suja e super lotada. O filme não diz exatamente em que país eles cumprem pena, mas fica claro desde sempre que é no Brasil.

Precisando viver juntos, eles precisam superar as diferenças e acabam se tornando bem próximos. O personagem de William Hurt conta as histórias dos velhos filmes que assistiu no passado. Algumas vezes suas lembranças são deixadas de lado para a imaginação fluir e ele cria seus próprias enredos. Ele é um encarcerado, mas sua mente pode ir longe. O pior porém é que ele é levado pelo diretor da prisão a trair seu amigo de cela. Ele precisa trazer informações do preso político, saber suas conexões, uma espécie de traição sutil que vai desandar em um final trágico. Nesse aspecto o filme não nega suas origens bem teatrais pois tudo é desenvolvido em ambiente quase único, tudo fundado em ótimos diálogos.

"O Beijo da Mulher-Aranha" aliás foi o mais perto que o cinema brasileiro chegou de ganhar um Oscar. William Hurt venceu o Oscar de melhor ator naquele ano e fez uma saudação em português para o Brasil enquanto recebia o prêmio. O filme realmente é praticamente todo nacional, com elenco coadjuvante formado por atores brasileiros falando inglês e equipe técnica de nacionalidade verde e amarela. Então de fato, tirando Hurt e alguns outros profissionais estrangeiros, temos aqui um produto de nosso cinema. O resultado é dos melhores. O filme não envelheceu muito com o passar dos anos pela simples razão que é um daqueles filmes em que a atuação fica em primeiro plano. E nesse aspecto não há o que reclamar. É um belo momento do cinema brasileiro.

O Beijo da Mulher-Aranha (Kiss of the Spider Woman. Brasil, Estados Unidos, 1985) Direção: Hector Babenco / Roteiro: Manuel Puig, Leonard Schrader / Elenco: William Hurt, Raul Julia, Sônia Braga, José Lewgoy, Milton Gonçalves, Nuno Leal Maia, Fernando Torres, Herson Capri, Denise Dumont, Wilson Grey, Miguel Falabella / Sinopse: Dois prisioneiros vivem o drama de cumprir pena em uma prisão de um país da América Latina. Filme premiado com o Oscar na categoria de melhor ator (William Hurt). Também indicado nas categorias de melhor filme, melhor direção e melhor roteiro adaptado.

Pablo Aluísio.