sexta-feira, 17 de dezembro de 2021
A Profecia
Não mudaram a premissa básica da história. Segue sendo a história de um garoto que desde o seu nascimento chama a atenção pelo estranho comportamento. Filho de um homem respeitável, um funcionário público (uma clara referência com a história de Hitler), esse menino chamado Damien se mostra fora do convencional. O diretor John Moore, que já havia dirigido bons filmes como "Atrás das Linhas Inimigas" e "O Voo da Fênix" entregou um produto que pode ser considerado no mínimo eficiente. O destaque vai para o suspense, sempre valorizado. Não se rendeu ao fácil, aos efeitos digitais em série. Talvez esse seja mesmo o grande mérito dessa nova "A Profecia".
A Profecia (The Omen, Estados Unidos, 2006) Direção: John Moore / Roteiro: David Seltzer / Elenco: Liev Schreiber, Julia Stiles, Seamus Davey-Fitzpatrick / Sinopse: A história de um garoto, que ao que tudo indica poderá se tornar o Anticristo no futuro, a Besta do apocalipse. Filme remake do clássico filme de terror "A Profecia".
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 16 de dezembro de 2021
No Limite do Mundo
O filme conta a história real do navegador inglês James Brooke (Jonathan Rhys Meyers). No século XVIII ele chegou em Bornéu, uma ilha maior em extensão territorial do que a própria Inglaterra. Só que o povo que ali vivia ainda era muito simplório e primitivo, pelo menos dentro da mentalidade de um europeu da época. No começo Brooke apenas queria estudar a fauna e a flora local pois tinha a intenção de publicar um livro sobre esse tema quando retornasse para Londres. Só que o tempo foi passando, ele foi ficando amigo dos nativos e para sua surpresa acabou sendo nomeado como uma espécie de Rajá local, um tipo de monarca daquele povo. Seus amigos que viajavam ao seu lado acharam tudo um absurdo, mas Brooke acabou assumindo sua nova posição com grande dedicação e responsabilidade. E quando a Marinha Real chegou na região acabou encontrando um Rei inglês dominando aquela terra esquecida por Deus.
Essa história acabou se tornando popular na Inglaterra na época, dando origem a uma série de livros e contos baseados nessa situação inusitada de um europeu que se tornava Rei em terras distantes. O livro "Heart of Darkness" de Joseph Conrad foi inspirado nesse caso. Anos depois esse livro seria adaptado ao cinema no clássico "Apocalypse Now". Outra referência cultural óbvia é "O Homem Que Queria Ser Rei" com Sean Connery. Assim nota-se perfeitamente a importância cultural da história de James Brooke. Dito isso, esse filme "No Limite do Mundo" conta bem sua história. Só não vá esperar por uma grande produção. O filme foi realizado no limite do que era necessário para o enredo, sem luxos. Ainda assim gostei do resultado. A história, o mais importante, merecia mesmo ser contada em um bom filme.
No Limite do Mundo (Edge of the World, Estados Unidos Inglaterra, 2021) Direção: Michael Haussman / Roteiro: Rob Allyn / Elenco: Jonathan Rhys Meyers, Josie Ho, Dominic Monaghan / Sinopse: O filme conta a história real de um explorador britânico que acaba virando Rei em uma região distante da civilização ocidental. Foi o homem que virou rei de povos dos mares do Sul.
Pablo Aluísio.
Guardiões da Noite
Caso curioso. Um filme russo sobre vampiros! Isso mesmo, uma mistura bem interessante. Com o fim da União Soviética a Rússia finalmente se abriu para a cultura ocidental. E os vampiros vieram nesse pacote. Agora não vá pensando que por esse tipo de razão esse filme seria péssimo ou algo parecido. Absolutamente nada a ver. O filme é muito bem produzido, inclusive contou com a participação de técnicos em efeitos especiais importados diretamente de Hollywood. O resultado acabou sendo dos melhores. Aqui no Brasil o filme fez sucesso, ganhou edição nacional em DVD, mas quem curtiu também ficou a ver navios porque os filmes que vieram depois não chegaram no Brasil. No meu caso foi justamente o que aconteceu. Só vi o primeiro filme! Até hoje não consegui achar os demais para assistir. Como se fala "Que lástima!" em russo?
E qual é a história que esses contos vampirescos nos conta? Em Moscou dois grupos rivais de vampiros se enfrentam nas noites escuras da cidade. Aliás pegando o gancho devo dizer que se existe um problema maior nesse filme esse seria justamente em seu roteiro. Muitas vezes as situações não são devidamente explicadas, fazendo com que o espectador tenha que se esforçar para se situar no meio daquelas criaturas de dentes afiados. De qualquer maneira com um pouquinho de paciência e dedicação as coisas começam a se encaixar. Só não espere por um final fechado. Como é o primeiro de uma trilogia, a história não tem desfecho definitivo.
Guardiões da Noite (Nochnoy dozor, Rússia, 2004) Direção: Timur Bekmambetov / Roteiro: Timur Bekmambetov / Elenco: Konstantin Khabenskiy, Vladimir Menshov, Mariya Poroshina / Sinopse: Vampiros russos se caçam e se matam nas noites escuras e desertas de uma Moscou simplesmente assustadora. O último e mais velho vampiro se tornará o Lord protetor de um novo clã de criaturas da noite.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 15 de dezembro de 2021
Eles Não Envelhecerão
Algumas coisas me chamaram muito a atenção. A primeira delas foi a idade precoce dos soldados ingleses. Muitos deles mentiam sobre sua idade na hora do alistamento. O resultado disso foi que muitos adolescentes (alguns com meros 15 anos!) foram enviados para o front de batalha de uma das guerras mais terríveis da história. Claro que muitos desses adolescentes não tiveram a menor chance. Duraram muito pouco tempo na linha de frente. Outra coisa que me deixou estarrecido foram os detalhes sobre a total falta de higiene nas trincheiras. Simplesmente não existia qualquer cuidado sanitário. Muitos morriam de doenças sem nem mesmo entrar em combate. Por isso essa guerra também deu origem a muitas pandemias, uma delas a gripe espanhola que mataria milhões de pessoas nos anos seguintes. Doenças relacionadas a carrapatos, piolhos, vermes e outros parasitas também tiveram uma explosão de casos! Algo realmente estarrecedor de conhecer.
A Inglaterra perdeu quase 1 milhão de soldados na Primeira Guerra Mundial. Entre os mortos estava o próprio bisavô do diretor. O filme aliás foi dedicado a ele. Por isso Peter Jackson e sua equipe vasculharam centenas de arquivos para elaborar uma cena que causa impacto. Primeiro vemos determinados soldados sorridentes, brincando uns com os outros, relaxando, de bom humor. Logo depois Peter Jackson colocou a imagem desses mesmos soldados mortos na lama do campo de batalha. Lá estavam todos eles, destroçados por alguma bomba ou gás jogado pelo inimigo. É um impacto e tanto no espectador. Tudo para lembrar que uma guerra é antes de tudo algo triste, a se lamentar, a se evitar. Afinal aqueles jovens soldados morreram ali, muitos de forma simplesmente horrível. Vários corpos nunca foram recuperados. Eles nunca tiveram a chance de envelhecerem. Foram sepultados em pleno campo de batalha. A guerra é antes de tudo uma monstruosidade. E essa, no final de tudo, é a grande lição histórica desse filme imperdível.
Eles Não Envelhecerão (They Shall Not Grow Old, Inglaterra, 2018) Direção: Peter Jackson / Roteiro: Peter Jackson / Elenco: Thomas Adlam, William Argent, John Ashby / Sinopse: Documentário histórico narrado por veteranos da Primeira Guerra Mundial, com imagens reais restauradas por moderna tecnologia cinematográfica. Filme indicado ao BAFTA Awards na categoria de melhor documentário.
Pablo Aluísio.
terça-feira, 14 de dezembro de 2021
Velozes & Furiosos 8
Título Original: The Fate of the Furious
Ano de Produção: 2017
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: F. Gary Gray
Roteiro: Gary Scott Thompson, Chris Morgan
Elenco: Vin Diesel, Jason Statham, Dwayne Johnson, Michelle Rodriguez, Charlize Theron, Kurt Russell, Scott Eastwood
Sinopse:
O grupo que se notabilizou nos sete filmes anteriores vai se dispersando aos poucos. Alguns decidem viajar para lugares exóticos, outros se casam. Porém tudo muda quando surge em cena uma perigosa mulher, uma vilã que vai tornar imperativo a reunião novamente dos membros que atuaram juntos no passado.
Comentários:
Paul Walker morreu em um grave acidente de carro. Foi um grande choque mundial, ainda mais para seus colegas de profissão. Seu último filme nessa franquia foi "Velozes & Furiosos 7". Por essa razão muitos acreditavam que era o fim da franquia nos cinemas. Só que em Hollywood o valor das bilheterias sempre fala mais alto. Demorou um pouco a convencer parte do elenco original a voltar, mas depois de muita negociação eles retornaram. O resultado foi esse oitavo filme. Em termos de roteiro não há muita mudanças em relação aos filmes anteriores. Praticamente tudo do mesmo. O diferencial veio mesmo na contratação de um elenco coadjuvante de peso que contava com gente como Charlize Theron e Kurt Russell, além do filho de Clint, Scott Eastwood. Nem preciso dizer que ele realmente não chega nem nos pés do grande pai em termos de carisma e presença de cena. Já a Theron, bem, não esperava ver ela atuando em filmes como esse. É uma surpresa e tanto no final das contas. As cenas continuam muito bem elaboradas e as viagens internacionais ao redor do mundo, passando inclusive por Cuba, ajuda a manter o interesse. Fora isso, é realmente uma continuação produzida bem na linha dos filmes anteriores, sem maiores novidades.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 13 de dezembro de 2021
Music!
Depois peguei dois CDs mais recentes dela. Aquele em que ela está vestida de cowgirl na capa, chamado "Music" eu nunca tinha ouvido direito. Embora a capa leve a pensar que teria country music nas músicas, isso é um engano. Todas as faixas que ouvi são de tecno pop. Vou mais além, é tecno pop gay, algo feito bem para seu público LGBT, um dos mais fiéis da cantora. Muito embalo, mas não reconheci nenhuma das faixas. Certamente não foram grandes hits. Por fim coloquei algumas faixas (as primeiras) de CD "Bedtime Stories" para ouvir. Esse material já conheço melhor, Já tinha ouvido esse CD com maior frequência em um passado mais recente.
Eu estou recuperando meu hábito de ouvir CDs, algo que perdi maior contato depois do surgimento do streaming. Pois bem, dos Beatles ouvi dois discos à prova de falhas. O primeiro foi "Help". Grande disco, muito superior ao filme que é simplesmente horrendo em minha opinião. No cinema Help envelheceu seus 50 e tantos anos. No disco continua com ar de frescor juvenil. Depois ouvi novamente o "Revolver". Obra-prima que só perde um pouco por causa da música indiana do George Harrison. Chato demais. Porém pulando essa faixa o resto é puro rock clássico da melhor qualidade.
Do Elvis Presley puxei o álbum "Raised On Rock / For Ol' Times Sake" para ouvir mais uma vez. Achei curioso como mesmo após tantos anos não consegui mudar de opinião sobre ele. A opinião continua a mesma desde que eu comprei o primeiro vinil, ainda nos anos 80. Acho um disco terrivelmente depressivo. Tirando a faixa principal, que considero muito interessante pelo ritmo e principalmente pela letra, todo o restante do repertório traduz o espírito que Elvis tinha na época. Algo muito fundo do poço, quase na base do desespero. Casamento destruído, excesso de drogas, desilusão com a própria vida. Elvis não escreveu nenhuma daquelas letras, mas elas eram o retrato mais fiel dele do que alguém poderia imaginar. As músicas são bem arranjadas e belamente tristes, mas tem que ter o espírito certo e saber o contexto histórico para realmente curtir aquela fossa toda.
Pablo Aluísio.
domingo, 12 de dezembro de 2021
Uma Noite de Crime: A Fronteira
Esse tipo de visão distópica daria margem a uma interessante discussão social sobre os rumos que o racismo toma nos Estados Unidos, inclusive nos dias atuais. Só que esse filme não foi feito para isso. O nome de Michael Bay na produção explica bem esse aspecto. O que importa não é o debate sobre racismo, mas sim aproveitar na tela várias e várias cenas de ação e matança. Só que nem isso conseguiram acertar direito. Existe uma cena na parte final do filme, passada no deserto, que é pura imitação de "Mad Max". Aliás essa parte final do filme é destituída de maior interesse. A única coisa realmente boa é a ironia de ver um monte de gente fugindo para o México porque os Estados Unidos se tornaram terra de ninguém. Quem poderia imaginar?
Uma Noite de Crime: A Fronteira (The Forever Purge, Estados Unidos, 2021) Direção: Everardo Gout / Roteiro:James DeMonaco / Elenco: Ana de la Reguera, Tenoch Huerta, Josh Lucas / Sinopse: O governo americano decide dar total liberdade ao povo americano por 12 horas. Só que a celebração da liberdade acaba se transformando em anarquia violenta, com grupos racistas caçando minorias raciais na fronteira do México. A caçada humana acaba saindo do controle total quando os racistas declaram que só vão parar quando matarem o último imigrante latino que encontrarem pela frente.
Pablo Aluísio.
sábado, 11 de dezembro de 2021
Mr. Jones
Apesar de toda a negatividade por parte dos críticos na época, eu gostei do filme. Achei interessante, com tema relevante. É de se admirar que o filme tenha sido tão mal recebido de maneira em geral, uma vez que o cineasta Mike Figgis já havia trabalhado e sido muito bem sucedido ao lado de Richard Gere no excelente drama policial "Justiça Cega" três anos antes. "Mr. Jones" obviamente nunca chegou a ser tão bom como o filme anterior, mas também passava muito longe de ser tão ruim como os críticos da época disseram. Embora haja alguns erros na questão da caracterização da sanidade mental do personagem, o fato é que no quesito romance tudo fluiu muito bem, se tornando naturalmente interessante para as fãs do galã Gere. E no final das contas isso era o que realmente importava para seu fã clube feminino.
Mr. Jones (Mr. Jones, Estados Unidos, 1993) Direção: Mike Figgis / Roteiro: Mike Figgis, Eric Roth / Elenco: Richard Gere, Lena Olin, Anne Bancroft / Sinopse: O filme conta a história de Jones (Richard Gere), um homem com problemas psicológicos que acaba se apaixonando por sua terapeuta, uma mulher sensível e sensual. Qual seria o limite ético para essa delicada situação? Filme com roteiro baseado em fatos reais.
Pablo Aluísio
sexta-feira, 10 de dezembro de 2021
Inimigo Íntimo
Apesar do argumento interessante o resultado é bem morno e mediano, nada memorável. Provavelmente a indefinição sobre qual rumo a seguir tenha prejudicado o resultado final. O roteiro ora valoriza o lado mais dramático de sua história, com ênfase nas relações humanas, ora tenta ser um filme de ação com baixo teor de adrenalina. Sem saber direito para onde ir, acaba aborrecendo ambos os públicos. Os fãs de filmes de ação acharam tudo sem sal e o público acostumado com dramas acabou achando tudo mal desenvolvido. Some-se a isso a atuação preguiçosa de Harrison Ford e os ataques de estrelismo de Brat Pitt e você entenderá porque uma boa iniciativa acabou mesmo ficando pelo meio do caminho.
Inimigo Íntimo (The Devil's Own, Estados Unidos, 1997) Direção: Alan J. Pakula / Roteiro: Kevin Jarre, David Aaron Cohen / Elenco: Harrison Ford, Brad Pitt, Margaret Colin / Sinopse: Dois homens, com origens em comum, acabam descobrindo que estão em lados opostos da lei. Enquanto um é um policial dedicado, o outro está envolvido em atividades terroristas.
Pablo Aluísio.
Segredos do Poder
Embora não se assuma como uma biografia não autorizada do presidente Clinton, o filme era óbvio nesse sentido, a ponto inclusive de ter sido criticado pelo próprio Partido Democrata. A "piada" incomodou o alto escalão do poder, quem diria. Só por essa razão já valeria a pena conferir essa divertida e demolidora crítica ao mundo político americano. Ironicamente o cinema americano que sempre foi tão alinhado ao Partido Democrata tornava alvo um de seus principais políticos, o que causou surpresas na época. Afinal era de se esperar que Hollywood procurasse sempre demolir políticos Republicanos, conservadores, mas Democratas? Era uma surpresa geral mesmo. O filme é bom, entretanto com o passar dos anos muitas das bem boladas piadas do roteiro simplesmente se perderam. Uma pena.
Segredos do Poder (Primary Colors, Estados Unidos, Inglaterra, Alemanha, 1998) Direção: Mike Nichols / Roteiro: Joe Klein, Elaine May / Elenco: John Travolta, Emma Thompson, Kathy Bates, Billy Bob Thornton, Diane Ladd / Sinopse: Sátira em tom de comédia em cima da figura do presidente dos Estados Unidos Bill Clinton. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Atriz Coadjuvante (Kathy Bates) e Melhor Roteiro Adaptado.
Pablo Aluísio.