sábado, 20 de novembro de 2021
Elvis Presley - I Got Lucky
1. I Got Lucky (Dolores Fuller / Ben Weisman / Fred Wise) - A música que deu título a esse disco, "I Got Lucky", foi retirada da trilha sonora do filme "Talhado Para Campeão" (Kid Galahad). Filme menor, que não fez muito sucesso, mas que tinha um repertório (não canso de escrever isso) muito agradável de se ouvir. Nenhuma das músicas fez sucesso ou se tornou um hit, mas fizeram parte de uma seleção muito boa dessa fase de sua carreira. Essa canção em particular é apenas OK, nada demais. Não tenho a menor ideia dos critérios que a RCA levou em conta para dar título ao disco.
2. What a Wonderful Life (Jerry Livingston / Sid Wayne) - A música "What a Wonderful Life" era da trilha sonora de "Follow That Dream", filme que no Brasil se chamou "Em Cada Sonho um Amor". Nessa produção Elvis apareceu com os cabelos loiros, queimados pelo sol da Flórida. Seu personagem fazia parte de uma família de caipiras que lutavam por terras contra o governo. Tudo muito leve e relax, mero pretexto para Elvis ir cantando uma canção entre uma cena e outra. De calças jeans (de que ele não gostava), o cantor mais parecia um surfista de praia, jovial e esbanjando saúde. A música era boa, nada demais em termos de letra e melodia, mas que acabava funcionando bem dentro do contexto do roteiro do filme. Pura diversão descompromissada.
3. I Need Somebody to Lean On (Doc Pomus / Mort Shuman) - Uma das faixas a se destacar nesse grupo era a bela balada romântica "I Need Somebody to Lean On". Essa música fez parte da trilha sonora de "Viva Las Vegas" (Amor a toda velocidade, no Brasil). Esse filme foi considerado por muitos como o último de grande qualidade de Elvis em Hollywood. Sucesso de público (faturou mais que "Feitiço Havaiano") e crítica, trazia ainda a melhor parceira de cena que Elvis teve no cinema, a maravilhosa Ann-Margret. Aliás sou da opinião de que Elvis deveria ter se casado com ela. Era uma mulher inteligente, independente, que certamente confrontaria Elvis em seus problemas pessoais, o colocando no rumo certo quando fosse necessário. Uma pena que isso não aconteceu.
4. Yoga Is as Yoga Does (Gerald Nelson / Fred Burch) - Outra canção da trilha sonora do filme "Easy Come, Easy Go" (Meu Tesouro é Você, no Brasil) foi essa esquisita "Yoga Is as Yoga Does", sempre presente em listas do tipo "As piores músicas cantadas por Elvis Presley". OK, temos que admitir que a música é meio fora do tom, nada condizente com a estatura de um cantor fenomenal como Elvis, porém temos também que avaliar que com o passar dos anos ela até que foi se tornando palatável. Como é muito ruim, se tornou divertida! Um paradoxo, eu sei, mas que no final das contas a salva da lata de lixo musical da história. É como aquele filme B, trash, que com os anos foi ganhando status de cult! Como Elvis sempre dizia "Era um trabalho para se viver". Ele foi lá e jogou a sorte. Como era Elvis, quase sempre dava certo!
5. Riding the Rainbow (Ben Weisman / Fred Wise) - Da mesma trilha sonora de Kid Galahad a RCA Victor ainda encaixou "Riding the Rainbow", Uma canção com menos qualidade, mas igualmente agradável, como todas as outras faixas dessa trilha. Tudo soa bem relaxante, com sol brilhando e um céu azul pairando sobre todos os personagens. Era 1961, Elvis vinha de sucessos de bilheteria (Feitiço Havaiano e Saudades de um Pracinha) e tudo parecia correr bem sua carreira. Isso talvez tenha influenciado o sentimento de alto astral dessas faixas. A composição era da infalível dupla formada por Ben Weisman e Fred Wise. Eles fizeram inúmeras músicas para Elvis em sua fase Hollywood. Existe inclusive uma foto bem interessante com o cantor ao lado do compositor lhe oferecendo uma placa de agradecimento. Pela quantidade de canções feitas por ele, isso foi mesmo merecido.
6. Fools Fall in Love (Jerry Leiber / Mike Stoller) - De Leiber e Stoller havia ainda "Fools Fall in Love". Essa faixa havia sido gravada em 1966 e não fez qualquer sucesso na carreira de Elvis. Tinha um refrão que considero dos mais pegajosos que já ouvi em minha vida, mas mesmo assim não conseguiu se destacar nas paradas. Para muitos fãs que compraram o disco na época soava como algo inédito de tão desconhecida. Na verdade já havia sido lançada antes em um obscuro single com "Indescribably Blue". A versão original era de 1957 e havia sido lançada pelo grupo The Drifters no selo Atlantic Records. Com Elvis porém não conseguiu chamar a atenção de ninguém.
7. The Love Machine (Fred Burch / Gerald Nelson / Chuck Taylor) - Tudo vale a pena quando a alma não é pequena. "The Love Machine" fez parte da trilha sonora do último filme de Elvis na Paramount Pictures, o simpático "Meu Tesouro é Você" (Easy Come, Easy Go). O curioso dessa pequena trilha é que todas as canções possuem uma melodia agradável ao ouvinte. As letras obviamente são ao estilo plastificado made in Hollywood dos anos 60, mas mesmo assim agradam. Nesse filme Elvis interpretava um marinheiro que estava em busca de um tesouro perdido no mar. Entre uma música e outra ele dava longos mergulhos em busca da fortuna cobiçada. Essa música era apresentada em um night club onde Elvis girava uma roleta com fotos de garotas. Hoje em dias de politicamente correto isso daria arrepios nas feministas, mas nos anos 60 tudo era encarado com bom humor (como deve ser mesmo). Boa música, sempre me agradou.
8. Home Is Where the Heart Is (Hal David / Sherman Edwards / Donald Meyer) - Outra mini trilha sonora (aquelas que tinham apenas cinco ou seis músicas) foi a do filme "Talhado Para Campeão" (Kid Galahad). Esse filme era na realidade um remake de um clássico com Humphrey Bogart. O que era drama no filme original virou com Elvis um musical com leves toques esportivos e bastante romance. Para os cinéfilos o filme trazia no elenco um jovem Charles Bronson, antes dele virar um astro de filmes de faroeste e fitas de ação. Pois bem, entre uma luta de boxe e outra Elvis ia cantando as músicas do filme. Uma delas foi resgatada nesse disco e se chama "Home Is Where the Heart Is". A considero mais uma das músicas leves e agradáveis de Elvis nos anos 60. Pouca gente conhece, mas vale a pena ouvir. O estilo de Elvis cantar nessa época se sobressaía, mesmo quando a música não era grande coisa. Enfim, uma canção leve e divertida, bem característica de seus filmes em Hollywood nos anos 60.
9. You Gotta Stop (Bernie Baum / Bill Giant / Florence Kaye) - A direção musical desse filme foi do Gerald Nelson, maestro que tinha até bastante prestígio na Costa Oeste dos Estados Unidos. Não se sabe bem a razão, mas em determinado momento de sua carreira ele meio que deixou de lado o circuito mais clássico e partiu para trabalhar para estúdios de cinema. Acabou indo parar em "Kissin Cousins" (Com Caipira Não se Brinca, no Brasil). Depois ocasionalmente voltava a trabalhar em alguma trilha sonora de Elvis. Pena que nenhuma delas de alto nível. Quase sempre também contava com material composto pelo trio calafrio formado por Bernie Baum, Bill Giant e Florence Kaye, que inclusive, é bom lembrar, compôs quase todo o disco Kissin Cousins. Pois bem, aqui a dobradinha se repetiu. Eles voltaram a trabalhar juntos, dessa vez numa faixa intitulada "You Gotta Stop". Gravada em setembro de 1966 era outra marmelada que Elvis tornava ao menos interessante. É incrível o talento de Elvis em tirar sabor musical de canções que eram fracas e derivativas. Só isso já bastava para justificar seu título de "Rei", aqui não mais Rei do Rock, mas certamente Rei do Pop Made in Hollywood. Algo mais de acordo com o trabalho que ele vinha desenvolvendo.
10. If You Think I Don't Need You (Gary Joe Cooper / Red West) - Esse álbum "I Got Lucky" fechava as cortinas com a bela balada "If You Think I Don't Need You". Essa música foi lançada originalmente em 1964, como parte da excelente e maravilhosa trilha sonora do musical "Viva Las Vegas". É impossível entender como a RCA Victor tendo tantas boas canções em mãos na época não lançou um álbum completo com as músicas do filme. Um LP seria mais do que necessário, porém a gravadora, numa das maiores barbeiragens da discografia de Elvis desperdiçou tudo em um EP (compacto duplo) sem maiores esforços de promoção. Chega a ser bizarro! De qualquer maneira nunca é tarde para conhecer uma música romântica tão lindamente cantada por Elvis Presley.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 19 de novembro de 2021
Dívida de Honra
O elenco tem excelentes atores que interpretam pessoas que Briggs (Tommy Lee Jones) e Mary Bee (Hilary Swank) vão encontrando pelo caminho. James Spader, por exemplo, dá vida a um dono de hotel grã-fino que impede a entrada de Briggs e as mulheres em seu estabelecimento. A recusa não acaba muito bem. Não deixa de ser muito divertido encontrar Spader usando uma chamativa peruca ruiva, com jeito de irlandês, em um trabalho bem diferente que vem desenvolvendo na TV na série "The Blacklist". Já a premiada Meryl Streep tem uma pequena, mas importante participação, só surgindo na parte final do filme, como a esposa do pastor e reverendo que recebe as pobres mulheres para internamento no hospicio da região. Bem envelhecida, ela provavelmente só aceitou o papel em consideração ao amigo Tommy Lee Jones, até porque recentemente trabalharam juntos no delicado drama de relacionamentos "Um Divã para Dois". No final de tudo quem acaba roubando mesmo o show é a atriz Hilary Swank. Sua personagem é uma balzaquiana desesperada para se casar que não consegue encontrar o homem de sua vida. Com isso ela vai vivendo de decepção em decepção até chegar ao seu limite. O destino de sua personagem me deixou um pouco perplexo e surpreso, confesso, mas ela consegue trazer uma grande carga humana para seu trabalho. Em suma é isso, no geral não há nada de errado na direção de Jones, talvez o filme devesse ter uns vinte minutos a menos para ser mais fluente, dando mais agilidade aos acontecimentos, quem sabe. Provavelmente esse seria o corte ideal, mas enfim. De qualquer forma esse é apenas um detalhe que não compromete o espetáculo. "The Homesman" é assim um bom western, um pouco diferente, é verdade, mas mesmo assim cativante ao seu próprio modo.
Dívida de Honra (The Homesman, Estados Unidos, 2014) Direção: Tommy Lee Jones / Roteiro: Tommy Lee Jones, Kieran Fitzgerald / Elenco: Tommy Lee Jones, Hilary Swank, John Lithgow, James Spader, Meryl Streep / Estúdio: EuropaCorp, Javelina Film Company / Sinopse: Um pastor resolve internar três mulheres com problemas mentais. O problema é que a instituição em que elas poderiam ser internadas fica longe, sendo necessário realizar uma longa viagem até lá, um desafio aceito pela valente Mary Bee Cuddy (Hilary Swank) que irá contar também com o apoio do velho cowboy George Briggs (Tommy Lee Jones).
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 18 de novembro de 2021
A Salvação
O roteiro segue o tema básico da vingança pessoal. Isso, apesar de estar um pouco saturado, acaba funcionando muito bem no filme. O roteiro é bem arquitetado e no final todas as peças se encaixam perfeitamente. O filme apresenta também uma boa produção, mas certamente o seu grande atrativo é o elenco. Quem gosta de séries então vai gostar ainda mais. O protagonista é interpretado pelo ator Mads Mikkelsen, que dá vida ao Dr. Hannibal Lecter da série "Hannibal". Ele é um sujeito honesto e íntegro que no fundo quer apenas levar sua vida em frente, criando seu filho, vivendo ao lado da esposa amada. Ele sonha com um futuro baseado no trabalho e na dignidade, mas como alcançar isso em uma terra sem lei, dominada por facínoras sem escrúpulos? O vilão - um dos mais odiosos dos últimos tempos - é interpretado por Jeffrey Dean Morgan da série "The Walking Dead". O sujeito é completamente desprezível. O roteiro insinua que no passado ele teria sido um bom homem, mas que teria sido destruído interiormente após passar longos anos na cavalaria, matando índios nas reservas do velho oeste. Por fim outro grande destaque vem com a presença da elogiada Eva Green, a Vanessa Ives de "Penny Dreadful". Sua personagem teve a língua cortada por selvagens e ela não tem nenhuma fala no filme. Muda, se expressa apenas com olhares e expressões faciais. Excelente atuação. Em suma é isso. Não deixe de assistir a esse faroeste contemporâneo, um filme acima da média que seguramente se tornará um bom programa para o fim de sua noite.
A Salvação (The Salvation, Estados Unidos, 2014) Direção: Kristian Levring / Roteiro: Anders Thomas Jensen, Kristian Levring / Elenco: Mads Mikkelsen, Eva Green, Jeffrey Dean Morgan, Michael Raymond-James, Eric Cantona / Sinopse: Jon Jensen (Mads Mikkelsen) é um imigrante estrangeiro que tenta vencer na vida em um rancho nos Estados Unidos. Depois de sete anos ele finalmente consegue trazer para a América sua esposa e seu pequeno filho. Durante a viagem numa diligência eles caem nas mãos de um bandido que acaba de sair da prisão. Ele domina Jensen, mata seu filho e estupra sua esposa. Depois é morto quando finalmente Jensen o reencontra. O assassinato enfurece seu irmão, Henry Delarue (Jeffrey Dean Morgan), que promete caçar e liquidar com Jensen, dando origem a um jogo de vida e morte entre eles.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 17 de novembro de 2021
Céu Azul
Assim o roteiro explora esse lado pouco conhecido da vida de muitas mulheres mundo afora que acabam encontrando em seus casamentos não a felicidade ou a realização emocional, mas sim muitas obrigações, deveres e até mesmo opressão. Nesse quadro o verdadeiro amor acaba sendo soterrado pela servidão do cotidiano, do dia a dia massacrante. O fato curioso é que a opressão social não parte apenas do marido, mas da sociedade em geral também, com seus valores morais travestidos de pura hipocrisia. Nesse processo as mulheres acabam se tornando profundamente infelizes com suas vidas. Como não poderia deixar de ser o destaque desse filme vai todo para a atriz Jessica Lange. Ela encontrou um presente nesse texto e não deixou por menos, realizando uma das melhores atuações de toda a sua carreira. Um momento realmente magistral que lhe valeu uma série de premiações e indicações em diversos festivais de cinema. E o Oscar que ela levou para casa foi mais do que merecido.
Céu Azul (Blue Sky, Estados Unidos, 1994) Direção: Tony Richardson / Roteiro: Rama Laurie Stagner / Elenco: Jessica Lange, Tommy Lee Jones, Powers Boothe / Sinopse: A vida de um casal infeliz, tentando superar todas as adversidades. Filme vencedor do Oscar e do Globo de Ouro na categoria de Melhor Atriz (Jessica Lange). Também indicado ao Screen Actors Guild Awards na mesma categoria.
Pablo Aluísio.
Adoráveis Mulheres
Pablo Aluísio.
terça-feira, 16 de novembro de 2021
Caminhando nas Nuvens
Pablo Aluísio.
Emma
Esse filme é muito bom, valorizado bastante por uma Gwyneth Paltrow ainda bem jovem e encantadora. Nos países de língua inglesa como Estados Unidos e Inglaterra o livro "Emma" é leitura obrigatória e agrada principalmente aos adolescentes por causa de seu tema, que não importa ser passado na era vitoriana, já que certas coisas nunca mudam, mesmo com o passar dos anos. De todas as adaptações que já foram feitas do romance de Austen (e elas foram muitas, chegando até mesmo a virar série) essa aqui sempre foi a que mais me agradou. Tem uma leveza e uma direção de arte de extremo bom gosto que combinam perfeitamente com a proposta do livro. Ainda não assistiu? Corra para conhecer.
Emma (Emma, Estados Unidos, Inglaterra, 1996) Direção: Douglas McGrath / Roteiro: Douglas McGrath, baseado no romance escrito por Jane Austen / Elenco: Gwyneth Paltrow, James Cosmo, Greta Scacchi / Sinopse: O filme conta a história de Emma e os problemas que ela acaba causando por sua mania de agir como cupido. Filme premiado com o Oscar na categoria de Melhor Música Original (Rachel Portman). Também indicado na categoria de Melhor Figurino (Ruth Myers).
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 15 de novembro de 2021
O Mistério de Silver Lake
Não espere por um roteiro convencional. Nessa sua jornada em busca do "amor de sua vida" ele encontra figuras bizarras como um autor de fanzines muito loucos e um seguidor de uma estranha seita que prega o ebterro de seus membros como se fazia no Egito Antigo, Em meu ponto de vista fizeram um filme longo, longo demais para não aborrecer. Também faltou humor. Na tentativa de fazer algo cult a coisa toda, muitas vezes, se tornou chata e cansativa. Salva o elenco que tem nomes interessantes, com destaque para o casal protagonista. Você conhece o Andrew Garfield dos filmes do Homem-Aranha e a Riley Keough é a talentosa neta do Elvis Presley, com uma carreira no cinema que já pode ser considerada bem interessante. O filme é isso então. Meio estranho, bizarro, mas acima de tudo uma espécie de declaração de amor para a cidade de Los Angeles.
O Mistério de Silver Lake (Under the Silver Lake, Estados Unidos, 2018) Direção: David Robert Mitchell / Roteiro: David Robert Mitchell / Elenco: Andrew Garfield, Riley Keough, Topher Grace / Sinopse: Jovem moerador de Los Angeles se apaixona loucamente por uma garota que vê numa piscina, numa noite de luar. Quando ela se muda ele parte em busca dela, para descobrir o que aconteceu. Ele cria uma verdadeira obsessão pela jovem.
Pablo Aluísio.
Backdraft - Cortina de Fogo
Backdraft é um termo técnico em inglês que retrata um evento físico que ocorre quando se abre uma porta de um ambiente que esteja pegando fogo. Ao entrar em contato com o oxigênio do exterior o fogo ganha uma dimensão ainda maior, se avolumando em imensas labaredas, resultando tudo em uma grande explosão. É algo até comum de acontecer e nem precisa esclarecer que também é uma situação de extremo perigo para os bombeiros. O roteiro desse filme aliás explora justamente o universo desses bombeiros, ao mostrar a vida de dois irmãos de Chicago que entram na corporação da cidade. Eles também possuem suas diferenças, mas precisam superá-las ao trabalharem juntos no mesmo esquadrão. Considero um dos melhores filmes já realizados sobre bombeiros até hoje. Além da boa trama em si, o filme ainda apresenta ótimas sequências de ação, principalmente no combate a incêndios por toda a cidade.
É curioso que tenha anos depois inspirado a realização de uma série popular nos EUA chamada "Chicago Fire" que também vai pelo mesmo caminho. Por fim "Backdraft" ainda traz Robert De Niro no elenco, fazendo um tipo de papel que ele acabou se acostumando bem, a de coadjuvante de luxo. È interessante perceber que De Niro em determinado momento de sua carreira preferiu deixar de lado a responsabilidade de estrelar grandes produções, com alto risco, para se acomodar em personagens coadjuvantes de produções menores, onde o risco de sair arranhado caso o filme não fizesse o devido sucesso, era bem menor. De uma maneira ou outra esse filme merece a recomendação por ser bem realizado e por ter uma trama interessante. Além disso, por incrível que pareça, não ficou datado, servindo ainda hoje como uma boa diversão. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhores Efeitos Especiais, Melhores Efeitos Sonoros e Melhor Som. Indicado ao BAFTA Awards na categoria de Melhores Efeitos Visuais. Também indicado ao MTV Movie Awards nas categorias de Melhor Filme e Melhor Sequência de Ação.
Backdraft - Cortina de Fogo (Backdraft, Estados Unidos, 1991) Direção: Ron Howard / Roteiro: Gregory Widen / Elenco: Kurt Russell, William Baldwin, Robert De Niro / Sinopse: O filme conta a história de um grupo de bombeiros que precisa sobreviver a cada chamada de emergência, com destaque para os novatos que precisam aprender os segredos da profissão com os bombeiros mais velhos e mais experientes no combate ao fogo.
Pablo Aluísio.
domingo, 14 de novembro de 2021
Elvis Presley - Elvis as Recorded at Madison Square Garden (1972)
O problema desse disco em minha opinião não tem nada a ver com sua existência em si, mas sim pelo fato de que para ele ser lançado a RCA Victor teve que desistir de lançar um disco com a trilha sonora do filme "Elvis On Tour". Os executivos acreditavam que o lançamento de dois discos tão parecidos entre si poderia fazer com que um deles fracassasse nas lojas, ou pior do que isso, que ambos vendessem mal. Uma preocupação que hoje em dia soa estranha para o fã, uma vez que todos os anos são lançados dezenas de CDs de Elvis. Era uma outra época, uma outra mentalidade. Para a RCA era importante manter o prestígio de Elvis em alta, vendendo muitos discos, para que todos ainda o vissem como um campeão de vendas. Hoje em dia, do ponto de vista atual, isso obviamente já não tem a menor importância. Seria bem melhor ter também um álbum oficial do "Elvis On Tour". Pena que isso não aconteceu.
ALSO SPRACH ZARATHUSTRA (Richard Strauss) - Composição clássica do grande maestro e músico Richard Strauss. Tornou-se mundialmente conhecida como tema do filme 2001 - Uma Odisséia no espaço do diretor Stanley Kubrick. Elvis adorava ficção cientifica e resolveu que ela seria usada no começo de seus shows. A primeira versão arranjada por Felton Jarvis copiava o estilo das discoteques dos anos 70. Elvis detestou e resolveu usar o arranjo clássico normal. Sem dúvida se tornou uma abertura à altura do Rei do Rock. Curiosidade: Zarathustra é uma antiga divindade dos persas.
THAT'S ALL RIGHT (Arthur Grudup) - Elvis começa a cantar no show por esse essa canção que foi começo a tudo, "That's All Right". Aqui o pique de ser a primeira canção da apresentação (logo após os acordes de "Also Sprach Zarathustra") a salvou da banalidade. Ótima performance embalada por arranjos novos, com muita energia e vibração. Para realmente levantar o público.
PROUD MARY (John Forgety) - Eu gosto bastante da versão de "Proud Mary" para esse álbum. A música em si não era mais novidade para os fãs de Elvis, já que havia sido lançada no repertório do disco "On Stage - February 1970". A diferença básica entre as duas versões era que a do álbum gravado em Las Vegas apresentava uma performance mais técnica, bem tocada, por Elvis e banda. Aqui no show do Madison Square Garden a música é apresentada mais no calor do momento, na vibração do público. Não é tecnicamente tão perfeita, mas tem um ótimo pique, uma energia que poucas vezes foi repetida por Elvis.
NEVER BEEN TO SPAIN (Hoyt Axton) - A primeira vez que ouvi esse álbum fiquei realmente impressionado como Elvis conseguia ir da fúria roqueira aos momentos mais intimistas, em questão de segundos! No palco Elvis era realmente magistral nesse aspecto. Um exemplo vem do blues "Never Been To Spain". Ele havia acabado de balançar o Madison Square Garden com a vibração e a empolgação de "Proud Mary" e então recebidos os aplausos emendou com essa excelente canção blueseira. Elvis, um fruto cultural do vale do Delta do Mississippi, tinha plena familiaridade com esse tipo de sonoridade. Afinal ele foi criado bem ali e em Memphis acabou tendo ainda mais contato com esse estilo musical puramente americano, forjado nas plantações de algodão do sul. Era um branco com negritude cultural correndo em suas veias. Outro ponto importante a se dizer sobre "Spain" era que essa era efetivamente a primeira vez que essa música pintava em um disco oficial de Elvis. Ela era assim uma das "inéditas" do álbum, um canção não gravada por Mr. Presley em estúdio antes. Para o fã que havia ido na loja de discos em 1972 era uma novidade e tanto! A outra ótima notícia era que, tecnicamente, essa faixa se mostrava, desde os primeiros acordes, como uma das mais perfeitas gravações do concerto - chego inclusive a dizer que ela tinha mesmo as qualidades, as matizes, de uma gravação em estúdio, de tão perfeita que saiu. Elvis e banda, entrosados e afinadíssimos, tiveram uma performance simplesmente impecável, uma obra prima ao vivo. Para essa performance "live" eu realmente tiro o meu chapéu. E para quem gosta dos solos de James Burton, aqui ele foi de fato excepcional. A TCB Band atingiu em 1972 um amadurecimento e um primor técnico que poucas vezes seria repetido ao longo dos anos. O que dizer? Eles foram perfeitos.
YOU DON'T HAVE TO SAY YOU LOVE ME (Donnagio / Pallavicini / Bell / Wickham) - Depois desse grande momento Elvis entra direto em "You Don't Have To Say You Love Me". Já escrevi antes e repito, essa bela música italiana, lançada originalmente no álbum "That´s The Way It Is" não teve uma boa versão de estúdio lançada. Complicado entender o que os executivos da RCA Victor tinham na cabeça, mas o fato é que eles escolheram o take errado como master, para ser lançado no disco oficial. Não era bem aquela versão em particular a ser escolhida. Curiosamente no Madison Square Garden Elvis voltou a ela. Não entendo a razão. Essa gravação de Elvis nunca foi um hit em sua voz. Ele poderia ter escolhida outras faixas mais representativas e populares. De qualquer maneira essa versão ao vivo consegue ser bem superior à que ouvimos no disco gravado em Las Vegas em 1970. Ela tem mais fluidez, mais qualidade musical. No comecinho Elvis ainda parece um pouco tímido, porém conforme a música vai avançando ele vai soltando a voz e quando chega no momento final apoteótico, Elvis consegue alcançar todas as notas necessárias sem problemas. Aplausos mais do que merecidos.
YOU´VE LOST THAT LOVIN´ FEELIN´(Mann / Well) - Outro momento do álbum que considero muito bom é essa versão de "You've Lost That Lovin' Feelin'". Em relação a essa canção minha opinião continua a mesma: a melhor versão é realmente a do LP "That´s The Way It Is". Simplesmente irretocável. Essa versão do Madison Square Garden porém tem um outro pique, um outro sentimento. O público de Nova Iorque era bem diferente do público em Las Vegas. Enquanto que em Nevada Elvis se apresentava para uma plateia bem mais comportada, aqui na chamada "Big Apple" as coisas eram diferentes. Havia mais troca, mais intensidade entre Elvis e seus fãs. Isso acabou se refletindo nessa versão, muito embora seja ainda inferior ao que ouvimos no disco de 1970.
POLK SALAD ANNIE (Tony Joe White) - E dentre tantas versões de "Polk Salad Annie" que Elvis gravou ao longo dos anos 70 gosto particularmente muito dessa! Ela tem uma vibração poucas vezes ouvida. Sem maiores delongas Elvis vai direto na veia, deixa para lá a introdução falada e explicativa e pula logo para o puro ritmo. Problemas de microfonia foram captados pelos equipamentos da RCA, mas nem isso atrapalha o excelente resultado. Obviamente o público de Nova Iorque não deve ter entendido bulhufas da letra, afinal quando foi que aqueles nova-iorquinos de terno e gravata estiveram nos pântanos da Louisiana, não é mesmo? Embora Elvis tenha ficado claramente inspirado nessa performance, não podemos deixar de poupar elogios para o barbudo baixista Jerry Scheff. Quando esteve com os Doors, o próprio Jim Morrison teve dúvidas se aquele cara esquisito com óculos fundo de garrafa fazia rock de verdade! Bastou poucas sessões em Los Angeles para que ele se convencesse de que Jerry era mesmo um grande músico com seu instrumento. Aqui no Madison está outra prova de seu talento, pois "Polk" tinha excelentes solos de baixo, onde Scheff podia ter a oportunidade de mostrar o quanto era fera também no palco! Nesse momento do show ele foi de fato a grande estrela! Quem diria...
LOVE ME (Jerry Leiber / Mike Stoller) - "Love Me" do disco "Elvis" de 1956 só não foi mais desprezada por Elvis porque afinal de contas seu sabor mais ao estilo country music se adequava mais ao direcionamento que Elvis vinha tomando em seus shows. Mesmo assim essa versão live não conseguiu ter nem dois minutos de duração!
ALL SHOOK UP (Blackwell / Presley) - Realmente, se formos pensar no pior lado desse grande show da carreira de Elvis Presley vamos perceber que todas as antigas músicas de sua fase mais roqueira, justamente nos anos 50 quando ele foi chamado de "O Rei do Rock", foram negligenciadas nesse palco. A versão de "All Shook Up" não tem nem 1 minuto de duração! Que lástima! Essa música foi sem dúvida um dos grandes hits de Elvis em 1957. Uma canção essencial, que ganhou discos de ouro e platina. Como é possível Elvis apresentar um número tão medíocre para um clássico tão importante? Lamentável em todos os aspectos.
HEARTBREAK HOTEL (Axton/Presley) - "Heartbreak Hotel" me soa bem melhor. Aliás sempre gostei bastante desse novo arranjo dos anos 70. Embora a versão de estúdio dos anos 50 seja excepcional, era mesmo de se esperar que sua sonoridade um tanto sombria fosse deixada de lado nesse momento.
TEDDY BEAR (Mann/Lowe) / DON'T BE CRUEL (Presley/Blackwell) - Elvis não deu muita bola para seus antigos rocks nesse concerto. Melhor se saiu (mas apenas um pouquinho melhor) com o medley "Teddy Bear / Don't Be Cruel", Aqui Elvis demonstrou um pouco mais de foco - porém nada muito digno de nota. Ele parecia mesmo incomodado de trazer de volta esses "Oldies", as velharias de um passado remoto.
LOVE ME TENDER (Presley/Matson) - A versão ao vivo de Elvis para seu grande clássico "Love Me Tender" nesse show realizado no Madison Square Garden é inegavelmente fraca. Apenas um minuto e trinta segundos de performance. Nada muito inspirador. Na verdade Elvis sempre transparecia um certo desleixo no que se referia ao seu repertório mais antigo, dos anos 50. Ele parecia ter pouco apreço por esses grandes sucessos do começo de sua carreira. Qual seria a razão? Complicado descobrir. Um pista porém pode ser encontrada numa frase que ele disse nos anos 70, ao afirmar que não queria ser um cantor de 40 anos rebolando ao som de "Hound Dog"!
THE IMPOSSIBLE DREAM (Darion/Leight) - Uma das melhores razões para se comprar o disco na época era a inclusão de "The Impossible Dream" na lista das músicas desse álbum. Era uma música inédita dentro da discografia de Elvis, nunca antes lançada, nem em versão de estúdio, nem ao vivo. O colecionador simplesmente batia os olhos nessa faixa e levava o LP para casa. Era uma nova versão de um sucesso mais recente (do ano de 1968) na voz do cantor Andy Williams. Elvis dizia que era um "country dos bons". Sua versão, apesar de ser "live", é muito boa. Concentrada, bem executada, caprichada. Elvis sabia que a música iria aparecer pela primeira vez em um de seus discos oficiais e por isso deu o melhor de si. Uma performance realmente muito acima da média, elevando a qualidade do disco como um todo.
HOUND DOG (Leiber/Stoller) - Cantar velhos hits já não empolgavam Elvis. Provavelmente ele entendia que isso significava que ele não havia avançado musicalmente em sua carreira, vivendo apenas dos velhos sucessos do passado. E por falar em "Hound Dog", essa também foi cantada nesse show. Outra versão de pouco mais de 1 minuto de duração. Outra que ele não levou nada à sério. Provavelmente só entrou na seleção de repertório do show para relembrar aos nova-iorquinos de onde ele vinha, de seu passado glorioso nos primeiros dias do rock ´n´ roll americano.
SUSPICIOUS MINDS (Mark James) - Outro sucesso que martelou Elvis foi "Suspicious Minds". Quando Elvis voltou aos palcos em 1969, em suas temporadas de Las Vegas, ele a usou bastante em seu repertório. Era algo bem fácil de explicar. A música tinha se tornando seu maior sucesso mais recente, chegando ao primeiro lugar da Billboard, algo que não acontecia desde 1962! Assim Elvis jamais poderia ignorar tamanho sucesso. Nos primeiros shows daquele ano a performance de Elvis estava em alta. Ele estava realmente empolgado com a música, porém os anos se passaram e o entusiasmo decaiu. Nesse show no Madison Square Garden ainda temos uma boa apresentação de "Suspicious Minds", afinal Elvis a estava cantando pela primeira vez em Nova Iorque. Porém essa também foi uma das últimas grandes interpretações dele. Dentro de poucos anos Elvis foi tirando a canção de seu repertório, até que ela se tornou apenas esporádica em seus concertos. Chegou uma hora em que ele realmente cansou dela.
FOR THE GOOD TIMES (Kris Kristofferson) - De inédito mesmo o disco trazia "For The Good Times". Elvis não a tinha gravado em estúdio, estava apresentando pela primeira vez em Nova Iorque (e em um álbum de sua discografia oficial), por isso era um bom motivo para se comprar o LP na época. Imagine você sendo um fã de Elvis, entrando numa loja de discos, pegando esse vinil nas mãos e percebendo que havia ali uma música de Elvis que você nunca tinha ouvido antes. Certamente compraria o disco. Por isso também esse álbum foi um dos mais vendidos durante os anos 70. Além de ser o registro de um show marcante em sua carreira, ainda trazia como bônus músicas inéditas em sua discografia. Duas ótimas razões para comprar o disco.
AMERICAN TRILOGY (Adaptado por Mickey Newbury) - Já a aclamada "American Trilogy" surgia pela primeira vez em um disco de Elvis Presley. Em minha opinião a melhor versão ainda seria lançada, seria a do "Aloha From Hawaii", um ano depois. Essa versão do Madison Square Garden tem seus méritos, porém também não a acho muito bem executada. Essa canção aliás quebrou um pouco o ritmo do show, que vinha em um ritmo rápido, de pura energia. Já Trilogy pedia por outra postura, algo reflexivo, diria até épico. O público em Nova Iorque, muito cosmopolita, não comprou bem a ideia de uma canção histórica que louvava os ideais do sul confederado na guerra civil. Era algo tão distante da realidade daquele público como a Lua!
FUNNY HOW TIME SLIPS AWAY (Willie Nelson) - O country "Funny How Time Slips Away" certamente teve uma melhor receptividade. É fácil de entender isso. Sem o background histórico e o peso de tentar ser épico de "American Trilogy", essa canção era bem mais leve, soft, evocando aquela imagem do lirismo do caipira apaixonado do interior dos Estados Unidos. Uma figura mais agradável do que a de um soldado confederado com seu uniforme cinza e rifle da música "American Trilogy", que aliás deveria ter sido tirada por Elvis da seleção musical desse concerto. Essa "Funny" já tinha sido lançada antes no "Elvis Country" por isso também não era novidade, pelo menos em sua versão "Studio".
I CAN'T STOP LOVING YOU (Don Gibson) - "I Can't Stop Loving You" também entrou na seleção musical desse show. Um registro tão country assim certamente não iria fazer a cabeça do público de Nova Iorque, o mais cosmopolita dos Estados Unidos. Mesmo assim todos aplaudiram respeitosamente. Elvis parece ter percebido no palco que a canção não empolgou muito os ouvintes, por isso a encurtou, para uma versão rápida de pouco mais de dois minutos. Faltou mesmo alguém para dar um toque para Elvis, para não incluir a faixa na apresentação. Não iria funcionar mesmo, em nenhuma hipótese. Aquilo era encarado em Nova Iorque como música de caipira.
CAN'T HELP FALLING IN LOVE (Peretti/Creatore/Weiss) - Existem aqueles sucessos que obrigam o cantor a interpretar a mesma música show após show, sem interrupções. Isso claramente causa um desgaste psicológico em quem canta. Não é fácil ficar cantando a mesma música anos a fio. E quando se escolhe o tema para ser o final dos concertos a coisa piora ainda mais. "Can't Help Falling In Love" foi escolhida para encerrar os shows de Elvis. Isso significa que ele a cantou milhares de vezes durante os anos 70. Conforme o tempo foi passando a pressa foi estragando a linda melodia da gravação original. No palco Elvis mostrava certa impaciência com ela, como se quisesse encerrar mais um show (algo até bem compreensivo). Por essa razão não considero essa uma grande performance. Segue basicamente a ansiedade de todas as demais versões desse período.
Elvis Presley - Elvis as Recorded at Madison Square Garden (1972): Elvis Presley (voz e violão) / James Burton (guitarra) / John Wilknson (guitarra) / Charlie Hodge (violão e vocais) / Jerry Scheff (baixo) / Ronnie Tutt (bateria) / Glen Hardin (piano) / J.D.Summer and the Stamps (vocais) / The Sweet Inspirations (vocais) / Kathy Westmoreland (vocais) / Joe Guercio Orquestra / Harry Jenkins e Joan Deary (produção e arranjo) / Data de Gravação: 10 de junho de 1972 / Local de Gravação: Madison Square Garden, Nova Iorque / Data de Lançamento: junho de 1972 / Melhor posição nas charts: #11 (EUA) e #3 (UK)
Pablo Aluísio.