Clássico noir estrelado pela atriz Joan Crawford. Ela interpreta uma dona de casa, mãe de um garoto de seis anos, que é atropelado enquanto andava de bicicleta. A morte do menino faz com que ela repense sua vida. Seu casamento vai mal, o marido é um tipo rude, grosseiro e miserável. Assim depois da morte do menino nada mais a segura nessa união falida. Ela dá um basta e vai para Nova Iorque. Na nova cidade ela começa a trabalhar como balconista. As coisas começam a dar certo e em pouco tempo ela faz novas amizades. Só que entre seus novos conhecidos se encontram membros da máfia.
Em pouco tempo ela se infiltra dentro da organização criminosa e é enviada para a costa oeste, com a finalidade de descobrir se um gângster que toma conta de um cassino na Califórnia está roubando os chefes da quadrilha. Essa parte do roteiro é obviamente baseado na história real do mafioso Bugsy Siegel, que teve inclusive uma versão de sua vida levada para o cinema, com direção e atuação de Warren Beatty. A situação que ela se coloca é perigosa, pois ao menor deslize pode ser eliminada. O filme, quando começa, mostra a polícia encontrando um corpo no deserto. Então começa um grande flashback, justamente para contar a história da personagem de Joan Crawford.
O filme tem todo aquele charme das produções ao estilo noir dos anos 50. Os cenários são escuros, com farto uso de luz e sombras em cada cena. Joan Crawford está bastante convincente como essa mulher que decide tomar as rédeas do destino em suas próprias mãos, embora com desdobramentos sequer imaginados por ela. Chegando ao ponto de assumir uma falsa identidade, com o sobrenome dos milionários Forbes, ela começa a afundar cada vez mais em sua ganância pessoal. Joan Crawford que ficou tristemente marcada por causa do livro biográfico de sua filha que a retratava como uma mulher cruel e louca, aqui mostra seu talento de atriz. Embora fosse perturbada em sua vida pessoal. na tela do cinema se mostrava uma atriz bem talentosa. Sua atuação é o grande atrativo para se assistir a esse filme nos dias de hoje.
Os Desgraçados não Choram (The Damned Don't Cry, Estados Unidos, 1950) Direção: Vincent Sherman / Roteiro: Harold Medford, Jerome Weidman / Elenco: Joan Crawford, David Brian, Steve Cochran / Sinopse: Após a morte de seu filho de seis anos, Ethel Whitehead (Joan Crawford) decide acabar seu casamento, que já vinha muito mal e parte para Nova Iorque. Assume outra identidade, passando-se a se chamar Lorna Hansen Forbes e se envolve com a máfia local.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 20 de dezembro de 2017
Quinteto
Paul Newman só fez um filme do gênero ficção em toda a sua longa carreira e foi justamente esse, chamado simplesmente de "Quinteto". É um filme realmente estranho. Newman interpreta um homem que vaga em um planeta congelado, após o que parece ser o advento de uma nova era glacial. A civilização humana está em escombros, poucos sobreviveram em pequenas instalações isoladas no meio do nada. O clima é mesmo de universo pós apocalíptico. Para passar o tempo os poucos sobreviventes jogam "Quinteto", um bizarro jogo de tabuleiro com cinco pessoas, com regras não muito claras.
Não é incomum pessoas serem mortas durante essas jogatinas. Pelas paisagens desertas e geladas há muitos corpos sendo devorados por cães selvagens. O personagem de Newman tem uma mulher que está grávida. O fato logo causa espanto nos demais membros da comunidade, já que há muito não se ouvia falar de mulheres esperando bebês. O roteiro não explica a situação, mas fica subentendido que o mundo vive uma crise de fertilidade, causada principalmente pela radiação. Teria sido efeito de uma guerra nuclear? Novamente nenhuma resposta é dada pelo roteiro.
Após um tempo na nova comunidade, Essex (Newman) descobre que de fato há uma lista com o nome de cinco pessoas que vão morrer muito em breve.Tudo soa como se o jogo tivesse entrado na vida real das pessoas. Os perdedores não perderiam apenas o jogo em si, mas suas vidas também. O fato é que logo Newman entende também que está em um jogo do quinteto do mundo real, onde ele próprio pode ser eliminado a qualquer momento, tal como se fosse um jogador desse estranho tabuleiro. Seu objetivo então passa a ser sobreviver de todas as formas, já que sua vida corre sério risco. Ir além disso seria estragar parte das surpresas do filme.
O fato é que o diretor Robert Altman fez um filme não apenas esquisito, mas frio também. E isso não se refere ao cenário polar onde tudo acontece. Os personagens que rondam essa trama não parecem ter muitas emoções humanas. São indiferentes a pessoas sendo mortas, à violência e a todo tipo de barbárie. O próprio protagonista interpretado por Paul Newman passa longe de ter atitudes heroicas. Ele simplesmente vai vivendo um dia de cada vez, sem muita emoção, procurando apenas sobreviver. Eu acredito que Altman quis realizar uma ficção bem inovadora, mas no final das contas só conseguiu ser esquisito e estranho, diria até mesmo bizarro em certos momentos. Não é um filme para todo mundo, não pense que é uma espécie de Mad Max passado no círculo polar ártico. É muito mais singular do que se possa imaginar.
Quinteto (Quintet, Estados Unidos, 1979) Direção: Robert Altman / Roteiro: Frank Barhydt, Robert Altman / Elenco: Paul Newman, Vittorio Gassman, Fernando Rey / Sinopse: Em um mundo pós-apocalíptico congelado, o caçador Essex (Paul Newman) chega em uma pequena comunidade de sobreviventes. São pessoas estranhas, frias, que não se importam mais com a violência e a barbárie. Elas passam o dia inteiro jogando "Quinteto", um estranho jogo de tabuleiro. A mulher de Essex está grávida, mas logo ele percebe que entrou em um território perigoso, onde sua vida corre um sério perigo.
Pablo Aluísio.
Não é incomum pessoas serem mortas durante essas jogatinas. Pelas paisagens desertas e geladas há muitos corpos sendo devorados por cães selvagens. O personagem de Newman tem uma mulher que está grávida. O fato logo causa espanto nos demais membros da comunidade, já que há muito não se ouvia falar de mulheres esperando bebês. O roteiro não explica a situação, mas fica subentendido que o mundo vive uma crise de fertilidade, causada principalmente pela radiação. Teria sido efeito de uma guerra nuclear? Novamente nenhuma resposta é dada pelo roteiro.
Após um tempo na nova comunidade, Essex (Newman) descobre que de fato há uma lista com o nome de cinco pessoas que vão morrer muito em breve.Tudo soa como se o jogo tivesse entrado na vida real das pessoas. Os perdedores não perderiam apenas o jogo em si, mas suas vidas também. O fato é que logo Newman entende também que está em um jogo do quinteto do mundo real, onde ele próprio pode ser eliminado a qualquer momento, tal como se fosse um jogador desse estranho tabuleiro. Seu objetivo então passa a ser sobreviver de todas as formas, já que sua vida corre sério risco. Ir além disso seria estragar parte das surpresas do filme.
O fato é que o diretor Robert Altman fez um filme não apenas esquisito, mas frio também. E isso não se refere ao cenário polar onde tudo acontece. Os personagens que rondam essa trama não parecem ter muitas emoções humanas. São indiferentes a pessoas sendo mortas, à violência e a todo tipo de barbárie. O próprio protagonista interpretado por Paul Newman passa longe de ter atitudes heroicas. Ele simplesmente vai vivendo um dia de cada vez, sem muita emoção, procurando apenas sobreviver. Eu acredito que Altman quis realizar uma ficção bem inovadora, mas no final das contas só conseguiu ser esquisito e estranho, diria até mesmo bizarro em certos momentos. Não é um filme para todo mundo, não pense que é uma espécie de Mad Max passado no círculo polar ártico. É muito mais singular do que se possa imaginar.
Quinteto (Quintet, Estados Unidos, 1979) Direção: Robert Altman / Roteiro: Frank Barhydt, Robert Altman / Elenco: Paul Newman, Vittorio Gassman, Fernando Rey / Sinopse: Em um mundo pós-apocalíptico congelado, o caçador Essex (Paul Newman) chega em uma pequena comunidade de sobreviventes. São pessoas estranhas, frias, que não se importam mais com a violência e a barbárie. Elas passam o dia inteiro jogando "Quinteto", um estranho jogo de tabuleiro. A mulher de Essex está grávida, mas logo ele percebe que entrou em um território perigoso, onde sua vida corre um sério perigo.
Pablo Aluísio.
terça-feira, 19 de dezembro de 2017
O Trem do Diabo
Título no Brasil: O Trem do Diabo
Título Original: Grand Central Murder
Ano de Produção: 1942
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: S. Sylvan Simon
Roteiro: Peter Ruric, Sue MacVeigh
Elenco: Van Heflin, Patricia Dane, Cecilia Parker
Sinopse:
Baseado no romance de suspense e mistério escrito pela autora Sue MacVeigh, "Grand Central Murder" explora a figura do detetive particular 'Rocky' Custer (Van Heflin) que deverá usar de toda a sua técnica, intuição e perspicácia investigativa para descobrir quem teria sido o autor de um assassinato durante uma longa e obscura viagem de trem. A vítima é uma jovem mulher, que parece ter tido problemas no passado com vários dos passageiros, incluindo aí um foragido e diversos homens que, de uma forma ou outra, tinham contas a acertar com ela. Todos são suspeitos no final das contas.
Comentários:
Esse enredo me lembrou muito do clássico de Agatha Christie "Assassinato no Expresso do Oriente". Não precisa ir muito longe para perceber que o argumento é extremamente parecido. A premissa é a mesma, coloca-se um grupo de personagens em um trem, durante uma viagem, explora-se o assassinato de alguém e depois insere-se um detetive no meio para descobrir quem seria o autor do crime. Para complicar ainda mais o mistério, cada passageiro parece ter sua própria motivação para ter cometido o crime. É o tipo ideal de filme para o espectador que gosta de desvendar crimes misteriosos. Deixando isso de lado o que mais se sobressai nessa produção é sua inegável linguagem noir, usando e abusando das sombras, dos personagens dúbios e do lado mais sórdido da natureza humana. Praticamente não existem personagens completamente íntegros pois cada um parece esconder um aspecto desprezível em sua própria personalidade. As mulheres são fatais e os homens se movem por motivos sombrios e inconfessáveis. Resumindo, todos os ingredientes que fizeram do cinema noir uma preciosidade da sétima arte estão presentes. O diferencial vem também de um bem inserido humor negro em seu texto, que vai inclusive chocar os mais adeptos do politicamente correto que impera nos dias atuais. É realmente surpreendente que um filme que foi realizado em plena década de 1940 tenha tanta acidez e morbidez como esse, em seu roteiro. Um exemplo perfeito de uma era em que Hollywood conseguia ousar e ser realmente revolucionária em suas produções cinematográficas.
Pablo Aluísio.
Título Original: Grand Central Murder
Ano de Produção: 1942
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: S. Sylvan Simon
Roteiro: Peter Ruric, Sue MacVeigh
Elenco: Van Heflin, Patricia Dane, Cecilia Parker
Sinopse:
Baseado no romance de suspense e mistério escrito pela autora Sue MacVeigh, "Grand Central Murder" explora a figura do detetive particular 'Rocky' Custer (Van Heflin) que deverá usar de toda a sua técnica, intuição e perspicácia investigativa para descobrir quem teria sido o autor de um assassinato durante uma longa e obscura viagem de trem. A vítima é uma jovem mulher, que parece ter tido problemas no passado com vários dos passageiros, incluindo aí um foragido e diversos homens que, de uma forma ou outra, tinham contas a acertar com ela. Todos são suspeitos no final das contas.
Comentários:
Esse enredo me lembrou muito do clássico de Agatha Christie "Assassinato no Expresso do Oriente". Não precisa ir muito longe para perceber que o argumento é extremamente parecido. A premissa é a mesma, coloca-se um grupo de personagens em um trem, durante uma viagem, explora-se o assassinato de alguém e depois insere-se um detetive no meio para descobrir quem seria o autor do crime. Para complicar ainda mais o mistério, cada passageiro parece ter sua própria motivação para ter cometido o crime. É o tipo ideal de filme para o espectador que gosta de desvendar crimes misteriosos. Deixando isso de lado o que mais se sobressai nessa produção é sua inegável linguagem noir, usando e abusando das sombras, dos personagens dúbios e do lado mais sórdido da natureza humana. Praticamente não existem personagens completamente íntegros pois cada um parece esconder um aspecto desprezível em sua própria personalidade. As mulheres são fatais e os homens se movem por motivos sombrios e inconfessáveis. Resumindo, todos os ingredientes que fizeram do cinema noir uma preciosidade da sétima arte estão presentes. O diferencial vem também de um bem inserido humor negro em seu texto, que vai inclusive chocar os mais adeptos do politicamente correto que impera nos dias atuais. É realmente surpreendente que um filme que foi realizado em plena década de 1940 tenha tanta acidez e morbidez como esse, em seu roteiro. Um exemplo perfeito de uma era em que Hollywood conseguia ousar e ser realmente revolucionária em suas produções cinematográficas.
Pablo Aluísio.
A Mulher que Soube Amar
Título no Brasil: A Mulher que Soube Amar
Título Original: Alice Adams
Ano de Produção: 1935
País: Estados Unidos
Estúdio: RKO Radio Pictures
Direção: George Stevens
Roteiro: Dorothy Yost
Elenco: Katharine Hepburn, Fred MacMurray, Fred Stone
Sinopse:
Baseado no romance escrito por Booth Tarkington, o filme narra a história de Alice Adams (Katharine Hepburn), uma jovem pobre, de origem humilde, que se encanta com a vida dos ricos e famosos. Após ser convidada para uma festa de grã-finos de sua cidade, ela descobre que a barreira social pode ser tão complicada de se superar como qualquer outro preconceito existente na sociedade. Apaixonada pelo rico e bonitão Arthur Russell (Fred MacMurray), ela precisará superar várias barreiras para concretizar sua paixão. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Filme e Melhor Atriz (Katharine Hepburn).
Comentários:
Bom drama social que investe no problema sempre presente do chamado preconceito social. A personagem de Katharine Hepburn é filha de um simples trabalhador, que inclusive se encontra sem trabalhar por problemas de saúde. Ela sonha com a vida luxuosa dos ricos, mas não tem condições financeiras de viver no meio de todo daquele luxo e ostentação. Tão pobre é que precisa sempre reformar o mesmo vestido barato para frequentar as festas ricas às quais consegue ser convidada. Sem dinheiro para comprar um belo buquê de flores na floricultura da cidade precisa ir ao campo para colher ela mesma as flores que estarão em seu próprio arranjo floral feito de forma artesanal, em sua própria casa. Para piorar descobre da pior maneira possível que sua condição social também a impede de se entrosar completamente com as garotas ricas de sua idade, ficando geralmente escanteada e ignorada nos grandes bailes festivos. Sua roupa modesta, fruto de remendos e reformas, também não passa despercebida pelas meninas ricas, que não deixam de fazer comentários maldosos sobre isso. Apesar de toda essa situação desfavorável ela mantém uma personalidade feliz e vibrante, sempre falando muito para expressar seus sentimentos. Quando encontra com Arthur, um sujeito rico e elegante, acaba percebendo que finalmente pode ter encontrado a felicidade em sua vida. Duas coisas chamam a atenção nesse belo romance social. A primeira é a jovialidade de Katharine Hepburn como Alice Adams! Ela está esfuziante, com muita vontade de atuar bem. Isso transparece claramente na tela. A segunda é a presença do galã Fred MacMurray, também ainda bastante jovem, esbanjando olhares cândidos (e em certos aspectos bem canastrões também). E pensar que anos depois ele iria se especializar em filmes de faroeste e comédias da Disney. Enfim, um bom filme valorizado por um roteiro bem escrito e a sempre correta direção do mestre George Stevens, aqui já explorando o lado menos louvável do ser humano.
Pablo Aluísio.
Título Original: Alice Adams
Ano de Produção: 1935
País: Estados Unidos
Estúdio: RKO Radio Pictures
Direção: George Stevens
Roteiro: Dorothy Yost
Elenco: Katharine Hepburn, Fred MacMurray, Fred Stone
Sinopse:
Baseado no romance escrito por Booth Tarkington, o filme narra a história de Alice Adams (Katharine Hepburn), uma jovem pobre, de origem humilde, que se encanta com a vida dos ricos e famosos. Após ser convidada para uma festa de grã-finos de sua cidade, ela descobre que a barreira social pode ser tão complicada de se superar como qualquer outro preconceito existente na sociedade. Apaixonada pelo rico e bonitão Arthur Russell (Fred MacMurray), ela precisará superar várias barreiras para concretizar sua paixão. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Filme e Melhor Atriz (Katharine Hepburn).
Comentários:
Bom drama social que investe no problema sempre presente do chamado preconceito social. A personagem de Katharine Hepburn é filha de um simples trabalhador, que inclusive se encontra sem trabalhar por problemas de saúde. Ela sonha com a vida luxuosa dos ricos, mas não tem condições financeiras de viver no meio de todo daquele luxo e ostentação. Tão pobre é que precisa sempre reformar o mesmo vestido barato para frequentar as festas ricas às quais consegue ser convidada. Sem dinheiro para comprar um belo buquê de flores na floricultura da cidade precisa ir ao campo para colher ela mesma as flores que estarão em seu próprio arranjo floral feito de forma artesanal, em sua própria casa. Para piorar descobre da pior maneira possível que sua condição social também a impede de se entrosar completamente com as garotas ricas de sua idade, ficando geralmente escanteada e ignorada nos grandes bailes festivos. Sua roupa modesta, fruto de remendos e reformas, também não passa despercebida pelas meninas ricas, que não deixam de fazer comentários maldosos sobre isso. Apesar de toda essa situação desfavorável ela mantém uma personalidade feliz e vibrante, sempre falando muito para expressar seus sentimentos. Quando encontra com Arthur, um sujeito rico e elegante, acaba percebendo que finalmente pode ter encontrado a felicidade em sua vida. Duas coisas chamam a atenção nesse belo romance social. A primeira é a jovialidade de Katharine Hepburn como Alice Adams! Ela está esfuziante, com muita vontade de atuar bem. Isso transparece claramente na tela. A segunda é a presença do galã Fred MacMurray, também ainda bastante jovem, esbanjando olhares cândidos (e em certos aspectos bem canastrões também). E pensar que anos depois ele iria se especializar em filmes de faroeste e comédias da Disney. Enfim, um bom filme valorizado por um roteiro bem escrito e a sempre correta direção do mestre George Stevens, aqui já explorando o lado menos louvável do ser humano.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 18 de dezembro de 2017
Montanhas Ardentes
Título no Brasil: Montanhas Ardentes
Título Original: Red Skies of Montana
Ano de Produção: 1952
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Joseph M. Newman
Roteiro: Harry Kleiner, Art Cohn
Elenco: Richard Widmark, Constance Smith, Jeffrey Hunter
Sinopse:
Quando um grande incêndio irrompe nas montanhas de Montana, um esquadrão de 'Smoke Jumpers' (grupo formado por pára-quedistas de elite do corpo de bombeiros do serviço florestal dos Estados Unidos) é levado para o centro do foco do desastre natural. A situação é desesperadora por causa da extensão do fogo que se alastra pela floresta com ferocidade, o que leva todos aqueles bravos homens ao limite de suas forças. Enquanto isso um dos membros é dado como morto pelo fogo, mas seu filho não se convence e tenta provar que ele foi vítima da covardia de um dos integrantes dos 'Smoke Jumpers'.
Comentários:
Uma aventura focando na vida dos bombeiros que foi muito complicada de se realizar. Nos anos 1950 a tecnologia dos efeitos especiais era ainda muito pouco sofisticada. Para se recriar um incêndio de grandes proporções no meio da floresta não havia outra maneira a não ser colocar fogo de verdade em grandes áreas florestais. Nem precisa dizer que isso era muito perigoso não apenas para a equipe como também para o meio ambiente. Mesmo assim o diretor Joseph M. Newman topou o desafio. O resultado é bem impactante na tela, com os atores literalmente exaustos pela complicada provação física a que foram submetidos. Por falar em elenco ele é de fato muito bom, valorizado pelas esforçadas presenças de Richard Widmark e Jeffrey Hunter (ainda muito jovem, em começo de carreira). O roteiro se desdobra em duas linhas narrativas básicas. Uma explorando a missão dos bombeiros na floresta em si e outra na questão envolvendo a morte de um dos membros da equipe - teria ele sido morto por omissão e covardia de seus próprios colegas de trabalho? A produção tem um estilo levemente documental, tentando recriar em detalhes a vida dos bombeiros do mundo real, mas isso não atrapalha em nada a diversão. Um filme realmente muito interessante, valorizado por um roteiro que mantém a atenção do começo ao fim. Um exemplo de aventura inteligente na era do cinema clássico americano.
Pablo Aluísio.
Título Original: Red Skies of Montana
Ano de Produção: 1952
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Joseph M. Newman
Roteiro: Harry Kleiner, Art Cohn
Elenco: Richard Widmark, Constance Smith, Jeffrey Hunter
Sinopse:
Quando um grande incêndio irrompe nas montanhas de Montana, um esquadrão de 'Smoke Jumpers' (grupo formado por pára-quedistas de elite do corpo de bombeiros do serviço florestal dos Estados Unidos) é levado para o centro do foco do desastre natural. A situação é desesperadora por causa da extensão do fogo que se alastra pela floresta com ferocidade, o que leva todos aqueles bravos homens ao limite de suas forças. Enquanto isso um dos membros é dado como morto pelo fogo, mas seu filho não se convence e tenta provar que ele foi vítima da covardia de um dos integrantes dos 'Smoke Jumpers'.
Comentários:
Uma aventura focando na vida dos bombeiros que foi muito complicada de se realizar. Nos anos 1950 a tecnologia dos efeitos especiais era ainda muito pouco sofisticada. Para se recriar um incêndio de grandes proporções no meio da floresta não havia outra maneira a não ser colocar fogo de verdade em grandes áreas florestais. Nem precisa dizer que isso era muito perigoso não apenas para a equipe como também para o meio ambiente. Mesmo assim o diretor Joseph M. Newman topou o desafio. O resultado é bem impactante na tela, com os atores literalmente exaustos pela complicada provação física a que foram submetidos. Por falar em elenco ele é de fato muito bom, valorizado pelas esforçadas presenças de Richard Widmark e Jeffrey Hunter (ainda muito jovem, em começo de carreira). O roteiro se desdobra em duas linhas narrativas básicas. Uma explorando a missão dos bombeiros na floresta em si e outra na questão envolvendo a morte de um dos membros da equipe - teria ele sido morto por omissão e covardia de seus próprios colegas de trabalho? A produção tem um estilo levemente documental, tentando recriar em detalhes a vida dos bombeiros do mundo real, mas isso não atrapalha em nada a diversão. Um filme realmente muito interessante, valorizado por um roteiro que mantém a atenção do começo ao fim. Um exemplo de aventura inteligente na era do cinema clássico americano.
Pablo Aluísio.
Mata Hari
Título no Brasil: Mata Hari
Título Original: Mata Hari
Ano de Produção: 1931
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: George Fitzmaurice
Roteiro: Benjamin Glazer, Leo Birinsky
Elenco: Greta Garbo, Ramon Novarro, Lionel Barrymore
Sinopse:
Durante a Primeira Guerra Mundial, a jovem cortesã holandesa Margaretha Gertruida Zelle (Greta Garbo) assume o nome artístico de Mata Hari. Divorciada e decepcionada com seu casamento anterior, ela resolve ir para Paris e cria uma identidade nova e própria para si. Usando de coreografias aprendidas enquanto morou no Oriente, Margaretha começa a encantar os homens durante suas sensuais apresentações de dança em teatros na capital francesa. Não tarda e ela acaba sendo procurada pelos principais órgãos de inteligência dos países envolvidos no conflito. Como tem livre passe tanto entre franceses, ingleses e alemães, ela logo se torna uma importante agente dupla de espionagem internacional.
Comentários:
Esse filme é historicamente importante porque traz uma lenda interpretando outra lenda. No papel principal temos uma das maiores atrizes e mitos da história de Hollywood, a imortal Greta Garbo, que interpreta uma das mulheres mais famosas (ou infames, dependendo do ponto de vista) da história da Primeira Guerra Mundial, a sensual e perigosa Mata Hari (1876 - 1917). Há duas maneiras de encarar a vida e a biografia de Hari, a primeira é abraçar a lenda, que a ajudou a ser extremamente conhecida, até mesmo nos dias de hoje. Sob esse ângulo ela era o que chamamos de mulher fatal. Em uma época em que as mulheres eram extremamente reprimidas, Mata Hari conseguia ser ao mesmo tempo independente e também perigosa, muito por causa de seu envolvimento com espionagem internacional durante essa guerra que devastou a Europa. A outra forma de encarar sua vida é aquela do ponto de vista puramente histórico. Recentes biografias afirmam que Margaretha não foi tudo aquilo que disseram dela. Na realidade ela se aproximou mais de ser uma vítima de interesses políticos do que propriamente uma perigosa espiã que flertou perigosamente com os alemães, os inimigos. Executado por crimes de guerra em 1917, com apenas 41 anos de idade, Mata Hari virou um ícone, inclusive do movimento feminista, quem diria. Essa produção de 1931 abraça o mito e não a história. Garbo está maravilhosa em cena, esbanjando estilo e glamour. Obviamente que se trata de uma obra cinematográfica feita para o puro entretenimento, o que não o desqualifica como um dos grandes filmes da era do cinema clássico em Hollywood. Um filme que conseguiu unir duas grandes lendas do mundo das artes da primeira metade do século XX com raro brilhantismo.
Pablo Aluísio.
Título Original: Mata Hari
Ano de Produção: 1931
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: George Fitzmaurice
Roteiro: Benjamin Glazer, Leo Birinsky
Elenco: Greta Garbo, Ramon Novarro, Lionel Barrymore
Sinopse:
Durante a Primeira Guerra Mundial, a jovem cortesã holandesa Margaretha Gertruida Zelle (Greta Garbo) assume o nome artístico de Mata Hari. Divorciada e decepcionada com seu casamento anterior, ela resolve ir para Paris e cria uma identidade nova e própria para si. Usando de coreografias aprendidas enquanto morou no Oriente, Margaretha começa a encantar os homens durante suas sensuais apresentações de dança em teatros na capital francesa. Não tarda e ela acaba sendo procurada pelos principais órgãos de inteligência dos países envolvidos no conflito. Como tem livre passe tanto entre franceses, ingleses e alemães, ela logo se torna uma importante agente dupla de espionagem internacional.
Comentários:
Esse filme é historicamente importante porque traz uma lenda interpretando outra lenda. No papel principal temos uma das maiores atrizes e mitos da história de Hollywood, a imortal Greta Garbo, que interpreta uma das mulheres mais famosas (ou infames, dependendo do ponto de vista) da história da Primeira Guerra Mundial, a sensual e perigosa Mata Hari (1876 - 1917). Há duas maneiras de encarar a vida e a biografia de Hari, a primeira é abraçar a lenda, que a ajudou a ser extremamente conhecida, até mesmo nos dias de hoje. Sob esse ângulo ela era o que chamamos de mulher fatal. Em uma época em que as mulheres eram extremamente reprimidas, Mata Hari conseguia ser ao mesmo tempo independente e também perigosa, muito por causa de seu envolvimento com espionagem internacional durante essa guerra que devastou a Europa. A outra forma de encarar sua vida é aquela do ponto de vista puramente histórico. Recentes biografias afirmam que Margaretha não foi tudo aquilo que disseram dela. Na realidade ela se aproximou mais de ser uma vítima de interesses políticos do que propriamente uma perigosa espiã que flertou perigosamente com os alemães, os inimigos. Executado por crimes de guerra em 1917, com apenas 41 anos de idade, Mata Hari virou um ícone, inclusive do movimento feminista, quem diria. Essa produção de 1931 abraça o mito e não a história. Garbo está maravilhosa em cena, esbanjando estilo e glamour. Obviamente que se trata de uma obra cinematográfica feita para o puro entretenimento, o que não o desqualifica como um dos grandes filmes da era do cinema clássico em Hollywood. Um filme que conseguiu unir duas grandes lendas do mundo das artes da primeira metade do século XX com raro brilhantismo.
Pablo Aluísio.
domingo, 17 de dezembro de 2017
A Marca da Maldade
Título no Brasil: A Marca da Maldade
Título Original: Touch of Evil
Ano de Produção: 1958
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal International Pictures
Direção: Orson Welles
Roteiro: Orson Welles, Whit Masterson
Elenco: Charlton Heston, Orson Welles, Janet Leigh
Sinopse:
Mike Vargas (Charlton Heston) é um oficial do departamento de narcóticos que acaba tendo que interromper sua lua de mel na fronteira entre Estados Unidos e México, após um empreiteiro americano ser morto por uma bomba colocada em seu carro. Ao que tudo indica, embora a explosão tenha ocorrido dentro do território americano, ela foi plantada no México. As investigações do policial logo revelarão um sórdido caso envolvendo corrupção, tráfico de drogas e de influência nos altos escalões do poder. Filme vencedor do prêmio de Melhor Filme da Los Angeles Film Critics Association Awards. Também premiado pela National Society of Film Critics Awards e New York Film Critics Circle Awards.
Comentários:
"Touch of Evil" foi o último grande filme de Orson Welles para muitos especialistas em sua obra cinematográfica. Embora fosse um gênio da sétima arte, Welles era também um artista complicado de se lidar. Os estúdios não queriam mais bancar seus filmes e a simples menção de seu nome fazia com que muitos produtores fossem embora. O fato é que embora aclamado pela imprensa e pela crítica de sua época, os seus filmes geralmente se tornavam produções caras, problemáticas e mal sucedidas comercialmente. Welles também tinha fama de abandonar projetos no meio do caminho. Ele queimou sua reputação entre os grandes estúdios após entrar em vários filmes, para depois de algumas semanas os abandonarem, sem mais nem menos. Isso acabou destruindo sua carreira como cineasta em Hollywood, onde o profissionalismo exigido sempre veio em primeiro lugar. Assim Orson Welles precisou de muito jogo de cintura para realizar esse filme. Usando da boa vontade do ator Charlton Heston, que praticamente financiou o filme com seu próprio dinheiro, ele conseguiu acabar a película. É de fato uma obra prima, um de seus melhores trabalhos, só superado talvez pelo seu grande clássico "Cidadão Kane". Nele o diretor procurava mostrar toda a extensão do seu talento, uma tentativa de levantar sua reputação como realizador. Infelizmente, embora hoje seja realmente reconhecida como uma produção que marcou época, em seu lançamento não se tornou lucrativo a ponto de tornar Welles um nome novamente viável. Assim ele acabou de certa maneira se despedindo do cinema com essa jóia da sétima arte. Uma pena, pois ele de fato foi realmente um gênio incompreendido.
Pablo Aluísio.
Título Original: Touch of Evil
Ano de Produção: 1958
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal International Pictures
Direção: Orson Welles
Roteiro: Orson Welles, Whit Masterson
Elenco: Charlton Heston, Orson Welles, Janet Leigh
Sinopse:
Mike Vargas (Charlton Heston) é um oficial do departamento de narcóticos que acaba tendo que interromper sua lua de mel na fronteira entre Estados Unidos e México, após um empreiteiro americano ser morto por uma bomba colocada em seu carro. Ao que tudo indica, embora a explosão tenha ocorrido dentro do território americano, ela foi plantada no México. As investigações do policial logo revelarão um sórdido caso envolvendo corrupção, tráfico de drogas e de influência nos altos escalões do poder. Filme vencedor do prêmio de Melhor Filme da Los Angeles Film Critics Association Awards. Também premiado pela National Society of Film Critics Awards e New York Film Critics Circle Awards.
Comentários:
"Touch of Evil" foi o último grande filme de Orson Welles para muitos especialistas em sua obra cinematográfica. Embora fosse um gênio da sétima arte, Welles era também um artista complicado de se lidar. Os estúdios não queriam mais bancar seus filmes e a simples menção de seu nome fazia com que muitos produtores fossem embora. O fato é que embora aclamado pela imprensa e pela crítica de sua época, os seus filmes geralmente se tornavam produções caras, problemáticas e mal sucedidas comercialmente. Welles também tinha fama de abandonar projetos no meio do caminho. Ele queimou sua reputação entre os grandes estúdios após entrar em vários filmes, para depois de algumas semanas os abandonarem, sem mais nem menos. Isso acabou destruindo sua carreira como cineasta em Hollywood, onde o profissionalismo exigido sempre veio em primeiro lugar. Assim Orson Welles precisou de muito jogo de cintura para realizar esse filme. Usando da boa vontade do ator Charlton Heston, que praticamente financiou o filme com seu próprio dinheiro, ele conseguiu acabar a película. É de fato uma obra prima, um de seus melhores trabalhos, só superado talvez pelo seu grande clássico "Cidadão Kane". Nele o diretor procurava mostrar toda a extensão do seu talento, uma tentativa de levantar sua reputação como realizador. Infelizmente, embora hoje seja realmente reconhecida como uma produção que marcou época, em seu lançamento não se tornou lucrativo a ponto de tornar Welles um nome novamente viável. Assim ele acabou de certa maneira se despedindo do cinema com essa jóia da sétima arte. Uma pena, pois ele de fato foi realmente um gênio incompreendido.
Pablo Aluísio.
O Beijo de Despedida
Título no Brasil: O Beijo de Despedida
Título Original: Kiss Them for Me
Ano de Produção: 1957
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Stanley Donen
Roteiro: Julius J. Epstein, Luther Davis
Elenco: Cary Grant, Jayne Mansfield, Leif Erickson, Suzy Parker
Sinopse:
Um grupo de pilotos da Marinha americanha consegue uma licença de quatro dias para passar em San Francisco. Em plena guerra o passe se torna um verdadeiro presente para aqueles combatentes. Uma vez na cidade o comandante Andy Crewson (Cary Grant) acaba se apaixonando pela bela Gwinneth Livingston (Suzy Parker), que infelizmente já está comprometida com Eddie Turnbill (Leif Erickson), um rico empresário, dono de estaleiros, que pretende contratar Andy para fazer uma palestra para seus trabalhadores, algo que ele definitivamente não tem a menor vontade de fazer.
Comentários:
Uma comédia romântica bem divertida estrelada pelo astro Cary Grant. O enredo se passa praticamente todo durante uma licença desses pilotos da marinha. Eles são considerados heróis pela imprensa, mas no fundo só querem mesmo se divertir na cidade. Conseguem se hospedar em uma luxuosa suíte de um hotel cinco estrelas e caem na farra, promovendo festas e aproveitando o máximo que podem do tempo livre de folga. O roteiro por tentar ser engraçado e leve acaba não trazendo nada de muito substancial em termos de trama. O mais importante é tentar fazer o espectador rir. No elenco o ator Cary Grant comparece com seu carisma habitual. Outro destaque vem da presença da atriz Jayne Mansfield, a mais célebre imitadora de Marilyn Monroe. Seu papel inclusive foi escrito para Marilyn que o recusou por ser mais uma tentativa de explorar o velho estigma da "loira burra". Jayne Mansfield assim tenta, sem muito sucesso, imitar nos mínimos detalhes a forma como Monroe se comportava quando interpretava esse tipo de personagem. Até a pinta perto dos lábios foi reproduzido no rosto de Jayne. O tom de voz, tudo, foi pensado para colocar uma "Marilyn Monroe genérica" no filme. Não deu muito certo. Então é isso, "Kiss Them for Me" é apenas um passatempo agradável, sem muitas novidades ou relevância cinematográfica. Sim, é divertido, mas nada muito além disso.
Pablo Aluísio.
Título Original: Kiss Them for Me
Ano de Produção: 1957
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Stanley Donen
Roteiro: Julius J. Epstein, Luther Davis
Elenco: Cary Grant, Jayne Mansfield, Leif Erickson, Suzy Parker
Sinopse:
Um grupo de pilotos da Marinha americanha consegue uma licença de quatro dias para passar em San Francisco. Em plena guerra o passe se torna um verdadeiro presente para aqueles combatentes. Uma vez na cidade o comandante Andy Crewson (Cary Grant) acaba se apaixonando pela bela Gwinneth Livingston (Suzy Parker), que infelizmente já está comprometida com Eddie Turnbill (Leif Erickson), um rico empresário, dono de estaleiros, que pretende contratar Andy para fazer uma palestra para seus trabalhadores, algo que ele definitivamente não tem a menor vontade de fazer.
Comentários:
Uma comédia romântica bem divertida estrelada pelo astro Cary Grant. O enredo se passa praticamente todo durante uma licença desses pilotos da marinha. Eles são considerados heróis pela imprensa, mas no fundo só querem mesmo se divertir na cidade. Conseguem se hospedar em uma luxuosa suíte de um hotel cinco estrelas e caem na farra, promovendo festas e aproveitando o máximo que podem do tempo livre de folga. O roteiro por tentar ser engraçado e leve acaba não trazendo nada de muito substancial em termos de trama. O mais importante é tentar fazer o espectador rir. No elenco o ator Cary Grant comparece com seu carisma habitual. Outro destaque vem da presença da atriz Jayne Mansfield, a mais célebre imitadora de Marilyn Monroe. Seu papel inclusive foi escrito para Marilyn que o recusou por ser mais uma tentativa de explorar o velho estigma da "loira burra". Jayne Mansfield assim tenta, sem muito sucesso, imitar nos mínimos detalhes a forma como Monroe se comportava quando interpretava esse tipo de personagem. Até a pinta perto dos lábios foi reproduzido no rosto de Jayne. O tom de voz, tudo, foi pensado para colocar uma "Marilyn Monroe genérica" no filme. Não deu muito certo. Então é isso, "Kiss Them for Me" é apenas um passatempo agradável, sem muitas novidades ou relevância cinematográfica. Sim, é divertido, mas nada muito além disso.
Pablo Aluísio.
sábado, 16 de dezembro de 2017
Funeral em Berlim
Título no Brasil: Funeral em Berlim
Título Original: Funeral in Berlin
Ano de Produção: 1966
País: Estados Unidos, Inglaterra
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Guy Hamilton
Roteiro: Evan Jones
Elenco: Michael Caine, Oskar Homolka, Paul Hubschmid
Sinopse:
Durante a guerra fria o agente inglês Harry Palmer (Michael Caine) é enviado para Berlim com a missão de ajudar na deserção de um importante coronel da KGB que decidiu pedir asilo político para a Inglaterra. Palmer deverá assim criar todo um plano para que o importante oficial russo possa atravessar a fronteira sem maiores problemas. A missão envolve espionagem e contra-espionagem e desde o começo se mostra extremamente perigosa para todos os envolvidos. Palmar porém não consegue, em nenhum momento, se convencer das sinceras razões do ex-chefe de espionagem soviético no lado oriental de Berlim. Para ele há algo mais envolvido em tudo isso e seu instinto sugere que tudo talvez não passe de uma grande armadilha montada pela famigerada KGB.
Comentários:
Os filmes de espionagem tiveram seu auge durante os anos 1960. O mundo vivia o ponto alto da guerra fria, das tensões entre o ocidente capitalista e o oriente comunista dominado por Moscou com mãos de ferro. E nenhum lugar do mundo retratava melhor essa tensão do que a Alemanha, em especial Berlim, dividida por um muro que separava os dois lados, com as ruas cheias de espiões de todos os países envolvidos nesse verdadeiro quebra-cabeças da diplomacia internacional. O roteiro baseado no romance escrito por Len Deighton se passa justamente no meio desse cenário. Isso porém não significa que você assistirá a um filme de James Bond ou algo parecido. O tom é bem mais realista. O espião interpretado por Michael Caine não tem nada de Bond, nenhum glamour e nenhum estilo. Com cara de nerd, de homem comum (como aliás é o mundo da espionagem verdadeira), ele chega em Berlim procurando não chamar a atenção de ninguém. Com nome e passaporte falsos, ele precisa contar até mesmo com a ajuda de um ladrão profissional e um sujeito misterioso, especialista em passar pessoas entre as fronteiras. Para levar o Coronel russo para o lado ocidental eles planejam literalmente colocar o velho em um caixão, montando-se um falso funeral para atravessar os postos de fronteira, sempre muito rigorosos e bem protegidos por tropas soviéticas. Para enrolar ainda mais o quadro geral ainda há a intervenção não prevista do serviço secreto de Israel que está em busca de criminosos de guerra nazistas. Enfim, um bom filme de espionagem rodado no tempo em que esse estilo cinematográfico estava mesmo em seu auge de sucesso de crítica e público. Uma boa dica para quem aprecia esse tipo de enredo.
Pablo Aluísio.
Título Original: Funeral in Berlin
Ano de Produção: 1966
País: Estados Unidos, Inglaterra
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Guy Hamilton
Roteiro: Evan Jones
Elenco: Michael Caine, Oskar Homolka, Paul Hubschmid
Sinopse:
Durante a guerra fria o agente inglês Harry Palmer (Michael Caine) é enviado para Berlim com a missão de ajudar na deserção de um importante coronel da KGB que decidiu pedir asilo político para a Inglaterra. Palmer deverá assim criar todo um plano para que o importante oficial russo possa atravessar a fronteira sem maiores problemas. A missão envolve espionagem e contra-espionagem e desde o começo se mostra extremamente perigosa para todos os envolvidos. Palmar porém não consegue, em nenhum momento, se convencer das sinceras razões do ex-chefe de espionagem soviético no lado oriental de Berlim. Para ele há algo mais envolvido em tudo isso e seu instinto sugere que tudo talvez não passe de uma grande armadilha montada pela famigerada KGB.
Comentários:
Os filmes de espionagem tiveram seu auge durante os anos 1960. O mundo vivia o ponto alto da guerra fria, das tensões entre o ocidente capitalista e o oriente comunista dominado por Moscou com mãos de ferro. E nenhum lugar do mundo retratava melhor essa tensão do que a Alemanha, em especial Berlim, dividida por um muro que separava os dois lados, com as ruas cheias de espiões de todos os países envolvidos nesse verdadeiro quebra-cabeças da diplomacia internacional. O roteiro baseado no romance escrito por Len Deighton se passa justamente no meio desse cenário. Isso porém não significa que você assistirá a um filme de James Bond ou algo parecido. O tom é bem mais realista. O espião interpretado por Michael Caine não tem nada de Bond, nenhum glamour e nenhum estilo. Com cara de nerd, de homem comum (como aliás é o mundo da espionagem verdadeira), ele chega em Berlim procurando não chamar a atenção de ninguém. Com nome e passaporte falsos, ele precisa contar até mesmo com a ajuda de um ladrão profissional e um sujeito misterioso, especialista em passar pessoas entre as fronteiras. Para levar o Coronel russo para o lado ocidental eles planejam literalmente colocar o velho em um caixão, montando-se um falso funeral para atravessar os postos de fronteira, sempre muito rigorosos e bem protegidos por tropas soviéticas. Para enrolar ainda mais o quadro geral ainda há a intervenção não prevista do serviço secreto de Israel que está em busca de criminosos de guerra nazistas. Enfim, um bom filme de espionagem rodado no tempo em que esse estilo cinematográfico estava mesmo em seu auge de sucesso de crítica e público. Uma boa dica para quem aprecia esse tipo de enredo.
Pablo Aluísio.
A Maldição do Espelho
Título no Brasil: A Maldição do Espelho
Título Original: The Mirror Crack'd
Ano de Produção: 1980
País: Inglaterra
Estúdio: G.W. Films, EMI Films
Direção: Guy Hamilton
Roteiro: Jonathan Hales, Barry Sandler
Elenco: Angela Lansbury, Rock Hudson, Elizabeth Taylor, Kim Novak, Geraldine Chaplin, Tony Curtis, Edward Fox
Sinopse:
Uma equipe de filmagem americana vai até a Inglaterra para produzir um filme. O diretor da produção caberá ao renomado cineasta Jason Rudd (Rock Hudson) que precisará lidar com vários problemas, entre eles duas estrelas que se odeiam (Taylor e Novak), um produtor inconsequente e irresponsável (Curtis) e um assassinato! Isso mesmo, durante a recepção para a equipe uma jovem inglesa aparece morta, ao que tudo indicado vítima de um envenenamento mortal! Mas afinal de contas, quais seriam as motivações para o crime e quem teria sido o autor da morte? Miss Marple (Lansbury) parece ter a chave para a solução do mistério.
Comentários:
Para quem aprecia cinema clássico esse filme é uma pequena preciosidade histórica. Se formos analisar o elenco perceberemos facilmente que a produção foi praticamente uma despedida de astros e estrelas que foram ícones do cinema americano nas décadas de 1950 e 1960 e que depois não voltariam a trabalhar juntos novamente. Assim temos os dois grandes galãs da era de ouro da Universal (Rock Hudson e Tony Curtis) ao lado de uma dupla de grandes estrelas do cinema americano (as maravilhosas Elizabeth Taylor e Kim Novak) que na tela representam... isso mesmo, duas grandes estrelas do passado que nutrem uma antipatia mútua! Como se trata de uma adaptação de um livro de Agatha Christie intitulado "The Mirror Crack'd from Side to Side" já podemos antever o que iremos encontrar pela frente: um mistério a ser desvendado, onde existem inúmeros suspeitos, todos com motivos suficientes fortes para cometerem um crime. Quem deverá descobrir a identidade do verdadeiro assassino é uma das personagens mais queridas do universo da escritora: a simpática velhinha Miss Marple (interpretada pela carismática Angela Lansbury, curiosamente usando maquiagem para parecer mais velha do que era na época). O resultado de tudo isso é um filme bem cuidado, bem produzido e com inegável sabor nostálgico para quem adora o cinema do passado. Rever todos esses grandes nomes sempre é um prazer renovado para o cinéfilo mais tradicionalista. A aparência de alguns desses mitos pode, em um primeiro momento, chocar o espectador. Todos, sem maiores exceções, mostram as marcas do tempo. Isso porém deve ser visto com elegância e sabedoria, afinal de contas eles envelheceram sim, mas também sobreviveram, mostrando que foram vencedores em suas respectivas carreiras. Assim temos um ótimo programa, a que eu particularmente recomendo bastante.
Pablo Aluísio.
Título Original: The Mirror Crack'd
Ano de Produção: 1980
País: Inglaterra
Estúdio: G.W. Films, EMI Films
Direção: Guy Hamilton
Roteiro: Jonathan Hales, Barry Sandler
Elenco: Angela Lansbury, Rock Hudson, Elizabeth Taylor, Kim Novak, Geraldine Chaplin, Tony Curtis, Edward Fox
Sinopse:
Uma equipe de filmagem americana vai até a Inglaterra para produzir um filme. O diretor da produção caberá ao renomado cineasta Jason Rudd (Rock Hudson) que precisará lidar com vários problemas, entre eles duas estrelas que se odeiam (Taylor e Novak), um produtor inconsequente e irresponsável (Curtis) e um assassinato! Isso mesmo, durante a recepção para a equipe uma jovem inglesa aparece morta, ao que tudo indicado vítima de um envenenamento mortal! Mas afinal de contas, quais seriam as motivações para o crime e quem teria sido o autor da morte? Miss Marple (Lansbury) parece ter a chave para a solução do mistério.
Comentários:
Para quem aprecia cinema clássico esse filme é uma pequena preciosidade histórica. Se formos analisar o elenco perceberemos facilmente que a produção foi praticamente uma despedida de astros e estrelas que foram ícones do cinema americano nas décadas de 1950 e 1960 e que depois não voltariam a trabalhar juntos novamente. Assim temos os dois grandes galãs da era de ouro da Universal (Rock Hudson e Tony Curtis) ao lado de uma dupla de grandes estrelas do cinema americano (as maravilhosas Elizabeth Taylor e Kim Novak) que na tela representam... isso mesmo, duas grandes estrelas do passado que nutrem uma antipatia mútua! Como se trata de uma adaptação de um livro de Agatha Christie intitulado "The Mirror Crack'd from Side to Side" já podemos antever o que iremos encontrar pela frente: um mistério a ser desvendado, onde existem inúmeros suspeitos, todos com motivos suficientes fortes para cometerem um crime. Quem deverá descobrir a identidade do verdadeiro assassino é uma das personagens mais queridas do universo da escritora: a simpática velhinha Miss Marple (interpretada pela carismática Angela Lansbury, curiosamente usando maquiagem para parecer mais velha do que era na época). O resultado de tudo isso é um filme bem cuidado, bem produzido e com inegável sabor nostálgico para quem adora o cinema do passado. Rever todos esses grandes nomes sempre é um prazer renovado para o cinéfilo mais tradicionalista. A aparência de alguns desses mitos pode, em um primeiro momento, chocar o espectador. Todos, sem maiores exceções, mostram as marcas do tempo. Isso porém deve ser visto com elegância e sabedoria, afinal de contas eles envelheceram sim, mas também sobreviveram, mostrando que foram vencedores em suas respectivas carreiras. Assim temos um ótimo programa, a que eu particularmente recomendo bastante.
Pablo Aluísio.
Assinar:
Postagens (Atom)