Já que estamos perto do Oscar, nada mais interessante do que conferir os filmes que estão concorrendo na categoria de Melhor Filme do ano. Um deles é justamente esse drama sobre morte, recomeço e redenção. A história se passa em uma cidade chamada Manchester (não a cidade inglesa, mas sim a americana). É justamente para lá que retorna Lee Chandler (Casey Affleck). Seu irmão falece, vítima de uma doença cardíaca, e ele precisa providenciar não apenas seu funeral, como também guiar o futuro de seu sobrinho daqui para frente. Lee não é exatamente o sujeito certo para ajudar na vida dos outros, já que sua própria vida é um caos desde que uma tragédia destruiu seu casamento alguns anos antes. Ele foi embora de Manchester justamente por causa dos traumas de um passado trágico, que ele prefere esquecer. Seu retorno assim não é algo que ele desejasse fazer. E para sua surpresa ele descobre no testamento de seu irmão que terá que, a partir de agora, cuidar do sobrinho pois se torna seu tutor legal. Como se isso não fosse ruim o bastante Lee ainda precisa lidar com sua ex-esposa, que ainda mora em Manchester, se casou novamente e tem um pequeno filho. Para ele, óbvio, tudo isso é péssimo!
Assim "Manchester by the Sea" se desenvolve. É um drama pesado, longo, mas também bastante humano, mostrando um sujeito comum, um trabalhador, que precisa superar um monte de coisas ruins que aconteceram em sua vida. O roteiro é bem escrito, ao estilo fragmentado. O espectador perceberá isso logo nas primeiras cenas. O diretor Kenneth Lonergan vai contando sua história usando vários flashbacks que vão surgindo sem aviso prévio. Tudo, de maneira em geral, vai se formando na própria mente de Lee, através de lembranças. Gostei desse estilo narrativo, pois é bem elegante. Esse filme foi produzido por Matt Damon que inclusive iria interpretar o personagem Lee. Isso só não aconteceu porque ele foi para a China filmar seu novo filme e não houve tempo suficiente para retornar aos Estados Unidos. Assim o próprio Damon escalou Casey Affleck para o papel, uma escolha que se mostrou muito acertada, por Casey tem esse estilo de cara comum, que nunca parece estar em paz consigo mesmo. Já Michelle Williams precisa repensar um pouco sua carreira. Não que ela esteja ruim em cena, pelo contrário, seu papel é um dos melhores dos últimos anos, o problema é que Michelle parece ter se especializado ultimamente em interpretar apenas mulheres sofridas, deprimidas, quase como uma imagem no cinema de sua vida real. Uma mudança de ares seria bem-vinda.
Manchester À Beira-Mar (Manchester by the Sea, Estados Unidos, 2016) Direção: Kenneth Lonergan / Roteiro: Kenneth Lonergan / Elenco: Casey Affleck, Michelle Williams, Kyle Chandler, Lucas Hedges / Sinopse: O filme "Manchester by the Sea" conta a história de Lee Chandler (Casey Affleck), um sujeito comum que precisa voltar para sua cidade natal Manchester para cuidar do funeral de seu irmão. Uma vez lá ele precisará enfrentar velhos traumas e fantasmas de seu próprio passado. Filme premiado no Globo de Ouro na categoria de Melhor Ator - Drama (Casey Affleck). Também indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Filme, Melhor Ator (Casey Affleck), Melhor Ator Coadjuvante (Lucas Hedges), Melhor Atriz Coadjuvante (Michelle Williams), Melhor Direção (Kenneth Lonergan) e Melhor Roteiro Original (Kenneth Lonergan).
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017
Ou Tudo, Ou Nada
Título no Brasil: Ou Tudo, Ou Nada
Título Original: The Full Monty
Ano de Produção: 1997
País: Estados Unidos, Inglaterra
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Peter Cattaneo
Roteiro: Simon Beaufoy
Elenco: Robert Carlyle, Tom Wilkinson, Mark Addy
Sinopse:
Um grupo de seis trabalhadores comuns resolve montar um show de nudez, com homens normais, sem músculos, sem nenhum grande atrativo. A situação incomum logo chama a atenção da sociedade e a imprensa que começa a dar destaque ao estranho evento! Filme indicado ao Globo de Ouro nas categorias de Melhor Filme - Comédia ou Musical. Filme premiado pelo Oscar na categoria de Melhor Música (Anne Dudley). Também indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Direção (Peter Cattaneo), Melhor Filme e Melhor Roteiro Original (Simon Beaufoy).
Comentários:
Filme que foi muito badalado, absurdamente badalado, pela crítica internacional. Isso levou o filme a ser indicado a prêmios importantes, sem nenhuma justificativa. E afinal do que se trata? Se trata basicamente de uma comédia muito simples, que explora apenas uma situação pretensamente divertida e engraçada: um bando de trabalhadores que resolvem ficar pelados para ganhar uma grana extra. Por serem totalmente diferentes dos profissionais strippers, com todos aqueles músculos e corpo cheio de óleo, eles acabam atraindo a atenção para si mesmos. É isso, nada mais, nada menos. No começo você ainda pode - fazendo muita força - dar algumas risadinhas amarelas. Depois vai ficando cansativo, cansativo e lá pelo final você vai ficar torcendo para o filme acabar logo. De bom mesmo apenas algumas cenas que exploram os problemas sociais da classe trabalhadora. Mesmo assim nem isso é muito trabalhado. Enfim, tudo muito fraco e muito superestimado. Pode ser dispensado sem maiores dificuldades.
Pablo Aluísio.
Título Original: The Full Monty
Ano de Produção: 1997
País: Estados Unidos, Inglaterra
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Peter Cattaneo
Roteiro: Simon Beaufoy
Elenco: Robert Carlyle, Tom Wilkinson, Mark Addy
Sinopse:
Um grupo de seis trabalhadores comuns resolve montar um show de nudez, com homens normais, sem músculos, sem nenhum grande atrativo. A situação incomum logo chama a atenção da sociedade e a imprensa que começa a dar destaque ao estranho evento! Filme indicado ao Globo de Ouro nas categorias de Melhor Filme - Comédia ou Musical. Filme premiado pelo Oscar na categoria de Melhor Música (Anne Dudley). Também indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Direção (Peter Cattaneo), Melhor Filme e Melhor Roteiro Original (Simon Beaufoy).
Comentários:
Filme que foi muito badalado, absurdamente badalado, pela crítica internacional. Isso levou o filme a ser indicado a prêmios importantes, sem nenhuma justificativa. E afinal do que se trata? Se trata basicamente de uma comédia muito simples, que explora apenas uma situação pretensamente divertida e engraçada: um bando de trabalhadores que resolvem ficar pelados para ganhar uma grana extra. Por serem totalmente diferentes dos profissionais strippers, com todos aqueles músculos e corpo cheio de óleo, eles acabam atraindo a atenção para si mesmos. É isso, nada mais, nada menos. No começo você ainda pode - fazendo muita força - dar algumas risadinhas amarelas. Depois vai ficando cansativo, cansativo e lá pelo final você vai ficar torcendo para o filme acabar logo. De bom mesmo apenas algumas cenas que exploram os problemas sociais da classe trabalhadora. Mesmo assim nem isso é muito trabalhado. Enfim, tudo muito fraco e muito superestimado. Pode ser dispensado sem maiores dificuldades.
Pablo Aluísio.
terça-feira, 21 de fevereiro de 2017
Aliados
Casablanca, Marrocos. II Guerra Mundial. O agente canadense Max Vatan (Brad Pitt) desce de paraquedas no meio do deserto para uma missão importante: assassinar o embaixador nazista na região. Para isso ele precisa contar com um disfarce e se torna o "marido" de outra agente, a francesa Marianne Beauséjour (Marion Cotillard), que trabalha para os alemães. O primeiro obstáculo a vencer é conseguir ter acesso ao embaixador e para isso eles precisam ser convidados para a festa de recepção dele, a ser celebrada dentro de alguns dias. Será que conseguirão? Assim começa esse novo filme estrelado pelo ator Brad Pitt. Logo nas primeiras cenas descobrimos as reais intenções do diretor Robert Zemeckis. Veterano, colecionador de sucessos de bilheteria (tais como os filmes da franquia "De Volta Para o Futuro"), ele aqui quis reproduzir o clima e o estilo dos antigos filmes clássicos de espionagem passados na II Guerra. A referência mais óbvia é justamente o próprio "Casablanca" de Michael Curtiz, considerado um dos melhores filmes de todos os tempos. Tentar atingir algo tão elevado? É óbvio que uma tentativa assim não teria muitas chances de dar certo.
E realmente o filme se perde em um aspecto essencial: seu roteiro! Desde o começo ficamos com aquela sensação ruim de que nada do que vemos na tela tem verossimilhança, nada é muito convincente. A paixão que nasce entre os dois protagonistas não convence, as cenas de ação (como o atentado ao embaixador alemão em Marrocos) também não convence e a guinada que o filme toma em determinado momento - de filme de espionagem para romance piegas - é ainda pior do que tudo isso. De repente o frio e objetivo agente interpretado por Pitt vira uma maridão apaixonado demais, piegas, bobão e... muito chato! Claro que haverá uma grande reviravolta para mudar isso, porém a que preço? A produção é luxuosa, os figurinos são realmente excelentes, porém isso é pouco para justificar esse roteiro cheio de problemas. Como eu escrevi, um dos problemas vem do fato do filme falhar ao tentar passar paixão entre os personagens interpretados pelo casal Brad Pitt e Marion Cotillard. Supostamente era para existir uma paixão avassaladora entre eles. O espectador porém nunca ficará convencido sobre isso. Ela ainda dá mostras de vivacidade, de ter uma personalidade mais envolvendo e cativante. Ele porém está muito mal em cena. Pitt desfila sua cara de tédio e preguiça por praticamente todos os momentos. Ele realmente está sorumbático. Na primeira parte do filme, quando ele precisa ser um agente mortal e calculista, isso até que ainda funciona, mas depois sua interpretação vai decaindo, ficando óbvio que ele não está muito interessado em atuar bem. O saldo final de tudo isso é que simplesmente não se consegue, nos dias atuais, se reviver o charme e a elegância daqueles antigos filmes. Isso é algo que se perdeu com o tempo. Não tem mais volta!
Aliados (Allied, Estados Unidos, 2016) Direção: Robert Zemeckis / Roteiro: Steven Knight / Elenco: Brad Pitt, Marion Cotillard, Jared Harris, Camille Cottin / Sinopse: Max Vatan (Brad Pitt) e Marianne Beauséjour (Marion Cotillard), dois agentes aliados no Marrocos ocupados por tropas nazistas, precisam cumprir uma missão perigosa: matar o embaixador alemão na região. Nesse meio tempo acabam se apaixonando um pelo outro. Filme indicado ao Oscar e ao BAFTA Awards na categoria de Melhor Figurino (Joanna Johnston).
Pablo Aluísio.
E realmente o filme se perde em um aspecto essencial: seu roteiro! Desde o começo ficamos com aquela sensação ruim de que nada do que vemos na tela tem verossimilhança, nada é muito convincente. A paixão que nasce entre os dois protagonistas não convence, as cenas de ação (como o atentado ao embaixador alemão em Marrocos) também não convence e a guinada que o filme toma em determinado momento - de filme de espionagem para romance piegas - é ainda pior do que tudo isso. De repente o frio e objetivo agente interpretado por Pitt vira uma maridão apaixonado demais, piegas, bobão e... muito chato! Claro que haverá uma grande reviravolta para mudar isso, porém a que preço? A produção é luxuosa, os figurinos são realmente excelentes, porém isso é pouco para justificar esse roteiro cheio de problemas. Como eu escrevi, um dos problemas vem do fato do filme falhar ao tentar passar paixão entre os personagens interpretados pelo casal Brad Pitt e Marion Cotillard. Supostamente era para existir uma paixão avassaladora entre eles. O espectador porém nunca ficará convencido sobre isso. Ela ainda dá mostras de vivacidade, de ter uma personalidade mais envolvendo e cativante. Ele porém está muito mal em cena. Pitt desfila sua cara de tédio e preguiça por praticamente todos os momentos. Ele realmente está sorumbático. Na primeira parte do filme, quando ele precisa ser um agente mortal e calculista, isso até que ainda funciona, mas depois sua interpretação vai decaindo, ficando óbvio que ele não está muito interessado em atuar bem. O saldo final de tudo isso é que simplesmente não se consegue, nos dias atuais, se reviver o charme e a elegância daqueles antigos filmes. Isso é algo que se perdeu com o tempo. Não tem mais volta!
Aliados (Allied, Estados Unidos, 2016) Direção: Robert Zemeckis / Roteiro: Steven Knight / Elenco: Brad Pitt, Marion Cotillard, Jared Harris, Camille Cottin / Sinopse: Max Vatan (Brad Pitt) e Marianne Beauséjour (Marion Cotillard), dois agentes aliados no Marrocos ocupados por tropas nazistas, precisam cumprir uma missão perigosa: matar o embaixador alemão na região. Nesse meio tempo acabam se apaixonando um pelo outro. Filme indicado ao Oscar e ao BAFTA Awards na categoria de Melhor Figurino (Joanna Johnston).
Pablo Aluísio.
Ouija: Origem do Mal
De tempos em tempos Hollywood consegue produzir bons novos filmes usando para isso apenas de velhas ideias. Um exemplo vem desse "Ouija: Origem do Mal". A premissa é simples: após a morte de seu marido, Alice Zander (Elizabeth Reaser) precisa ganhar a vida de algum jeito. Ela tem duas filhas para criar, um adolescente e uma garotinha de nove anos. Para isso ela arruma uma sala em sua casa para receber espíritos de pessoas falecidas, queridas de seus familiares. Claro que tudo é uma fraude, um "teatrinho" como ela gosta de dizer. O importante é ganhar dinheiro em cima das crenças dos outros.Os problemas começam quando ela compra um tabuleiro Ouija, muito popular nos Estados Unidos na década de 1960 (na mesma época em que a história do filme se passa). Esse "jogo" era usado para que os vivos pudessem se comunicar com os mortos. Só era necessário respeitar três regras básicas: 1. Nunca jogar sozinho. 2. Nunca jogar em um cemitério e 3. Sempre diga adeus no fim das sessões. Claro que uma vez colocadas as regras elas serão desrespeitadas pelos personagens, dando origem a um surto de manifestações sobrenaturais demoníacas que vão literalmente infernizar a vida de toda a família.
Para dar aquele jeitão de filme antigo, o diretor Mike Flanagan introduziu alguns pequenos elementos que vão passar até despercebidos por muitos espectadores. O logotipo da Universal Pictures que abre o filme é o mesmo que era utilizado antigamente pelo estúdio. Há "marcas" na película, algo comum em antigos projetores de cinema que informavam aos exibidores a hora de trocar os rolos dos filmes nos cinemas e por aí vai. Cinéfilos mais experientes certamente vão notar essas peculiaridades cinematográficas. No elenco eu destacaria, como não poderia deixar de ser, a atriz mirim Lulu Wilson que interpreta a garotinha possuída Doris! Ela impressiona ora parecendo inocente, ora mordaz, ora demoníaca, provando que talento realmente não tem idade. Ajudada por efeitos digitais bem oportunos (e nada gratuitos) para se contar esse enredo, ela se torna a alma do filme. O roteiro, como já escrevi, utiliza velhos elementos bem conhecidos dos fãs de terror (a casa com passado obscuro, a menina possuída, o padre exorcista, etc), mas tudo muito bem coordenado, nos lugares certos. Na parte final o filme derrapa um pouquinho, isso é verdade, mas quando isso acontece o espectador já foi presenteado com um dos bons filmes de terror do ano. Assim pude conferir que a boa recepção que teve por parte da crítica americana não foi em vão. É de fato um bom filme de horror, acima da média do que se vê por ai. Que venham outros com a mesma qualidade.
Ouija: Origem do Mal (Ouija: Origin of Evil, Estados Unidos, 2016) Direção: Mike Flanagan / Roteiro: Mike Flanagan / Elenco: Elizabeth Reaser, Lulu Wilson, Annalise Basso, Henry Thomas / Sinopse: Garotinha de nove anos é possuída por demônios após sua mãe comprar um tabuleiro Ouija e trazer para casa. Agindo de forma estranha, escrevendo em línguas estrangeiras, tendo surtos de possessão, ela chama a atenção do padre da escola católica onde estuda, dando origem a uma luta entre as forças do bem e do mal.
Pablo Aluísio.
Para dar aquele jeitão de filme antigo, o diretor Mike Flanagan introduziu alguns pequenos elementos que vão passar até despercebidos por muitos espectadores. O logotipo da Universal Pictures que abre o filme é o mesmo que era utilizado antigamente pelo estúdio. Há "marcas" na película, algo comum em antigos projetores de cinema que informavam aos exibidores a hora de trocar os rolos dos filmes nos cinemas e por aí vai. Cinéfilos mais experientes certamente vão notar essas peculiaridades cinematográficas. No elenco eu destacaria, como não poderia deixar de ser, a atriz mirim Lulu Wilson que interpreta a garotinha possuída Doris! Ela impressiona ora parecendo inocente, ora mordaz, ora demoníaca, provando que talento realmente não tem idade. Ajudada por efeitos digitais bem oportunos (e nada gratuitos) para se contar esse enredo, ela se torna a alma do filme. O roteiro, como já escrevi, utiliza velhos elementos bem conhecidos dos fãs de terror (a casa com passado obscuro, a menina possuída, o padre exorcista, etc), mas tudo muito bem coordenado, nos lugares certos. Na parte final o filme derrapa um pouquinho, isso é verdade, mas quando isso acontece o espectador já foi presenteado com um dos bons filmes de terror do ano. Assim pude conferir que a boa recepção que teve por parte da crítica americana não foi em vão. É de fato um bom filme de horror, acima da média do que se vê por ai. Que venham outros com a mesma qualidade.
Ouija: Origem do Mal (Ouija: Origin of Evil, Estados Unidos, 2016) Direção: Mike Flanagan / Roteiro: Mike Flanagan / Elenco: Elizabeth Reaser, Lulu Wilson, Annalise Basso, Henry Thomas / Sinopse: Garotinha de nove anos é possuída por demônios após sua mãe comprar um tabuleiro Ouija e trazer para casa. Agindo de forma estranha, escrevendo em línguas estrangeiras, tendo surtos de possessão, ela chama a atenção do padre da escola católica onde estuda, dando origem a uma luta entre as forças do bem e do mal.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017
O Nascimento de Uma Nação
O filme conta a história real de um escravo negro chamado Nat Turner. Ele viveu em Southampton, na Virgínia, sul dos Estados Unidos, no século XIX. Nascido e criado em uma fazenda de algodão ele poderia ter sido apenas um dos milhares de escravos que existiam nas extensas fazendas sulistas se não fosse por um detalhe que o diferenciava dos demais: ele aprendeu a ler e começou a estudar o evangelho. Naqueles tempos isso era extremamente raro pois a imensa maioria dos cativos eram analfabetos. Isso despertou a curiosidade dos demais fazendeiros brancos que começaram a pagar ao seu dono para levá-lo para pregar aos demais escravos da região.
Em um primeiro momento poderia até parecer que isso seria uma atitude caridosa dos donos de escravos, porém as intenções eram outras. Eles determinavam a Nat que ele apenas recitasse e ensinasse os trechos bíblicos que justificavam a escravidão, uma forma de amenizar e reprimir os desejos de rebelião dos escravos negros. Assim Nat nada mais era do que um instrumento a mais de dominação e repressão e não um verdadeiro pregador da mensagem bíblica. Aos poucos porém ele vai percebendo a deplorável situação de seus irmãos, muitos deles submetidos a torturas, castigos físicos e toda série de brutalidades que se possa imaginar. A partir desse ponto não é complicado imaginar o sentimento de revolta que acabou tomando conta de seus pensamentos e atos. Após ser brutalmente chicoteado, apenas por ter batizado um homem branco, Nat resolveu então liderar uma revolta de escravos, dando origem a um conflito sangrento que entrou para a história.
Esse é um excelente filme. Ele foi prejudicado nos Estados Unidos em seu lançamento porque o ator e diretor Nate Parker foi acusado de estupro, justamente na semana em que o filme chegava nos cinemas americanos. Isso fez com que a imprensa se concentrasse apenas nisso, deixando os méritos cinematográficos dessa produção completamente de lado. Uma pena. O filme conta uma história relevante, desconhecida até mesmo pelos negros americanos. Seria o resgate histórico da figura de Nat Turner, que apesar de ter escolhido os meios errados pela luta de sua causa, teve o importante papel de ser um dos pioneiros na busca pela liberdade dos escravos de sua época. Por fim um dado histórico estarrecedor: a história de Nat e sua rebelião serviram de justificativa para que uma lei fosse aprovada na Virgínia. Essa lei determinava que era proibido, a partir daquele momento, o ensino e aprendizado dos escravos negros, ou seja, era proibido ensinar a um escravo a ler e escrever. Tempos completamente obscuros eram aqueles.
O Nascimento de Uma Nação (The Birth of a Nation, Estados Unidos, 2016) Direção: Nate Parker / Roteiro: Nate Parker / Elenco: Nate Parker, Armie Hammer, Penelope Ann Miller / Sinopse: Nat Turner (Nate Parker) é um jovem escravo que decide liderar uma rebelião pela liberdade de seu povo no sul racista dos Estados Unidos do século XIX, dando origem a um verdadeiro banho de sangue entre negros e brancos. Filme indicado aos prêmios da African-American Film Critics Association (AAFCA) e Black Reel Awards.
Pablo Aluísio.
Em um primeiro momento poderia até parecer que isso seria uma atitude caridosa dos donos de escravos, porém as intenções eram outras. Eles determinavam a Nat que ele apenas recitasse e ensinasse os trechos bíblicos que justificavam a escravidão, uma forma de amenizar e reprimir os desejos de rebelião dos escravos negros. Assim Nat nada mais era do que um instrumento a mais de dominação e repressão e não um verdadeiro pregador da mensagem bíblica. Aos poucos porém ele vai percebendo a deplorável situação de seus irmãos, muitos deles submetidos a torturas, castigos físicos e toda série de brutalidades que se possa imaginar. A partir desse ponto não é complicado imaginar o sentimento de revolta que acabou tomando conta de seus pensamentos e atos. Após ser brutalmente chicoteado, apenas por ter batizado um homem branco, Nat resolveu então liderar uma revolta de escravos, dando origem a um conflito sangrento que entrou para a história.
Esse é um excelente filme. Ele foi prejudicado nos Estados Unidos em seu lançamento porque o ator e diretor Nate Parker foi acusado de estupro, justamente na semana em que o filme chegava nos cinemas americanos. Isso fez com que a imprensa se concentrasse apenas nisso, deixando os méritos cinematográficos dessa produção completamente de lado. Uma pena. O filme conta uma história relevante, desconhecida até mesmo pelos negros americanos. Seria o resgate histórico da figura de Nat Turner, que apesar de ter escolhido os meios errados pela luta de sua causa, teve o importante papel de ser um dos pioneiros na busca pela liberdade dos escravos de sua época. Por fim um dado histórico estarrecedor: a história de Nat e sua rebelião serviram de justificativa para que uma lei fosse aprovada na Virgínia. Essa lei determinava que era proibido, a partir daquele momento, o ensino e aprendizado dos escravos negros, ou seja, era proibido ensinar a um escravo a ler e escrever. Tempos completamente obscuros eram aqueles.
O Nascimento de Uma Nação (The Birth of a Nation, Estados Unidos, 2016) Direção: Nate Parker / Roteiro: Nate Parker / Elenco: Nate Parker, Armie Hammer, Penelope Ann Miller / Sinopse: Nat Turner (Nate Parker) é um jovem escravo que decide liderar uma rebelião pela liberdade de seu povo no sul racista dos Estados Unidos do século XIX, dando origem a um verdadeiro banho de sangue entre negros e brancos. Filme indicado aos prêmios da African-American Film Critics Association (AAFCA) e Black Reel Awards.
Pablo Aluísio.
Garotas Selvagens
Título no Brasil: Garotas Selvagens
Título Original: Wild Things
Ano de Produção: 1998
País: Estados Unidos
Estúdio: Mandalay Entertainment
Direção: John McNaughton
Roteiro: Stephen Peters
Elenco: Kevin Bacon, Matt Dillon, Neve Campbell, Denise Richards, Theresa Russell, Robert Wagner, Bill Murray
Sinopse:
O professor Sam Lombardo (Matt Dillon) é detido, acusado de ter estuprado uma aluna, Kelly Van Ryan (Denise Richards), de uma tradicional família da Flórida. O detetive Ray Duquette (Kevin Bacon) começa então a investigar o caso e encontra furos e histórias mal contadas. Mesmo com a testemunha de Suzie Toller (Neve Campbell), outra aluna, de origem humilde, ele acredita que a verdade não está com a versão que as garotas contam.
Comentários:
Nunca gostei muito desse filme, isso apesar de contar com um ótimo elenco, uma mistura esperta entre veteranos e estrelas jovens em ascensão. A tentativa de tornar tudo sensual em uma história de cobiça, luxuria e traição, só funciona em termos. Quando tudo desanda para a (quase) vulgaridade, o filme se perde bastante. É um filme curioso também porque foi produzido pelo ator Kevin Bacon que usou seu prestígio pessoal e amizades no meio cinematográfico para trazer gente como Robert Wagner e Bill Murray em pequenas pontas. Também foi o filme que transformou as gatinhas adolescentes Neve Campbell e Denise Richards em musas sensuais para os jovens dos anos 90. Pena que nenhuma delas acabou fazendo uma carreira mais consistente nos anos que viriam. Pelo visto, como costumava dizer John Lennon, um rostinho bonito só dura alguns anos, depois se não tiver talento dramático real a carreira entra em pane, levando todas elas para um ostracismo. Então é isso, hoje em dia "Wild Things" já nem parece mais tão selvagem, embora na época de seu lançamento tenha chamado bastante a atenção. Revisto, vale como mera curiosidade.
Pablo Aluísio.
Título Original: Wild Things
Ano de Produção: 1998
País: Estados Unidos
Estúdio: Mandalay Entertainment
Direção: John McNaughton
Roteiro: Stephen Peters
Elenco: Kevin Bacon, Matt Dillon, Neve Campbell, Denise Richards, Theresa Russell, Robert Wagner, Bill Murray
Sinopse:
O professor Sam Lombardo (Matt Dillon) é detido, acusado de ter estuprado uma aluna, Kelly Van Ryan (Denise Richards), de uma tradicional família da Flórida. O detetive Ray Duquette (Kevin Bacon) começa então a investigar o caso e encontra furos e histórias mal contadas. Mesmo com a testemunha de Suzie Toller (Neve Campbell), outra aluna, de origem humilde, ele acredita que a verdade não está com a versão que as garotas contam.
Comentários:
Nunca gostei muito desse filme, isso apesar de contar com um ótimo elenco, uma mistura esperta entre veteranos e estrelas jovens em ascensão. A tentativa de tornar tudo sensual em uma história de cobiça, luxuria e traição, só funciona em termos. Quando tudo desanda para a (quase) vulgaridade, o filme se perde bastante. É um filme curioso também porque foi produzido pelo ator Kevin Bacon que usou seu prestígio pessoal e amizades no meio cinematográfico para trazer gente como Robert Wagner e Bill Murray em pequenas pontas. Também foi o filme que transformou as gatinhas adolescentes Neve Campbell e Denise Richards em musas sensuais para os jovens dos anos 90. Pena que nenhuma delas acabou fazendo uma carreira mais consistente nos anos que viriam. Pelo visto, como costumava dizer John Lennon, um rostinho bonito só dura alguns anos, depois se não tiver talento dramático real a carreira entra em pane, levando todas elas para um ostracismo. Então é isso, hoje em dia "Wild Things" já nem parece mais tão selvagem, embora na época de seu lançamento tenha chamado bastante a atenção. Revisto, vale como mera curiosidade.
Pablo Aluísio.
domingo, 19 de fevereiro de 2017
Até o Último Homem
Título no Brasil: Até o Último Homem
Título Original: Hacksaw Ridge
Ano de Produção: 2016
País: Estados Unidos, Austrália
Estúdio: Icon Productions
Direção: Mel Gibson
Roteiro: Robert Schenkkan, Andrew Knight
Elenco: Andrew Garfield, Hugo Weaving, Vince Vaughn, Sam Worthington
Sinopse:
O filme conta a história real do soldado Desmond Doss (Andrew Garfield). Ele é um jovem adventista do sétimo dia que se alista no exército americano durante a Segunda Grande Guerra Mundial. Alegando objeção de consciência (de natureza religiosa), ele acaba se dispondo a ajudar os companheiros no campo de batalha, trabalhando como assistente médico, porém se recusa a pegar em armas para matar o inimigo. Inicialmente sua postura lhe traz muitos problemas, inclusive quase o levando à corte marcial, porém uma vez no front ele acaba se destacando por causa de sua bravura e coragem. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Filme, Melhor Ator (Andrew Garfield), Melhor Direção (Mel Gibson), Melhor Edição (John Gilbert), Melhor Mixagem de Som (Kevin O'Connell e Andy Wright) e Melhor Edição de Som (Robert Mackenzie e Andy Wright). Também indicado ao Globo de Ouro nas categorias de Melhor Filme - Drama, Melhor Ator (Andrew Garfield) e Melhor Direção - Drama (Mel Gibson). Filme vencedor do BAFTA Awards na categoria de Melhor Edição (John Gilbert).
Comentários:
"Hacksaw Ridge" parece ser o filme da redenção da carreira de Mel Gibson. Após anos de brigas e desavenças em Hollywood ele retorno ao topo, com um filme que é sucesso de bilheteria e crítica. Além disso conseguiu uma grande leva de indicações ao Oscar, mostrando que seu prestígio na Academia está de volta. De fato Gibson, que nunca foi bobo, acertou no alvo ao escolher a história certa para filmar. O que temos aqui é um dos capítulos mais curiosos e desconhecidos da guerra, a história de um pracinha que se recusava a lutar por causa de suas convicções religiosas. Nascido no interior dos Estados Unidos, ele se via obrigado por questões morais e patrióticas a ir para a guerra, mas uma vez no exército não admitia a possibilidade de matar o inimigo no campo de batalha. Acabou sendo enviado para uma das maiores carnificinas da guerra, na ilha de Okinawa, a porta de entrada para a invasão do Japão. Esse filme tem dois aspectos que merecem a atenção do espectador. Ele é basicamente dividido em dois atos. No primeiro somos apresentados à história pessoal de Desmond Doss antes dele seguir para a guerra, mostrando detalhes de sua vida pessoal, quando era apenas um civil. Nesse ato vemos um momento crucial na sua infância que o levou a se tornar uma pessoa bem religiosa, os problemas de relacionamento com seu pai (um homem corroído pela bebida e pelo fracasso) e o grande amor de sua vida, uma enfermeira do hospital de sua cidade.
No segundo ato, Doss finalmente entra para o exército. Sob o treinamento de um sargento durão chamado Howell (em boa interpretação de Vince Vaughn), ele tenta sobreviver aos desafios do campo de combate. A primeira parte do filme achei bem mediana, um tanto plastificada, principalmente pelos excessos de "bondadismo" (a síndrome do bonzinho) do protagonista. Ele não parece ser uma pessoa real (embora tenha existido de fato, como bem demonstrado nas cenas finais, onde há uma breve entrevista com ele). O grande mérito dessa produção vem no segundo ato, no campo de guerra, na dureza da batalha. Como diretor, Mel Gibson conseguiu produzir tomadas excelentes, cenas tão boas de combate assim não tinha visto desde "O Resgate do Soldado Ryan"! Não é à toa que o filme tem sido considerado um dos mais bem editados do ano, pois certamente a luta entre japoneses e americanos nas areias vulcânicas de Okinawa valem por todo o filme! Mesmo sob intenso bombardeio dos navios americanos, os soldados japoneses conseguiam sobreviver, por contar com uma extensa rede de túneis subterrâneos por toda a ilha. Tudo muito bem demonstrado em cena. Então é isso, certamente é um dos melhores filmes do ano, pois conta com excelente produção, direção e roteiro. Talvez fosse ainda melhor se Gibson tivesse investido ainda mais nas cenas de luta, mas do jeito que está passa longe de ser decepcionante. É sim um dos melhores trabalhos assinados por Gibson. Um dos filmes obrigatórios do próximo Oscar. Não deixe de assistir.
Pablo Aluísio.
Título Original: Hacksaw Ridge
Ano de Produção: 2016
País: Estados Unidos, Austrália
Estúdio: Icon Productions
Direção: Mel Gibson
Roteiro: Robert Schenkkan, Andrew Knight
Elenco: Andrew Garfield, Hugo Weaving, Vince Vaughn, Sam Worthington
Sinopse:
O filme conta a história real do soldado Desmond Doss (Andrew Garfield). Ele é um jovem adventista do sétimo dia que se alista no exército americano durante a Segunda Grande Guerra Mundial. Alegando objeção de consciência (de natureza religiosa), ele acaba se dispondo a ajudar os companheiros no campo de batalha, trabalhando como assistente médico, porém se recusa a pegar em armas para matar o inimigo. Inicialmente sua postura lhe traz muitos problemas, inclusive quase o levando à corte marcial, porém uma vez no front ele acaba se destacando por causa de sua bravura e coragem. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Filme, Melhor Ator (Andrew Garfield), Melhor Direção (Mel Gibson), Melhor Edição (John Gilbert), Melhor Mixagem de Som (Kevin O'Connell e Andy Wright) e Melhor Edição de Som (Robert Mackenzie e Andy Wright). Também indicado ao Globo de Ouro nas categorias de Melhor Filme - Drama, Melhor Ator (Andrew Garfield) e Melhor Direção - Drama (Mel Gibson). Filme vencedor do BAFTA Awards na categoria de Melhor Edição (John Gilbert).
Comentários:
"Hacksaw Ridge" parece ser o filme da redenção da carreira de Mel Gibson. Após anos de brigas e desavenças em Hollywood ele retorno ao topo, com um filme que é sucesso de bilheteria e crítica. Além disso conseguiu uma grande leva de indicações ao Oscar, mostrando que seu prestígio na Academia está de volta. De fato Gibson, que nunca foi bobo, acertou no alvo ao escolher a história certa para filmar. O que temos aqui é um dos capítulos mais curiosos e desconhecidos da guerra, a história de um pracinha que se recusava a lutar por causa de suas convicções religiosas. Nascido no interior dos Estados Unidos, ele se via obrigado por questões morais e patrióticas a ir para a guerra, mas uma vez no exército não admitia a possibilidade de matar o inimigo no campo de batalha. Acabou sendo enviado para uma das maiores carnificinas da guerra, na ilha de Okinawa, a porta de entrada para a invasão do Japão. Esse filme tem dois aspectos que merecem a atenção do espectador. Ele é basicamente dividido em dois atos. No primeiro somos apresentados à história pessoal de Desmond Doss antes dele seguir para a guerra, mostrando detalhes de sua vida pessoal, quando era apenas um civil. Nesse ato vemos um momento crucial na sua infância que o levou a se tornar uma pessoa bem religiosa, os problemas de relacionamento com seu pai (um homem corroído pela bebida e pelo fracasso) e o grande amor de sua vida, uma enfermeira do hospital de sua cidade.
No segundo ato, Doss finalmente entra para o exército. Sob o treinamento de um sargento durão chamado Howell (em boa interpretação de Vince Vaughn), ele tenta sobreviver aos desafios do campo de combate. A primeira parte do filme achei bem mediana, um tanto plastificada, principalmente pelos excessos de "bondadismo" (a síndrome do bonzinho) do protagonista. Ele não parece ser uma pessoa real (embora tenha existido de fato, como bem demonstrado nas cenas finais, onde há uma breve entrevista com ele). O grande mérito dessa produção vem no segundo ato, no campo de guerra, na dureza da batalha. Como diretor, Mel Gibson conseguiu produzir tomadas excelentes, cenas tão boas de combate assim não tinha visto desde "O Resgate do Soldado Ryan"! Não é à toa que o filme tem sido considerado um dos mais bem editados do ano, pois certamente a luta entre japoneses e americanos nas areias vulcânicas de Okinawa valem por todo o filme! Mesmo sob intenso bombardeio dos navios americanos, os soldados japoneses conseguiam sobreviver, por contar com uma extensa rede de túneis subterrâneos por toda a ilha. Tudo muito bem demonstrado em cena. Então é isso, certamente é um dos melhores filmes do ano, pois conta com excelente produção, direção e roteiro. Talvez fosse ainda melhor se Gibson tivesse investido ainda mais nas cenas de luta, mas do jeito que está passa longe de ser decepcionante. É sim um dos melhores trabalhos assinados por Gibson. Um dos filmes obrigatórios do próximo Oscar. Não deixe de assistir.
Pablo Aluísio.
Inimigo do Estado
Título no Brasil: Inimigo do Estado
Título Original: Enemy of the State
Ano de Produção: 1998
País: Estados Unidos
Estúdio: Touchstone Pictures
Direção: Tony Scott
Roteiro: David Marconi
Elenco: Will Smith, Gene Hackman, Jon Voight
Sinopse:
Robert Clayton Dean (Will Smith) é um jovem advogado que trabalhando na capital dos Estados Unidos, Washington D.C, acaba descobrindo, sem querer, uma conspiração envolvendo altos membros do governo americano na morte de um senador da república. Depois que toma conhecimento dos fatos ele se torna um alvo, um "inimigo do Estado", pois todos querem encobrir o plano de assassinato.
Comentários:
Tony Scott foi um bom diretor, um cineasta talentoso que conseguia aliar inteligência com o pior do cinemão pipoca americano de verão. Eis aqui um exemplo. O roteiro é muito bom, bem desenhado, com uma trama que ficaria bem em qualquer tipo de gênero cinematográfico. Para falar a verdade "Enemy of the State" só não é melhor porque afinal de contas foi produzido por Jerry Bruckheimer! Quem conhece o estilo desse produtor de Hollywood já sabe o que encontrará pela frente: cenas e mais cenas de ação, cada uma mais espetacular do que a outra, mas também todas elas sem um pingo de criatividade, apelando para clichês em todos os momentos. Assim o filme acabou se tornando um cabo de guerra entre Tony Scott, tentando desenvolver uma boa trama, e seu produtor Bruckheimer, apelando o tempo inteiro para perseguições, correrias, explosões e tiroteios. No meio de tudo surge o astro Will Smith, que acaba sendo eclipsado pelos excelentes veteranos Gene Hackman e Jon Voight. Nesses momentos você percebe a diferença entre um ator de verdade e uma estrelinha popular. Smith, coitado, não chega nem aos pés da classe de um Gene Hackman. Chega até mesmo a ser uma covardia o encontro entre eles. Então é basicamente isso. Um bom filme de ação, prejudicado apenas pela ganância de seu produtor, tentando fazer do filme o mais comercial possível. Entre mortos e feridos porém ainda consegue ser uma boa diversão.
Pablo Aluísio.
Título Original: Enemy of the State
Ano de Produção: 1998
País: Estados Unidos
Estúdio: Touchstone Pictures
Direção: Tony Scott
Roteiro: David Marconi
Elenco: Will Smith, Gene Hackman, Jon Voight
Sinopse:
Robert Clayton Dean (Will Smith) é um jovem advogado que trabalhando na capital dos Estados Unidos, Washington D.C, acaba descobrindo, sem querer, uma conspiração envolvendo altos membros do governo americano na morte de um senador da república. Depois que toma conhecimento dos fatos ele se torna um alvo, um "inimigo do Estado", pois todos querem encobrir o plano de assassinato.
Comentários:
Tony Scott foi um bom diretor, um cineasta talentoso que conseguia aliar inteligência com o pior do cinemão pipoca americano de verão. Eis aqui um exemplo. O roteiro é muito bom, bem desenhado, com uma trama que ficaria bem em qualquer tipo de gênero cinematográfico. Para falar a verdade "Enemy of the State" só não é melhor porque afinal de contas foi produzido por Jerry Bruckheimer! Quem conhece o estilo desse produtor de Hollywood já sabe o que encontrará pela frente: cenas e mais cenas de ação, cada uma mais espetacular do que a outra, mas também todas elas sem um pingo de criatividade, apelando para clichês em todos os momentos. Assim o filme acabou se tornando um cabo de guerra entre Tony Scott, tentando desenvolver uma boa trama, e seu produtor Bruckheimer, apelando o tempo inteiro para perseguições, correrias, explosões e tiroteios. No meio de tudo surge o astro Will Smith, que acaba sendo eclipsado pelos excelentes veteranos Gene Hackman e Jon Voight. Nesses momentos você percebe a diferença entre um ator de verdade e uma estrelinha popular. Smith, coitado, não chega nem aos pés da classe de um Gene Hackman. Chega até mesmo a ser uma covardia o encontro entre eles. Então é basicamente isso. Um bom filme de ação, prejudicado apenas pela ganância de seu produtor, tentando fazer do filme o mais comercial possível. Entre mortos e feridos porém ainda consegue ser uma boa diversão.
Pablo Aluísio.
sábado, 18 de fevereiro de 2017
Dominação
Título no Brasil: Dominação
Título Original: Incarnate
Ano de Produção: 2016
País: Estados Unidos
Estúdio: Blumhouse Productions
Direção: Brad Peyton
Roteiro: Ronnie Christensen
Elenco: Aaron Eckhart, Carice van Houten, Catalina Sandino Moreno
Sinopse:
Dr. Ember (Aaron Eckhart) trabalha com exorcismos de pessoas possuídas pelo demônio. Só que ele não é um exorcista comum. Procurando expulsar essas entidades apenas com a ciência, ele não quer saber do lado religioso de sua função. No fundo ele nem acredita em deuses ou demônios. Quando um garotinho é possuído por um membro das fileiras de Satã, uma representante da Igreja Católica resolve contratar Ember para expulsar o diabo do corpo da criança. O que Ember não sabe é que o tal espírito demoníaco é um velho conhecido seu!
Comentários:
"Incarnate" é uma enorme bobagem! Não tem outra definição. No filme os padres e os membros da Igreja Católica precisam contratar os serviços de um exorcista freelancer para fazer o que seria basicamente o trabalho deles! E o protagonista Dr. Ember é um sujeito mal encarado, cadeirante e com traumas, que literalmente entra na mente das pessoas possuídas para sair na porrada com os demônios que encontra pela frente! Nada é sutil, nada é bem trabalhado no roteiro, não existe lugar para o místico, para o suspense, tudo é feito assim, na base da pancadaria. Os dias de "O Exorcista" realmente ficaram para trás... O curioso é que o Dr. Ember perdeu mulher e filho em um acidente de carro causado justamente pelo demônio que agora reencontra, dominando a mente e a alma de uma criança. Usando de métodos científicos fora do comum (como as tais experiência de quase morte) ele consegue entrar na mente dos possuídos e uma vez lá dentro parte para a briga! Sinceramente, que bobagem sem tamanho. Quer dizer que para combater o diabo o exorcista tem que usar de ainda mais ódio e ira? Não me parece ser uma boa fórmula para expulsar a diabada, sinceramente. Aaron Eckhart é um ator bacana, mas nem ele resiste a tamanha bobagem! No saldo geral é realmente um dos filmes de terror mais decepcionantes do ano! O incrível é saber que esse filme encontrou espaço no circuito comercial de cinemas no Brasil, enquanto outros filmes, bem mais interessantes e bem feitos, jamais serão lançados nos cinemas brasileiros. Tem algo muito errado aí...
Pablo Aluísio.
Título Original: Incarnate
Ano de Produção: 2016
País: Estados Unidos
Estúdio: Blumhouse Productions
Direção: Brad Peyton
Roteiro: Ronnie Christensen
Elenco: Aaron Eckhart, Carice van Houten, Catalina Sandino Moreno
Sinopse:
Dr. Ember (Aaron Eckhart) trabalha com exorcismos de pessoas possuídas pelo demônio. Só que ele não é um exorcista comum. Procurando expulsar essas entidades apenas com a ciência, ele não quer saber do lado religioso de sua função. No fundo ele nem acredita em deuses ou demônios. Quando um garotinho é possuído por um membro das fileiras de Satã, uma representante da Igreja Católica resolve contratar Ember para expulsar o diabo do corpo da criança. O que Ember não sabe é que o tal espírito demoníaco é um velho conhecido seu!
Comentários:
"Incarnate" é uma enorme bobagem! Não tem outra definição. No filme os padres e os membros da Igreja Católica precisam contratar os serviços de um exorcista freelancer para fazer o que seria basicamente o trabalho deles! E o protagonista Dr. Ember é um sujeito mal encarado, cadeirante e com traumas, que literalmente entra na mente das pessoas possuídas para sair na porrada com os demônios que encontra pela frente! Nada é sutil, nada é bem trabalhado no roteiro, não existe lugar para o místico, para o suspense, tudo é feito assim, na base da pancadaria. Os dias de "O Exorcista" realmente ficaram para trás... O curioso é que o Dr. Ember perdeu mulher e filho em um acidente de carro causado justamente pelo demônio que agora reencontra, dominando a mente e a alma de uma criança. Usando de métodos científicos fora do comum (como as tais experiência de quase morte) ele consegue entrar na mente dos possuídos e uma vez lá dentro parte para a briga! Sinceramente, que bobagem sem tamanho. Quer dizer que para combater o diabo o exorcista tem que usar de ainda mais ódio e ira? Não me parece ser uma boa fórmula para expulsar a diabada, sinceramente. Aaron Eckhart é um ator bacana, mas nem ele resiste a tamanha bobagem! No saldo geral é realmente um dos filmes de terror mais decepcionantes do ano! O incrível é saber que esse filme encontrou espaço no circuito comercial de cinemas no Brasil, enquanto outros filmes, bem mais interessantes e bem feitos, jamais serão lançados nos cinemas brasileiros. Tem algo muito errado aí...
Pablo Aluísio.
Pânico 2
Título no Brasil: Pânico 2
Título Original: Scream 2
Ano de Produção: 1997
País: Estados Unidos
Estúdio: Dimension Films
Direção: Wes Craven
Roteiro: Kevin Williamson
Elenco: Neve Campbell, Courteney Cox, David Arquette, Jada Pinkett Smith, Heather Graham
Sinopse:
Dois anos após os acontecimentos do primeiro filme Sidney Prescott (Neve Campbell) tenta retomar sua vida. Ela volta para a sua escola, Windsor College. Tudo vai bem até que as roupas que foram usadas pelo serial killer Ghostface desaparece. Primeiro todos pensam se tratar apenas de um trote de alunos querendo fazer brincadeiras de humor negro. Depois as coisas ficam mais sérias quando começa uma nova onda de crimes pelos corredores do colégio. Filme premiado no MTV Movie Awards na categoria de Melhor Atriz (Neve Campbell).
Comentários:
Diante da mediocridade do gênero terror nos anos 90 e diante do imenso sucesso do primeiro filme "Scream", alguém realmente tinha alguma dúvida de que uma sequência iria ser lançada nos cinemas? Obviamente não! Assim em 1997 chegou nas telas essa muito fraca continuação, tão fraca que sequer encontramos ânimo suficiente para começar a criticar, diante de tantos problemas. O roteiro é basicamente o mesmo, com estudantes de high school enfrentando problemas com o reaparecimento do serial killer conhecido como Ghostface. Mas afinal o que teria acontecido? Prenderam o assassino errado? Ou é apenas alguém se fazendo passar pelo criminoso, usando seus métodos tão conhecidos de matar? Não adianta perder muito tempo procurando por respostas pois esse "Pânico 2" é uma bobagem, uma mera tentativa de faturar mais alguns milhões nas bilheterias sem muito esforço - algo que efetivamente conseguiram pois o filme, que custou pouco mais de 20 milhões, acabou faturando 150 milhões de dólares em todo o mundo! Nada mal não é mesmo? Os produtores e executivos da Dimension Films certamente agradeceram aos fãs da franquia. Lucro rápido e fácil.
Pablo Aluísio.
Título Original: Scream 2
Ano de Produção: 1997
País: Estados Unidos
Estúdio: Dimension Films
Direção: Wes Craven
Roteiro: Kevin Williamson
Elenco: Neve Campbell, Courteney Cox, David Arquette, Jada Pinkett Smith, Heather Graham
Sinopse:
Dois anos após os acontecimentos do primeiro filme Sidney Prescott (Neve Campbell) tenta retomar sua vida. Ela volta para a sua escola, Windsor College. Tudo vai bem até que as roupas que foram usadas pelo serial killer Ghostface desaparece. Primeiro todos pensam se tratar apenas de um trote de alunos querendo fazer brincadeiras de humor negro. Depois as coisas ficam mais sérias quando começa uma nova onda de crimes pelos corredores do colégio. Filme premiado no MTV Movie Awards na categoria de Melhor Atriz (Neve Campbell).
Comentários:
Diante da mediocridade do gênero terror nos anos 90 e diante do imenso sucesso do primeiro filme "Scream", alguém realmente tinha alguma dúvida de que uma sequência iria ser lançada nos cinemas? Obviamente não! Assim em 1997 chegou nas telas essa muito fraca continuação, tão fraca que sequer encontramos ânimo suficiente para começar a criticar, diante de tantos problemas. O roteiro é basicamente o mesmo, com estudantes de high school enfrentando problemas com o reaparecimento do serial killer conhecido como Ghostface. Mas afinal o que teria acontecido? Prenderam o assassino errado? Ou é apenas alguém se fazendo passar pelo criminoso, usando seus métodos tão conhecidos de matar? Não adianta perder muito tempo procurando por respostas pois esse "Pânico 2" é uma bobagem, uma mera tentativa de faturar mais alguns milhões nas bilheterias sem muito esforço - algo que efetivamente conseguiram pois o filme, que custou pouco mais de 20 milhões, acabou faturando 150 milhões de dólares em todo o mundo! Nada mal não é mesmo? Os produtores e executivos da Dimension Films certamente agradeceram aos fãs da franquia. Lucro rápido e fácil.
Pablo Aluísio.
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