sábado, 16 de agosto de 2014

O Rapto do Menino Dourado

Título no Brasil: O Rapto do Menino Dourado
Título Original: The Golden Child
Ano de Produção: 1986
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Michael Ritchie
Roteiro: Dennis Feldman
Elenco: Eddie Murphy, J.L. Reate, Charles Dance

Sinopse:
Chandler Jarrell (Eddie Murphy) é um profissional especializado em encontrar crianças perdidas. Ele acaba sendo contratado para localizar um menino muito especial, um garotinho oriental que parece ter poderes incomuns. Filme indicado ao prêmio da Academy of Science Fiction, Fantasy & Horror Films na categoria Melhor Filme de Fantasia.

Comentários:
É curioso como em certas ocasiões acabamos criando vínculos emocionais com certos filmes, mesmo que eles passem longe de serem obras primas. Esse "The Golden Child" é um exemplo. Eu me lembro de quando aluguei essa fita VHS, imagine você! Incrível mas certos acontecimentos, por mais banais que sejam, acabam ficando gravados em nossa mente por anos e anos. No caso desse filme provavelmente fiquei com a memória por ter na época comprado um video cassete novo e ele foi um dos primeiros filmes que aluguei para assistir no novo aparelho. Pena que em termos de qualidade o filme não seja grande coisa. É bem produzido, tem uma bonita direção de arte recriando o mundo oriental, mas o roteiro é bem vazio e o enredo não vai para lugar nenhum. Na verdade é um capricho de Murphy que na época colecionava sucessos de bilheteria. Seu costumeiro carisma infelizmente não funciona nessa produção. No geral não chega a ser marcante a não ser que você tenha lembranças como a minha, construída ainda nos saudosos tempos do VHS. Fora isso é de mediano para fraco mesmo.

Pablo Aluísio.

Ray Donovan

Título no Brasil: Ray Donovan
Título Original: Ray Donovan
Ano de Produção: 2013 - 2014
País: Estados Unidos
Estúdio: Showtime
Direção: Tucker Gates, Michael Uppendahl   
Roteiro: Ann Biderman, David Hollander
Elenco: Liev Schreiber, Jon Voight

Sinopse:
Ray Donovan (Liev Schreiber) é um profissional especializado em encobrir e esconder o lado mais podre das celebridades de Hollywood. Usando de métodos pouco convencionais (e até ilegais) ele vai administrando crises causadas por artistas e atletas milionários que não querem ver seus nomes manchados nas páginas de tablóides sensacionalistas. Série premiada com o Globo de Ouro na categoria Melhor Ator Coadjuvante - Série Drama (Jon Voight). Também indicado ao mesmo prêmio na categoria Melhor Ator - Série Drama (Liev Schreiber).

Comentários:
Com um certo atraso comecei a acompanhar essa nova série dramática do canal Showtime (o mesmo de "Dexter" entre outros grandes sucessos da TV americana). O personagem principal é um sujeito que ganha a vida limpando a barra de atores e pessoas poderosas do show business. A série se passa em Los Angeles - Meca da indústria do entretenimento americano - e mostra a vida conturbada dos ricos e famosos. Assim Ray é o homem a se chamar quando se acorda ao lado de uma prostituta morta por overdose ou quando se é um ator popular de filmes de ação que se esconde no armário, pois é gay, adora sair com travestis e não pode ter sua imagem de "machão" arranhada. O episódio piloto me pareceu bastante seco e cru, o personagem Ray Donovan tem pouco carisma e parece sempre estar muito tenso e sério. O ator Liev Schreiber parece estressado o tempo todo. O destaque em termos de elenco vai para o veterano Jon Voight (que inclusive foi premiado com o Globo de Ouro por esse papel). Ele interpreta o pai do protagonista, um velho que sai da prisão após longos anos e que mais se parece com uma víbora pronta a atacar. No quadro geral, apesar da tensão reinante, vou continuar a acompanhar pois em se tratando de uma série dramática do canal Showtime não há como simplesmente ignorar.

Pablo Aluísio. 

Episódio Comentado:

Ray Donovan 1.02 - A Mouth Is a Mouth
Como se sabe Ray Donovan ganha a vida de uma forma diferente. Ele é pago para limpar a barra de astros de Hollywood que se envolvem em escândalos. Aqui nesse episódio ele tem que lidar com a chantagem de um travesti que filmou o grande astro do momento fazendo sexo oral com ele. Nos filmes o ator encarna heróis de ação enquanto que na sua vida privada se mostrou um apaixonado por travestis e homossexuais. Para não divulgar o vídeo comprometedor o sujeito exige um milhão de dólares. Donovan arma então uma cilada para virar o jogo, colocando o chantageador como chantageado. Na outra linha narrativa seu pai, Mickey (Jon Voight), decide ir conhecer seus netos e sua nora. Desde que saíra da prisão Donovan deixou claro que o queria longe de sua família, até porque o velho é envolvido em vários problemas com a lei. Após ficar cumprindo uma pena de 20 anos de cadeia ele quer conhecer a vida familiar de seu filho, obviamente tentando tirar algum proveito disso tudo. Segundo episódio dessa primeira temporada, onde o roteiro já desenvolve melhor todos os personagens, até porque não há mais a necessidade de apresentar um a um como no piloto. Ray, que nunca dá um sorriso, continua tenso e seu relacionamento com o pai se torna ainda mais explosivo, à beira do colapso. Destaque para a excelente presença do veterano Voight, sempre um ponto mais do que positivo em cada cena que surge. / Ray Donovan - A Mouth Is a Mouth (EUA, 2013) Direção: Allen Coulter / Roteiro: Ann Biderman / Elenco: Liev Schreiber, Paula Malcomson, Eddie Marsan, Jon Voight.

Pablo Aluísio. 

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Os Donos da Noite

Título no Brasil: Os Donos da Noite
Título Original: We Own the Night
Ano de Produção: 2007
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: James Gray
Roteiro: James Gray
Elenco: Joaquin Phoenix, Mark Wahlberg, Eva Mendes, Robert Duvall 

Sinopse:
Bobby Green (Joaquin Phoenix) é um gerente de uma boate em Nova Iorque que pertence a um rico e influente chefão da máfia russa instalada nos Estados Unidos. O problema básico de Green é que ele é de uma família de tiras que está inclusive de olho em seu patrão. E agora, como conciliar esses dois lados completamente opostos de sua vida? Filme indicado à Palma de Ouro em Cannes e ao César Awards na categoria Melhor Filme Estrangeiro.

Comentários:
Um belo filme que foi consagrado pela crítica francesa, a tal ponto que conseguiu uma honrosa indicação ao prêmio máximo do cinema europeu, a Palma de Ouro em Cannes. Com roteiro muito bem trabalhado e excelentes atuações (em especial Joaquin Phoenix, sempre muito talentoso e intenso), o filme resgata parte do clima nostálgico dos anos 1980, onde o enredo se passa. Para surpresa de muitos até mesmo o mediano (para não dizer sofrível) Mark Wahlberg consegue convencer. Assim a película logo se torna a mais significativa da carreira do cineasta James Gray, que havia se destacado bastante com seus dois filmes anteriores, "Fuga para Odessa" (com Tim Roth e Edward Furlong, onde também retratava uma família vivendo no submundo de Nova Iorque) e "Caminho Sem Volta" (curiosamente o primeiro que realizou em parceria com os atores Mark Wahlberg e Joaquin Phoenix). Esse "We Own the Night" inclusive pode ser considerado o desfecho de sua trilogia sobre as famílias criminosas de sua cidade do coração, a grande maçã, Nova Iorque. Um drama policial envolvente e acima da média que vale a pena conferir.

Pablo Aluísio.

O Justiceiro

Título no Brasil: O Justiceiro
Título Original: The Punisher
Ano de Produção: 1989
País: Estados Unidos, Austrália
Estúdio: New World Pictures
Direção: Mark Goldblatt
Roteiro: Boaz Yakin
Elenco: Dolph Lundgren, Louis Gossett Jr., Jeroen Krabbé

Sinopse:
Frank Castle (Dolph Lundgren) é um homem honrado e íntegro que acaba vendo sua família ser morta brutalmente e covardemente por um grupo insano de criminosos. Cansado da lentidão dos órgãos oficiais e sua ineficiência em punir os bandidos, ele resolve assumir a identidade de "Justiceiro", para limpar com as próprias mãos as ruas da escória da criminalidade, se tornando assim juiz, júri e executor desses assassinos.

Comentários:
Hoje em dia as adaptações dos personagens da Marvel geralmente envolvem milhões de dólares em mega produções dos principais estúdios de Hollywood. Bom, nos anos 80 a coisa era bem diferente. Veja o caso dessa primeira transposição do personagem Justiceiro ao cinema. Um filme de orçamento bem modesto, realizado com poucos recursos e produzido por um pequeno estúdio (nessa época a New World ainda era pequena e modesta). Para interpretar Frank Castle o ator Dolph Lundgren foi escalado. Não era a primeira vez que ele interpretava um personagem assim, pois não fazia muito tempo tinha encarnado o poderoso He-Man em "Mestres do Universo". O público porém o conhecia muito mais por causa de seu papel marcante do lutador soviético Drago em "Rocky IV". As fitas de Dolph Lundgren nem sempre encontravam espaço nos cinemas brasileiros, mas viravam sucesso de locações dentro do mercado VHS com o selo da Paris Filmes ou da América Vídeo. Assim "The Punisher" acabou seguindo o rastro de "Red Scorpion", lançado pouco antes, fazendo sucesso entre o público fã de fitas de ação estreladas pelo grandalhão de Estocolmo.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Epidemia

Título no Brasil: Epidemia
Título Original: Outbreak
Ano de Produção: 1995
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Wolfgang Petersen
Roteiro: Laurence Dworet, Robert Roy Pool
Elenco: Dustin Hoffman, Rene Russo, Morgan Freeman

Sinopse:
Um vírus mortal é descoberto no distante e isolado país africano do Zaire. A doença se mostra avassaladora, com alto índice de mortalidade. Para pesquisar e combater a nova ameaça um grupo de pesquisadores de alto nível é enviado para tentar controlar uma possível epidemia, o que colocaria em risco a vida de milhões de pessoas. Filme indicado ao prêmio da Academy of Science Fiction, Fantasy & Horror Films na categoria Melhor Filme de Ficção.

Comentários:
Fazendo outro passeio nos filmes dos anos 90 chegamos nesse "Epidemia". Por que é interessante relembrar dessa produção? Ora, diante dos recentes casos do vírus Ebola na África, muitos se perguntaram o que afinal de contas teria ocorrido na epidemia anterior do mesmo vírus, que chegou inclusive a dar origem a essa película? Pois é, simplesmente desapareceu. Nos anos 90 houve esse mesmo pânico sobre uma possível proliferação mundial do vírus Ebola, mas a doença, da mesma forma que apareceu rapidamente, também sumiu por anos e anos. Deixando de lado isso o que temos aqui é até um filme interessante como aventura científica (se é que esse estilo cinematográfico realmente exista de fato!). O elenco é liderado por  Dustin Hoffman, que já na época era considerado decadente (imagine, isso faz quase vinte anos!). Para dar uma certa credibilidade no enredo nada melhor do que trazer a dignidade ímpar de Morgan Freeman, muito embora ele não tenha muito o que fazer no meio da trama. Enfim é isso, em breve teremos novos filmes explorando o Ebola (já que Hollywood adora um oportunismo) apenas para nos lembrarmos que já passamos por tudo isso antes, como bem deixa claro esse "Outbreak"!

Pablo Aluísio.

Reação em Cadeia

Título no Brasil: Reação em Cadeia
Título Original: Chain Reaction
Ano de Produção: 1996
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Andrew Davis
Roteiro: Arne Schmidt, Rick Seaman
Elenco: Keanu Reeves, Morgan Freeman, Fred Ward, Rachel Weisz

Sinopse:
Pesquisas acabam descobrindo um excelente combustível, que não polui o meio ambiente e nem desgasta a natureza. Além disso pode ser retirado sem maiores custos e nem danos ambientais. Claro que algo assim logo desperta a atenção de grandes industriais, pois tal invenção pode tornar completamente obsoletos seus negócios milionários. Nesse jogo de interesses dois jovens pesquisadores acabam virando alvo de grupos criminosos.

Comentários:
Nos anos 1990 a tecnologia digital entrou de uma vez no cinema americana. De repente os estúdios entenderam que não havia mais limites para recriar nas telas qualquer tipo de situação ou universo próprio. Antes muitos roteiros eram arquivados por não haver tecnologia suficiente para tornar as situações concretas na tela. Com medo de ficarem ridículos os grandes estúdios simplesmente desistiam desses enredos. Isso porém mudou e muitos scripts foram desenterrados, como esse, que foi escrito ainda na época da guerra fria. Claro que foi necessário uma repaginada e atualização naquela velha estória, mas isso não era problema, o grande empecilho para sua realização era mesmo tornar as cenas verossímeis ao espectador. Assim que isso foi possível o filme foi realizado. Assistindo chegamos na conclusão que era melhor ele ter permanecido na gaveta mesmo. O enredo é quase surreal, meio sem pé e nem cabeça. Curiosamente contou com um bom elenco (O que diabos Morgan Freeman estava fazendo aqui mesmo?). Pena que no fritar dos ovos nada se salva, até porque é um projeto que só existe mesmo para explorar efeitos especiais digitais e nada mais. E nem precisa falar do inexpressivo canastrão Keanu Reeves, afinal de contas ele também está lá, só que não faz a menor diferença. Completamente obtuso.

Pablo Aluísio

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Murder in the First

Título no Brasil: Murder in the First
Título Original: Murder in the First
Ano de Produção: 2014
País: Estados Unidos
Estúdio: TNT
Direção: Jesse Bochco, Allison Anders
Roteiro: Steven Bochco, Alison Cross
Elenco: Taye Diggs, Kathleen Robertson, Richard Schiff

Sinopse:
Uma dupla de policiais do departamento de homicídios de San Francisco começa a investigar uma morte de um ex-detento. No começo as pistas parecem levar a um crime comum, mas logo descobrem que a vítima é pai de um famoso executivo do Vale do Silício, centro da indústria de tecnologia dos Estados Unidos.

Comentários:
A priori pensei que iria encontrar algo mais interessante pela frente. As séries policiais andam surpreendendo, inclusive "The Bridge" mas essa nova série do canal TNT passa muito longe disso. Achei convencional demais, quadradinha ao limite. Esse roteiro também me pareceu muito parecido com a última temporada de "Damages". Mas como eu já escrevi, esqueça comparações com esses seriados de ponta, "Murder in the First" não é nada original, instigante ou surpreendente. É aquele tipo de programa que se rende logo a todos os clichês que você possa imaginar. Para piorar o elenco é fraquinho. Kathleen Robertson, por exemplo, é uma velha conhecida dos fãs de séries. Uma boneca que até se destacou nos seriados juvenis dos anos 90 como "Barrados no Baile". Naquela época ela ainda soava como novidade, uma garota bonita com cara de modelo. Hoje em dia no papel de tira veterana simplesmente não cola, não dá. Infelizmente é isso, "Murder in the First" é outro prato requentado da programação televisiva americana. Melhor rever alguma outra excelente série do passado do que ver essa nova, sem novidade alguma.

Pablo Aluísio. 

Murder In The First 1.02 - The City of Sisterly Love
 Como eu já tinha comentado sobre o episódio piloto, a série Murder In The First ainda soa muito quadradinha para se destacar dentro do universo televisivo americano. Está muito próxima daquela definição pouco elogiosa que se usa no Brasil, o de "enlatado americano". Mesmo assim ainda tem espasmos de talento para que se siga em frente acompanhando toda semana um novo episódio. Em "The City of Sisterly Love" continua a investigação sobre a morte da comissária de bordo do jatinho de um daqueles jovens imbecis que fazem fortuna com a indústria da informática. 

A detetive Hildy Mulligan (Kathleen Robertson) quer provar que o garoto riquinho é o verdadeiro assassino pois está comprovado que ele tinha um caso amoroso com ela (obviamente tudo impulsionado por mero interesse pois uma loira linda daquelas jamais se apaixonaria por um idiota daquele naipe). A vontade de solucionar o assassinato é tanto que Mulligan decide até mesmo fingir um interesse no suspeito, saindo com ele para um jantar romântico, que no final se revela apenas uma manobra para conseguir seu DNA em um beijo! (pois é, acredite). Por enquanto o que ainda me mantém assistindo a essa séria é a beleza e carisma da atriz Kathleen Robertson, uma veterana da telinha desde os tempos em que interpretava a jovem Clare Arnold em "Barrados no Baile" lá nos agora distantes anos 1990. Foi sem dúvida a namoradinha platônica de muita gente boa que hoje está na casa dos seus trinta e tantos anos. Ela própria já é uma quarentona, vejam só como o tempo passa rápido. / Murder In The First - The City of Sisterly Love (EUA, 2014) Direção: Jesse Bochco / Roteiro: Steven Bochco, Eric Lodal  / Elenco: Taye Diggs, Kathleen Robertson, James Cromwell.

Pablo Aluísio,

O Melhor Pai do Mundo

Título no Brasil: O Melhor Pai do Mundo
Título Original: World's Greatest Dad
Ano de Produção: 2009
País: Estados Unidos
Estúdio: Magnolia Pictures
Direção: Bobcat Goldthwait
Roteiro: Bobcat Goldthwait
Elenco: Robin Williams, Daryl Sabara, Morgan Murphy

Sinopse:
Lance (Robin Williams) é um professor de meia idade que precisa lidar com seu filho, um adolescente muito problemático, grosseiro e vulgar. Viciado em pornografia alemã, ele acaba morrendo de forma acidental em seu quarto, durante uma estranha sessão de masturbação. Envergonhado pela morte do filho, Lance decide forjar um suicídio, mudando a cena de sua morte e escrevendo um bilhete de despedida que acaba comovendo as pessoas. Em pouco tempo o filho falecido começa a se tornar um ídolo dos jovens, apesar de tudo ser uma farsa montada por seu pai.

Comentários:
Esse filme voltou a ser bastante comentado após o suicídio de Robin Williams, isso porque o tema do roteiro gira exatamente em torno do suposto suícidio de um jovem que acaba se enforcando de forma acidental.  No roteiro tudo se torna uma grande farsa orquestrado por seu pai, justamente o papel interpretado por Williams. É uma daquelas películas que nunca conseguem cumprir seu potencial. Não é um drama pesado pois o diretor optou por realizar um filme mais leve que não fosse muito profundo. Também não pode ser considerado uma comédia, nem de humor negro. O personagem de Robin Williams é um professor de poesia (curiosamente a mesma profissão de um de seus personagens mais famosos do filme "Sociedade dos Poetas Mortos"). Ao contrário daquele porém, o professor Lance desse filme é um sujeito frustrado por ser um escritor rejeitado por todas as editoras do país. Quando seu filho morre de forma acidental ele resolve mudar isso e escreve um bilhete de suicídio para o filho e impressionado com o sucesso do texto acaba escrevendo todo um diário de seu falecido garoto que acaba virando best seller de vendas. No final a única coisa marcante do filme mesmo são dois pensamentos do personagem de Robin Williams que estão sendo disseminados nas redes sociais. Num desses pensamentos (na verdade uma linha retirada dos diálogos do filme) ele diz: "Eu pensava que a pior coisa que poderia acontecer a uma pessoa era morrer sozinho mas hoje entendi que a pior coisa mesmo é morrer acompanhado de pessoas que lhe fazem sentir sozinho". A outra é uma conclusão final do professor interpretado por Williams que diz: "O suicídio é uma solução permanente para problemas provisórios". Pena que o próprio Williams não seguiu esse interessante pensamento, que aliás é plenamente verdadeiro.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 12 de agosto de 2014

Gênio Indomável

Título no Brasil: Gênio Indomável
Título Original: Good Will Hunting
Ano de Produção: 1997
País: Estados Unidos
Estúdio: Miramax Films
Direção: Gus Van Sant
Roteiro: Matt Damon, Ben Affleck
Elenco: Robin Williams, Matt Damon, Ben Affleck, Minnie Driver 

Sinopse:
Will Hunting (Matt Damon) é um jovem cuja vida não lhe deu muitas oportunidades. Dotado de um Q.I. fora do normal ele leva sua vida entre um emprego medíocre e problemas com a lei. Apenas sua inteligência fora do normal poderá lhe tirar desse círculo vicioso sem maiores perspectivas. Sua visão de mundo porém mudará completamente ao conhecer Sean Maguire (Robin Williams), um sujeito com um raro talento para ajudar pessoas como ele. Filme vencedor dos Oscars de Melhor Ator Coadjuvante (Robin Williams) e Melhor Roteiro Original. Filme vencedor do Globo de Ouro na categoria Melhor Roteiro Original. Também premiado na categoria Melhor Ator Coadjuvante (Robin Williams) no Screen Actors Guild Awards.

Comentários:
Ontem o mundo se surpreendeu com a notícia da morte do ator Robin Williams. O mais chocante de tudo foi a forma como isso se deu. Seu aparente suicídio parece confirmar o mito do "palhaço triste", uma imagem que persiste, a de que todos aqueles que fazem do riso uma profissão no fundo escondem uma alma entristecida. O jeito extrovertido de ser seria apenas uma forma de esconder isso. Teorias à parte, o fato é que Williams não era apenas um comediante de mão cheia, mas também um ator dramático de muitos recursos, fruto de sua formação na prestigiada escola de arte Juilliard em Nova Iorque, onde estudou ao lado de Christopher Reeve, outro excelente ator. Um dos filmes em que ele teve mais espaço para demonstrar esse seu lado mais dramático foi justamente aqui nesse "Good Will Hunting". Nessa época ele já era um ator com muitos sucessos de bilheteria, mas mesmo assim resolveu apostar nesse projeto de dois garotos na indústria (Matt Damon e Ben Affleck) que ninguém conhecia e que queriam vender seu roteiro a algum produtor que estivesse disposto a bancar a ideia. Foi justamente a presença de Williams que tornou viável a produção dessa película, com orçamento bem modesto (meros 10 milhões de dólares). No fundo foi uma excelente aposta da Miramax que procurava focar em um público mais selecionado, cult. O resultado pelos prêmios e pela ótima bilheteria conquistada comprovam que de fato é um ótimo drama, apoiado em excelentes atuações. Assim deixamos nossa homenagem a Robin Williams, pois nada é mais reconfortante do que falar sobre aquilo que é justamente seu legado mais importante, sua obra cinematográfica.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Uma Luz na Escuridão

Título no Brasil: Uma Luz na Escuridão
Título Original: Shining Through
Ano de Produção: 1992
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: David Seltzer
Roteiro: Susan Isaacs, David Seltzer
Elenco: Michael Douglas, Melanie Griffith, Liam Neeson

Sinopse:
O ano é o de 1940, em plena segunda guerra mundial. Enquanto a Europa ferve no calor das bombas e dos tiros, Linda Voss (Melanie Griffith) se envolve em uma complexa rede de espionagens em Nova York, nas vésperas da entrada dos Estados Unidos na guerra. Filme indicado ao Framboesa de Ouro nas categorias de Pior Atriz (Melanie Griffith), Pior Ator (Michael Douglas), Pior Roteiro, Direção e Filme.

Comentários:
Um bom elenco que não consegue salvar um filme fora de época. Essa definição aliás é bem adequada já que "Shining Through" nada mais é do que uma tentativa de se fazer um filme com o sabor dos antigos clássicos de espionagem e guerra do passado, como os filmes realizados na década de 1940, apoiados fortemente em uma linguagem noir, com tramas complexas (e até confusas) em um mundo habitado por detetives de personalidade dúbia e mulheres fatais, que apenas aparentam fragilidade mas que na verdade são o começo da perdição de cada um que se envolva com elas. A tentativa de fazer algo ao velho estilo porém não funciona. Michael Douglas passa longe de ser seu pai Kirk Douglas, esse sim um símbolo daqueles anos. O pior acontece com Melanie Griffith que passa o filme inteiro em uma vã tentativa de imitar divas como Ava Gardner mas que no final só consegue ser matuta e sem classe, com aquela voz irritante e talento quase zero. Uma caricatura grotesca. Aliás "Uma Luz na Escuridão" é bem isso, uma película fake sem o charme dos antigos clássicos da era de ouro de Hollywood. Dispense com luvas de pelica.

Pablo Aluísio.