É curioso que Steven Spielberg tenha dado continuação ao seu grande sucesso de bilheteria “Caçadores da Arca Perdida”. Por essa época o cineasta não via com bons olhos seqüências de filmes de sucesso, tanto que chegou a declarar que odiava a idéia de um bom filme virar uma espécie de “franquia comercial” no cinema. Obviamente a raiva de Spielberg tinha endereço certo: as várias continuações (todas bem ruins) que o estúdio havia feito de “Tubarão”, um filme que Spielberg considerava sua obra prima, com roteiro fechado em si, sem possibilidade de se levar em frente. Claro que anos depois ele próprio mudaria de opinião e daria origem a muitas franquias com seu nome, principalmente como produtor executivo, mas por essa época o diretor ainda poderia ser considerado um purista e idealista da sétima arte (quando se tornou dono de estúdio Spielberg jogou fora tudo o que havia dito nesses anos). Pois bem, talvez por pressão do estúdio ou de seu amigo George Lucas o fato é que ele voltou para realizar a primeira seqüência de sua carreira: “Indiana Jones e o Templo da Perdição”. O arqueólogo mais famoso da história do cinema estava de volta às telas.
Assim que o filme chegou aos cinemas recebeu uma saraivada de críticas, pois os especialistas o consideraram violento demais para um público infanto-juvenil. Alguns anos atrás George Lucas reconheceu isso, de que a fita era realmente sangrenta além do que seria razoável. Atribuiu isso a problemas pessoais pelos quais passava enquanto escrevia a estória do filme. Segundo Lucas ele estava se divorciando de sua primeira esposa que estava levando quase tudo o que ele havia conquistado em anos e anos de trabalho e essa situação frustrante se refletiu em seu trabalho. Lucas escreveu cenas violentas, de cultos primitivos, onde pessoas tinham seu coração arrancado do peito, ainda batendo. “Era uma metáfora do que eu mesmo sentia” – explicou depois. Revisto hoje em dia “Indiana Jones e o Templo da Perdição” ainda se mostra uma boa película, com doses certas de ação e aventura, inclusive com cenas que se tornaram das mais lembradas da série mas em termos de comparação se torna bem inferior ao filme seguinte, “Indiana Jones e a Última Cruzada”. E de fato é bem violento, principalmente nas cenas de sacrifícios humanos, uma violência gratuita desnecessária. Analisando bem esse filme só não consegue ser pior do que “Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal” que é realmente péssimo. Também seria demais, convenhamos.
Indiana Jones e o Templo da Perdição (Indiana Jones and the Temple of Doom, Estados Unidos, 1984) Direção: Steven Spielberg / Roteiro: George Lucas, Willard Huyck, Gloria Katz / Elenco: Harrison Ford, Kate Capshaw, Jonathan Ke Quan / Sinopse: O arqueólogo Indiana Jones (Harrison Ford) vai até a índia em busca de uma mitológica pedra preciosa. Lá acaba se envolvendo em uma série de aventuras em palácios e lugares exóticos e misteriosos. Indicado ao Oscar de Melhor Trilha Sonora. Vencedor do Oscar de Melhores Efeitos Especiais.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 5 de junho de 2013
terça-feira, 4 de junho de 2013
Um Divã Para Dois
Após 30 anos de casamento a rotina, a monotonia e o marasmo se abatem sobre um casal comum. Todos os dias Arnold (Tommy Lee Jones) acorda, toma seu café da manhã, lê o jornal e vai para o trabalho. Na volta assiste ao seu programa favorito de esporte e vai dormir – em um quarto separado da esposa. No dia seguinte a mesma rotina, tudo igual, sem qualquer mudança. Kay (Meryl Streep), a esposa, começa a se sentir profundamente infeliz nessa rotina sem brilho, chata e desgastante. A paixão parece enterrada e para piorar o sexo inexiste. Há quatro anos eles não tem mais nenhuma vida intima. Desesperada ela resolve procurar por ajuda para salvar seu casamento e encontra o que procurava em um livro escrito por um especialista em terapia de casais. O autor, o Dr Feld (Steve Carell em personagem não humorístico), promete aparar as arestas para trazer a felicidade novamente ao leito conjugal. Para isso oferece em sua cidade natal no Maine uma terapia intensiva de casais. Inicialmente Kay tenta convencer seu marido a ir com ela até lá para o tratamento mas esse se recusa totalmente, até que no último minuto cede e segue viagem ao lado da esposa para tentar entender o que se passa em seu relacionamento de tantos anos.
A terapia começa e marido e mulher finalmente colocam todos os problemas em panos limpos numa série de sessões com o famoso terapeuta. Começa assim esse interessante filme chamado “Um Divã Para Dois”. Um roteiro muito inteligente, sensível, que mostra os perigos que rondam uma união que cai na rotina, na comodidade de uma vida no controle remoto. Esse tipo de argumento poderia facilmente cair na chatice se não fosse pelo inspirado casal central. Meryl Streep está ótima como uma esposa submissa, até tímida, mas que não consegue mais suportar a infelicidade de seu casamento. Já Tommy Lee Jones está perfeito no papel do rabugento e mal humorado marido que definitivamente não entende os anseios da esposa já que considera seu casamento igual a muitos outros, com filhos criados e três décadas de relacionamento. Para ele os altos e baixos são normais e o sexo acaba se tornando mesmo um mero detalhe depois de muitos anos juntos. Esse é o tipo de filme que deve ser recomendado para pessoas que estejam na mesma faixa etária do casal retratado no roteiro. Certamente em um ou outro aspecto se tornará familiar a esse público. Afinal de contas administrar um relacionamento por tantos anos pode ser bem mais complicado do que se pensa. No mais a grande conclusão dessa estória é bem mais simples de entender: procure valorizar sua companheira, entenda suas necessidades e desejos, antes que seja tarde demais.
Um Divã Para Dois (Hope Springs, Estados Unidos, 2012) Direção: David Frankel / Roteiro: Vanessa Taylor / Elenco: Meryl Streep, Tommy Lee Jones, Steve Carell, Jean Smart / Sinopse: Casal em crise após décadas de casamento resolve ir até o Maine para participar de uma terapia de casais. A intenção é entender o que anda errado no relacionamento para salvar o casamento de tantos anos.
Pablo Aluísio.
A terapia começa e marido e mulher finalmente colocam todos os problemas em panos limpos numa série de sessões com o famoso terapeuta. Começa assim esse interessante filme chamado “Um Divã Para Dois”. Um roteiro muito inteligente, sensível, que mostra os perigos que rondam uma união que cai na rotina, na comodidade de uma vida no controle remoto. Esse tipo de argumento poderia facilmente cair na chatice se não fosse pelo inspirado casal central. Meryl Streep está ótima como uma esposa submissa, até tímida, mas que não consegue mais suportar a infelicidade de seu casamento. Já Tommy Lee Jones está perfeito no papel do rabugento e mal humorado marido que definitivamente não entende os anseios da esposa já que considera seu casamento igual a muitos outros, com filhos criados e três décadas de relacionamento. Para ele os altos e baixos são normais e o sexo acaba se tornando mesmo um mero detalhe depois de muitos anos juntos. Esse é o tipo de filme que deve ser recomendado para pessoas que estejam na mesma faixa etária do casal retratado no roteiro. Certamente em um ou outro aspecto se tornará familiar a esse público. Afinal de contas administrar um relacionamento por tantos anos pode ser bem mais complicado do que se pensa. No mais a grande conclusão dessa estória é bem mais simples de entender: procure valorizar sua companheira, entenda suas necessidades e desejos, antes que seja tarde demais.
Um Divã Para Dois (Hope Springs, Estados Unidos, 2012) Direção: David Frankel / Roteiro: Vanessa Taylor / Elenco: Meryl Streep, Tommy Lee Jones, Steve Carell, Jean Smart / Sinopse: Casal em crise após décadas de casamento resolve ir até o Maine para participar de uma terapia de casais. A intenção é entender o que anda errado no relacionamento para salvar o casamento de tantos anos.
Pablo Aluísio.
Desejos
Produção requintada que reuniu mais uma vez dois dos grandes símbolos sexuais do cinema nas décadas de 80 e 90: Richard Gere e Kim Basinger. Eles já tinham atuado juntos antes em “Sem Perdão” (No Mercy, 1986) um filme muito mal sucedido que não agradou a ninguém, nem ao público e nem à crítica. Era o momento errado uma vez que a carreira de Gere estava em sua pior fase, em uma época em que nenhuma produção que contasse com ele no elenco conseguia fazer sucesso. Em “Desejos” Gere já estava reconciliado com o êxito comercial. “Uma Linda Mulher” levantou de vez a carreira do astro que assumindo seus cabelos grisalhos estrelou um sucesso atrás do outro. Já Kim Basinger procurava por algo diferente, uma vez que seu papel em “Nove Semanas e Meia de Amor” havia marcado tanto sua carreira que ela não conseguia mais nenhum tipo de oferta que não fosse a de interpretar loiras sensuais e ousadas. O roteiro de “Desejos” vinha bem a calhar pois era bem diferente daquele tipo de personagem.
O enredo se passa em San Francisco. É lá que vive um renomado psiquiatra, o Dr. Isaac Barr (Richard Gere). Violando todos os códigos de ética da profissão ele acaba atravessando uma linha que jamais poderia ser desrespeitada na relação com seus pacientes. Em determinado momento ele começa a se envolver com assuntos privados de uma de suas clientes. Ela tem uma irmã que é casada com um homem violento e hostil, membro de uma quadrilha de bandidos. O médico acaba se apaixonando por ela e deseja que se separe o mais rápido possível. O problema é que nem tudo é o que aparenta ser. Após a morte do marido violento o médico começa a ser considerado como suspeito do crime, entrando em uma rede de assassinatos e mentiras do qual não consegue mais se desvencilhar. “Desejos” sofreu algumas pesadas críticas em seu lançamento pois alguns críticos acharam o filme pretensioso demais. Comparações com “Um Corpo Que Cai” foram feitas e a produção foi desacreditada. Bobagem, considero certamente um bom filme, com roteiro inteligente e clima de enredo sofisticado. Gere e Basinger estão bem em seus papéis e a direção segura de Phil Joanou mantém o interesse do espectador. Um filme que anda esquecido mas que merece ser redescoberto. Um bom momento na carreira de Richard Gere.
Desejos (Final Analysis, Estados Unidos, 1992) Direção: Phil Joanou / Roteiro: Robert Berger, Wesley Strick / Elenco: Richard Gere, Kim Basinger, Uma Thurman, Eric Roberts / Sinopse: Médico conceituado acaba se vendo envolvido numa rede de crimes e mentiras após se envolver com a irmã de uma de suas pacientes.
Pablo Aluísio.
O enredo se passa em San Francisco. É lá que vive um renomado psiquiatra, o Dr. Isaac Barr (Richard Gere). Violando todos os códigos de ética da profissão ele acaba atravessando uma linha que jamais poderia ser desrespeitada na relação com seus pacientes. Em determinado momento ele começa a se envolver com assuntos privados de uma de suas clientes. Ela tem uma irmã que é casada com um homem violento e hostil, membro de uma quadrilha de bandidos. O médico acaba se apaixonando por ela e deseja que se separe o mais rápido possível. O problema é que nem tudo é o que aparenta ser. Após a morte do marido violento o médico começa a ser considerado como suspeito do crime, entrando em uma rede de assassinatos e mentiras do qual não consegue mais se desvencilhar. “Desejos” sofreu algumas pesadas críticas em seu lançamento pois alguns críticos acharam o filme pretensioso demais. Comparações com “Um Corpo Que Cai” foram feitas e a produção foi desacreditada. Bobagem, considero certamente um bom filme, com roteiro inteligente e clima de enredo sofisticado. Gere e Basinger estão bem em seus papéis e a direção segura de Phil Joanou mantém o interesse do espectador. Um filme que anda esquecido mas que merece ser redescoberto. Um bom momento na carreira de Richard Gere.
Desejos (Final Analysis, Estados Unidos, 1992) Direção: Phil Joanou / Roteiro: Robert Berger, Wesley Strick / Elenco: Richard Gere, Kim Basinger, Uma Thurman, Eric Roberts / Sinopse: Médico conceituado acaba se vendo envolvido numa rede de crimes e mentiras após se envolver com a irmã de uma de suas pacientes.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 3 de junho de 2013
A Jóia do Nilo
Já que “Tudo Por Uma Esmeralda” se tornou um grande sucesso de bilheteria sua continuação viria mais cedo ou mais tarde, era apenas uma questão de tempo. Afinal de contas em Hollywood nada se desperdiça, até filmes que não dão margem a seqüências acabam ganhando novas produções, tudo obviamente em busca de gordas bilheterias. Michael Douglas não queria voltar ao personagem do aventureiro cínico Jack T. Colton. Em entrevistas na época o ator explicou que fazer o primeiro filme tinha sido muito divertido mas que aquilo certamente não era bem o caminho que ele queria seguir como intérprete sério. De fato Douglas estava obcecado em ganhar um Oscar para ser finalmente reconhecido dentro da indústria não apenas como um astro de sucesso mas também como um profissional respeitado no meio. Era óbvio que ele não chegaria nesse status interpretando personagens como Jack T. Colton, um “Indiana Jones” mais ácido e falastrão.
O estúdio porém não desistiu. As ofertas continuaram a chegar na mesa de Michael Douglas até o ponto em que a proposta, segundo as próprias palavras do ator “se tornou indecente”. O cachê era milionário! Com todo aquele dinheiro sobre a mesa Michael Douglas finalmente disse sim ao projeto. Também ganhou partes na bilheteria, caso o filme se tornasse um novo sucesso. De certa forma esse “A Jóia do Nilo” faz parte daquele tipo de continuação que conhecemos bem, ou seja, é um filme feito para ser igual ao primeiro, com mudanças pontuais aqui e acolá, para ficar tudo menos óbvio demais. Ao invés da estória se passar na América do Sul temos agora o casal de aventureiros na África, em busca novamente de uma jóia maravilhosa e rara, tal como acontecia na primeira aventura. O fã de “Tudo Por Uma Esmeralda” certamente não teve o que reclamar. As mesmas cenas ao estilo aventura em ambientes hostis estão presentes e o carisma do casal volta a funcionar em cena. Não é um grande filme, de fato é bem inferior ao primeiro, mas pelo menos mantém o clima divertido. E diversão é, em última análise, tudo o que esse filme queria proporcionar ao seu espectador. Missão cumprida então.
A Jóia do Nilo (The Jewel of the Nile, Estados Unidos, 1984) Direção: Lewis Teague / Roteiro: Mark Rosenthal, Lawrence Konner, Diane Thomas / Elenco: Michael Douglas, Kathleen Turner, Danny DeVito / Sinopse: O casal formado pelo aventureiro Jack T. Colton (Michael Douglas) e pela romancista Joan Wilder (Kathleen Turner) volta a viver grandes aventuras, só que dessa vez no norte da África.
Pablo Aluísio.
O estúdio porém não desistiu. As ofertas continuaram a chegar na mesa de Michael Douglas até o ponto em que a proposta, segundo as próprias palavras do ator “se tornou indecente”. O cachê era milionário! Com todo aquele dinheiro sobre a mesa Michael Douglas finalmente disse sim ao projeto. Também ganhou partes na bilheteria, caso o filme se tornasse um novo sucesso. De certa forma esse “A Jóia do Nilo” faz parte daquele tipo de continuação que conhecemos bem, ou seja, é um filme feito para ser igual ao primeiro, com mudanças pontuais aqui e acolá, para ficar tudo menos óbvio demais. Ao invés da estória se passar na América do Sul temos agora o casal de aventureiros na África, em busca novamente de uma jóia maravilhosa e rara, tal como acontecia na primeira aventura. O fã de “Tudo Por Uma Esmeralda” certamente não teve o que reclamar. As mesmas cenas ao estilo aventura em ambientes hostis estão presentes e o carisma do casal volta a funcionar em cena. Não é um grande filme, de fato é bem inferior ao primeiro, mas pelo menos mantém o clima divertido. E diversão é, em última análise, tudo o que esse filme queria proporcionar ao seu espectador. Missão cumprida então.
A Jóia do Nilo (The Jewel of the Nile, Estados Unidos, 1984) Direção: Lewis Teague / Roteiro: Mark Rosenthal, Lawrence Konner, Diane Thomas / Elenco: Michael Douglas, Kathleen Turner, Danny DeVito / Sinopse: O casal formado pelo aventureiro Jack T. Colton (Michael Douglas) e pela romancista Joan Wilder (Kathleen Turner) volta a viver grandes aventuras, só que dessa vez no norte da África.
Pablo Aluísio.
Gato de Botas
Esse milionário mercado de animações acaba de ganhar uma nova provável franquia. A Dreamworks já havia feito isso com a bem sucedida série de animações do Shrek e agora tenta transformar o Gato de Botas (que apareceu como coadjuvante em Shrek 2) em uma nova série de filmes independentes, caminhando com seus próprios passos. Ao que tudo indica deu certo uma vez que fez sucesso de público e critica. De fato temos aqui um bom produto, bem roteirizado, com ótimo timing de humor e um personagem bem carismático, à prova de falhas. Dublado pelo ator Antonio Banderas o felino conseguiu até mesmo uma inesperada indicação ao Globo de Ouro de melhor animação, uma surpresa para muitos certamente. Embora não tenha a mesma verve irônica e mordaz do que o Shrek o vôo solo do Gato de Botas agrada, não apenas às crianças mas aos pais também, ensinando também pequenas lições morais e de amizade aos pequeninos.
A trama aproveita a estória bem conhecida de João e o Pé de Feijão. Aqui o Gato de Botas tenta colocar as mãos nos famosos feijões mágicos que levará ele e seus companheiros até o castelo do gigante, onde reza a lenda existe uma ave que coloca ovos de ouro. Ao seu lado vão juntos outros bons personagens, todos bem desenvolvidos, como o “Ovo” Humpty (voz de Zach Galifianakis, o barbudinho de “Se Beber Não Case”) e uma gatinha esperta que também quer ter a chance de levar sua parte no tesouro (dublada pela atriz latina Salma Hayek). E por falar em latinidade a animação não se furta em mostrar toda a ginga e dança das mais tradicionais músicas espanholas. Outro que marca presença nos microfones de dublagem é o ator e diretor Billy Bob Thornton. Meio sumido das telas ele diverte bastante carregando no sotaque caipira do casca grossa Jack. Assim fica a recomendação de mais essa boa animação dos estúdios Dreamworks. Você certamente não se arrependerá de assistir.
Gato de Botas (Puss in Boots, Estados Unidos, 2011) Direção: Chris Miller / Roteiro: Charles Perrault, Tom Wheeler / Elenco (vozes): Antonio Banderas, Salma Hayek, Zach Galifianakis, Billy Bob Thornton / Sinopse: O Gato de Botas, seu amigo Ovo e gatinha Kitty tentam colocar as mãos no tesouro do gigante das nuvens.
Pablo Aluísio.
A trama aproveita a estória bem conhecida de João e o Pé de Feijão. Aqui o Gato de Botas tenta colocar as mãos nos famosos feijões mágicos que levará ele e seus companheiros até o castelo do gigante, onde reza a lenda existe uma ave que coloca ovos de ouro. Ao seu lado vão juntos outros bons personagens, todos bem desenvolvidos, como o “Ovo” Humpty (voz de Zach Galifianakis, o barbudinho de “Se Beber Não Case”) e uma gatinha esperta que também quer ter a chance de levar sua parte no tesouro (dublada pela atriz latina Salma Hayek). E por falar em latinidade a animação não se furta em mostrar toda a ginga e dança das mais tradicionais músicas espanholas. Outro que marca presença nos microfones de dublagem é o ator e diretor Billy Bob Thornton. Meio sumido das telas ele diverte bastante carregando no sotaque caipira do casca grossa Jack. Assim fica a recomendação de mais essa boa animação dos estúdios Dreamworks. Você certamente não se arrependerá de assistir.
Gato de Botas (Puss in Boots, Estados Unidos, 2011) Direção: Chris Miller / Roteiro: Charles Perrault, Tom Wheeler / Elenco (vozes): Antonio Banderas, Salma Hayek, Zach Galifianakis, Billy Bob Thornton / Sinopse: O Gato de Botas, seu amigo Ovo e gatinha Kitty tentam colocar as mãos no tesouro do gigante das nuvens.
Pablo Aluísio.
Velozes e Furiosos 6
E lá vamos nós de novo... eis aqui o sexto filme da franquia “Velozes e Furiosos” que está chegando aos cinemas brasileiros. A essa altura do campeonato ninguém pensaria que essa série fosse tão longe mas os sucessivos sucessos de bilheteria das continuações não deixam tudo acabar. O curioso é que a cada filme os roteiristas tentam superar o anterior e assim os enredos vão ficando cada vez mais alucinados, cada vez mais inverossímeis e mentirosos a tal ponto que se por acaso houver um “Velozes e Furiosos 7” eu sinceramente não sei onde isso tudo vai parar. Bom, depois do último filme rodado no Rio todos os membros da equipe de Dominic Toretto (Vin Diesel) e Brian O'Conner (Paul Walker) estão ricos e aposentados e nem pensam mais em voltar ao velho ritmo. Brian, por exemplo, agora está curtindo uma de paizão ao lado da mulher. As coisas começam a mudar quando um agente do governo (interpretado pelo The Rock em pessoa, Dwayne Johnson) resolve contatar Toretto para que ele volte à ativa. Até porque se isso não acontecesse não haveria mais filme nenhum, não é mesmo?
A intenção agora é ajudar o governo a colocar as mãos em Shaw (Luke Evans), um ex-militar que tenta chantagear o mundo com uma guerra eletrônica, o que arruinaria todos os principais sistemas de comunicação, deixando as populações à mercê de ataques terroristas. Para convencer Toretto a voltar com sua equipe ele mostra uma foto recente de Letty (Michelle Rodriguez), que até aquele momento era dada como morta! Ela agora está ao lado de Shaw, numa situação complicada de se entender. Para tentar desvendar esse mistério, todo o grupo volta ao campo de batalha! Com cenas rodadas principalmente em Londres “Velozes e Furiosos 6” acelera mesmo é nas situações mais exageradas de toda a franquia. Até os carros deixaram de ser suficientes e as perigosas cenas de corrida agora contam até com tanques russos de última geração. Como se isso não bastasse há ainda uma cena final com um enorme cargueiro Tupolev russo que Brian, Toretto e cia tentam impedir de decolar. A edição é fora do controle, nervosa, sem freios. No meio de tanta correria os furos do roteiro (eles existem aos montes) vão até mesmo perdendo a importância. No fundo “Velozes e Furiosos 6” se contenta apenas em agradar os fãs da franquia (e não propriamente em mudar a opinião de quem odeia a série), por isso se você se enquadra no primeiro grupo pode ir ao cinema sem medo de se decepcionar. Já os que nunca engoliram essa franquia, bom, não será nesse sexto filme que irão começar a gostar de tudo. Melhor ficar o mais longe possível.
Velozes & Furiosos 6 (Fast & Furious 6, Estados Unidos, 2013) Direção: Justin Lin / Roteiro: Chris Morgan, Gary Scott Thompson / Elenco: Vin Diesel, Paul Walker, Dwayne Johnson, Luke Evans, Michelle Rodriguez / Sinopse: Para impedir que um ex-militar comece uma verdadeira guerra eletrônica contra os principais meios de comunicação do mundo um policial se une a um grupo de criminosos.
Pablo Aluísio.
A intenção agora é ajudar o governo a colocar as mãos em Shaw (Luke Evans), um ex-militar que tenta chantagear o mundo com uma guerra eletrônica, o que arruinaria todos os principais sistemas de comunicação, deixando as populações à mercê de ataques terroristas. Para convencer Toretto a voltar com sua equipe ele mostra uma foto recente de Letty (Michelle Rodriguez), que até aquele momento era dada como morta! Ela agora está ao lado de Shaw, numa situação complicada de se entender. Para tentar desvendar esse mistério, todo o grupo volta ao campo de batalha! Com cenas rodadas principalmente em Londres “Velozes e Furiosos 6” acelera mesmo é nas situações mais exageradas de toda a franquia. Até os carros deixaram de ser suficientes e as perigosas cenas de corrida agora contam até com tanques russos de última geração. Como se isso não bastasse há ainda uma cena final com um enorme cargueiro Tupolev russo que Brian, Toretto e cia tentam impedir de decolar. A edição é fora do controle, nervosa, sem freios. No meio de tanta correria os furos do roteiro (eles existem aos montes) vão até mesmo perdendo a importância. No fundo “Velozes e Furiosos 6” se contenta apenas em agradar os fãs da franquia (e não propriamente em mudar a opinião de quem odeia a série), por isso se você se enquadra no primeiro grupo pode ir ao cinema sem medo de se decepcionar. Já os que nunca engoliram essa franquia, bom, não será nesse sexto filme que irão começar a gostar de tudo. Melhor ficar o mais longe possível.
Velozes & Furiosos 6 (Fast & Furious 6, Estados Unidos, 2013) Direção: Justin Lin / Roteiro: Chris Morgan, Gary Scott Thompson / Elenco: Vin Diesel, Paul Walker, Dwayne Johnson, Luke Evans, Michelle Rodriguez / Sinopse: Para impedir que um ex-militar comece uma verdadeira guerra eletrônica contra os principais meios de comunicação do mundo um policial se une a um grupo de criminosos.
Pablo Aluísio.
Acredite em Lobisomens
Pois é, acredite, esse filme existe! É uma produção canadense que tenta revitalizar o desgastado monstro. Antes de qualquer coisa vamos ao enredo: dois adolescentes começam a desconfiar do novo vizinho. Apesar de pilotar uma moto potente e ter um visual bonitão ele também desperta suspeitas, principalmente porque todas as garotas que entram em sua casa não são mais vistas. A situação se torna insustentável depois que Loren (Nina Dobrev), usando um telescópio amador, vê uma das jovens sendo mortas por ele. A partir daí ela tenta de tudo, inclusive chamando a policia mas não há rastros e sinais das vitimas. Desesperada ela vai até o encontro de um astro da tv, um caçador famoso que apresenta um popular programa televisivo prestes a ser cancelado. O problema é que apesar de posar de grande aventureiro na telinha ele é na verdade apenas um canastrão! E agora, como Loren irá enfrentar o terrível monstro que mora ao lado?
Veja bem, se você é um expert em filmes de terror já deve ter notado alguma coisa estranha na sinopse acima! Pois bem, tente trocar o lobisomem por um vampiro no roteiro acima e o que essa estória vai lhe lembrar? Isso mesmo, “A Hora do Espanto”! Esse foi um das cópias mais descaradas que já vi em toda a minha vida de cinéfilo, um plágio mal disfarçado de um dos filmes de terror mais famosos dos anos 80, uma vergonha senhoras e senhores. Junte a isso o fato do elenco ser todo formado por estrelinhas de seriados e você vai começar a entender e sentir o tamanho do absurdo. A vizinha adolescente bisbilhoteira é interpretada por Nina Dobrev, sim, ela mesma, a Elena Gilbert da série popular série teen “The Vampire Diaries”. Bem jovem ela já mostrava todos os seus maneirismos que usaria depois na série da Warner. Já o “grande caçador branco” é interpretado por Kevin Sorbo! Não lembra dele? Ora, é o Hercules, daquela série que passava no SBT (da mesma produtora de Xena – a Princesa Guerreira!). Ainda bem que os efeitos especiais não são apenas digitais (bem ruins, por sinal). O que salva tudo no final nesse campo é o uso também de efeitos analógicos, com uso de animatronics (muito popular nos anos 80). Mas isso é pouco no final de contas. “Acredite em Lobisomens” é mesmo terrível, no mal sentido da palavra.
Acredite em Lobisomens (Never Cry Werewolf, Canadá, 2008) Direção: Brenton Spencer / Roteiro: John Sheppard / Elenco: Nina Dobrev, Kevin Sorbo, Peter Stebbings / Sinopse: A vida de dois irmãos adolescentes muda completamente quando um novo vizinho se muda para a casa ao lado. Bonitão e com uma moto possante ele traz muitas jovens à sua casa mas elas nunca mais são vistas novamente.
Pablo Aluísio.
Veja bem, se você é um expert em filmes de terror já deve ter notado alguma coisa estranha na sinopse acima! Pois bem, tente trocar o lobisomem por um vampiro no roteiro acima e o que essa estória vai lhe lembrar? Isso mesmo, “A Hora do Espanto”! Esse foi um das cópias mais descaradas que já vi em toda a minha vida de cinéfilo, um plágio mal disfarçado de um dos filmes de terror mais famosos dos anos 80, uma vergonha senhoras e senhores. Junte a isso o fato do elenco ser todo formado por estrelinhas de seriados e você vai começar a entender e sentir o tamanho do absurdo. A vizinha adolescente bisbilhoteira é interpretada por Nina Dobrev, sim, ela mesma, a Elena Gilbert da série popular série teen “The Vampire Diaries”. Bem jovem ela já mostrava todos os seus maneirismos que usaria depois na série da Warner. Já o “grande caçador branco” é interpretado por Kevin Sorbo! Não lembra dele? Ora, é o Hercules, daquela série que passava no SBT (da mesma produtora de Xena – a Princesa Guerreira!). Ainda bem que os efeitos especiais não são apenas digitais (bem ruins, por sinal). O que salva tudo no final nesse campo é o uso também de efeitos analógicos, com uso de animatronics (muito popular nos anos 80). Mas isso é pouco no final de contas. “Acredite em Lobisomens” é mesmo terrível, no mal sentido da palavra.
Acredite em Lobisomens (Never Cry Werewolf, Canadá, 2008) Direção: Brenton Spencer / Roteiro: John Sheppard / Elenco: Nina Dobrev, Kevin Sorbo, Peter Stebbings / Sinopse: A vida de dois irmãos adolescentes muda completamente quando um novo vizinho se muda para a casa ao lado. Bonitão e com uma moto possante ele traz muitas jovens à sua casa mas elas nunca mais são vistas novamente.
Pablo Aluísio.
domingo, 2 de junho de 2013
Bernardo e Bianca
Depois da morte de Walt Disney o seu estúdio, considerado o melhor do mundo em termos de animação, entrou em uma grande crise criativa. A idéia de lançar longas de animações anualmente foi de Disney, que investiu nisso por anos a fio. Um antigo sonho que ele transformou em realidade. Depois de sua morte os executivos da companhia resolveram levar em frente os ideais do fundador mas a realidade foi que sem a presença dele coordenando os trabalhos, os filmes animados foram ficando cada vez mais desinteressantes, sem brilho, nada marcantes. Essa fase de maré baixa durou muitos anos, só chegando ao fim praticamente no lançamento de “A Pequena Sereia”. Essa foi de fato uma animação que mudou os rumos do estúdio, o trazendo de volta ao topo (onde está até hoje). Isso porém não significa que durante os anos de crise não surgiu nada de interessante ou relevante no estúdio, longe disso.
Um exemplo de boa animação dos estúdios Disney nesse período fraco foi esse “Bernardo e Bianca”, que conseguiu romper o marasmo que vinha imperando dentro do estúdio, conseguindo novamente cativar o público (algo que há muitos anos não acontecia). Foi uma produção cara e complicada. Incomodada com as críticas dos filmes anteriores os estúdios resolveram adotar a filosofia de Walt Disney de trabalho duro e busca do perfeccionismo a todo custo. Para se ter uma idéia do esforço a produção durou longos quatro anos. Vários roteiristas se sucederam ao longo desse tempo e muitas modificações foram acrescentadas. Também houve uma inédita fusão entre animadores veteranos e jovens recém saídos dos cursos de arte, o que proporcionou à animação um sopro de ar fresco no que vinha se fazendo. Curiosamente muitos desses novos talentos iriam comandar a volta ao topo da Disney nos anos que viriam. O bom resultado nas bilheterias provou que o caminho era aquele mesmo. A Disney iria levar algum tempo ainda para criar outras obras primas (como “O Rei Leão” e a própria “A Pequena Sereia”) mas o trajeto de volta ao pico já estava traçado.
Bernardo e Bianca (The Rescuers, Estados Unidos, 1977) Direção: John Lounsbery, Wolfgang Reitherman / Roteiro: Margery Sharp, Larry Clemmons / Elenco (vozes): Bob Newhart, Eva Gabor, Geraldine Page / Sinopse: Dois ratinhos, Bernardo e Bianca, são designados por uma organização para salvar uma garotinha do outro lado do oceano que havia pedido por ajuda através de uma garrafa jogada ao mar. Juntos eles tentarão cumprir sua grande missão!
Pablo Aluísio.
Um exemplo de boa animação dos estúdios Disney nesse período fraco foi esse “Bernardo e Bianca”, que conseguiu romper o marasmo que vinha imperando dentro do estúdio, conseguindo novamente cativar o público (algo que há muitos anos não acontecia). Foi uma produção cara e complicada. Incomodada com as críticas dos filmes anteriores os estúdios resolveram adotar a filosofia de Walt Disney de trabalho duro e busca do perfeccionismo a todo custo. Para se ter uma idéia do esforço a produção durou longos quatro anos. Vários roteiristas se sucederam ao longo desse tempo e muitas modificações foram acrescentadas. Também houve uma inédita fusão entre animadores veteranos e jovens recém saídos dos cursos de arte, o que proporcionou à animação um sopro de ar fresco no que vinha se fazendo. Curiosamente muitos desses novos talentos iriam comandar a volta ao topo da Disney nos anos que viriam. O bom resultado nas bilheterias provou que o caminho era aquele mesmo. A Disney iria levar algum tempo ainda para criar outras obras primas (como “O Rei Leão” e a própria “A Pequena Sereia”) mas o trajeto de volta ao pico já estava traçado.
Bernardo e Bianca (The Rescuers, Estados Unidos, 1977) Direção: John Lounsbery, Wolfgang Reitherman / Roteiro: Margery Sharp, Larry Clemmons / Elenco (vozes): Bob Newhart, Eva Gabor, Geraldine Page / Sinopse: Dois ratinhos, Bernardo e Bianca, são designados por uma organização para salvar uma garotinha do outro lado do oceano que havia pedido por ajuda através de uma garrafa jogada ao mar. Juntos eles tentarão cumprir sua grande missão!
Pablo Aluísio.
Armadilha do Destino
Após um violento acidente de carro no meio de uma floresta remota um homem abre lentamente seus olhos. Ele certamente pouco entende o que está acontecendo. Olhando ao redor começa a perceber a situação em que se encontra. Sua perna está presa nas ferragens e um corpo jaz sem vida no banco de trás. Ao recobrar lentamente sua consciência ele começa a se perguntar quando ocorreu o acidente, como foi parar ali e o mais importante de tudo, quem ele é! Começa assim “Armadilha do Destino”, um filme diferente, com uma proposta bem ousada. Durante praticamente toda a narrativa vamos acompanhando o homem acidentado tentando achar um meio de sobreviver no meio daquela situação hostil. Primeiro ele tenta sair do carro onde se encontra. Depois começa a literalmente se arrastar pelo meio da selva em busca de socorro. De repente surge uma mulher em sua frente mas para seu desespero não passa de um delírio.
Para complicar ainda mais sua situação limite pequenos flashes de lembranças vão surgindo em sua mente. De inicio são apenas relances de memória mas no geral as imagens não são nada boas pois ao que tudo indica ele na realidade é um assaltante de bancos que após uma fuga espetacular da policia teve seu carro, junto aos comparsas, caindo ladeira abaixo no meio da mata fechada da região. Mas será que é isso mesmo? E como se tudo isso não fosse ruim o bastante a tal aparição da mulher que vai e volta no meio dos arbustos nada mais parece ser do que o espírito da mulher que ele matou no meio da ação criminosa. “Armadilha do Destino” não é um filme fácil que vai agradar a todos os públicos. No fundo temos aqui um roteiro conceitual, que a despeito de se desenrolar praticamente todo em apenas uma situação (o personagem principal tentando sobreviver no meio da floresta) ainda consegue desenvolver aspectos interessantes. Praticamente não há diálogos e na maior parte do tempo temos apenas Adrien Brody em cena. O filme também joga o tempo todo com a verdadeira identidade do “homem” (já que seu personagem também não tem nome). Basta isso para entender a proposta da produção. Assim se você estiver em busca de algo diferente, que fuja do lugar comum, então esse filme certamente pode ser uma boa opção.
Armadilha do Destino (Wrecked, Estados Unidos, 2010) Direção: Michael Greenspan / Roteiro: Christopher Dodd / Elenco: Adrien Brody, Caroline Dhavernas, Ryan Robbins / Sinopse: Após sofrer um grande acidente no meio de uma floresta remota e não lembrar de mais nada um homem tenta sobreviver à situação limite em que se encontra.
Pablo Aluísio.
Para complicar ainda mais sua situação limite pequenos flashes de lembranças vão surgindo em sua mente. De inicio são apenas relances de memória mas no geral as imagens não são nada boas pois ao que tudo indica ele na realidade é um assaltante de bancos que após uma fuga espetacular da policia teve seu carro, junto aos comparsas, caindo ladeira abaixo no meio da mata fechada da região. Mas será que é isso mesmo? E como se tudo isso não fosse ruim o bastante a tal aparição da mulher que vai e volta no meio dos arbustos nada mais parece ser do que o espírito da mulher que ele matou no meio da ação criminosa. “Armadilha do Destino” não é um filme fácil que vai agradar a todos os públicos. No fundo temos aqui um roteiro conceitual, que a despeito de se desenrolar praticamente todo em apenas uma situação (o personagem principal tentando sobreviver no meio da floresta) ainda consegue desenvolver aspectos interessantes. Praticamente não há diálogos e na maior parte do tempo temos apenas Adrien Brody em cena. O filme também joga o tempo todo com a verdadeira identidade do “homem” (já que seu personagem também não tem nome). Basta isso para entender a proposta da produção. Assim se você estiver em busca de algo diferente, que fuja do lugar comum, então esse filme certamente pode ser uma boa opção.
Armadilha do Destino (Wrecked, Estados Unidos, 2010) Direção: Michael Greenspan / Roteiro: Christopher Dodd / Elenco: Adrien Brody, Caroline Dhavernas, Ryan Robbins / Sinopse: Após sofrer um grande acidente no meio de uma floresta remota e não lembrar de mais nada um homem tenta sobreviver à situação limite em que se encontra.
Pablo Aluísio.
Chuck Berry – O Mito do Rock
Documentário em tom de celebração que homenageia um dos grandes pioneiros da história do rock, Chuck Berry. No palco, ao seu lado, fazendo aquilo que sabe de melhor, surgem grandes nomes como Keith Richards dos Rolling Stones, Eric Clapton e até Julian Lennon para tocar junto a esse grande músico e compositor, um sujeito que sem favor nenhum criou, ao lado de muitos outros nomes de peso, as bases estéticas do rock americano nos anos pioneiros da década de 1950. Recentemente Berry esteve na Argentina para uma série de shows e o resultado foi melancólico, uma vez que a idade finalmente chegou no artista o impedindo de se apresentar bem e com o antigo vigor. Felizmente para seus fãs esse documentário traz um dos melhores concertos de Berry onde ele esbanja carisma, vitalidade e exuberância, ao destilar sua incrível coleção de grandes canções, algumas entre as mais conhecidas do gênero. Embora não fosse mais o jovem que incendiou a América nos anos dourados, ainda era capaz de eletrizar uma grande platéia.
Intercalando tudo temos pequenos trechos onde Berry aproveita para falar um pouco de sua carreira e vida. De forma muito modesta explica, por exemplo, que suas canções falavam de coisas comuns aos jovens da época. A identificação faria com que suas músicas se transformassem em sucesso. De uma singeleza impar Berry demonstra que falava nas letras sobre a escola, pois a maioria de sua platéia nos anos 50 anda estava na escola. Do mesmo modo louvava os carrões da época pois esse era o sonho de todo adolescente da América. Por fim diz que também compunha sobre amor porque afinal de contas todo mundo um dia já esteve apaixonado na vida (ou ainda está, dependendo do ponto de vista). Quando perguntado sobre seus problemas com a Polícia (Berry foi preso várias vezes) ele corta de maneira nada sutil a intenção do diretor encerrando tudo afirmando que “esse não seria o local e nem o momento para falar sobre isso”. Coisas de Chuck Berry, certamente. Too Much Monkey Business, afinal! Também brinca com o fato de ter ficado anos sem falar com Jerry Lee Lewis pois ambos disputavam entre si para saber quem era o melhor! Embora curiosos esses trechos não conseguem ofuscar o que há de melhor no filme: a maravilhosa música de Chuck Berry que fez a cabeça de todos os grandes roqueiros da história, desde Elvis Presley até Beatles, passando por Rolling Stones a Eric Clapton. Se isso não for ser realmente genial não sei mais o que isso significa. Hail Hail Chuck Berry!
Chuck Berry - O Mito do Rock (Chuck Berry Hail! Hail! Rock 'n' Roll, Estados Unidos, 1987) Direção: Taylor Hackford / Roteiro: Taylor Hackford, Chuck Berry / Elenco: Chuck Berry, Ingrid Berry, Eric Clapton, Keith Richards, Robert Cray, Bo Diddley, Julian Lennon / Sinopse: Documentário sobre concerto realizado por Chuck Berry onde recebe grandes nomes do mundo da música.
Pablo Aluísio.
Intercalando tudo temos pequenos trechos onde Berry aproveita para falar um pouco de sua carreira e vida. De forma muito modesta explica, por exemplo, que suas canções falavam de coisas comuns aos jovens da época. A identificação faria com que suas músicas se transformassem em sucesso. De uma singeleza impar Berry demonstra que falava nas letras sobre a escola, pois a maioria de sua platéia nos anos 50 anda estava na escola. Do mesmo modo louvava os carrões da época pois esse era o sonho de todo adolescente da América. Por fim diz que também compunha sobre amor porque afinal de contas todo mundo um dia já esteve apaixonado na vida (ou ainda está, dependendo do ponto de vista). Quando perguntado sobre seus problemas com a Polícia (Berry foi preso várias vezes) ele corta de maneira nada sutil a intenção do diretor encerrando tudo afirmando que “esse não seria o local e nem o momento para falar sobre isso”. Coisas de Chuck Berry, certamente. Too Much Monkey Business, afinal! Também brinca com o fato de ter ficado anos sem falar com Jerry Lee Lewis pois ambos disputavam entre si para saber quem era o melhor! Embora curiosos esses trechos não conseguem ofuscar o que há de melhor no filme: a maravilhosa música de Chuck Berry que fez a cabeça de todos os grandes roqueiros da história, desde Elvis Presley até Beatles, passando por Rolling Stones a Eric Clapton. Se isso não for ser realmente genial não sei mais o que isso significa. Hail Hail Chuck Berry!
Chuck Berry - O Mito do Rock (Chuck Berry Hail! Hail! Rock 'n' Roll, Estados Unidos, 1987) Direção: Taylor Hackford / Roteiro: Taylor Hackford, Chuck Berry / Elenco: Chuck Berry, Ingrid Berry, Eric Clapton, Keith Richards, Robert Cray, Bo Diddley, Julian Lennon / Sinopse: Documentário sobre concerto realizado por Chuck Berry onde recebe grandes nomes do mundo da música.
Pablo Aluísio.
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