terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

A Questão da Existência de Deus

O conceito de se ter um deus que tudo criou e que tem todo o poder do universo é algo muito antigo na história da humanidade. Os antigos acreditavam em deuses como forma de explicar a natureza, os trovões, as grandes tempestades, o frio do inverno, o calor do verão, a existência da vida. Algo muito natural. Em um mundo sem ciência era relativamente natural que procurassem por uma explicação.

Assim toda civilização criou sua coleção de deuses. O povo do Egito Antigo, da Roma imperial, da Grécia da filosofia. Havia deuses na mente dos antigos. O povo hebreu não foi diferente. No começo eles eram politeístas, depois inovaram acreditando em apenas um deus. Só que o deus dos hebreus conhecido como Jeová era mais um dentro dos tempos em que acreditavam em muitos deuses. Eles apenas escolherem um deles e a partir daí se tornaram exclusivistas.

Pode ser que exista mesmo um deus. O verdadeiro deus. Uma mente criadora que tudo criou. É uma tese, acreditada por bilhões de pessoas ao redor do mundo. Entretanto se existe essa divindade abstrata, que não é o deus dos hebreus, nem dos povos do Egito antigo, etc, o que será ele? Ainda existe após bilhões de anos da criação do universo? E se ele algum dia existiu quem o criou? O que vem antes desse deus? Outra deus que o criou e assim sucessivamente?

E se existe esse deus primordial porque ele criou um universo tão vasto e tão vazio? Sim, a humanidade nunca encontrou vida fora da Terra. Nenhum vestígio, nenhum registro, nada. O universo parece ser um lugar frio, hostil e vazio de vida. Por que deus sendo tão poderoso criou tanto nada? Isso me leva a crer que o universo, a vida, tudo o mais parece ter sido fruto do puro acaso. Se há ou houve uma mente pensante por trás de tudo essa parece ter deixado de existir há bilhões de anos.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

A Farsa do cristianismo?

Eu nunca havia parado para estudar religião a fundo, mas nos últimos tempos estou chegando na conclusão que essa coisa de cristianismo é uma grande farsa, uma mentira que vem sendo repetida há séculos. O Jesus homem, figura histórica, muito provavelmente existiu. Ele foi mais um dos vários pregadores do fim do mundo que surgiram naquela região em seu tempo. Eram pessoas de pouca ou nenhuma cultura, geralmente muito religiosos, mas de camadas sociais mais humildes jamais chegariam a ser profetas do templo, lugar que era reservado para determinadas famílias ricas e nobres de Jerusalém.

Então Jesus (ou Yeshua, provavelmente seu nome verdadeiro) caminhou pelas margens do mar da Galileia e depois teria ido para Jerusalém, o grande erro de sua vida, pois perto do templo iria despertar a ira dos religiosos oficiais da época. Não me entenda mal, eu realmente acredito que Jesus foi um bom homem, com uma mensagem das mais positivas falando de amor e caridade, de desapego a bens materiais e tudo mais, só que sua mensagem se perdeu em grande parte pelas areias do tempo. E o cristianismo acabou soterrando o verdadeiro homem Jesus.

Os primeiros textos sobre o Cristo foram escritos mais ou menos 30 ou 60 anos após sua morte. Paulo, o primeiro a escrever sobre Jesus, jamais o conheceu pessoalmente. Igualmente Lucas que escreveu um dos principais evangelhos. Ele seria da comunidade de Paulo, comunidade essa que tinha uma certa rixa com a comunidade de Jerusalém, que inclusive pode ser considerada a primeira comunidade cristã do mundo justamente por contar com os primeiros apóstolos e pessoas que realmente viveram e andaram ao lado de Jesus.

E aí temos o primeiro grande problema. Os textos que hoje se encontram naquilo que chamamos de Novo Testamento foram escritos em grego por pessoas que nunca vivenciaram ao lado de Jesus. São textos importantes do ponto de vista histórico, sem dúvida, mas não são textos escritos por testemunhas oculares dos acontecimentos. Jesus infelizmente não deixou nada escrito pois historiadores acreditam que ele era analfabeto. O mesmo vale para seus apóstolos, pois eram pescadores incultos. Por isso a primeira comunidade cristã nada deixou escrito. Quem escreveu mesmo foram membros da comunidade de Paulo, a maioria deles cidadãos romanos, pessoas de cultura, que sabiam falar e escrever em latim e grego. Só que eles não tiveram contato nenhum com o Jesus histórico. Seria tudo uma grande farsa? Fica o questionamento.

Pablo Aluísio.

YHVH

YHVH ou Yahweh, mais conhecido nas religiões judaico e cristã dos nossos dias como Jeová, era representado na antiguidade com cabeça de touro e corpo de ser humano. Ele se diferenciava em pouca coisa dos Deuses do Egito Antigo que também misturava partes de corpos de animais com seres humanos. E isso me deixou completamente surpreso nessa semana. Eu que pensava que o deus dos hebreus antigos era algo mais complexo, mais substancial, abstrado. Que nada, era um deus antigo de um povo antigo que seguia literalmente as faces estéticas e éticas daqueles tempos.

E da mitologia eu me lembrei imediatamente de Minotauro que também tinha cabeça de touro em corpo de homem. E por falar em mitologia posso estar errado, mas tudo me leva a crer que os textos da Bíblia não passam de mera mitologia, tal como são consideradas hoje as antigas religiões do Egito antigo e da Roma, senhora do mundo antigo.

Religião, meus caros, é cultura. Provavelmente não passa disso. Cultura e literatura, é bom frisar. Cultura porque nasce na vida sofrida dos povos antigos. Eles não tinham conhecimento em ciência para explicar sequer os mais simples fenômenos da natureza. Então criavam em sua mente os deuses antigos. O deus do trovão, o deus das tempestades, o deus das chuvas, etc.

A religião também é literatura pois alguns povos antigos (não todos) resolveram colocar em textos suas antigas histórias mitológicas, algumas que eram passadas de geração em geração apenas pela tradição oral. Nesse ponto de vista pouco ou nada distancia a mitologia do antigo povo hebreu, das mitologias do Egito, da Grécia ou de Roma. Estruturalmente são bem semelhantes, para não dizer iguais. Assim fica as observações de uma mente pensante. O Deus que eu chegar a pensar ser uma figura abstrata, grandiosa, criador do Céu e do Universo pelo visto era apenas mais uma figura mitológica criada por povos hebreus da antiguidade.

Pablo Aluísio.

domingo, 24 de fevereiro de 2008

Primórdios do Judaísmo

O judaísmo primitivo não pregava a existência de alma e nem tampouco de vida após a morte. E como os judeus antigos lidavam com esse tema? De maneira mais simples do que se pensa. O homem ao nascer recebia o sopro da vida de Deus. Quando morria Deus retomava esse mesmo sopro da vida. O homem que morreu simplesmente deixava de existir. Toda a sua identidade, suas ideias, suas paixões, seus amores, seus pensamentos, tudo se acabava. Não havia conceito de vida após a morte, tampouco de céu ou inferno.

O conceito de alma vem da filosofia da Grécia antiga. E o conceito de vida após a morte pertencia inicialmente aos seguidores da antiga religião do Egito dos tempos do faraós. Não havia nada disso no judaísmo. E o conceito de Céu e Inferno tem muito mais a ver com o pensamento de Zoroastro do que qualquer outra coisa. Essa dualidade de céu, inferno, Deus e o Diabo são coisas do Zoroastrismo. Nada a ver com o judaísmo em seus primórdios.

Religião é cultura. E as culturas se influenciam entre si. A religião dos judeus antigos recebeu influências de outras religiões de sua época. O monoteísmo, por exemplo, certamente foi uma influência do Faraó Akhenaton que certa manhã acordou e determinou que no Egito antigo só haveria um único deus, o deus Sol. Os demais deveriam ser banidos. Os judeus tiveram esse contato e acharam que essa era mesmo uma ótima ideia.

O Judaísmo primitivo não era monoteísta, mas sim politeísta, com dezenas de deus diferentes. O Deus da Bíblia foi o deus vencedor. Seu nome? Yahweh, uma divindade dos tempos dos muitos deuses. Ele foi retratado originalmente com cara bovina (tinha cabeça de touro) e corpo humano. Lembrou alguma coisa a você? Sim, os deuses do antigo Egito também eram retratados assim, uma fusão de corpo de homem e animal. E Zoroastro jogou o caldo final nessa mistura, trazendo dualidade e ética para o judaísmo. Haveria assim a partir de determinado período histórico o surgimento de céu, inferno, Deus, Diabo, Alma, vida após a morte.

Pablo Aluísio.

Yahweh e Asherah

O Deus dos povos antigos de Israel tinha um nome, se chamava Yahweh. Esse nome é muitas vezes citado no velho testamento em sua versão mais latinizada: Jeová. Até aí tudo bem. Só que a pergunta é saber como os povos da antiguidade viam e imaginavam esse Deus? Como ele era visualizado pelos antigos judeus? Era parte de um universo realmente monoteista?

Pois bem, escavações no sítio arqueológico de Kuntlet Ajrud descobriram aquela que pode ser a imagem mais antiga do Deus Yahweh. Nessa antiga ilustração o Deus Jeová é retratado com corpo de homem e rosto de touro. E isso não soou como uma surpresa para grande parte dos historiadores. Eles acreditam mesmo que Jeová nos tempos antigos, antes mesmo do surgimento do velho testamento, era adorado como um Deus em forma de Touro!

E há mais. Yahweh, o Deus dos judeus e o Deus dos cristãos atuais parece ter tido uma esposa em seus primórdios chamada de Asherah! E ela era uma Deusa, o que coloca por terra a ideia amplamente difundida de que os judeus sempre foram monoteístas. Não parece ser essa a verdade histórica. Ao que tudo indica Yahweh e Asherah teriam surgido dentro de um universo politeísta, talvez em Samaria onde há referências antigas de um templo em honra de Yahweh ou talvez na Babilônia onde os judeus escravizados teriam ouvido falar pela primeira vez nesse Deus.

E qual será a verdade de tudo isso? Na história a questão está em aberto, ainda fruto de mais pesquisas da religião. Talvez os conceitos que os judeus e cristãos possuem hoje em dia como a teologia do Deus único, do monoteísmo não fosse praticado pelos judeus antigos. Teriam sido idéias surgidas posteriormente em algum lugar nos séculos que antecederam o nascimento de Jesus de Nazaré.

Pablo Aluísio.

sábado, 23 de fevereiro de 2008

Jesus Existiu?

Aqui nesse texto vou expor a opinião dos historiadores. Não há ainda uma prova concreta e definitiva sobre a existência real de Jesus, entretanto há fontes literárias suficientes para que a maioria dos acadêmicos entendam que ele realmente existiu. Foi uma pessoa real. E quem foi Jesus? Antes de mais nada ele não se chamava Jesus, mas sim Yeshua. Jesus é a apenas a forma latinizada de seu real nome.

Jesus foi um homem comum, do povo. Vem de estrutura familiar bem humilde. Os textos mais antigos que se encontraram sobre ele dentro da tradição dos judeus dizia que ele era um bastardo! O que queriam falar com isso? Que foi criado sem pai? Que foi fruto de uma relação extraconjugal de seu pai? Que nunca foi reconhecido? Ou foi apenas uma forma de ofensa por parte dos judeus? Questões controversas ainda sem respostas.

Jesus teria sido analfabeto segundo os historiadores. Dois argumentos bem fortes parecem confirmar essa afirmação> Jesus não deixou nada escrito de próprio punho, o que teria sido uma maneira magistral de perpetuar suas ideias e pensamentos ao longo dos séculos. Os evangelhos foram escritos por pessoas que sequer conheceram Jesus pessoalmente, todos eles escritos décadas após sua morte. Assim se Jesus soubesse mesmo ler e escrever ele teria deixado suas próprios manuscritos. Além disso a imensa maioria do povo daqueles tempos era analfabeto. Apenas a nobreza e os escribas dos monarcas sabiam ler e escrever. Jesus não fazia parte de nenhuma classe social dessas.

Jesus foi crucificado numa cruz romana. Os historiadores acreditam que isso foi um fato histórico. Caso contrário o que ganhariam seus seguidores ao colocarem isso nos evangelhos? Era vergonhoso morrer numa cruz romana! Essa era uma das mortes mais indignas da antiguidade, algo usado para executar bandidos da pior espécie. Só que os historiadores não acreditam que ele ressuscitou dos mortos por uma questão bem simples: nenhum ser humano voltou à vida após sua morte. É biologicamente impossível. Então a resposta completa sobre a questão se Jesus existiu é essa: Existiu. Foi um homem pobre, de origens humildes. Viveu e provavelmente foi um pregador do fim dos tempos. Não sabia nem ler e nem escrever, assim como seus apóstolos mais próximos. Foi morto pelos romanos na cruz.

Pablo Aluísio.

Jesus nas Fontes Rabínicas

Jesus foi um homem judeu. Viveu e morreu seguindo as crenças da religião judaica. Entretanto dentro do judaísmo nunca foi reconhecido como Messias ou filho de Deus. Jesus na verdade foi um problema para os judeus desde o seu surgimento. A figura do Messias dentro daquela contexto histórico da dominação romana era algo simplesmente explosivo. Qualquer sinal de insurreição contra Roma seria violentamente combatido. Jesus então é preso, torturado e morto. Só que seu movimento continuou, contando inclusive com membros do judaísmo. O homem morreu na cruz, mas sua mensagem continuou irritando os sacerdotes e depois os rabinos do judaísmo.

Fontes histórica antigas, de produção rabínica, trazem essa irritação dos líderes do judaísmo com a figura de Jesus. Ele é retratado da pior forma possível. Alguns textos afirmam sem rodeios que ele praticava feitiçaria, que era um enganador e um feiticeiro que estava desviando o povo judeu. Outros textos o retratam como um mago, rodeado de cinco seguidores (ao contrário  dos doze citados nos evangelhos). Jesus também, muitas vezes, era retratado como um bastardo, um bandido ou até mesmo como um terrorista (claro, sob o ponto de vista de judeus do templo e das forças de repressão de Roma).

Os primeiros cristãos são mostrados como pessoas desviantes, que fugiram do caminho correto de sua religião, do judaísmo. Esse ponto de vista inclusive segue de pé até os dias atuais. O judaísmo jamais aceitou Jesus como o Cristo, como o Salvador, o Filho de Deus, o Messias. Para judeus Jesus é basicamente uma pedra no meio do caminho, alguém que não pode ser citado como exemplo, nem mesmo do ponto de vista histórico. Ele é retratado como um revolucionário, um agitador, um criminoso.

Outro ponto que chama a atenção nessas fontes rabínicas antigas, datadas geralmente entre os séculos III e IV é que Jesus muitas vezes é citado como alguém que morreu por apedrejamento, fugindo da versão que mais conhecemos que afirma que ele teria morrido na cruz. São textos de combate, escrito por rabinos, com o objetivo de combater aquilo que eles acreditavam ser uma seita totalmente equivocada, o cristianismo.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Demonologistas – Arquivos Sobrenaturais

Demonologistas – Arquivos Sobrenaturais
Esse livro apresenta a marca do casal Ed & Lorraine Warren. Quem gosta de cinema acabará, de uma maneira ou outra, se interessando, afinal eles se tornaram personagens recorrentes em recentes filmes de terror. Ambos já estão falecidos, mas deixaram farto material para esse tipo de produção cinematográfica. Nesse livro aqui em questão temos as histórias (supostamente reais) envolvendo, entre outros casos, a boneca Annabelle e a casa de Amityville. Só esses casos sobrenaturais envolvendo o casal já despertariam o interesse dos fãs de horror.

Porém tenho más notícias para quem se interessar pelo livro. Ele não é uma obra literária muito bem escrita, pelo contrário, achei tudo muito bagunçado e sem estrutura. Os capítulos são colocados ao acaso e não há um bom texto para se ler. Confuso e mal escrito, temos basicamente uma série de perguntas que são respondidas pelo casal Warren. Quem gosta de boa literatura não vai encontrar nada de muito bom nesse livro. O curioso é que na verdade o casal não escrevia seus livros. Ao contrário disso contratavam ghost writer. O escritor fantasma responsável por esse "Demonologistas – Arquivos Sobrenaturais" nem fez questão de escrever bem. Ficou ruim, disperso, sem foco ou organização.

Se o livro é mal escrito, pelo menos sobram as histórias. Elas são até interessantes. Porém mantenha o senso crítico e bom senso sempre ligados. Principalmente o Ed Warren gostava de exagerar nas tintas, caindo muitas vezes na pura fantasia. Algumas histórias que ele conta no livro são absurdas, mais dignas de um filme B de terror dos anos 80. Entre elas estão ataques que teria sofrido em seu escritório, sendo o agressor um diabo bem clássico, vermelhão e com chifres. Nada que se possa acreditar, sinceramente. A Lorraine Warren, nesse aspecto, era bem mais sutil. Por isso as histórias dela sempre soavam mais "verdadeiras" do que as do marido.

Enfim, é isso. Encarei o livro todo como um mero produto de literatura de entretenimento. Uma mistura de fatos e eventos reais mesclados com muita imaginação e até mesmo pensamento mágico. Definitivamente não é algo para ser levado muito à sério. Talvez por isso também essas histórias tenham dado tão certo nos filmes de terror que foram adaptados para o cinema. É isso mesmo, entretenimento. Diversão... e o casal parecia saber muito bem disso.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Salem / A Hora do Vampiro

Título no Brasil: Salem / A Hora do Vampiro
Título Original: Salem's Lot
Ano de Lançamento: 1975
País: Estados Unidos
Editora: Viking Press
Autor: Stephen King
Tradução: Louisa Ibañes
Gênero Literário: Terror / Suspense

Sinopse:
Um escritor em crise de criatividade, Ben Mears, decide voltar para a cidade onde passou a infância, Jerusalem’s Lot. Seu retorno acontece no mesmo momento em que coisas estranhas começam a acontecer, com pessoas desaparecendo e assassinatos sem solução. O misterioso Kurt Barlow pode estar por trás de tudo.

Comentários:
Esse foi o segundo livro escrito por Stephen King, logo após a publicação de "Carrie, a Estranha". Até hoje é considerado pelo próprio King como um de seus livros preferidos. A história é mais do que simples, um vampiro ataca uma cidadezinha do interior. Só que King não parece muito preocupado com essa narrativa central. O que me pareceu, ao ler o livro, é que o autor esteve mais preocupado em detalhar a vidinha cotidiana das pessoas simples e comuns que vivem em Jerusalem’s Lot. O vampiro assim se torna apenas uma peça do tabuleiro de xadrez. Por isso se você estiver em busca de relatos de puro terror... pode ir tirando o cavalinho da chuva. King não tem a menor pressa em narrar isso, ao invés disso usa páginas e páginas para ir descrevendo praticamente cada morador - e claro, todos eles vão acabar caindo nas garras do vampiro Barlow, mas isso é um mero detalhe. Gostei do livro, achei muito bom. Inclusive é boa literatura. Poucas vezes Stephen King escreveu tão bem. Já em termos de adaptação para o cinema, ainda estão devendo uma boa versão. A mais conhecida adaptação é uma minissérie de TV, feita na década de 1980, que nunca fez muito sucesso.

Pablo Aluísio.

Dália Negra

Título no Brasil: Dália Negra
Título Original: The Black Dahlia
Ano de Lançamento: 1987
País: Estados Unidos
Editora: Editora Gráfica
Autor: James Ellroy
Tradução: Cláudia Santana Martins
Gênero Literário: Romance Policial

Sinopse:
Dois policiais de Los Angeles, ex-boxeadores peso médio, precisam investigar a morte de uma jovem chamada Elizabeth Short. Seu corpo foi encontrado cortado ao meio, com vários sinais de tortura, em uma rua residencial da cidade. As pistas são poucas e confusas e as investigações logo se tornam um pesadelo.

Comentários:
Esse livro é um romance policial que mistura fatos históricos reais com mera ficção. A morte da Dália Negra (nome que a imprensa passou a chamar a vítima Elizabeth Short após sua morte) foi real e se tornou um dos crimes mais sórdidos da história americana. Oficialmente nunca foi resolvido. Ninguém foi punido. Já a figura dos detetives do livro são pura ficção. São personagens de pura literatura. Essa combinação tornou o livro bem irregular. Nas partes em que o escritor James Ellroy traz parte das informações reais sobre a vida da vítima, o livro vale a pena, prende a atenção. No desenvolvimento desses dois tiras de ficção o interesse decai. São personagens que agem fora das regras, batendo em investigados, participando de sessões policiais de tortura, aceitando suborno. Nos anos 80 não havia ainda muita preocupação em apresentar protagonistas mais íntegros. Na verdade os policiais desse livro são anti-heróis. Até aí tudo bem, só que o autor exagerou um pouco na dose. O final do romance policial igualmente não me agradou. Fraco demais. Hoje sabe-se que o principal suspeito da época, o Dr. George Hodel, foi muito provavelmente o assassino, porém nunca foi punido, talvez por ser um médico rico e famoso. Enfim, uma leitura que me soou apenas irregular, de mediana para fraca. Tem altos e baixos. Não é um livro nota 10.

Pablo Aluísio.