sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Demonologistas – Arquivos Sobrenaturais

Demonologistas – Arquivos Sobrenaturais
Esse livro apresenta a marca do casal Ed & Lorraine Warren. Quem gosta de cinema acabará, de uma maneira ou outra, se interessando, afinal eles se tornaram personagens recorrentes em recentes filmes de terror. Ambos já estão falecidos, mas deixaram farto material para esse tipo de produção cinematográfica. Nesse livro aqui em questão temos as histórias (supostamente reais) envolvendo, entre outros casos, a boneca Annabelle e a casa de Amityville. Só esses casos sobrenaturais envolvendo o casal já despertariam o interesse dos fãs de horror.

Porém tenho más notícias para quem se interessar pelo livro. Ele não é uma obra literária muito bem escrita, pelo contrário, achei tudo muito bagunçado e sem estrutura. Os capítulos são colocados ao acaso e não há um bom texto para se ler. Confuso e mal escrito, temos basicamente uma série de perguntas que são respondidas pelo casal Warren. Quem gosta de boa literatura não vai encontrar nada de muito bom nesse livro. O curioso é que na verdade o casal não escrevia seus livros. Ao contrário disso contratavam ghost writer. O escritor fantasma responsável por esse "Demonologistas – Arquivos Sobrenaturais" nem fez questão de escrever bem. Ficou ruim, disperso, sem foco ou organização.

Se o livro é mal escrito, pelo menos sobram as histórias. Elas são até interessantes. Porém mantenha o senso crítico e bom senso sempre ligados. Principalmente o Ed Warren gostava de exagerar nas tintas, caindo muitas vezes na pura fantasia. Algumas histórias que ele conta no livro são absurdas, mais dignas de um filme B de terror dos anos 80. Entre elas estão ataques que teria sofrido em seu escritório, sendo o agressor um diabo bem clássico, vermelhão e com chifres. Nada que se possa acreditar, sinceramente. A Lorraine Warren, nesse aspecto, era bem mais sutil. Por isso as histórias dela sempre soavam mais "verdadeiras" do que as do marido.

Enfim, é isso. Encarei o livro todo como um mero produto de literatura de entretenimento. Uma mistura de fatos e eventos reais mesclados com muita imaginação e até mesmo pensamento mágico. Definitivamente não é algo para ser levado muito à sério. Talvez por isso também essas histórias tenham dado tão certo nos filmes de terror que foram adaptados para o cinema. É isso mesmo, entretenimento. Diversão... e o casal parecia saber muito bem disso.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Salem / A Hora do Vampiro

Título no Brasil: Salem / A Hora do Vampiro
Título Original: Salem's Lot
Ano de Lançamento: 1975
País: Estados Unidos
Editora: Viking Press
Autor: Stephen King
Tradução: Louisa Ibañes
Gênero Literário: Terror / Suspense

Sinopse:
Um escritor em crise de criatividade, Ben Mears, decide voltar para a cidade onde passou a infância, Jerusalem’s Lot. Seu retorno acontece no mesmo momento em que coisas estranhas começam a acontecer, com pessoas desaparecendo e assassinatos sem solução. O misterioso Kurt Barlow pode estar por trás de tudo.

Comentários:
Esse foi o segundo livro escrito por Stephen King, logo após a publicação de "Carrie, a Estranha". Até hoje é considerado pelo próprio King como um de seus livros preferidos. A história é mais do que simples, um vampiro ataca uma cidadezinha do interior. Só que King não parece muito preocupado com essa narrativa central. O que me pareceu, ao ler o livro, é que o autor esteve mais preocupado em detalhar a vidinha cotidiana das pessoas simples e comuns que vivem em Jerusalem’s Lot. O vampiro assim se torna apenas uma peça do tabuleiro de xadrez. Por isso se você estiver em busca de relatos de puro terror... pode ir tirando o cavalinho da chuva. King não tem a menor pressa em narrar isso, ao invés disso usa páginas e páginas para ir descrevendo praticamente cada morador - e claro, todos eles vão acabar caindo nas garras do vampiro Barlow, mas isso é um mero detalhe. Gostei do livro, achei muito bom. Inclusive é boa literatura. Poucas vezes Stephen King escreveu tão bem. Já em termos de adaptação para o cinema, ainda estão devendo uma boa versão. A mais conhecida adaptação é uma minissérie de TV, feita na década de 1980, que nunca fez muito sucesso.

Pablo Aluísio.

Dália Negra

Título no Brasil: Dália Negra
Título Original: The Black Dahlia
Ano de Lançamento: 1987
País: Estados Unidos
Editora: Editora Gráfica
Autor: James Ellroy
Tradução: Cláudia Santana Martins
Gênero Literário: Romance Policial

Sinopse:
Dois policiais de Los Angeles, ex-boxeadores peso médio, precisam investigar a morte de uma jovem chamada Elizabeth Short. Seu corpo foi encontrado cortado ao meio, com vários sinais de tortura, em uma rua residencial da cidade. As pistas são poucas e confusas e as investigações logo se tornam um pesadelo.

Comentários:
Esse livro é um romance policial que mistura fatos históricos reais com mera ficção. A morte da Dália Negra (nome que a imprensa passou a chamar a vítima Elizabeth Short após sua morte) foi real e se tornou um dos crimes mais sórdidos da história americana. Oficialmente nunca foi resolvido. Ninguém foi punido. Já a figura dos detetives do livro são pura ficção. São personagens de pura literatura. Essa combinação tornou o livro bem irregular. Nas partes em que o escritor James Ellroy traz parte das informações reais sobre a vida da vítima, o livro vale a pena, prende a atenção. No desenvolvimento desses dois tiras de ficção o interesse decai. São personagens que agem fora das regras, batendo em investigados, participando de sessões policiais de tortura, aceitando suborno. Nos anos 80 não havia ainda muita preocupação em apresentar protagonistas mais íntegros. Na verdade os policiais desse livro são anti-heróis. Até aí tudo bem, só que o autor exagerou um pouco na dose. O final do romance policial igualmente não me agradou. Fraco demais. Hoje sabe-se que o principal suspeito da época, o Dr. George Hodel, foi muito provavelmente o assassino, porém nunca foi punido, talvez por ser um médico rico e famoso. Enfim, uma leitura que me soou apenas irregular, de mediana para fraca. Tem altos e baixos. Não é um livro nota 10.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Filmes no Cinema - Edição IV

Essa semana não vai ser muito fácil ir ao cinema em busca de filmes diversificados, isso porque está chegando nas telas, em lançamento mundial, o filme "Cinquenta Tons Mais Escuros", a tão aguardada sequência de "Cinquenta Tons de Cinza". É a tal coisa, tanto o filme como o livro sempre foram muito criticados, mas o público (em especial o feminino) nunca pareceu se importar muito com isso. Diante dessa situação prevejo outro grande sucesso de bilheteria. O interessante é que apesar do primeiro filme ter sido um sucesso o estúdio resolveu trocar a direção. Saiu Sam Taylor-Johnson do primeiro filme e entrou James Foley. O elenco porém segue com seus dois protagonistas interpretados pela mesma dupla de atores, Dakota Johnson e Jamie Dornan. E se você anda aborrecido com essas adaptações dos livros de E.L. James é bom ir se preparando pois o estúdio aproveitou a estreia mundial desse segundo filme já para anunciar a terceira produção, "Cinquenta Tons de Liberdade" a ser lançada em 2018.

O outro filme a ocupar muitas salas será a animação "LEGO Batman: O Filme". Eu fico até surpreso desses filmes da LEGO conseguirem tanto espaço no circuito comercial. Isso porque nunca consegui visualizar uma linha de separação muito clara entre o filme como produto cinematográfico e a pura propaganda de uma franquia de brinquedos! Já tinha conhecimento de filmes anteriores da LEGO explorando o universo Star Wars, etc, mas essa sociedade com a DC Comics me parece bem estranha (e oportunista).

Já para quem quiser fugir do arrasador marketing do novo filme de E.L. James e dos brinquedos da LEGO, fica a sugestão do filme alemão "Toni Erdmann". O roteiro se propõe a ser um drama com muitas doses de humor mostrando uma filha tendo que lidar com um pai bem fora dos padrões. É bom para conhecer melhor o cinema germânico - austríaco da atualidade. Só não espere que o filme seja exibido em muitas salas. Outra dica para quem gosta de cinema europeu é o drama romântico francês "Marguerite & Julien: Um Amor Proibido". Devo dizer porém que o tema do roteiro é bem polêmico - enervante para alguns - pois se trata do amor incestuoso que nasce entre dois irmãos! Não me recordo de ter visto nada parecido vindo da filmografia francesa.

Voltando para as produções americanas outro filme que chega nas telas hoje é "Vale da Luta". É um filme de lutas, estrelado por mulheres! Uma jovem se envolve no submundo das lutas clandestinas e acaba sendo espancada numa floresta distante. Ela é dada como morta, mas sua irmã resolve investigar o que teria acontecido. O elenco é liderado por Susie Celek e Chelsea Durkalec. E para finalizar vamos falar dos filmes nacionais que chegam nas telas hoje. No drama "Redemoinho" de José Luiz Villamarim, temos dois amigos que se reencontram após muitos anos. No interior de Minas Gerais eles começam a relembrar fatos do passado de suas vidas. Em "A Cidade onde Envelheço" da cineasta Marília Rocha, acompanhamos a luta de duas portuguesas que se mudam para o Brasil, enfrentando toda a barra de se viver agora em um outro país, um outro continente.

Pablo Aluísio.

Dicas do Youtube

O que Assistir no Youtube?
Bom, as pessoas passam horas e horas navegando no Youtube em busca de algo para assistir. Aqui nessa postagem eu vou colocar algumas dicas de bons vídeos que assisti naquela plataforma recentemente. Não são os melhores vídeos de todos os tempos, nada disso, apenas vídeos interessantes que assisti nesse último mês do ano de 2020. Para facilitar a pesquisa dos vídeos irei colocar aqui exatamente como os títulos estão no Youtube. 

Elvis Presley - Blue Christmas (Official Animated Video) - O canal oficial do cantor Elvis Presley tem produzido alguns clips muito bons para o Youtube. Como estamos no final do ano, chegando na época do natal, o canal disponibilizou uma animação com esse clássico natalino "Blue Christmas" do disco de 1957 chamado "Elvis Christmas Album". A animação ficou uma graça, de muito bom gosto, nostálgica. Os desenhos todos em tonalidades de azul e branco são certamente um destaque. Um vídeo para aquecer o coração nesse ano tão complicado de nossas vidas.  

Mengele - A vida e morte do médico nazista - Esse vídeo é do canal da Youtuber Bel Rodrigues. Ela aqui comenta sobre o livro "Mengele - A história completa" que inclusive estou lendo no momento e que em breve pretendo colocar uma resenha aqui em nosso blog. Bom, Mengele foi um carrasco nazista, um médico que fez coisas horrorosas no campo de concentração de Auschwitz. Ele fugiu depois da guerra e veio parar na América do Sul, onde viveu nos países da Argentina, Paraguai e por fim Brasil. Morreu em uma praia de Santos, sem ter pagado por seus crimes. Bom vídeo da Bel. Ela comete alguns pequenos deslizes, mas nada que vá estragar o bom trabalho que ela produz no Youtube.

John Lennon - 40 anos da morte no Youtube - Hoje, 8 de dezembro de 2020, completa-se 40 anos da morte de John Lennon. Ele foi morto por um fã enlouquecido dos Beatles que acreditava que ele era um traidor de seus próprios ideais, um sujeito que cantava uma coisa, mas que na realidade vivia como um milionário. Também começou a acreditar que ele era o verdadeiro John Lennon. Completamente insano, o assassino resolveu matar o ex-Beatle pois ele seria na verdade um "impostor". Loucura, loucura demais. John morreu, com vários tiros dados à queima roupa, pelas costas, na mais pura covardia. 

E nesse dia tão triste, quando o mundo relembrou sua morte, vários canais do Youtube fizeram vídeos em homenagem ao ex-Beatle, cantor, compositor e poeta. Um deles foi o canal Alta Fidelidade, que fez um review do último CD duplo do cantor que chegou nas mãos dos fãs nesses últimos dois meses. O "Let it Beatles" procurou fazer um panorama geral de tudo o que aconteceu e o Beatles School fez um vídeo bem diferente, contando uma história de como John Lennon havia sobrevivido a esse atentado. Claro, isso nunca aconteceu, John Lennon morreu mesmo, foi assassinado, mas de qualquer forma não custa sonhar. Na imaginação, na mente, tudo é possível. Basta sonhar com dias melhores, tanto do passado, como do futuro. 

Dinastia Romanov
O Youtube, via de regra, tem muito lixo, mas quem estiver disposto a cavar bons vídeos, certamente vai encontrar coisa boa. Nesses últimos dias assisti a 3 bons vídeos sobre o fim da Dinastia Romanov. Como sabemos o último czar russo Nicolau II foi assassinado por revolucionários durante a revolução russa. Nicolau II foi fuzilado ao lado da esposa Alexandra e dos filhos Olga, Tatiana, Maria, Anastásia e Alexei.

Eles foram executados em um porão e seus corpos foram escondidos em uma floresta. Levou décadas - 80 anos - para que seus restos mortais fossem encontrados. O documentário no NetGeo "Os Romanov" explora a pesquisa científica para confirmar que aqueles corpos pertenciam realmente à família real russa. Os resultados foram positivos.

Outra dica vai para o canal de Paulo Rezzutti. O escritor é conhecido pelos ótimos livros que escreveu sobre a família imperial do Brasil, mas seu canal não se resume a isso. Ele também tem ótimos vídeos sobre outras monarquias da Europa, com destaque a um vídeo de quase uma hora de duração onde ele conta a queda de NIcolau II. O mesmo vai para outro vídeo, também muito bom, onde ele comenta o destino de outros membros da família Romanov, inclusive de alguna parentes do Tsar que ficaram no país e não fugiram para o exterior. Muito, muito interessante.  

Pablo Aluísio.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

A Queda da Indústria Cinematográfica

Desde que o cinema foi inventado e virou uma indústria global, nunca havia sofrido uma crise tão grande. A queda de receita dos grandes estúdios está na ordem de 70 por cento! Nem nos tempos das duas grandes guerras mundiais, nem na crise da grande depressão, nada pode ser comparado com o que está acontecendo nesse ano. Todos os grandes projetos de blockbusters foram cancelados pelos estúdios. Apenas os filmes que já estavam praticamente prontos antes da pandemia esperam por um momento para lançamento. Novos filmes, aqueles que ainda estava em pré-produção já pararam. Milhares de profissionais do cinema americano, de todas as areas, perderam seus empregos. A situação é a pior possível. A indústria de filmes parou.

E qual será o futuro do cinema? Estúdios como a Disney e a Warner tinham esperanças que os cinemas americanos fossem reabrir no próximo mês, porém grandes estados como Nova Iorque, Flórida e Califórnia não vão abrir os cinemas, não pelo menos nos próximos quatro meses. A pandemia entrou com força dentro dos Estados Unidos e os cinemas, como ambientes fechados que são, funcionando com ar-condicionado, seguem sendo um dos piores para contaminação. Sem cinemas abertos, qual será o destino da indústria? Sem as salas de cinemas a produção de grandes filmes se torna praticamente impossível. E quem garante que mesmo estando reabertos os cinemas vão atrair o público? O medo está grande. Provavelmente vai levar meses para que as pessoas se sintam seguras novamente para assistir a uma sessão de cinema.

E no meio desse caos qual seria a saída? Há duas possibilidades a curto e médio prazo. O primeiro é o lançamento por streaming, em plataformas como Netflix, etc. O problema é que esse tipo de distribuição não garante o orçamento de grandes filmes. Apenas o cinema independente conseguiria sobreviver com seus filmes pequenos, de curto orçamento. A outra saída seria a venda direta ao consumidor através de DVDs e Blu-Ray. E é curioso que a indústria agora se volte para esse mercado. Desde o fim do videocassete nunca mais os estúdios faturaram como na era do VHS. Naqueles tempos a maioria dos filmes eram pagos com o dinheiro das locações de vídeo. Agora a tendência é tentar de alguma forma revitalizar esse mercado, se bem que vai ser como tentar ressuscitar um dinossauro extinto. De qualquer forma vamos torcer para que o cinema sobreviva a essa grande crise que se abate sobre o nosso mundo.

Pablo Aluísio.

Cinema 2020: O Ano está perdido!

O ano de 2020 está perdido para a indústria de cinema mundial. Essa foi a conclusão a que chegaram os principais executivos dos grandes estúdios de Hollywood. Praticamente todos os grandes lançamentos foram adiados. Não haverá nenhum grande blockbuster a ser lançado nos cinemas esse ano. Embora a vacinação contra o coronavírus esteja prestes a se concretizar, pelo menos nos Estados Unidos e Europa, o fato é que não existe mais tempo hábil para que os cinemas recebam um grande filme nesse ano de 2020. A Inês está morta!

E nos bastidores está ocorrendo uma verdadeira guerra comercial entre os estúdios e as grandes companhias de salas de cinema e distribuidoras. Tudo porque essas empresas prometem boicotar os filmes dos estúdios que lançarem grandes filmes no sistema de streaming. Recentemente se cogitou lançar o novo filme da Mulher Maravilha nas plataformas de video on demand, como Netflix, Amazon e similares. Os donos de cinemas fizeram barulho. Caso isso fosse feito nenhum filme mais da Warner seria exibido nesses grandes grupos de exibição. O mesmo aconteceu com Duna. Nenhum distribuidor ou empresa de cinema admite que ele seja disponibilizado nas plataformas de streaming. Até porque se isso acontecer realmente teremos um golpe fatal nas salas de exibição. 

Atualmente os cinemas que estão abertos e em funcionamento, estão exibindo filmes de pequenos orçamentos ou então filmes menores. Nenhum blockbuster se encontra entre eles.  E algo curioso aconteceu. Muitos críticos disseram nos Estados Unidos que a qualidade dos filmes em cartaz melhorou muito. Ao invés de dezenas de filmes sobre super-heróis, agora temos bons dramas, filmes independentes, sendo exibidos. Pena que com a pandemia ainda não seja algo simples essa coisa de ir ao cinema. As salas de exibição, os cinemas, já foram catalogados pela OMS como locais de super disseminação do vírus. Que pena, um dos prazeres mais amados do mundo virou risco de vida, principalmente para pessoas idosas e com problemas de saúde. 

Fica para o ano que vem, porque nesse terrível 2020 realmente não parece haver salvação. O ano, pelo menos para a indústria do cinema, está completamente perdido. Estamos em fins de novembro, daqui a pouco será dezembro e aí o ano chegou ao fim. Espero sinceramente que todas as pessoas sejam vacinadas e que no ano que virá todas as pessoas possam ir ao cinema sem medo. Afinal o espetáculo não pode mesmo parar. 

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Medici: Masters of Florence

Essa família Medici foi uma das mais poderosas e influentes da Europa durante o período do Renascimento. Essa série assim procura explorar essa rica história. O roteiro procura contar os primórdios do surgimento do imenso poder do clã Medici naquela Europa saindo da Idade Média, entrando em uma nova era cultural. Logo nas primeiras cenas vemos o patriarca Giovanni Medici (Dustin Hoffman) caminhando tranquilamente pela manhã em uma de suas plantações de uvas em sua propriedade. Era um hábito que tinha, comer uvas tiradas do pé. O que ele não poderia antecipar era que tais uvas tinham sido borrifadas com um poderoso veneno, a Cicuta. Não demora muito e ele cai ao chão, morto.

Esse trágico acontecimento abre uma caixa de Pandora para a briga pela sua herança entre os filhos, mas antes disso o espectador é enviado para um longo flashback, mostrando a força dos Medici na sucessão do novo Papa em Roma. Detalhe histórico interessante: muitos membros da família Medici conseguiram se tornar papas, principalmente entre os séculos XV e XVI. Havia se tornado uma tradição para essa rica e poderosa família colocar seus próprios membros no trono em um Vaticano repleto de corrupção e barbárie. A Igreja Católica, naqueles tempos, era muito provavelmente a instituição mais poderosa do mundo ocidental.

De maneira em geral gostei dessa série histórica. Mesmo assim devo dizer que o roteiro poderia ser melhor organizado, pois as idas e vindas entre presente e passado não ficam muito claras ao espectador, o que poderá causar uma certa confusão, principalmente para quem não conhece muito as fontes históricas em que a série foi baseada. Geralmente sabemos que algo está sendo desenrolado no passado simplesmente por causa da presença do mestre Giovanni Medici (Dustin Hoffman), uma vez que ele morre envenenado logo na primeira cena. Um pouco mais de capricho dos roteiristas cairia muito bem. A produção é boa, embora algumas cenas de computação gráfica recriando antigas construções não tenham sido tão convincentes. Mesmo assim, apesar desses pequenos tropeços, recomendo a série pelo conjunto da obra.

Medici: Masters of Florence (Sin, Inglaterra, Itália, 2016) Estúdio: RAI, Netflix / Direção: Sergio Mimica-Gezzan / Roteiro: Nicholas Meyer / Elenco: Richard Madden, Dustin Hoffman, Stuart Martin, Annabel Scholey, Guido Caprino, Alessandro Sperduti / Sinopse: Essa série se propõe a contar a história real da poderosa família Médici, que dominou o poder político e religioso durante a Idade Média e o renascimento na Europa continental.

Pablo Aluísio.

Raised by Wolves

Nova série da HBO, contando com a preciosa colaboração do aclamado diretor Ridley Scott que dirigiu até o momento dois episódios, criando e contribuindo muito nos aspectos visuais e de ambientação onde se passam todas as histórias. Já foram confirmadas duas temporadas, tendo a primeira um total de 10 episódios. A produção foi prejudicada justamente pela chegada da pandemia mundial que fez com que as filmagens fossem interrompidas, sem prazo certo para retorno. Isso porém não impediu a HBO de lançar os primeiros episódios para seu canal por assinatura nos Estados Unidos. O primeiro episódio foi exibido no dia 3 de setembro de 2020. Segue abaixo comentários sobre todos os episódios dessa primeira temporada. Conforme irei assistindo, irei colocando aqui as resenhas com meus comentários.

Raised by Wolves 1.01 - Raised by Wolves  
Esse primeiro episódio foi dirigido pelo grande Ridley Scott, que dispensa maiores apresentações. Aqui temos um casal de androides que chega em uma nave no distante planeta Kepler 22b. Um planeta rochoso, com boas condições de sustentar vida. Eles trazem consigo embriões humanos congelados. Sua missão é acelerar o processo de vida desses embriões para que eles venham a nascer com saúde para povoar esse novo planeta. Ao todo nascem oito crianças, mas as coisas, como era de esperar, não saem exatamente como estava inicialmente planejado. Esse roteiro, que à primeira vista, pode até parecer simples, traz conceitos filosóficos bem interessantes, como a crença ou não em uma criador, a eterna luta entre ciência e a religião e, como é bom familiar a Ridley Scott, uma discussão sobre a origem da vida em planetas distantes do universo. Aqui a teoria poderia ser levada até mesmo a explicar, de forma indireta, a origem da vida inteligente em nosso planeta.

O visual da série se revela muito interessante, como ótimo design de produção. Inicialmente o espectador vai estranhar um pouco o fato dos androides serem chamados pelas crianças de "pai" e "mãe", mas tudo tem uma razão de ser, como bem demonstrado aos poucos no transcorrer desse primeiro episódio. Gostei do resultado, achei inteligente, desafiador e irei acompanhar os próximos episódios para saber aonde essa história vai parar. / Raised by Wolves 1.01 - Raised by Wolves (Estados Unidos, 2020) Direção: Ridley Scott / Roteiro: Aaron Guzikowski / Elenco: Amanda Collin, Abubakar Salim, Winta McGrath.

Pablo Aluísio.

domingo, 17 de fevereiro de 2008

The Tudors: A Realeza nas Telas!

A monarquia britânica sempre esteve em alta nas telas dos cinemas e em programas de TV. Ultimamente porém tem aumentado e muito o interesse sobre as vidas das famílias imperiais da Europa e em especial da família real inglesa. Vários filmes e um seriado em especial tem reavivado o interesse na longa história dos reis e rainhas britânicas. Além de acompanhar The Tudors, recentemente assisti vários filmes enfocando o tema de forma brilhante: A Duquesa, A jovem Vitória e O Homem que não Vendeu sua Alma. Começando pela telinha, recomendo um dos melhores seriados atualmente intitulado The Tudors. Estrelado pelo ator Jonathan Rhys Meyers no papel de Henrique VIII, The Tudors é uma ótima produção que vem conquistando cada vez mais audiência na Europa e EUA. Como todos sabem o rei Henrique VIII representou como poucos o auge do absolutismo da monarquia na Europa. Irascível, tirano e perseguidor, Henrique entrou para a história ao romper com a Igreja Católica em seu país por uma questão pessoal o que o levou a fundar a Igreja Anglicana da Inglaterra.

O seriado agora se encontra na terceira temporada, no período posterior a morte de sua terceira esposa, Jane Seymour. As temporadas seguintes enfocaram a longa luta de Henrique para anular seu casamento com sua primeira esposa, Catarina, e contrair matrimônio com Ana Bolena, sua amante. A luta de Henrique contra a Igreja e o Papa, que se negou a anular sua primeira união, é analisada em detalhes, embora a série não seja 100% fiel aos fatos. A intenção dos produtores nunca foi mesmo a de ser historicamente impecável, apenas de contar uma bela história de amor e poder. Nesse ponto foram extremamente bem sucedidos, pois a série é bem recomendada até mesmo para quem nunca gostou muito de história na escola. Nesse caso o seriado pode muito bem ser encarado como um belo romance de época.

A mesma trama envolvendo a corte de Henrique VIII é também o foco do filme O Homem que não vendeu sua Alma. Embora a época do auge Tudor seja tratado de forma honesta o filme se perde um pouco ao analisar a história de Thomas More, o chanceler real, que se negou a romper com sua fé católica em favor de Henrique e que pagou caro por ter mantido firme sua posição. O filme foi premiado com o Oscar e é um marco da história do cinema, porém é um pouco superficial do ponto de vista histórico. Embora Thomas More sem dúvida seja um personagem cativante, que procurou manter firme suas convicções até o fim, o filme deixou de retratar o lado mais sombrio de sua biografia, pois é fato que ele mandou centenas de pessoas para a fogueira, principalmente luteranos. Ao invés de mostrar tanto o seu lado positivo como negativo, a narrativa se concentrou apenas no lado virtuoso de More, o que pode levar muitos a considerá-lo um tipo de mártir do catolicismo. A própria Igreja Católica inclusive ignorou esse lado mais obscuro e o canonizou em 1935. Enfim, por ser parcial demais o Homem que não vendeu sua Alma não é dos mais indicados para os que querem conhecer a fundo o período Tudor na história inglesa.

Para os que desejam algo mais ameno dois recentes filmes são altamente recomendados. O primeiro é A Duquesa. Aqui somos apresentados à história da Duquesa de Devonshire que é brilhantemente interpretada pela atriz Keira Knightley. Essa nobre é uma antepassada da própria Princesa Diana e ficou famosa pela intensa luta que travou em favor de vários direitos feministas. O filme é belíssimo, de encher os olhos com a maravilhosa produção de época. Nesse mesmo estilo temos ainda a nova produção de Martin Scorsese, A Jovem Vitória. A película mostra os primeiros anos de reinado da Rainha Vitória, que simbolizou para muitos o auge do Império Britânico e deu nome a toda uma era, a chamada Era Vitoriana. O filme em si é uma aula de bom gosto, lindos figurinos e impecável reconstituição de época. Ótimo. Em suma, ficam aí as dicas para quem deseja ter belos momentos de entretenimento e descontração com bastante estilo e elegância.

Pablo Aluísio.