quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008
Dália Negra
Título Original: The Black Dahlia
Ano de Lançamento: 1987
País: Estados Unidos
Editora: Editora Gráfica
Autor: James Ellroy
Tradução: Cláudia Santana Martins
Gênero Literário: Romance Policial
Sinopse:
Dois policiais de Los Angeles, ex-boxeadores peso médio, precisam investigar a morte de uma jovem chamada Elizabeth Short. Seu corpo foi encontrado cortado ao meio, com vários sinais de tortura, em uma rua residencial da cidade. As pistas são poucas e confusas e as investigações logo se tornam um pesadelo.
Comentários:
Esse livro é um romance policial que mistura fatos históricos reais com mera ficção. A morte da Dália Negra (nome que a imprensa passou a chamar a vítima Elizabeth Short após sua morte) foi real e se tornou um dos crimes mais sórdidos da história americana. Oficialmente nunca foi resolvido. Ninguém foi punido. Já a figura dos detetives do livro são pura ficção. São personagens de pura literatura. Essa combinação tornou o livro bem irregular. Nas partes em que o escritor James Ellroy traz parte das informações reais sobre a vida da vítima, o livro vale a pena, prende a atenção. No desenvolvimento desses dois tiras de ficção o interesse decai. São personagens que agem fora das regras, batendo em investigados, participando de sessões policiais de tortura, aceitando suborno. Nos anos 80 não havia ainda muita preocupação em apresentar protagonistas mais íntegros. Na verdade os policiais desse livro são anti-heróis. Até aí tudo bem, só que o autor exagerou um pouco na dose. O final do romance policial igualmente não me agradou. Fraco demais. Hoje sabe-se que o principal suspeito da época, o Dr. George Hodel, foi muito provavelmente o assassino, porém nunca foi punido, talvez por ser um médico rico e famoso. Enfim, uma leitura que me soou apenas irregular, de mediana para fraca. Tem altos e baixos. Não é um livro nota 10.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008
Filmes no Cinema - Edição IV
O outro filme a ocupar muitas salas será a animação "LEGO Batman: O Filme". Eu fico até surpreso desses filmes da LEGO conseguirem tanto espaço no circuito comercial. Isso porque nunca consegui visualizar uma linha de separação muito clara entre o filme como produto cinematográfico e a pura propaganda de uma franquia de brinquedos! Já tinha conhecimento de filmes anteriores da LEGO explorando o universo Star Wars, etc, mas essa sociedade com a DC Comics me parece bem estranha (e oportunista).
Já para quem quiser fugir do arrasador marketing do novo filme de E.L. James e dos brinquedos da LEGO, fica a sugestão do filme alemão "Toni Erdmann". O roteiro se propõe a ser um drama com muitas doses de humor mostrando uma filha tendo que lidar com um pai bem fora dos padrões. É bom para conhecer melhor o cinema germânico - austríaco da atualidade. Só não espere que o filme seja exibido em muitas salas. Outra dica para quem gosta de cinema europeu é o drama romântico francês "Marguerite & Julien: Um Amor Proibido". Devo dizer porém que o tema do roteiro é bem polêmico - enervante para alguns - pois se trata do amor incestuoso que nasce entre dois irmãos! Não me recordo de ter visto nada parecido vindo da filmografia francesa.
Voltando para as produções americanas outro filme que chega nas telas hoje é "Vale da Luta". É um filme de lutas, estrelado por mulheres! Uma jovem se envolve no submundo das lutas clandestinas e acaba sendo espancada numa floresta distante. Ela é dada como morta, mas sua irmã resolve investigar o que teria acontecido. O elenco é liderado por Susie Celek e Chelsea Durkalec. E para finalizar vamos falar dos filmes nacionais que chegam nas telas hoje. No drama "Redemoinho" de José Luiz Villamarim, temos dois amigos que se reencontram após muitos anos. No interior de Minas Gerais eles começam a relembrar fatos do passado de suas vidas. Em "A Cidade onde Envelheço" da cineasta Marília Rocha, acompanhamos a luta de duas portuguesas que se mudam para o Brasil, enfrentando toda a barra de se viver agora em um outro país, um outro continente.
Pablo Aluísio.
Dicas do Youtube
O que Assistir no Youtube?
Bom, as pessoas passam horas e horas navegando no Youtube em busca de algo para assistir. Aqui nessa postagem eu vou colocar algumas dicas de bons vídeos que assisti naquela plataforma recentemente. Não são os melhores vídeos de todos os tempos, nada disso, apenas vídeos interessantes que assisti nesse último mês do ano de 2020. Para facilitar a pesquisa dos vídeos irei colocar aqui exatamente como os títulos estão no Youtube.
Elvis Presley - Blue Christmas (Official Animated Video) - O canal oficial do cantor Elvis Presley tem produzido alguns clips muito bons para o Youtube. Como estamos no final do ano, chegando na época do natal, o canal disponibilizou uma animação com esse clássico natalino "Blue Christmas" do disco de 1957 chamado "Elvis Christmas Album". A animação ficou uma graça, de muito bom gosto, nostálgica. Os desenhos todos em tonalidades de azul e branco são certamente um destaque. Um vídeo para aquecer o coração nesse ano tão complicado de nossas vidas.
Mengele - A vida e morte do médico nazista - Esse vídeo é do canal da Youtuber Bel Rodrigues. Ela aqui comenta sobre o livro "Mengele - A história completa" que inclusive estou lendo no momento e que em breve pretendo colocar uma resenha aqui em nosso blog. Bom, Mengele foi um carrasco nazista, um médico que fez coisas horrorosas no campo de concentração de Auschwitz. Ele fugiu depois da guerra e veio parar na América do Sul, onde viveu nos países da Argentina, Paraguai e por fim Brasil. Morreu em uma praia de Santos, sem ter pagado por seus crimes. Bom vídeo da Bel. Ela comete alguns pequenos deslizes, mas nada que vá estragar o bom trabalho que ela produz no Youtube.
John Lennon - 40 anos da morte no Youtube - Hoje, 8 de dezembro de 2020, completa-se 40 anos da morte de John Lennon. Ele foi morto por um fã enlouquecido dos Beatles que acreditava que ele era um traidor de seus próprios ideais, um sujeito que cantava uma coisa, mas que na realidade vivia como um milionário. Também começou a acreditar que ele era o verdadeiro John Lennon. Completamente insano, o assassino resolveu matar o ex-Beatle pois ele seria na verdade um "impostor". Loucura, loucura demais. John morreu, com vários tiros dados à queima roupa, pelas costas, na mais pura covardia.
E nesse dia tão triste, quando o mundo relembrou sua morte, vários canais do Youtube fizeram vídeos em homenagem ao ex-Beatle, cantor, compositor e poeta. Um deles foi o canal Alta Fidelidade, que fez um review do último CD duplo do cantor que chegou nas mãos dos fãs nesses últimos dois meses. O "Let it Beatles" procurou fazer um panorama geral de tudo o que aconteceu e o Beatles School fez um vídeo bem diferente, contando uma história de como John Lennon havia sobrevivido a esse atentado. Claro, isso nunca aconteceu, John Lennon morreu mesmo, foi assassinado, mas de qualquer forma não custa sonhar. Na imaginação, na mente, tudo é possível. Basta sonhar com dias melhores, tanto do passado, como do futuro.
Dinastia RomanovO Youtube, via de regra, tem muito lixo, mas quem estiver disposto a cavar bons vídeos, certamente vai encontrar coisa boa. Nesses últimos dias assisti a 3 bons vídeos sobre o fim da Dinastia Romanov. Como sabemos o último czar russo Nicolau II foi assassinado por revolucionários durante a revolução russa. Nicolau II foi fuzilado ao lado da esposa Alexandra e dos filhos Olga, Tatiana, Maria, Anastásia e Alexei.
Eles foram executados em um porão e seus corpos foram escondidos em uma floresta. Levou décadas - 80 anos - para que seus restos mortais fossem encontrados. O documentário no NetGeo "Os Romanov" explora a pesquisa científica para confirmar que aqueles corpos pertenciam realmente à família real russa. Os resultados foram positivos.
Outra dica vai para o canal de Paulo Rezzutti. O escritor é conhecido pelos ótimos livros que escreveu sobre a família imperial do Brasil, mas seu canal não se resume a isso. Ele também tem ótimos vídeos sobre outras monarquias da Europa, com destaque a um vídeo de quase uma hora de duração onde ele conta a queda de NIcolau II. O mesmo vai para outro vídeo, também muito bom, onde ele comenta o destino de outros membros da família Romanov, inclusive de alguna parentes do Tsar que ficaram no país e não fugiram para o exterior. Muito, muito interessante.
Pablo Aluísio.
terça-feira, 19 de fevereiro de 2008
A Queda da Indústria Cinematográfica
E qual será o futuro do cinema? Estúdios como a Disney e a Warner tinham esperanças que os cinemas americanos fossem reabrir no próximo mês, porém grandes estados como Nova Iorque, Flórida e Califórnia não vão abrir os cinemas, não pelo menos nos próximos quatro meses. A pandemia entrou com força dentro dos Estados Unidos e os cinemas, como ambientes fechados que são, funcionando com ar-condicionado, seguem sendo um dos piores para contaminação. Sem cinemas abertos, qual será o destino da indústria? Sem as salas de cinemas a produção de grandes filmes se torna praticamente impossível. E quem garante que mesmo estando reabertos os cinemas vão atrair o público? O medo está grande. Provavelmente vai levar meses para que as pessoas se sintam seguras novamente para assistir a uma sessão de cinema.
E no meio desse caos qual seria a saída? Há duas possibilidades a curto e médio prazo. O primeiro é o lançamento por streaming, em plataformas como Netflix, etc. O problema é que esse tipo de distribuição não garante o orçamento de grandes filmes. Apenas o cinema independente conseguiria sobreviver com seus filmes pequenos, de curto orçamento. A outra saída seria a venda direta ao consumidor através de DVDs e Blu-Ray. E é curioso que a indústria agora se volte para esse mercado. Desde o fim do videocassete nunca mais os estúdios faturaram como na era do VHS. Naqueles tempos a maioria dos filmes eram pagos com o dinheiro das locações de vídeo. Agora a tendência é tentar de alguma forma revitalizar esse mercado, se bem que vai ser como tentar ressuscitar um dinossauro extinto. De qualquer forma vamos torcer para que o cinema sobreviva a essa grande crise que se abate sobre o nosso mundo.
Pablo Aluísio.
Cinema 2020: O Ano está perdido!
O ano de 2020 está perdido para a indústria de cinema mundial. Essa foi a conclusão a que chegaram os principais executivos dos grandes estúdios de Hollywood. Praticamente todos os grandes lançamentos foram adiados. Não haverá nenhum grande blockbuster a ser lançado nos cinemas esse ano. Embora a vacinação contra o coronavírus esteja prestes a se concretizar, pelo menos nos Estados Unidos e Europa, o fato é que não existe mais tempo hábil para que os cinemas recebam um grande filme nesse ano de 2020. A Inês está morta!
E nos bastidores está ocorrendo uma verdadeira guerra comercial entre os estúdios e as grandes companhias de salas de cinema e distribuidoras. Tudo porque essas empresas prometem boicotar os filmes dos estúdios que lançarem grandes filmes no sistema de streaming. Recentemente se cogitou lançar o novo filme da Mulher Maravilha nas plataformas de video on demand, como Netflix, Amazon e similares. Os donos de cinemas fizeram barulho. Caso isso fosse feito nenhum filme mais da Warner seria exibido nesses grandes grupos de exibição. O mesmo aconteceu com Duna. Nenhum distribuidor ou empresa de cinema admite que ele seja disponibilizado nas plataformas de streaming. Até porque se isso acontecer realmente teremos um golpe fatal nas salas de exibição.
Atualmente os cinemas que estão abertos e em funcionamento, estão exibindo filmes de pequenos orçamentos ou então filmes menores. Nenhum blockbuster se encontra entre eles. E algo curioso aconteceu. Muitos críticos disseram nos Estados Unidos que a qualidade dos filmes em cartaz melhorou muito. Ao invés de dezenas de filmes sobre super-heróis, agora temos bons dramas, filmes independentes, sendo exibidos. Pena que com a pandemia ainda não seja algo simples essa coisa de ir ao cinema. As salas de exibição, os cinemas, já foram catalogados pela OMS como locais de super disseminação do vírus. Que pena, um dos prazeres mais amados do mundo virou risco de vida, principalmente para pessoas idosas e com problemas de saúde.
Fica para o ano que vem, porque nesse terrível 2020 realmente não parece haver salvação. O ano, pelo menos para a indústria do cinema, está completamente perdido. Estamos em fins de novembro, daqui a pouco será dezembro e aí o ano chegou ao fim. Espero sinceramente que todas as pessoas sejam vacinadas e que no ano que virá todas as pessoas possam ir ao cinema sem medo. Afinal o espetáculo não pode mesmo parar.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008
Medici: Masters of Florence
Esse trágico acontecimento abre uma caixa de Pandora para a briga pela sua herança entre os filhos, mas antes disso o espectador é enviado para um longo flashback, mostrando a força dos Medici na sucessão do novo Papa em Roma. Detalhe histórico interessante: muitos membros da família Medici conseguiram se tornar papas, principalmente entre os séculos XV e XVI. Havia se tornado uma tradição para essa rica e poderosa família colocar seus próprios membros no trono em um Vaticano repleto de corrupção e barbárie. A Igreja Católica, naqueles tempos, era muito provavelmente a instituição mais poderosa do mundo ocidental.
De maneira em geral gostei dessa série histórica. Mesmo assim devo dizer que o roteiro poderia ser melhor organizado, pois as idas e vindas entre presente e passado não ficam muito claras ao espectador, o que poderá causar uma certa confusão, principalmente para quem não conhece muito as fontes históricas em que a série foi baseada. Geralmente sabemos que algo está sendo desenrolado no passado simplesmente por causa da presença do mestre Giovanni Medici (Dustin Hoffman), uma vez que ele morre envenenado logo na primeira cena. Um pouco mais de capricho dos roteiristas cairia muito bem. A produção é boa, embora algumas cenas de computação gráfica recriando antigas construções não tenham sido tão convincentes. Mesmo assim, apesar desses pequenos tropeços, recomendo a série pelo conjunto da obra.
Medici: Masters of Florence (Sin, Inglaterra, Itália, 2016) Estúdio: RAI, Netflix / Direção: Sergio Mimica-Gezzan / Roteiro: Nicholas Meyer / Elenco: Richard Madden, Dustin Hoffman, Stuart Martin, Annabel Scholey, Guido Caprino, Alessandro Sperduti / Sinopse: Essa série se propõe a contar a história real da poderosa família Médici, que dominou o poder político e religioso durante a Idade Média e o renascimento na Europa continental.
Pablo Aluísio.
Raised by Wolves
Raised by Wolves 1.01 - Raised by Wolves
Esse primeiro episódio foi dirigido pelo grande Ridley Scott, que dispensa maiores apresentações. Aqui temos um casal de androides que chega em uma nave no distante planeta Kepler 22b. Um planeta rochoso, com boas condições de sustentar vida. Eles trazem consigo embriões humanos congelados. Sua missão é acelerar o processo de vida desses embriões para que eles venham a nascer com saúde para povoar esse novo planeta. Ao todo nascem oito crianças, mas as coisas, como era de esperar, não saem exatamente como estava inicialmente planejado. Esse roteiro, que à primeira vista, pode até parecer simples, traz conceitos filosóficos bem interessantes, como a crença ou não em uma criador, a eterna luta entre ciência e a religião e, como é bom familiar a Ridley Scott, uma discussão sobre a origem da vida em planetas distantes do universo. Aqui a teoria poderia ser levada até mesmo a explicar, de forma indireta, a origem da vida inteligente em nosso planeta.
O visual da série se revela muito interessante, como ótimo design de produção. Inicialmente o espectador vai estranhar um pouco o fato dos androides serem chamados pelas crianças de "pai" e "mãe", mas tudo tem uma razão de ser, como bem demonstrado aos poucos no transcorrer desse primeiro episódio. Gostei do resultado, achei inteligente, desafiador e irei acompanhar os próximos episódios para saber aonde essa história vai parar. / Raised by Wolves 1.01 - Raised by Wolves (Estados Unidos, 2020) Direção: Ridley Scott / Roteiro: Aaron Guzikowski / Elenco: Amanda Collin, Abubakar Salim, Winta McGrath.
Pablo Aluísio.
domingo, 17 de fevereiro de 2008
The Tudors: A Realeza nas Telas!
O seriado agora se encontra na terceira temporada, no período posterior a morte de sua terceira esposa, Jane Seymour. As temporadas seguintes enfocaram a longa luta de Henrique para anular seu casamento com sua primeira esposa, Catarina, e contrair matrimônio com Ana Bolena, sua amante. A luta de Henrique contra a Igreja e o Papa, que se negou a anular sua primeira união, é analisada em detalhes, embora a série não seja 100% fiel aos fatos. A intenção dos produtores nunca foi mesmo a de ser historicamente impecável, apenas de contar uma bela história de amor e poder. Nesse ponto foram extremamente bem sucedidos, pois a série é bem recomendada até mesmo para quem nunca gostou muito de história na escola. Nesse caso o seriado pode muito bem ser encarado como um belo romance de época.
A mesma trama envolvendo a corte de Henrique VIII é também o foco do filme O Homem que não vendeu sua Alma. Embora a época do auge Tudor seja tratado de forma honesta o filme se perde um pouco ao analisar a história de Thomas More, o chanceler real, que se negou a romper com sua fé católica em favor de Henrique e que pagou caro por ter mantido firme sua posição. O filme foi premiado com o Oscar e é um marco da história do cinema, porém é um pouco superficial do ponto de vista histórico. Embora Thomas More sem dúvida seja um personagem cativante, que procurou manter firme suas convicções até o fim, o filme deixou de retratar o lado mais sombrio de sua biografia, pois é fato que ele mandou centenas de pessoas para a fogueira, principalmente luteranos. Ao invés de mostrar tanto o seu lado positivo como negativo, a narrativa se concentrou apenas no lado virtuoso de More, o que pode levar muitos a considerá-lo um tipo de mártir do catolicismo. A própria Igreja Católica inclusive ignorou esse lado mais obscuro e o canonizou em 1935. Enfim, por ser parcial demais o Homem que não vendeu sua Alma não é dos mais indicados para os que querem conhecer a fundo o período Tudor na história inglesa.
Para os que desejam algo mais ameno dois recentes filmes são altamente recomendados. O primeiro é A Duquesa. Aqui somos apresentados à história da Duquesa de Devonshire que é brilhantemente interpretada pela atriz Keira Knightley. Essa nobre é uma antepassada da própria Princesa Diana e ficou famosa pela intensa luta que travou em favor de vários direitos feministas. O filme é belíssimo, de encher os olhos com a maravilhosa produção de época. Nesse mesmo estilo temos ainda a nova produção de Martin Scorsese, A Jovem Vitória. A película mostra os primeiros anos de reinado da Rainha Vitória, que simbolizou para muitos o auge do Império Britânico e deu nome a toda uma era, a chamada Era Vitoriana. O filme em si é uma aula de bom gosto, lindos figurinos e impecável reconstituição de época. Ótimo. Em suma, ficam aí as dicas para quem deseja ter belos momentos de entretenimento e descontração com bastante estilo e elegância.
Pablo Aluísio.
sábado, 16 de fevereiro de 2008
Não Há Dia Fácil
Depois conta em detalhes o momento em que entraram na casa de Bin Laden, subindo pavimento por pavimento atrás do criminoso internacional. Ele morava em um imóvel amplo, com três pavimentos e com portas reforçadas. Apenas um dos que estavam na casa ao seu lado esboçou uma reação e foi morto de forma imediata. Um dos filhos de Bin Laden também tentou uma reação mas suas chances contra um grupo da elite militar americana como aquele eram simplesmente nulas. Foi alvejado imediatamente e depois jogado de lado pelos membros da equipe para desbloquear o caminho. O militar não demonstra qualquer reação diante da morte de um garoto como aqueles, simplesmente afirma que o tiraram de lado mas a poça de seu sangue prejudicou o grupo pois o chão ficou escorregadio demais para as botas dos SEALs. Não há lugar para piedade dentro de um grupo como esse.
O ápice do relato ocorre quando os militares chegam no quarto onde estava Bin Laden. Para o autor do livro ele agiu como um verdadeiro covarde. Não chegou a ter reação e nem entrou em conflito armado com o grupo americano. Simplesmente foi atingido na cabeça quando procurou ver o que estava acontecendo. Quando Mark Owen e seu grupo entrou no quarto o encontrou caído, tendo convulsões (pois o tiro havia pego em cheio). Após averiguarem que não estava armado o grupo se posicionou e atirou em seu peito, liquidando o líder do grupo Al -Qaeda de forma definitiva. Simples, firme e objetivo. Depois de Owen tirar algumas fotos o corpo do terrorista foi levado pelos militares para o helicóptero que os levou de volta para sua base. Lá o entregaram para um grupo Ranger do exército americano. Tudo durou menos do que 30 minutos. Mesmo com o acidente logo no começo da operação tudo correu como planejado.
Os militares estavam esperando fogo cerrado pois se tratava de Bin Laden mas tudo o que encontraram foi um velho numa casa sem segurança adequada, rodeado de mulheres e crianças. O livro tem causado muita polêmica nos EUA porque a versão contada por Mark Owen (não é seu nome real mas um pseudônimo) é diferente da versão oficial divulgada pelo governo americano. Segundo a Casa Branca, Bin Laden foi morto após trocar tiros com os militares americanos. Owen afirma que isso jamais ocorreu. Laden tinha armas em seu quarto mas estavam sem munição. Ele foi atingido pelo batedor da tropa e isso não ocorreu sob fogo cruzado. Seu maior erro foi colocar a cabeça para fora do quarto onde estava para tentar ver o que ocorria no corredor. Foi nesse momento que o militar americano, obviamente um atirador de elite, o acertou bem em cheio. Em vista das diferenças de versões a confusão está armada, principalmente agora no meio da campanha presidencial americana. Afinal Bin Laden foi executado ou morto em combate? O livro traz a versão de quem esteve lá, no calor dos acontecimentos. Mark Owen pode ser punido uma vez que relata em seu livro uma operação militar altamente secreta. Ele se justifica dizendo que tem a obrigação de dizer a verdade. Cabe ao leitor depois tirar suas próprias conclusões. Realmente no mundo em que vivemos não há dia fácil.
Não Há Dia Fácil
Um Líder da Tropa de Elite Americana Conta Como Mataram Osama Bin Laden
1a. edição, 2012
Autor: Mark Owen
Editora Paralela
Pablo Aluísio.
O cinema dos anos 80
Para completar o momento nostalgia acabamos assistindo alguns trechos de filmes que há anos não tinha revisto. Um deles provavelmente só assisti uma única vez, lá no velho cinema municipal, quando eu deveria ter no máximos uns 13 anos de idade. Seu nome é bem sutil e delicado, "Jogo Bruto", onde o dublê de ator e halterofilista Arnold Scharzennegger destroçava em poucos segundos um exército de mafiosos mal encarados, ou seja, tudo o que um garoto de 13 anos realmente quer ver quando vai ao cinema. É muito interessante se deparar com um filme do qual você tinha adorado muitos anos depois. Tudo em Jogo Bruto respira a anos 80: os carrões que parecem verdadeiras banheiras, os ternos cafonas, os penteados estranhos e as eternas ombreiras que pareciam ser item obrigatório nas mulheres ditas chiques. Puxa, como o tempo passa não é mesmo? Tudo muda com a passagem dele, menos é claro a canastrice de Scharzennegger que ele hoje a utiliza no mundo da política e não mais no mundo do cinema.
Depois de Jogo Bruto acabamos vendo trechos daquele que acho ser o filme símbolo do cinema de ação dos anos 80: Stallone Cobra! Nossa, aquela imagem de Stallone com óculos escuros, palito de dente no canto da boca e uma metralhadora de mira a laser é uma das mais ícônicas do cinema dos anos 80, principalmente para quem viveu naquela época. Quem estava lá não esquece, o filme foi considerado violento demais por um ministro chamado Paulo Brossard que num ato de devaneio acabou proibindo o filme para menores de 18 anos. Imagine a repercussão que isso teve! De repente assistir Stallone Cobra virou um ato de honra e coragem para os garotos dos anos 80. Todos os dias durante o intervalo das aulas a conversa girava sempre sobre como entrar no cinema para assistir Cobra! Quem poderia arranjar umas carteiras falsas para a turma entrar? Como conseguir?
A quantidade de carteiras falsas que circulou naquele ano deve ter sido uma das maiores da história! Todos queriam ver Stallone Cobra e quando conseguiam corriam para se vangloriar com os amigos menos sortudos! Depois lançaram o filme com cortes para menores e depois sem cortes... uma loucura! Assistir hoje Stallone Cobra é como voltar aos bons e velhos tempos. Claro que visto sobre o prisma de hoje o filme é só um policial cheio de clichês mas como marcou toda uma geração de garotos dos anos 80 ele acabou sendo envolto numa clima bom de nostalgia. Quem em sã consciência esqueceu uma das frases mais marcantes do filme? "Você é uma doença e eu sou a cura" falava Stallone com seu conhecido rosto sem expressividade. Nem é preciso dizer que isso era simplesmente o máximo para a garotada que fazia de tudo para lotar as sessões. Enfim, relembrar essas pequenas histórias dos tempos colegiais foi muito bom, foi uma bela viagem ao passado. Quem sabe não começo a rever daqui em diante os filmes da minha infância e adolescência. Coisas como Os Caça Fantasmas, De Volta Para o Futuro, Karatê Kid e até mesmo a série Rambo! Ah os anos 80!... eu era feliz e não sabia!
Pablo Aluísio.