segunda-feira, 7 de março de 2022
A Morte Espera no 322
O roteiro desse filme foi escrito a partir do romance policial ""The Night Watch" escrito por Thomas Walsh. Curiosamente o roteiro ainda mesclou essa história base com elementos de outro livro da época, escrito por Bill S. Ballinger, Nessa mistura de literatura Pulp surge uma história das mais interessantes, onde os protagonistas são todos patifes, sem exceção. Com bom elenco e direção segura de Richard Quinem, eu destacaria a presença da atriz Kim Novak. Jovem e no auge de sua beleza, ela roubou o filme do astro principal, Fred MacMurray, que sem ter o mesmo carisma de Novak, acabou ficando totalmente ofuscado!
A Morte Espera no 322 (Pushover, Estados Unidos, 1954) Direção: Richard Quine / Roteiro: Roy Huggins / Elenco: Fred MacMurray, Kim Novak, Dorothy Malone, Philip Carey, E.G. Marshall / Sinopse: Policial corrupto resolve se unir a mulher de um chefe de quadrilha especializada em roubos a bancos, para dar um golpe em todos os envolvidos no crime.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 24 de março de 2021
Sortilégio do Amor
Essa produção dos anos 1950 é um simpática comédia romântica que uniu novamente nas telas a dupla James Stewart e Kim Novak, que tanto sucesso fizeram no clássico de Alfred Hitchcock, "Um Corpo Que Cai". A diferença é que se aquele era um suspense da melhor safra do grande diretor, sendo esse filme aqui é apenas uma simpática estória de romance entre duas pessoas completamente diferentes que acabam se apaixonando. James Stewart está em seu tipo habitual, a do sujeito comum que se vê envolvido numa situação completamente nova em sua pacata vida.
A bela atriz Kim Novak está mais linda do que nunca no papel de Gil, uma bruxa dos tempos modernos. Usando um figurino naturalmente sensual, ela seduz não apenas o personagem de James Stewart, mas o público também, com seu jeito sedutor de falar e agir. Sempre com um gato nas mãos e andando descalça o tempo todo, ela acaba roubando o filme do sempre ótimo James Stewart. O elenco de apoio também é de luxo, com destaque para Jack Lemmon, interpretando o papel do irmão de Novak. Deliciosamente ingênuo e com roteiro bem redondinho (baseado na peça teatral de John Van Druten) esse é um daqueles filmes docemente românticos que ainda divertem e seduzem. Um ótimo programa certamente, principalmente para o público feminino mais nostálgico.
Sortilégio do Amor (Bell Book and Candle, Estados Unidos, 1958) Estúdio: Columbia Pictures / Direção: Richard Quine / Roteiro: John Van Druten, Daniel Taradash / Elenco: James Stewart, Kim Novak, Jack Lemmon, Ernie Kovacs, Janice Rule / Sinopse: James Stewart interpreta o solteirão que após muitos anos decide-se casar. O problema é que na véspera de seu casamento ele é fisgado por uma estranha e exótica mulher que literalmente o enfeitiça de amor. Filme indicado ao Oscar nas categorias Melhor Direção de Arte e Figurino. Filme indicado ao Globo de Ouro na categoria Melhor Filme - Comédia.
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 22 de outubro de 2020
Quando Paris Alucina
Muitos anos depois de ter feito essa produção a estrela máxima da elegância e finesse em Hollywood, a inigualável Audrey Hepburn, disse em uma entrevista que esse era o seu filme favorito dentre todos que fez ao longo de sua carreira. Eu entendo sua opinião. A produção é uma singela comédia romântica muito fina e elegante, igualzinha a ela, a Audrey. É um espelho cinematográfico dela mesma. Assim quem gosta dessa clássica atriz não poderá deixar de gostar desse simpático clássico do cinema.
Quando Paris Alucina (Paris - When It Sizzles, Estados Unidos, 1964) Estúdio: Paramount Pictures / Direção: Richard Quine / Roteiro: Julien Duvivier, Henri Jeanson / Elenco: William Holden, Audrey Hepburn, Tony Curtis, Mel Ferrer, Marlene Dietrich / Sinopse: Um roteirista de Hollywood promete escrever um roteiro inovador, só que na realidade ele não tem nada em mãos.
Pablo Aluísio.
sábado, 19 de setembro de 2020
Médica, Bonita e Solteira
Depois do sucesso dos filmes estrelados por Rock Hudson e Doris Day, as produções românticas do cinema americano nunca mais foram as mesmas. Que o diga esse simpático "Médica, Bonita e Solteira" que tentava seguir pelo mesmo caminho. E o que exatamente esses filmes tinham de diferente? Na década de 1950 os filmes sobre relacionamentos eram extremamente românticos, melosos, puxando para o melodramático. Uma ingenuidade só! Já na década de 1960 eles se tornaram bem mais picantes, cínicos e bem humorados. A nova posição da mulher dentro da sociedade já não comportava aquela heroína bobinha dos antigos filmes, onde a mulher geralmente ficava sonhando acordada com o aparecimento do príncipe encantando com sua armadura reluzente e brilhante. Aqui temos um exemplo de personagem feminino que já era independente e não precisava de um casamento para se firmar dentro da sociedade.
A protagonista desse filme se chamava Helen Brown (Natalie Wood), uma mulher independente, bem sucedida, que não precisa de um relacionamento com um homem para se tornar feliz. Em vista disso ela resolve escrever um livro contando sua forma de entender a nova realidade feminina de seu tempo. O livro se torna um grande sucesso de vendas, o que desperta a curiosidade do jornalista Bob Weston (Tony Curtis), que deseja descobrir todos os mais íntimos segredos por trás da imagem da autora do livro. Já deu para perceber que apesar das intenções nada louváveis de Bob ele vai acabar se apaixonando por Helen, pois afinal ela evita de todas as formas se tornar mais uma presa na enorme lista de conquistas do charmoso jornalista. A Warner investiu pesado nesse filme, até porque tinha a intenção de ganhar esse rico nicho de mercado das comédias românticas mais ousadas da década de 1960. Para isso não mediu esforços, colocando como meros coadjuvantes grandes nomes de Hollywood como por exemplo Henry Fonda e Lauren Bacall. O filme é divertido, não há como negar, mas também fica muito longe de repetir os bons roteiros da dupla Hudson / Day.
Apesar do carisma dos atores Tony Curtis e Natalie Wood, o
filme não conseguiu cumprir todas as expectativas simplesmente porque em
1964 ele já foi considerado sem novidades, já que o assunto já tinha
sido exaurido nos filmes da Universal com Doris Day e Rock Hudson. De
qualquer maneira vale ser redescoberto. Que o diga os produtores em
Hollywood que se inspiraram nele para realizar "Abaixo o Amor" com Renée
Zellweger e Ewan McGregor, uma homenagem bem humorada a esses antigos
filmes. Assista aos dois filmes e compare. No mínimo você terá uma boa
diversão.
Pablo Aluísio.
sábado, 25 de fevereiro de 2012
O Diabólico Dr. Fu Manchu
Título Original: The Fiendish Plot of Dr. Fu Man
Ano de Produção: 1980
País: Estados Unidos
Estúdio: Braun Entertainment Group
Direção: Piers Haggard, Richard Quine
Roteiro: Rudy Dochtermann, Jim Moloney
Elenco: Peter Sellers, Helen Mirren, David Tomlinson, Sid Caesar, Simon Williams, Steve Franken
Sinopse:
Quando o elixir da vida de regressão da idade de Fu é derramado por um lacaio infeliz, Fu Manchu envia seus demais lacaios para reunir suprimentos para um novo lote de elixir, incluindo uma joia preciosa, que faz com que uma equipe de agentes o localize.
Comentários:
Você conhece Peter Sellers? Bom, se você tem menos de 40 anos de idade muito provavelmente não saberá de quem estou escrevendo. Pois saiba então que Peter Sellers foi o comediante mais famoso do cinema em sua época. Ele era extremamente popular, inclusive no Brasil, com várias reprises de seus filmes em todos os canais de TV aberta. Infelizmente, com o passar dos anos, nunca mais vi um filme seu sendo exibido. Uma pena, as novas gerações acabam desconhecendo seu trabalho. Esse filme do Fu Manchu era dos mais populares. Basta falar em Fu Manchu que os mais velhos certamente vão lembrar, principalmente da maquiagem, com o Peter Sellers de olhos puxados para trás e um finíssimo bigode ao estilo oriental. Pura diversão de bons tempos que não voltam mais.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 24 de janeiro de 2007
Aconteceu num Apartamento
Título Original: The Notorious Landlady
Ano de Produção: 1962
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Richard Quine
Roteiro: Larry Gelbart, Blake Edwards
Elenco: Kim Novak, Jack Lemmon, Fred Astaire, Lionel Jeffries, Estelle Winwood, Maxwell Reed
Sinopse:
William 'Bill' Gridley (Jack Lemmon) aluga uma parte do apartamento da bonita Carlyle 'Carly' Hardwicke (Kim Novak). Não demora muito e ele acaba se apaixonando por ela, sem saber que no passado ela foi considerada suspeita da morte de seu marido. Teria algum fundo de verdade nessa história?
Comentários:
Kim Novak foi uma das atrizes mais bonitas da história do cinema americano. Chego até a dizer que sua beleza poderia ser comparada à de Marilyn Monroe. Elas inclusive eram rivais e concorrentes na época. Muitas atrizes tentaram seguir os passos de Marilyn, mas no final eram apenas cópias mal feitas. Já Kim Novak teve uma carreira própria, muito relevante, com alguns grandes clássicos como "Um Corpo Que Cai" de Alfred Hitchcock. Ela não era uma das imitações de Marilyn Monroe. Nessa comédia "Aconteceu num Apartamento" a Columbia tentou que Novak interpretasse uma personagem que lembrava um pouco as loiras que Marilyn fazia em seus filmes. Era uma comédia mais sofisticada, porém numa mesma levada. Por isso Kim se sentiu um pouco incomodada em fazer o filme. Mesmo com um pé atrás ela fez seu trabalho. Ao seu lado dois destaques no elenco: Jack Lemmon, sempre no timing certo para o humor e o veterano ator e dançarino Fred Astaire, o maior ídolo da era de ouro dos grandes musicais. Por causa da idade ele não conseguia mais fazer todas aquelas coreografias que o imortalizaram ao lado de Ginger Rogers, mas aqui ele voltava a usar de seu velho carisma. Em suma, um bom filme, divertido e com ótimo elenco.
Pablo Aluísio.