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sexta-feira, 5 de abril de 2013

Um Homem Fora de Série

Um tratado sobre redenção e recomeço. Assim de maneira simples podemos definir mais esse ótimo momento na filmografia do ator Robert Redford. No enredo ele interpreta Roy Hobbs, um jogador de beisebol que sonha um dia alcançar o topo em sua carreira. Nascido no campo ele logo descobre muito cedo um grande talento para o esporte. Usando um taco especial ao qual manda gravar a palavra “Wonderboy” (garoto maravilha) o jogador começa a escalar o caminho do sucesso no famoso time Chicago Cubs. Tudo corre às mil maravilhas até que ele sofre um atentado que praticamente encerra seus sonhos de um dia ser considerado o melhor jogador dos Estados Unidos. Lutando para sobreviver e dar a volta por cima ele consegue, 16 anos depois, retornar para a liga principal, dessa vez jogando no desacreditado New York Knights. Bem mais velho e dado como acabado para o esporte Roy (Redford) tenta superar seus próprios limites para mostrar a todos e principalmente para ele mesmo que um sonho jamais acaba para quem tem garra e perserverança.

“Um Homem Fora de Série” logo foi aclamado em seu lançamento por causa da mensagem otimista e positiva de seu argumento. Robert Redford interpreta um obstinado esportista que simplesmente não aceita desistir de tudo. Ele luta a cada dia por uma nova chance, por um recomeço. O filme une dois símbolos tipicamente americanos. O primeiro, bem óbvio, é o próprio beisebol, cujo campo se torna uma metáfora para a vida. O segundo é o ator Robert Redford, considerado na época uma representação do que de melhor podia a América construir. Carismático, politicamente correto e bom profissional, Redford era só elogios em sua atuação. De fato ele representava o próprio Wonderboy do roteiro. “Um Homem Fora de Série” é também um típico filme de Barry Levinson. Esse cineasta adora encher seus trabalhos com uma alta carga de nostalgia, geralmente relembrando fatos marcantes do passado, tudo feito em uma linguagem saudosista e reverencial. Isso já havia se tornado óbvio em “Quando os Jovens se Tornam Adultos” e se repete aqui. Levinson tem carinho por seus personagens e por isso sempre os trata com elegância e doce suavidade. Certamente esse trabalho ao lado de Robert Redford é um dos mais expressivos de sua carreira. Assista, mesmo que você não goste muito de beisebol pois o que vale aqui é o lado humano da estória, essa sim fora de série.

Um Homem Fora de Série (The Natural, Estados Unidos, 1984) Direção: Barry Levinson / Roteiro: Roger Towne, baseado na novela de Bernard Malamud / Elenco: Robert Redford, Robert Duvall, Glenn Close, Kim Basinger / Sinopse: Jogador de beisebol (Robert Redford) busca por redenção e um novo recomeço na carreira após sofrer um atentado. Indicado aos Oscars de Melhor Atriz Coadjuvante (Glenn Close), fotografia, direção de arte e música. Indicado ao Globo de Ouro de Melhor Atriz Coadjuvante (Kim Basinger).

Pablo Aluísio.

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Batman

Será que ainda havia espaço para os heróis em quadrinhos no cinema? Tentando responder a essa pergunta a Warner iniciou no final da década de 1980 a mais ousada e cara adaptação de um personagem de gibis até então. O escolhido foi o cavaleiro das trevas, Batman, da DC Comics. Claro que o personagem já tinha surgido nas telas antes mas aquelas estavam longe de serem produções classe A. Na verdade eram meros episódios de seriados na décadas de 50 ou então telefilmes adaptados ao cinema como o Batman super colorido da TV americana da década de 1960 com Adam West vestindo o uniforme do personagem. Todos sabiam que não seria uma adaptação fácil. O diretor escolhido, Tim Burton, tampouco agradou aos fãs. Ele tinha um estilo muito próprio, com direção de arte muito personalizada. Corria-se o risco de descaracterizar o famoso herói. Outro problema seria a escolha do ator para viver Batman. Os mais consagrados não queriam vestir a capa e os mais desconhecidos não tinham força suficiente nas bilheterias a ponto da Warner investir neles. O pior aconteceu quando o nome de Michael Keaton foi anunciado! Ele era basicamente um comediante de filmes engraçadinhos, meio careca e nada condizente com o perfil de Batman. Era uma escolha improvável e inadequada para praticamente todos os fãs. A situação melhorou um pouco logo depois quando Jack Nicholson aceitou viver o vilão Coringa. Era o que faltava ao filme, um grande ator, de enorme prestígio, para dar credibilidade à produção. Para ele seria mais do que interessante interpretar um personagem tão pop como aquele naquela altura de sua carreira! Nicholson arriscou de certa forma seu prestigio de ator dramático ao fazer um personagem de cartoon, mas para isso foi muito bem recompensado ganhando milhões em cima de uma porcentagem nas bilheterias estipulada em seu contrato. Sua atuação é muito fiel aos quadrinhos, diria até cartunesca, o que não deixa de ser conveniente para o personagem.

Como todos sabem Tim Burton sempre deixa sua assinatura impressa em seus filmes. O lado mais característico de seus filmes surge justamente na direção de arte, sempre inspirada e muito particular. A Gotham City que surge em cena é soturna, pessimista, sombria. Em certos aspectos procura de forma proposital imitar os próprios quadrinhos pois nada foi criado para o filme para aparentar realidade ou um ambiente real. Pelo contrário, a estética é obviamente inspirada na arte original da DC Comics  Quando chegou aos cinemas a bilheteria foi fenomenal, a curiosidade era imensa e Batman mostrava que tinha forças de atrair grandes multidões aos cinemas. A Warner também investiu pesado no licenciamento de produtos o que fez as lojas receberem uma enxurrada de mercadorias com a marca do personagem. Eram brinquedos, cadernos, álbuns de figurinhas, revistas, roupas, tênis e tudo mais que se possa imaginar. A receita multiplicou, mostrando a força do marketing agressivo que seria usada em produções posteriores. Visto hoje em dia o filme envelheceu um pouco e não pode ser comparado aos filmes de Christopher Nolan que são muito superiores, mesmo assim deve-se reconhecer que Batman 1989 é um marco nesse tipo de produção. Um filme que deu origem a toda essa moda de adaptações de quadrinhos que persiste até os dias de hoje.

Batman (Batman, Estados Unidos, 1989) Direção: Tim Burton / Roteiro: Sam Hamm, Tom Mankiewicz, Lorenzo Semple Jr., Warren Skaaren / Elenco: Jack Nicholson, Michael Keaton, Kim Basinger, Pat Hingle, Billy Dee Williams, Jack Palance, Robert Wuhl, Michael Gough, Lee Wallace, Tracey Walter, Wayne Michaels, Bruce McGuire / Sinopse: Após presenciar a morte de seus pais o jovem milionário Bruce Wayne (Michael Keaton) resolve combater o crime nas ruas de sua cidade, Gotham City.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

9 1/2 Semanas de Amor

Mickey Rourke foi um dos maiores símbolos sexuais do cinema nos anos 80. Sabia disso? Hoje ele está com sua aparência prejudicada por várias cirurgias plásticas mal realizadas mas há vinte anos o ator era considerado um sex symbol absoluto. Ele inclusive ditou moda no jeito de se vestir, andar, se comportar, sempre surgindo com barba por fazer dando aquele toque desleixado que as mulheres adoravam. Ninguém era mais cool do que Mickey Rourke em Hollywood. Esse "9 1/2 Semanas de Amor" foi feito para capitalizar em cima dessa imagem. Basicamente o filme não possui muita substância ou conteúdo, sendo mesmo uma produção que apela para a sensualidade, para o instinto do espectador. O roteiro tem ecos de "O Último Tango em Paris" pois as situações são muito parecidas entre si. Duas pessoas se conhecem, se envolvem e ignoram todos os demais fatores como convenções sociais, tabus e preconceitos. Eles se bastam a si mesmos. No fundo somos levados a presenciar apenas o encontro avassalador entre um homem e uma mulher que levam a paixão até suas últimas consequências. É em essência a adoração do corpo, do prazer sexual, sem culpa, sem mancha, sem medo. A paixão se bastando a si mesma.

Como é um filme sensorial não existem grandes falas ou teses em debate, nada disso. A paixão não precisa ser intelectual, bastando a química funcionar entre os dois corpos e nada mais. Nada de conversas intelectuais ou algo do tipo. É de pele, calor, sensualidade, que o filme trata. Nesse ponto o diretor Adrian Lyne foi muito feliz pois realizou uma metáfora do desejo sexual livre de tabus ou sentimentos de culpa. Tudo muito simples. Um homem, uma mulher e a paixão que dura exatamente nove semanas e meia de amor. Tudo tão simples (e definitivo). Quem nunca passou por uma paixão assim? Essas geralmente são justamente as que mais duram pois a aventura traz um sabor todo especial para o libido tanto masculino quanto feminino. Casamentos são chatos e aborrecidos. Relacionamentos sérios demais também. Bom mesmo é se entregar de corpo e alma a momentos assim, sem se preocupar com o dia de amanhã! Depois desse filme Mickey Rourke fez filmes bem melhores como "Coração Satânico" ou "Barfly", por exemplo, mas nunca mais conseguiu repetir o fenômeno comercial e social de "9 1/2 Semanas de Amor " que ficou em cartaz em São Paulo por anos a fio, se tornando o maior cult movie de sua carreira. As cenas viraram referências e influenciaram comercias de TV, videoclips e muito mais. Kim Basinger também nunca mais esteve tão bela e sensual como aqui. É aquela coisa, certos filmes se tornam a cara de uma geração justamente por terem sido realizados em determinada época. Esse é um caso típico. Amado por uns, odiado por outros, o fato é que a áurea de cult permanece intacta. Em sua simplicidade viril e instintiva o filme conseguiu atingir o público de forma muito especial. Era um reflexo da cultura sexual de sua época. Só isso já é o bastante para transformar a produção em um marco do cinema dos anos 80.

9 1/2 Semanas de Amor (9 1/2 Weeks, Estados Unidos, 1986) Direção: Adrian Lyne / Roteiro: Sarah Kernochan, Zalman King / Elenco: Mickey Rourke, Kim Basinger, Margaret Whitton / Sinopse: Elizabeth (Kim Basinger) é uma corretora de arte que conhece casualmente John (Mickey Rourke). A atração é imediata e juntos embarcam em um relacionamento sexual e emocional intenso.

Pablo Aluísio.