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sexta-feira, 18 de abril de 2014

Orquídea Selvagem

Título no Brasil: Orquídea Selvagem
Título Original: Wild Orchid
Ano de Produção: 1989
País: Estados Unidos
Estúdio: Sony Pictures, Vision PDG
Direção: Zalman King
Roteiro: Zalman King, Patricia Louisianna Knop
Elenco: Mickey Rourke, Carré Otis, Jacqueline Bisset

Sinopse:
A advogada Emily Reed (Carré Otis) vem ao Brasil para cuidar de assuntos profissionais e se vê entrando cada vez mais numa rede de sensualidade e sedução, se envolvendo perigosamente com o misterioso (mas charmoso) milionário e excêntrico americano James Wheeler (Mickey Rourke). Filme indicado ao Framboesa de Ouro nas categorias Pior Ator (Mickey Rourke) e Pior Revelação Feminina (Carré Otis).

Comentários:
Tentativa muito mal sucedida de reprisar o sucesso de “Nove Semanas e Meia de Amor”. Aqui Rourke se une ao roteirista do filme de Adrian Lyne, Zalman King, para voltar ao velho argumento de erotismo do filme anterior, só que dessa vez usando da sensualidade tropical do Brasil. A produção foi rodada principalmente na Bahia e no Rio de Janeiro, onde Rourke criou todo tipo de atrito com a imprensa local. O ator não quis falar com jornalistas e esnobou convites para vários eventos sociais. Para piorar se envolveu em brigas com alguns membros da equipe. Mickey Rourke, ao que parece, havia passado por uma cirurgia plástica mal sucedida e estava particularmente mal humorado durante as filmagens. O calor e o assédio também não ajudaram em nada. O único lado bom foi que desfrutou bastante do país, andando de moto Harley-Davidson, aproveitando as praias e as belezas naturais das locações. Também procurou ser gentil com os brasileiros que encontrava pelo caminho (pelo visto sua aversão foi única e exclusivamente contra jornalistas e não o povo em geral). A atriz cult Jacqueline Bisset também estava no elenco mas longe das cenas mais sensuais. Sua personagem não tinha a menor importância dentro do fraco roteiro e sua atuação se mostrava negligente.

Diante de tantos problemas não é de se admirar que não tenha se tornado sucesso de bilheteria. De certa forma foi até mesmo ignorado no exterior, só alcançando um pouco de repercussão aqui mesmo no Brasil, onde fez bonito nas salas de cinema e depois no mercado de vídeo VHS. Mickey Rourke sempre conseguia bons números aqui no Brasil onde seus filmes sempre eram bem recebidos pelo público. Um exemplo era o próprio “Nove Semanas e Meia de Amor” que ficou em cartaz anos a fio em São Paulo, se transformando em um verdadeiro cult movie. Já “Orquídea Selvagem” teve resultados bons mas bem mais modestos. A verdade é que o filme em si também não ajuda. O roteiro é sem foco, disperso e cheio de furos. Não há uma boa estória e o personagem de Rourke é vazio e sem propósito. Nem a bonita presença de Jacquelne Bisset salva o filme de ser o primeiro grande abacaxi da carreira de Mickey Rourke. Esse pelo menos parece ter encontrado algo de bom nas filmagens pois se apaixonou por Carré Otis, a modelo que era sua partner nas cenas mais sensuais. Anos depois se casaria com ela mas o casamento não duraria pois se divorciaria no meio de um grande escândalo envolvendo inclusive acusações de agressão doméstica contra ele. Rourke foi preso e devidamente fichado pela Polícia de Los Angeles. Enfim, histórias sobre o filme não faltam, o que falta mesmo é qualidade cinematográfica dessa produção erótica de baixa carga sensual. 

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

9 1/2 Semanas de Amor

Mickey Rourke foi um dos maiores símbolos sexuais do cinema nos anos 80. Sabia disso? Hoje ele está com sua aparência prejudicada por várias cirurgias plásticas mal realizadas mas há vinte anos o ator era considerado um sex symbol absoluto. Ele inclusive ditou moda no jeito de se vestir, andar, se comportar, sempre surgindo com barba por fazer dando aquele toque desleixado que as mulheres adoravam. Ninguém era mais cool do que Mickey Rourke em Hollywood. Esse "9 1/2 Semanas de Amor" foi feito para capitalizar em cima dessa imagem. Basicamente o filme não possui muita substância ou conteúdo, sendo mesmo uma produção que apela para a sensualidade, para o instinto do espectador. O roteiro tem ecos de "O Último Tango em Paris" pois as situações são muito parecidas entre si. Duas pessoas se conhecem, se envolvem e ignoram todos os demais fatores como convenções sociais, tabus e preconceitos. Eles se bastam a si mesmos. No fundo somos levados a presenciar apenas o encontro avassalador entre um homem e uma mulher que levam a paixão até suas últimas consequências. É em essência a adoração do corpo, do prazer sexual, sem culpa, sem mancha, sem medo. A paixão se bastando a si mesma.

Como é um filme sensorial não existem grandes falas ou teses em debate, nada disso. A paixão não precisa ser intelectual, bastando a química funcionar entre os dois corpos e nada mais. Nada de conversas intelectuais ou algo do tipo. É de pele, calor, sensualidade, que o filme trata. Nesse ponto o diretor Adrian Lyne foi muito feliz pois realizou uma metáfora do desejo sexual livre de tabus ou sentimentos de culpa. Tudo muito simples. Um homem, uma mulher e a paixão que dura exatamente nove semanas e meia de amor. Tudo tão simples (e definitivo). Quem nunca passou por uma paixão assim? Essas geralmente são justamente as que mais duram pois a aventura traz um sabor todo especial para o libido tanto masculino quanto feminino. Casamentos são chatos e aborrecidos. Relacionamentos sérios demais também. Bom mesmo é se entregar de corpo e alma a momentos assim, sem se preocupar com o dia de amanhã! Depois desse filme Mickey Rourke fez filmes bem melhores como "Coração Satânico" ou "Barfly", por exemplo, mas nunca mais conseguiu repetir o fenômeno comercial e social de "9 1/2 Semanas de Amor " que ficou em cartaz em São Paulo por anos a fio, se tornando o maior cult movie de sua carreira. As cenas viraram referências e influenciaram comercias de TV, videoclips e muito mais. Kim Basinger também nunca mais esteve tão bela e sensual como aqui. É aquela coisa, certos filmes se tornam a cara de uma geração justamente por terem sido realizados em determinada época. Esse é um caso típico. Amado por uns, odiado por outros, o fato é que a áurea de cult permanece intacta. Em sua simplicidade viril e instintiva o filme conseguiu atingir o público de forma muito especial. Era um reflexo da cultura sexual de sua época. Só isso já é o bastante para transformar a produção em um marco do cinema dos anos 80.

9 1/2 Semanas de Amor (9 1/2 Weeks, Estados Unidos, 1986) Direção: Adrian Lyne / Roteiro: Sarah Kernochan, Zalman King / Elenco: Mickey Rourke, Kim Basinger, Margaret Whitton / Sinopse: Elizabeth (Kim Basinger) é uma corretora de arte que conhece casualmente John (Mickey Rourke). A atração é imediata e juntos embarcam em um relacionamento sexual e emocional intenso.

Pablo Aluísio.