Conforme a carreira de Rock Hudson decolava, ele passou a ser cortejado por outros grandes estúdios de Hollywood. A Warner queria Rock de todo jeito. Ele era considerado o galã ideal para os filmes dessa empresa cinematográfica, que era bem conhecida pela classe de seus filmes. A Warner produzia filmes para a elite dos Estados Unidos, para o topo da sociedade. Eram filmes refinados, muito bem produzidos, contando com excelentes diretores. Só faltava Rock Hudson para completar o time, mas o ator tinha contrato de exclusividade com a Universal Pictures.
A Universal fazia filmes para as massas, para a classe trabalhadora, para os operários, para o povão. O seu público alvo era o homem comum que pagaria um ingresso de cinema para ter um pouco de diversão. Grande parte do faturamento da companhia vinha de uma grande série de filmes B de faroeste que eram rodados e lançados de maneira industrial, tudo filmado no próprio rancho da Universal, nos arredores de Los Angeles. Esses filmes de western eram muito lucrativos, custavam pouco e nunca decepcionavam na bilheteria. Era o que mantinha o estúdio funcionando e com boa saúde financeira. A Universal também detinha os direitos autorais para adaptação ao cinema de todos aqueles monstros clássicos da literatura de terror. Drácula, Lobisomem, a múmia, o monstro de Frankenstein e o Homem Invisível, entre outros. O terror era uma marca registrada da Universal naqueles anos.
Sabendo do grande interesse da Warner, o agente de Rock, a velha raposa Henry Wilson, renegociou um excelente novo contrato com a Universal, com duração de sete anos. Entre outras coisas aumentava e muito o cachê de Rock, além de dar poder de veto ao ator nas escolhas de roteiro, diretores e até mesmo dos demais atores do elenco. Além disso a cláusula de exclusividade foi retirada, dando oportunidade de Rock trabalhar em outros estúdios se assim desejasse. Rock optou por continuar na Universal por lealdade, pois havia sido o primeiro estúdio que havia lhe dado uma chance real, bem no começo de sua carreira, quando ele não era conhecido por ninguém em Hollywood. Rock adorava o pessoal da Universal. Todos se consideravam da família. Rock era amigo próximo de pessoas que trabalhavam nos figurinos, na construção de cenários, dos operadores de câmera etc. Todo mundo se conhecia e se tratava como amigo. Ele não queria deixar aquele ambiente de trabalho tão acolhedor.
Com o dinheiro da renovação de seu contrato com a Universal, Rock resolveu comprar um veleiro e foi morar nele. Quando todos pensavam que Rock iria comprar uma casa ou apartamento novo, ele surpreendeu a todos ao comprar um grande barco que ficava ancorado na praia de Malibu, bem em frente à casa de Paul Newman. E Rock sabia o que estava fazendo. Ele havia sido marinheiro na Segunda Guerra Mundial, tinha experiência e treinamento para ter um veleiro como aquele. De fato Rock adorava a vida no mar e aquele tipo de sensação de liberdade que havia desfrutado quando servia na Marinha de guerra havia voltado. Ele tinha grandes planos de viagem, o que sempre causava um grande receio por parte da Universal Pictures, afinal grande investimento havia sido feito e ninguém queria que algo de ruim acontecesse a ele nessas longas viagens mar adentro.
Pablo Aluísio.
Cinema Clássico
ResponderExcluirPablo Aluísio.
Náo há como negar que esse soube viver, enquanto viveu.
ResponderExcluirMorar na praia de Malibu, em um veleiro branco e fazer filmes em Hollywood... realmente nada mal!
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