Título no Brasil: O Navio Condenado
Título Original: The Wreck of the Mary Deare
Ano de Produção: 1959
País: Estados Unidos, Inglaterra
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: Michael Anderson
Roteiro: Eric Ambler, Hammond Innes
Elenco: Gary Cooper, Charlton Heston, Michael Redgrave, Richard Harris, Virginia McKenna, Terence de Marney
Sinopse:
John Sands (Charlton Heston), capitão de um navio de salvamento, encontra um cargueiro de Hong Kong, o Mary Deare, aparentemente à deriva no Canal Inglês. Ao resolver subir à bordo tem uma enorme surpresa! Nada poderia prepará-lo para o que estaria por vir. Roteiro baseado no best seller "The Wreck of the Mary Deare" de Hammond Innes.
Comentários:
Um filme que transita muito bem por diferentes gêneros. Começa como suspense, vira filme de tribunal e se encerra como aventura, com ótimas tomadas submarinas. A primeira coisa que chama atenção em "O Navio Condenado" é o seu elenco! Charlton Heston e Gary Cooper no mesmo filme já é motivo suficiente para o tornar obrigatório para qualquer cinéfilo que se preze. De quebra ainda tem Richard Harris, bastante jovem, em papel coadjuvante que terá grande importância no desenvolvimento da trama. O filme é baseado em um famoso livro britânico, "The Wreck of the Mary Deare", lançado no mesmo ano e talvez por isso sofra um pouco no sentido de se colocar muitas informações em um tempo limitado de metragem do próprio filme - não há como escapar, livros e filmes são meios diferentes e o que pode ser estendido em um, geralmente não cai muito bem em outro. O próprio autor colaborou no roteiro, mas em determinado momento resolveu abandonar o projeto uma vez que não concordou com as mudanças determinadas pela Metro-Goldwyn-Mayer, que naquele momento priorizava mais a produção de um filme enxuto, comercialmente viável, do que profundamente detalhista como o escritor desejava.
Assim não se admire se em determinado momento o roteiro pareça um pouco truncado. Foi necessário haver cortes na trama e isso tornou o desenvolvimento da trama mais problemático. Percebi também que houve uma esforço por parte dos roteiristas em enfocar mais o duelo travado entre os personagens de Cooper e Heston na primeira parte do filme! Afinal ambos eram grandes astros de Hollywood e o filme precisava explorar melhor esse conflito, embora no livro original isso não seja tão importante ou marcante. Grande parte da rivalidade era melhor exposta e dissecada no segundo ato quando os acontecimentos são finalmente reconstruídos em um tribunal, durante o julgamento do caso envolvendo o navio perdido. De maneira em geral o grande mérito desse filme é demonstrar que filmes de aventura podem trazer uma boa trama por trás, que exijam do espectador maior atenção e inteligência para decifrar todos os menores detalhes. No final o roteiro, apesar de tudo, se mostra bem escrito, com uma trama que prende a atenção do espectador do começo ao fim.
Pablo Aluísio.
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