Depois de alguns problemas de saúde e divergências artísticas Raul Seixas resolveu cair fora da Phillips, a gravadora onde ele havia gravado seus maiores sucessos. De mala e cuia na mão ele acabou indo parar na recém fundada WEA, braço nacional da multinacional Warner. Raul Seixas em casa nova então começou a trabalhar no novo disco. Ao lado de seu parceiro Cláudio Roberto acabou compondo todas as canções do disco. Raul e Cláudio Roberto não era de fato uma dupla tão significativa como Raul e Paulo Coelho mas não há como negar que compuseram alguns dos grandes clássicos do repertorio de Raulzito, inclusive “Maluco Beleza” que está aqui no disco. Como se pode perceber pelo próprio nome do álbum Raul era acima de tudo um grande fã de cinema. “O Dia em que a Terra Parou” é o nome do famoso clássico Sci-fi dos anos 50. Raul então se aproveitou do título para compor uma simpática faixa onde em um inspirado jogo de palavras mostrava um dia em que “ninguém estaria lá”. Nada de ETs ou Aliens na letra, apenas a idéia simples e bem bolada em que ninguém mais sairia de casa, ficando tudo parado no dia em que literalmente a terra parou.
O álbum foi criticado por alguns por não trazer tantas faixas significativas como nos primeiros discos de Raulzito mas não concordo plenamente com essa visão. Existem no mínimo quatro grandes canções na seleção musical. Além das óbvias “Maluco Beleza” (onde brincava com sua fama de lunático) e a já citada “O Dia Em Que a Terra Parou” havia ainda a deliciosa “No Fundo do Quintal da Escola” onde Raul dava uma banana para seus críticos mais ferozes. Aproveitava também para relembrar dos dias de colegial quando pulava o muro do quintal da escola. Ótima letra. Afirmando que não sabia para onde estava indo mas que estava no seu caminho, Raulzito dá seu divertido recado para os que gostavam de lhe passar sermões. Outro momento fenomenal é “Sapato 36” onde em uma letra nostálgica Raul relembra aspectos de sua infância, mostrando que já não era mais a criança de antes mas sim uma pessoa ciente de si mesmo. Um recado sincero para seu pai. Enfim, para os críticos de sua fase na WEA basta apenas uma audição. Certamente não é um disco filosófico e cheio de mensagens como os anteriores mas não há como negar que é uma bela coleção de canções do eterno maluco beleza.
Raul Seixas – O Dia Em Que A Terra Parou (1977)
Tapanacara
Maluco Beleza
O Dia em que a Terra Parou
No Fundo do Quintal da Escola
Eu Quero Mesmo
Sapato 36
Você
Sim
Que Luz É Essa?
De Cabeça-pra-Baixo
Pablo Aluísio.
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