quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Jimmy Clanton

Algumas histórias no mundo da música são mais do que divertidas, são na verdade finas ironias do destino. Veja o caso de Jimmy Clanton. Ele surgiu no vácuo deixado por Elvis Presley após ele ser convocado pelo exército americano no final da década de 50. Caindo nas graças do influente DJ Alan Freed, o jovem mal tinha saído do High School e já estava vendo sua carreira decolar rapidamente. Numa conversa informal com um produtor do selo Ace Records, Freed teria dito: “Qualquer garoto bonito pode fazer o mesmo sucesso que Elvis. Eu vou transformar esse garoto em um cantor maior que Presley, espere e verá!”. E no começo as coisas realmente pareciam ir muito bem. De repente Jimmy Clanton começou a aparecer nas paradas de sucesso, na TV (no popular American Bandstand) e sua gravação "Just a Dream" subiu ao primeiro posto da Billboard (vendendo mais de um milhão de cópias!). Um feito maravilhoso, só comparado a Elvis, é claro! Mas eles queriam mais. Após mais um sucesso, a deliciosamente descerebrada “Go Jimmy Go”, o cantor foi parar nas telas de cinema.

Ele assim surgiu estrelando mais um daqueles típicos filmes de rock ´n´ roll, “Go, Johnny Go!”. Na película ele interpretava o personagem Johnny Melody, uma paródia de si mesmo. Vieram mais sucessos em seguida, "A Letter to an Angel," "Ship on a Stormy Sea," e "Venus in Blue Jeans". A verdade é que enquanto Elvis Presley estava virando picolé no frio da Alemanha, Jimmy Clanton deitava e rolava nas paradas e no cinema até que... bem, a festa certamente não duraria para sempre! Em 1960, bem no exato momento em que Elvis voltava para os EUA com ampla repercussão da mídia, Clanton era convocado pelo exército americano! Existe ironia mais interessante do que essa no mundo da música americana? Eu acredito que não. Ele acabou sendo vitima do mesmo destino que havia prejudicado Elvis e que em última análise o tinha transformado em um astro!. Clanton acabou ficando dois anos em serviço militar e quando voltou o mundo musical já era bem outro. Os Beatles estavam nas paradas e ninguém mais daria muita bola para um artista que sempre vivera na sombra de Elvis Presley (já naquela época também passando sufoco para competir com a invasão britânica). A moral de toda essa história? Ora, definitivamente o mundo dá voltas meus amigos...

Pablo Aluísio

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