terça-feira, 22 de novembro de 2011

Paul McCartney - McCartney II

Depois do fim dos Beatles, Paul McCartney resolveu formar uma nova banda. Juntou-se com sua esposa Linda (que não tocava nada) e com o talentoso Denny Laine e formou o Wings. Anos depois Paul explicaria que preferiu assim pois sempre fez parte de algum conjunto ao longo de sua vida e não sabia trabalhar de outro jeito. Também tinha receios de que seu nome sozinho não fosse comercialmente impactante ou viável (ora vejam só que absurdo!). Foi com os Wings que Paul atravessou toda a década de 70, lotando estádios mundo afora, conquistando discos e mais discos de ouro e criando um hit atrás do outro. Após a gravação do álbum “Back to Egg” Paul decidiu assumir de forma definitiva uma carreira solo. Jogou para o alto o conceito dos Wings e resolveu a partir daí assinar seus álbuns simplesmente como Paul McCartney. Os anos de glória pós-Beatles tinham lhe ensinado grandes lições, a melhor delas era que Paul poderia trabalhar muito bem sozinho, sem necessidade de ter que controlar um grupo de pessoas ao redor, muitas vezes com acessos de ego descontrolado. O vício de Denny Laine em drogas também contribuiu muito para Paul encerrar seu grupo. Por volta de 1980 ele sabia que o projeto de sua banda Wings estava enterrado de vez. Era o fim desse ciclo em sua carreira.

Assim logo no começo de 1980 Paul lançou seu novo disco, “McCartney II”. Qual foi a razão da escolha desse título? Muito simples, o primeiro álbum “McCartney” marcou seu rompimento com os Beatles. Era um álbum praticamente caseiro que Paul gravou em seu estúdio doméstico, onde surgia tocando todos os instrumentos sozinho. Em suas próprias palavras a ideia era simplesmente “gravar algo para tocar no toca fitas do carro durante as viagens”. “McCartney II” segue o mesmo caminho e a mesma filosofia de produção. Paul toca tudo, arranja tudo e obviamente canta e compõe todo o material. Se o primeiro álbum representava o rompimento dos Beatles, esse segundo marcava o fim dos Wings. O velho Macca sabia bem o que fazia. Apesar de sempre afirmar que o disco não tinha pretensão nenhuma, o fato é que ele era composto de excelentes faixas, algumas inclusive que se tornaram grandes sucessos na voz do ex-Beatle. O carro chefe era a simpática “Coming Up” que chegou a ser elogiada publicamente por John Lennon em uma entrevista.

Um feito e tanto para John que sempre soltava farpas em direção ao trabalho solo de seu ex-companheiro de banda. Já "Waterfalls" mostrava o lado mais romântico e melódico de McCartney. Canção linda que virou inclusive single em junho de 1980. Paul explicaria depois que a compôs pensando nas lindas paisagens naturais, como aquelas que são vistas em comerciais de estações de turismo. As demais faixas do álbum seguiam um lado mais experimental, com uma sonoridade bem diferente, que inclusive valeu ao disco o apelido de projeto “maluquinho” de Paul. O exemplo maior era justamente "Temporary Secretary", que mais parecia uma farra de estúdio do que uma gravação convencional. Mesmo assim o álbum virou sucesso e chegou ao primeiro lugar na Inglaterra, provando a Paul que o caminho a seguir era esse mesmo. De qualquer modo, mesmo com sua verniz alternativa, não há como negar o incrível charme que “McCartney II” possui. Um disco que se tornou um perfeito retrato desse novo artista que renascia mais uma vez em sua maravilhosa trajetória musical. 

Paul McCartney - McCartney II (1980)
Coming Up
Temporary Secretary
On the Way
Waterfalls
Nobody Knows
Front Parlour
Summer's Day Song
Frozen Jap
Bogey Music
Darkroom
One of These Days

Pablo Aluísio.

Um comentário:

  1. Avaliação:
    Produção: ★★★
    Arranjos: ★★★
    Letras: ★★★
    Direção de Arte: ★★★
    Cotação Geral: ★★★
    Nota Geral: 7.4

    Cotações:
    ★★★★★ Excelente
    ★★★★ Muito Bom
    ★★★ Bom
    ★★ Regular
    ★ Ruim

    ResponderExcluir