Durante praticamente 20 anos Hollywood teve um rei. Nenhum ator era mais popular do que ele. Com um sucesso atrás do outro nas bilheterias não parecia haver limites para seu estrelato. Rock Hudson foi tão popular que foi considerado por 10 anos consecutivos o maior campeão de sucessos do cinema americano. Rock era alto, atlético, boa pinta, grande profissional, não criava problemas com diretores e produtores, era disciplinado e procurava ser amigo de todos. As mulheres suspiravam por ele, os homens o imitavam em todos os aspectos, o galã era o sonho de toda adolescente norte-americana da década de 50. Era considerado o supra sumo da beleza masculina. O que ninguém sabia é que embaixo da fachada de "homem ideal" Rock mantinha um segredo guardado a sete chaves: ele era gay!
Rock foi descoberto pelo agente Henry Wilson que viu potencial em seu biotipo impecável. Ele sabia que Rock não era um grande ator mas isso poderia ser trabalhado com o tempo, o que importava era que Rock era um símbolo de beleza masculina. Inventou um novo nome para o jovem aspirante a ator (Rock, como um rochedo e com a força do rio Hudson) e da noite para o dia nasceu um novo ídolo em Hollywood. Henry sabia que Rock era gay (ele próprio também era gay) mas achava que poderia manter o segredo bem guardado uma vez que Rock seria vendido para o público como o homem americano ideal. O curioso é que Henry realmente conseguiu manter Rock dentro do armário por vários anos, mesmo tendo que lidar com o voraz apetite sexual do ator (que tinha muitos amantes, que iam desde outros atores até garçons, frentistas de posto de gasolina e todo tipo de homem que lhe agradasse e lhe aparecesse pela frente).
No auge de sua popularidade, quando seu nome valia milhões numa marquise de cinema, ocorreu a grande crise. Uma revista de fofocas chamada Confidential descobriu que Rock era gay e estava disposta a revelar tudo através do depoimento de um dos ex-amantes do ator. No meio da confusão o agente acabou "casando" Rock com sua secretária, Phillys Gates. Sem reação a revista acabou desistindo da revelação bombástica e Rock salvou sua carreira de acabar prematuramente. Rock conseguiu a duras penas manter o casamento de fachada por longos dois anos até que não aguentou mais e pediu divórcio de Gates. Rock continuou sua carreira de sucesso pelos anos afora mas como era um galã seus sucessos foram diminuindo conforme a idade foi chegando. No final da década de 1960 Rock foi para o teatro em busca de novos horizontes e na década seguinte começou a fazer TV em seriados como McMillan & Wife.
Rock Hudson só saiu do armário no fim de sua vida. O ator contraiu AIDS no começo de 1984 e se tornou a primeira grande celebridade mundial a ser acometida pela nova e terrível doença. Com a imprensa no seu pé Rock finalmente resolveu assumir que era homossexual em seus últimos dias de vida. Também resolveu contar sua história em uma autobiografia que foi publicada após sua morte. Ele temia ser repudiado ao se assumir gay mas para sua surpresa a reação na sociedade americana foi completamente diferente. Houve muitas manifestações de apoio ao ator em seu leito de morte e muitos celebraram sua coragem ao se assumir. Outros astros e estrelas acharam maravilhosa a atitude de Rock, inclusive Elizabeth Taylor que acabou criando uma fundação em prol das pesquisas em busca da cura da doença. Usando do prestigio de Rock e de seu próprio nome, Elizabeth conseguiu arrecadar ao longo dos anos uma verdadeira fortuna que foi usada em pesquisas que acabaram por criar alguns dos medicamentos que hoje ajudam aos pacientes da doença pelo mundo afora. Um belo final para uma das histórias mais picantes de Hollywood.
Pablo Aluísio.
O Grande Segredo de Rock Hudson
ResponderExcluirPablo Aluísio.