sábado, 4 de maio de 2019

Noite Sem Fim

Mais um bom filme da safra de produções de ação estreladas por Liam Neeson. Aqui ele interpreta um assassino profissional que durante anos prestou serviços para a máfia irlandesa de Nova Iorque. Agora bem mais velho, pai de um jovem, ele pensa em se aposentar, deixando para trás seu passado de crimes. O equilíbrio se vai quando o seu próprio filho vira alvo da máfia. Os membros da organização criminosa querem matar o jovem, o que os coloca em rota de colisão com o pai, Jimmy Conlon (Liam Neeson). O rapaz viu o que não devia, virou testemunha em um caso importante e como é praxe dentro da máfia, testemunhas que podem colocar tudo a perder devem ser eliminadas sumariamente.

O diretor espanhol  Jaume Collet-Serra rodou um filme visualmente muito bem realizado. Tiros não são apenas tiros, mas também uma oportunidade de explorar verdadeiros quadros de imagens visuais na tela. O roteiro também explora bastante a dualidade do protagonista. Um assassino contratado para fazer o serviço sujo da máfia, eliminando pessoas inconvenientes, ele de repente se mostra em dúvida sobre os rumos que sua vida tomou. Além do excelente visual e do bom roteiro (que tira leite de pedra ao desenvolver um tema até batido nesse tipo de fita), ainda temos um elenco de apoio invejável. Ed Harris interpreta o chefão mafioso e Nick Nolte dá vida a um outro assassino profissional que quer justamente a cabeça de Neeson, algo como um prêmio a mais em sua carreira no mundo do crime. Afinal enviar para a cova um dos mais respeitados matadores da máfia o colocaria em um patamar invejável entre seus pares criminosos. Então é isso, um filme de ação realmente acima da média, uma boa indicação para quem curte o estilo.

Noite Sem Fim (Run All Night, Estados Unidos, 2015) Estúdio: Vertigo Entertainment / Direção: Jaume Collet-Serra / Roteiro: Brad Ingelsby / Elenco: Liam Neeson, Ed Harris, Joel Kinnaman, Vincent D'Onofrio, Boyd Holbrook, Common, Nick Nolte / Sinopse: Jimmy Conlon (Liam Neeson) é um veterano assassino profissional da máfia irlandesa que de repente se vê no outro lado da moeda, ao descobrir que seu filho agora é alvo dos mafiosos. Ele se tornou testemunha de algo importante e por isso precisa ser sumariamente executado pela mesma organização criminosa a que pertence Jimmy.

Pablo Aluísio. 

O Gênio e o Louco

O filme é baseado em fatos históricos reais. O ator Sean Penn interpreta um médico americano, veterano da guerra civil, que começa a sofrer surtos psicóticos. Numa dessas crises ele acaba matando um homem inocente.  Preso, é condenado a viver em um manicômio judicial. Fica isolado numa cela, muitas vezes surtado, pensando estar sendo perseguido por seres que se escondem nas dobras do piso. Anos depois ele seria diagnosticado com esquizofrenia. Já Mel Gibson é um professor autodidata, que fala várias línguas, contratado por uma comissão da universidade de Oxford para ajudar na elaboração de um novo dicionário de língua inglesa. O caminho desses dois homens se cruza quando o personagem de Gibson solta um panfleto "recrutando" voluntários para a elaboração do novo dicionário. O louco interpretado por Sean Penn responde a convocação e acaba se tornando um dos principais nomes nesse novo trabalho que durou anos e gerou frutos importantes dentro da academia inglesa.

O filme tem um tema que muito provavelmente não irá despertar a atenção de muitos espectadores. É obviamente algo mais intelectual, situado em um mundo não muito agradável, a das pessoas com problemas mentais, capazes de atos insanos de auto mutilação. De todos os personagens em cena, aquele interpretado por Sean Penn é o que desperta mais compaixão. Aqui temos um médico, um homem brilhante, que acaba sucumbindo à sua própria loucura, enquanto tenta se agarrar de alguma forma ao mundo da razão. Pelo brilhante trabalho de atuação, Penn acabou ofuscando Gibson, que afinal tem um papel secundário, embora importante, dentro da trama. O roteiro também revela um quadro de pouca ética entre os acadêmicos de Oxford, até porque eles começaram simplesmente a delegar suas funções, numa máxima de pouco esforço e trabalho. Quem acaba assim fazendo o trabalho árduo é um pobre coitado esquizofrênico, preso em uma prisão e na sua própria mente deteriorada. Quem poderia imaginar...

O Gênio e o Louco (The Professor and the Madman, Irlanda, 2019) Direção: Farhad Safinia / Roteiro: John Boorman, Todd Komarnicki / Elenco: Mel Gibson, Sean Penn, Natalie Dormer, Stephen Dillane / Sinopse: Dr. William Chester Minor (Sean Penn) é um médico americano que após um surto de esquizofrenia acaba matando uma pessoa inocente, que andava pelas ruas de Londres à noite. Condenado, é enviado para um manicômio psiquiátrico. James Murray (Mel Gibson) é um autodidata que passa a trabalhar no novo dicionário da universidade de Oxford. O destino acaba unindo a vida desses dois homens tão diferentes entre si.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 3 de maio de 2019

As Loucuras de Dick & Jane

Título no Brasil: As Loucuras de Dick & Jane
Título Original: Fun with Dick and Jane
Ano de Produção: 2005
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Dean Parisot
Roteiro: Judd Apatow, Nicholas Stoller
Elenco: Jim Carrey, Téa Leoni, Alec Baldwin, Richard Jenkins, Angie Harmon, John Michael Higgins

Sinopse:
Depois de ter um vidão, com muito luxo e conforto, um casal perde tudo na vida! Para sobreviver eles decidem tomar uma decisão radical, ir para o mundo do crime, só que os dois não possuem o menor jeito para esse tipo de coisa!

Comentários:
Em se tratando de Jim Carrey a gente já sabe! Ele é aquele tipo de comediante do tipo "ame ou odeie", já que seu humor bem exagerado, cheio de maneirismos e caretas, não consegue agradar todo mundo. Porém para quem é fã não existe nada mais divertido do que um filme com ele. De minha parte o que vale a pena é ver uma comédia bem feita, com piadas e situações engraçadas. Esse filme aqui não é dos melhores de Carrey, mas passa longe de ser ruim. O curioso é que é praticamente um retorno ao seu velho estilo pois Carrey vinha numa levada mais dramática, apostando em filmes mais sérios, etc. Depois de tentar por alguns anos ele decidiu voltar ao seu estilo habitual, que o tornou rico e famoso. Assim se você curte o ator em seu modo mais pastelão, com muito humor físico, cheio de trapalhadas, assista sem receios. Já para quem torce o nariz para seu jeitão mais transloucado, obviamente não recomendaria.

Pablo Aluísio.

Massacre no Bairro Japonês

Título no Brasil: Massacre no Bairro Japonês
Título Original: Showdown in Little Tokyo
Ano de Produção: 1991
País: Estados Unidos
Estúdio: Little Tokyo Productions
Direção: Mark L. Lester
Roteiro: Stephen Glantz, Caliope Brattlestreet
Elenco: Dolph Lundgren, Brandon Lee, Cary-Hiroyuki Tagawa, Tia Carrere, Toshishiro Obata, Philip Tan

Sinopse:
Dois policiais de Los Angeles, com pontos de vista opostos sobre qual é a melhor maneira de cumprir a lei, precisam trabalhar juntos para derrubar a Yakuza, a máfia japonesa, que atua no submundo da cidade.

Comentários:
Esse filme foi o único a unir o brucutu Dolph Lundgren ao especialista em artes marciais Brandon Lee, o filho do lendário Bruce Lee. Ele morreu precocemente em um set de filmagens quando foi atingido por uma bala de verdade - algo completamente absurdo! De qualquer maneira essa é uma boa opção para conhecer um filme de sua curta carreira. Ele se deu muito bem ao lado do parceiro de cena. Como se pode perceber tinha tudo para dar certo, principalmente para os fãs dos filmes de ação. Só que, apesar do pequeno orçamento (8 milhões de dólares) o filme não foi bem de bilheteria, se tornando um fracasso nas salas de cinemas. O roteiro tem os elementos que se esperaria encontrar  em um filme como esse, sem maiores novidades. Vale mais, para dizer a verdade, pelo contraste entre os dois atores principais. Esse choque de diferenças de personalidades acaba sendo um dos atrativos do filme, ao lado, é claro, das lutas bem coreografadas.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 2 de maio de 2019

Os Herculóides

É um dos desenhos animados da minha infância. Outro produto da incrível dupla Hanna-Barbera. Eles produziam desenhos em série para a TV, por isso não havia muito tempo. Mal um novo programa era lançado e eles já estavam na prancha de novo para criar outro grupo de personagens. Quem criou essa nova animação na verdade foi Alex Toth, um dos desenhistas do estúdio. O primeiro episódio foi ao ar em 1967. Era um pulp fiction de bolso, só que obviamente levado para a televisão. As animações revistas hoje em dia poderiam ser consideradas bem simples, até primitivas. O que importava para a garotada na época porém não era isso, mas sim a oportunidade de conferir esses monstros lutando contra os inimigos. Havia um gorilão feito de pedra, um rinoceronte dinossauro que expelia pedras pelos seus chifres, um dragão verde poderoso que soltava raios pelos olhos e cauda e até mesmo dois bichinhos de complicada definição. Mais pareciam massas de modelar que assumiam qualquer forma.

E sim, havia uma família de humanos, como era praxe na época. Eles viviam em um "mundo primitivo" que de vez em quando era atacado por monstros. E isso era a base de todos os episódios. Havia sim uma certa influência do mundo de Conan nesse desenho, mas não era algo assim tão óbvio. Na verdade, como escrevi antes, esse tipo de desenho era pura ficção B de bolso. Nem preciso dizer que a garotada adorava. No total foram produzidos 31 episódios. O último inédito foi ao ar em 1968 na rede CBS americana. No Brasil a série praticamente nunca chegou a ser de cartaz, sendo exibida por anos a fio, sendo exibida pelos principais canais de TV de nosso pais como Tupi, Record, Globo e Bandeirantes. Recentemente revi um episódio completo só para matar as saudades. Os Herculóides enfrentavam um ser de pura energia que invadia seu planeta. Divertido, mas bem básico. Será que algum dia vão ressuscitar esses personagens para uma versão para o cinema? Acredito que não, mas não custa sonhar.

Os Herculóides (Estados Unidos, 1967, 1968) Direção: Joseph Barbera, William Hanna / Roteiro: Joe Ruby, David Scott / Elenco: Mike Road, Virginia Gregg, Ted Eccles / Sinopse: Uma família de humanos e seus companheiros animias vivem em um mundo primitivo que sempre é invadido por estranhas criaturas monstruosas.

Pablo Aluísio.

Batman vs. Drácula

Animação muito boa da Warner que une, numa mesma história, dois ícones da ficção, um da literatura de terror e outro do mundo dos quadrinhos. Quem diria que Batman poderia encontrar o Drácula? Pois é, no mundo da imaginação tudo seria possível. O mais interessante de tudo é que o resultado final ficou muito bom, muito bem escrito. No enredo o Pinguim acaba trazendo Drácula de volta ao nosso mundo. Procurando no cemitério de Gotham por um tesouro escondido ele acaba abrindo o túmulo do mitológico vampiro. E como se isso tudo não fosse ruim o bastante ainda há mais surpresas, como um Coringa transformado em vampiro!

O mais curioso é que Drácula cria um exército de vampiros para tomar Gotham City e em determinado momento ficamos mesmo com a impressão que o Batman seria destruído facilmente, afinal ele é apenas mais um homem vestido com uma fantasia de morcega. E por falar em morcegos há um diálogo divertido quando o Drácula encontra Batman pela primeira vez. Ele diz que ambos são muito parecidos (e são mesmo), mas que diante das circustâncias não haveria espaço para dois morcegos naquela cidade! Tive que esboçar um sorriso pela ironia envolvida. De fato, o que poucos sabem, é que lá atrás, na década de 1930, o desenhista e escritor Bob Kane realmente usou elementos de Drácula ao criar Batman. Assim essa animação não deixa de ser um encontro de velhos conhecidos, até mesmo "parentes" no mundo da ficção!

Batman vs. Drácula (he Batman vs. Dracula, Estados Unidos, 2005) Direção: Michael Goguen, Seung Eun Kim / Roteiro: Duane Capizzi, baseado nos personagens criados por Bob Kane / Elenco: Rino Romano, Peter Stormare, Tara Strong / Sinopse: Após ficar séculos em um sarcófago, o milenar vampiro Drácula retorna para uma Gotham City dos dias atuais. Para impedir que o conde transforme toda a cidade em um exército de vampiros, Batman inicia uma luta de vida e morte contra o monstro. Animação indicada ao Annie Awards.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 1 de maio de 2019

A Máquina de Lembranças

Nem sempre um bom conceito, um bom ponto de partida, pode dar origem a um filme interessante. É o que acontece nesse "A Máquina de Lembranças". O roteiro parte de um ponto inicial até bem original quando uma máquina é inventada por um executivo e cientista de uma empresa chamada Cortex. Essa nova tecnologia permite que as lembranças, as memórias de um ser humano, possam ser armazenadas em um software. Isso por si só já seria excelente, mas vai além. Qualquer pessoa pode acessar essas memórias, as assistindo como se estivesse vendo um filme. Só que obviamente algo assim acaba gerando problemas, inclusive efeitos colaterais imprevistos como alucinações e distúrbios mentais.

O enredo se desenvolve após a morte desse inventor. Ele é encontrado morto em seu escritório. Quem teria assassinado? Entra assim em cena o misterioso Sam Bloom (Peter Dinklage) que inclusive pode estar escondendo sua verdadeira identidade após roubar a única máquina já produzida. Lendo a sinopse assim pode o filme parecer bem interessante. Infelizmente não é. O desenvolvimento é muito lento, cheio de "climas" mal resolvidos. Para piorar o roteiro que poderia ser mais coeso surge desfragmentado em excesso. Outro problema é que o filme parece ter vários finais. Quando um termina, outro começa. Isso torna tudo tão chato, para não dizer tedioso. Nem o talento do ator Peter Dinklage salva o filme nesse sentido. Ele que é de certa forma a alma por trás do sucesso da série "Game of Thrones", aqui tem pouco a oferecer, tudo efeito de um roteiro mal resolvido, cujo clímax é mais do que decepcionante.

A Máquina de Lembranças (Rememory, Estados Unidos, Canadá, 2017) Direção: Mark Palansky / Roteiro: Mike Vukadinovich, Mark Palansky / Elenco: Peter Dinklage, Matt Ellis, Jordana Largy / Sinopse: Após a morte de um executivo, um inventor de uma máquina revolucionária que armazena as memórias de pessoas, um desconhecido começa a investigar sua morte. Quem teria sido o assassino?

Pablo Aluísio.

Mademoiselle Vingança

Produção francesa lançada pelo Netflix. A historia conta um caso de amor. Após ficar viúva, a Madame de La Pommeraye passa a ser cortejada pelo marquês des Arcis, O problema é que ele tem péssima reputação. É considerado na corte como um Don Juan aventureiro, um galanteador que não consegue ter um relacionamento sério com nenhuma mulher. Na verdade ele faz uma coleção de conquistas, todas sem ir a lugar nenhum. Apenas para satisfazer seu ego. No começo ela resiste, até faz piadas com suas declarações de amor, mas depois de um tempo não consegue mais resistir e cede aos seus avanços amorosos. Bom, não seria por falta de aviso que ela cairia na armadilha de um sujeito como aquele, só que quando se deu conta já era tarde demais.

O filme tem ótimo diálogos, todos extremamente bem escritos. Essa é uma característica bem conhecida dos filmes franceses. O problema é que a produção deixa muito a desejar. Fazer filmes de época é complicado, é necessário caprichar nos figurinos, nos cenários luxuosos, no glamour. Nesse quesito o filme falha. Também comete alguns erros históricos irritantes. Em determinada cena Madame de La Pommeraye mostra um quadro de seu falecido marido. Só que aquele quadro mostrado por ela é uma conhecida obra de pintura retratando o Rei Luís XVI. Imagine a cara de decepção do espectador mais culto e conhecedor de história ao se deparar com um erro desses! Parte do charme se vai para não mais voltar. Então é isso. Um filme irregular, com excelentes linhas de diálogo e produção capenga, que não consegue ficar à altura da época histórica que retrata.

Mademoiselle Vingança (Mademoiselle de Joncquières, França, 2018) Direção: Emmanuel Mouret / Roteiro: Emmanuel Mouret, baseado na obra de Denis Diderot / Elenco: Cécile de France, Edouard Baer, Alice Isaaz / Sinopse: Rica viúva, a Mademoiselle de Joncquières passa a ser cortejada por um nobre com fama de mulherengo e conquistador.

Pablo Aluísio.