terça-feira, 16 de maio de 2017

Promessa de Sangue

Título no Brasil: Promessa de Sangue
Título Original: Per 100.000 Dollari T'ammazzo
Ano de Produção: 1968
País: Itália
Estúdio: Zenith Cinematografica
Direção: Giovanni Fago
Roteiro: Ernesto Gastaldi, Luciano Martino
Elenco: Gianni Garko, Carlo Gaddi, Claudio Camaso, Fernando Sancho, Bruno Corazzari, Susanna Martinková
  
Sinopse:
Johnny Forest (Gianni Garko) é um caçador de recompensas que percorre o velho oeste em busca de criminosos procurados. Sempre com cartazes do tipo "procurado vivo ou morto" em mãos, Forest caça impiedosamente os bandidos para ficar com os prêmios por suas capturas. Ao chegar em uma velha cidade empoeirada no meio do deserto texano, ele descobre que seu próprio irmão se tornou um procurado. Assim Forest, que tem contas a acertar com ele por causa do passado, sai em seu encalço pelas areias do deserto. 

Comentários:
Esse bang bang à italiana também é conhecido pelo nome de "Pistoleiros em Conflito". É um típico western spaghetti que coloca em posições opostas dois irmãos. Eles eram de uma família aristocrata no passado, mas tudo foi destruído quando Clint Forest (Claudio Camaso) matou o próprio pai, pelas costas, com um tiro certeiro de rifle. Pior do que isso, ele acusou seu irmão mais velho, Johnny Forest (Gianni Garko), pelo crime. Para não ser preso injustamente Johnny fugiu com seu cavalo, se tornando um caçador de recompensas do velho oeste. Já na primeira cena do filme encontramos Johnny enfrentando um bando de bandoleiros mexicanos. Eles os enfrenta dentro de uma velha igreja abandonada. Quando os bandidos chegam Forest se esconde dentro de caixões para liquida-los. Uma ótima cena, diga-se de passagem. Com todos eles mortos ele chega então numa cidadezinha perdida onde o xerife lhe informa que seu irmão Clint agora também é procurado pela lei. Há uma recompensa de mil dólares por sua captura - nada mal! Acontece que Clint também está envolvido em um roubo de ouro de uma guarnição militar durante a guerra civil. Assim o roteiro tece a teia da trama. Johnny em busca de Clint para prendê-lo e vários criminosos em busca de Clint para colocarem as mãos no ouro roubado. De maneira em geral é realmente um bom faroeste spaghetti, valorizado por uma boa produção e cenas realmente bem boladas - como aquela em que Johnny Forest, o caçador de recompensas, fica pendurado de cabeça para baixo no meio do deserto. Todos os ingredientes da fórmula spaghetti de fazer filmes como o tema da vingança, a trilha sonora sempre eloquente e presente em cada cena e a violência estilizada estão presentes. Vai agradar em cheio aos fãs do estilo. Pode conferir sem receios.

Pablo Aluísio.

Balas de um Bandoleiro

Título no Brasil: Balas de um Bandoleiro
Título Original: Guns of a Stranger
Ano de Produção: 1973
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Robert Hinkle
Roteiro: Charles W. Aldridge
Elenco: Marty Robbins, Chill Wills, Dovie Beams, Bill Coontz, Charles W. Aldridge, Ronny Robbins
  
Sinopse:
Durante uma confusão em sua cidade, o xerife Matthew Roberts (Marty Robbins) acaba matando um jovem aspirante à pistoleiro, um forasteiro de Abilene que estava de passagem pela região. A morte de alguém tão jovem frustra o velho xerife, que decide deixar sua estrela de prata de lado para cavalgar pelo velho oeste. No Arizona ele acaba encontrando uma quadrilha de bandoleiros que está aterrorizando a população local. Em pouco tempo seu instinto de homem da lei aflora novamente e ele resolve então enfrentá-los com armas em punho.

Comentários:
Filme de faroeste dos anos 70 que tenta seguir os passos dos filmes italianos, do famoso gênero Western-Spaghetti. Sinceramente falando, essa influência que veio da Europa é uma das coisas mais curiosas que já aconteceram dentro da indústria cinematográfica americana. Quando os primeiros filmes italianos chegaram no mercado americano eles foram ridicularizados pela crítica, porém com o tempo eles foram conquistando cada vez mais público. O western americano estava em crise e assim acabou copiando muito do estilo do cinema europeu. Os filmes americanos dos anos 70 assim já foram produzidos com essa forte influência, a tal ponto que chegaram até mesmo a perderem um pouco de sua própria identidade. "Guns of a Stranger" tem um roteiro muito eficiente, com trama redondinha, explorando a velha figura (mítica para alguns) dos xerifes do velho oeste. Homens quase sempre retratados como pessoas honestas, acima de qualquer suspeita! Claro que no mundo real não era bem assim - havia certamente xerifes corruptos que se aliavam à criminalidade - porém para o lado mais tradicional do western americano isso quase nunca acontecia (efeitos de uma visão de mundo conservadora e moralista da época). Embora não seja um grande filme, "Guns of a Stranger" pelo menos consegue divertir em certos momentos. O ator Marty Robbins era fraco, o que compromete a fita de uma maneira em geral. Mesmo assim, com esses problemas, ainda vale a pena ser conhecido, mesmo que tudo seja pela mera curiosidade apenas.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 15 de maio de 2017

Sete Homens e um Destino

Título no Brasil: Sete Homens e um Destino
Título Original: The Magnificent Seven
Ano de Produção: 2016
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: Antoine Fuqua
Roteiro: Nic Pizzolatto, Richard Wenk
Elenco: Denzel Washington, Chris Pratt, Ethan Hawke, Vincent D'Onofrio, Peter Sarsgaard, Manuel Garcia-Rulfo
  
Sinopse:
Uma cidade do velho oeste vive sob o jugo de um empresário inescrupuloso chamado Bartholomew Bogue (Peter Sarsgaard). Usando da violência e força bruta, respaldado por um exército de bandidos, ele humilha e extorque toda a população. Procurando por ajuda alguns moradores vão atrás de alguém que os protejam e encontram o que procuravam na figura do pistoleiro Chisolm (Denzel Washington), que forma um grupo de sete homens para libertar todas aquelas pessoas subjugadas pelo crime. Agora, ao lado de todos, eles vão expulsar Bogue daquela região, custe o que custar. Filme indicado ao Black Reel Awards na categoria de Melhor Ator (Denzel Washington).

Comentários:
Eu já deixei claro inúmeras vezes que não gosto de remakes cinematográficos. De forma em geral eles são inúteis, desnecessários e muitas vezes decepcionantes. Essa é praticamente uma regra geral. Então no deserto de originalidade em que vive Hollywood nos dias atuais eis que surge o remake do clássico de western "The Magnificent Seven" que, por sua vez, é sempre bom lembrar, já era uma versão Made in USA do filme de Akira Kurosawa, "Os Sete Samurais". Pois bem, nesse novo filme, turbinado por um orçamento generoso, tendo como destaque a presença do astro Denzel Washington, temos algumas modificações na estória, muito embora a espinha dorsal dos filmes originais se tenha mantido. Basicamente é a mesma coisa, com pessoas de uma cidade oprimida por uma quadrilha que procuram por alguma ajuda. Embora seja um bom faroeste - é inegável isso - essa nova versão tem alguns problemas. 

O primeiro deles é o fato do diretor Antoine Fuqua ter optado por realizar um filme longo demais. Esse tipo de filme, com esse tipo de enredo, não necessita de uma metragem tão extensa. Se o corte final fosse mais enxuto penso que o filme ganharia mais em termos de agilidade e edição. O fato de Fuqua ter procurado levar à sério demais o próprio enredo também é um problema. Nunca foi essa a proposta da primeira versão americana. Por fim temos a violência, que em determinados momentos extrapola um pouco. São problemas eventuais, pontuais, que não chegam a atrapalhar muito. O filme foi malhado bastante desde que foi lançado, mas penso que não é para tanto. É um faroeste bem produzido, com um elenco interessante, embora em minha opinião Denzel Washington esteja um pouco fora de seu habitual. Passa longe de ser tão ruim como alguns críticos afirmaram. Na verdade, na pior das hipóteses, temos aqui pelo menos uma boa diversão. Sim, continua desnecessário, como todo remake, mas com um pouquinho de boa vontade até que não faz feio. Escapou de ser um filme inútil.

Pablo Aluísio.

Soldados Búfalos

Título no Brasil: Soldados Búfalos
Título Original: Buffalo Soldiers
Ano de Produção: 1997
País: Estados Unidos
Estúdio: Turner Pictures
Direção: Charles Haid
Roteiro: Jonathan Klein, Frank Military
Elenco: Danny Glover, Timothy Busfield, Glynn Turman, David Jean Thomas, Timothy Busfield
  
Sinopse:
Após a guerra civil americana, um grupo de militares do exército americano, formado majoritariamente por negros conhecidos como "soldados búfalos", vai até um distante e hostil território ocupado pelos guerreiros apaches para capturar um líder nativo conhecido como Vittorio, que está espalhando medo e terror aos colonos brancos do Novo México. Filme indicado ao Primetime Emmy Awards e ao American Society of Cinematographers.

Comentários:
"Buffalo Soldiers" é um excelente telefilme que fez tanto sucesso e recebeu críticas tão boas em seu lançamento que acabou sendo lançado também no mercado de vídeo. No Brasil o filme chegou em VHS, já que naquela época ainda não havia disponível aos brasileiros o canal TNT (que produziu e exibiu o filme originalmente). Danny Glover interpreta o sargento Washington Wyatt que faz parte desse batalhão. É um filme muito bem produzido que não deixa de tocar no assunto da questão racial. Acontece que nessa tropa em particular não existem apenas negros, mas militares brancos também. Assim não é surpresa para ninguém que mais cedo ou mais tarde surjam ofensas racistas entre eles. Companheiros de farda, lutando pelo exército, nada disso consegue amenizar a questão racial. Os militares negros por sua vez acabam demonstrando seu valor justamente onde é necessário, no campo de luta contra os nativos. Essas chamadas "guerras indígenas" foram bem sangrentas, causando muitas mortes e para alguns historiadores também um amplo genocídio do povo índio. Tudo isso pode ser levado à debate em relação a essa produção, porém se você estiver apenas em busca de um bom faroeste, com boas cenas de ação, também não ficará decepcionado. O filme cumpre também seu papel no quesito diversão. Assim deixamos a dica desse bom filme, que hoje em dia segue pouco lembrado, mesmo para os fãs do gênero western.

Pablo Aluísio.

domingo, 14 de maio de 2017

Alçapão Sangrento

Título no Brasil: Alçapão Sangrento
Título Original: Jack McCall, Desperado
Ano de Produção: 1953
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Sidney Salkow
Roteiro: John O'Dea, David Chandler
Elenco: George Montgomery, Angela Stevens, Douglas Kennedy, James Seay, Eugene Iglesias, John Hamilton
  
Sinopse:
Jack McCall (George Montgomery) é nascido no sul, porém resolve se alistar no exército do norte, da União, durante a guerra civil americana. Acusado de ser um espião sulista dentro do quartel general unionista, ele é preso, julgado e condenado à morte como espião. Desesperado, consegue escapar da prisão e passa a ser perseguido de forma violenta por soldados ianques, até que foge para uma reserva da nação Dakota.

Comentários:
"Jack McCall, Desperado" é mais uma produção B da Columbia que foi lançada nos anos 50. O filme foi estrelado por George Montgomery, um astro de faroestes de que nunca consegui gostar muito. Ele não era particularmente um bom ator e sempre parecia deslocado em cena. Ele só conseguia se sobressair quando a ação era o ponto focal dos filmes em que atuava. Assim os próprios produtores procuravam por roteiros mais rasos para que ele estrelasse. Nada de tramas muito rebuscadas, nem de personagens profundos. O que interessava era a sucessão de tiroteios e perseguições, o que com o tempo ficou mais conhecido popularmente como filmes de bangue-bangue. É um filme que não desgosta o fã de faroestes, mas que certamente também não vai adicionar nada de muito relevante na coleção. Melhor procurar por filmes mais interessantes e importantes do ponto de vista histórico.

Pablo Aluísio.

O Regresso

O caçador de peles Hugh Glass (Leonardo DiCaprio) vê seu grupo ser atacado por nativos selvagens em uma região remota do velho oeste. Eles quase não conseguem sair vivos da brutalidade dos indígenas. Precisando encontrar o caminho de volta para sua base ele acaba sendo atacado de forma violenta por um urso cinzento. Praticamente dado como morto, vira alvo do caçador John Fitzgerald (Tom Hardy) que quer deixá-lo para trás. O instinto de sobrevivência de Glass porém falará muito mais alto. "O Regresso" é um filme brutal. Não há outra definição. Também traz a interpretação mais visceral da carreira do ator Leonardo DiCaprio. Praticamente não há quase diálogos para declamar, mas apenas a fúria da luta entre o homem e a natureza. O realismo das cenas impactam desde o começo. É curioso como há um contraste muito presente entre a beleza do lugar onde a estória se passa e a brutalidade inerente da natureza humana entre brancos e nativos. O discurso politicamente correto também não resiste em nenhum momento. A velha ladainha do choque de civilizações não encontra eco nessa batalha pela sobrevivência.

E por falar em sobreviver a qualquer custo a cena mais lembrada da produção (o ataque do urso selvagem contra Glass) resume muito bem a essência desse roteiro. Nesse mundo primitivo não há espaço para o Éden, mas apenas para a guerra em se manter vivo. "The Revenant" assim se revela uma obra prima. O cineasta mexicano Alejandro G. Iñárritu é certamente o diretor mais promissor de sua geração. Confesso que ele nunca havia me impressionado tanto como agora. Não há qualquer dúvida de que "Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância)" é uma obra prima do cinema, porém com esse novo filme ele alcançou um novo pico em sua filmografia, algo que poucos esperavam. Certa vez o lendário xerife Wyatt Earp foi perguntado sobre o que achava dos filmes de western que estavam sendo lançados no cinema. Ele disse que o velho oeste americano era muito mais brutal do que aquilo que se via nas telas. Provavelmente se tivesse tido a oportunidade de assistir "O Regresso" o velho homem da lei teria se sentido muito mais familiarizado. O filme é isso, um retrato extremamente bem feito de um tempo onde apenas os mais fortes conseguiam sobreviver. É brutal, mas também é maravilhoso em todos os aspectos.

O Regresso (The Revenant, Estados Unidos, 2015) Direção: Alejandro G. Iñárritu / Roteiro: Mark L. Smith, Alejandro G. Iñárritu / Elenco: Leonardo DiCaprio, Tom Hardy, Will Poulter, Domhnall Gleeson, Forrest Goodluck, Paul Anderson / Sinopse: Hugh Glass (Leonardo DiCaprio) é um caçador que se vê diante de uma realidade brutal, não apenas por causa do clima hostil onde está, como também pela natureza perversa e cruel dos homens. Apesar de ter tudo contra si ele lutará até o fim pela sua sobrevivência, custe o que custar. Filme vencedor do Oscar nas categorias de Melhor Ator (Leonardo DiCaprio), Melhor Fotografia (Emmanuel Lubezki) e Melhor Direção (Alejandro G. Iñárritu). Também vencedor do Globo de Ouro nas categorias de Melhor Ator - Drama (Leonardo DiCaprio) e Melhor Direção - Drama (Alejandro G. Iñárritu).

Pablo Aluísio.

sábado, 13 de maio de 2017

A Mocidade de Lincoln

Título no Brasil: A Mocidade de Lincoln
Título Original: Young Mr. Lincoln
Ano de Produção: 1939
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: John Ford
Roteiro: Lamar Trotti
Elenco: Henry Fonda, Alice Brady, Marjorie Weaver, Arleen Whelan, Eddie Collins, Richard Cromwell
  
Sinopse:
O sonho do jovem Abraham Lincoln (Henry Fonda) é se tornar um grande advogado. Até chegar lá porém ele terá que superar muitos desafios. Filho de uma humilde família da interiorana Hodgenville, no Kentucky, trabalhador rural, ele precisa mostrar seu valor nos estudos, mesmo sem muito apoio ou incentivo por parte de seus pais. O filme narra justamente os anos iniciais de sua vida profissional, quando apenas sonhava em vencer na vida.

Comentários:
Quando se fala em filmes sobre a figura do presidente Abraham Lincoln, sempre se lembra dessa produção dos anos 30. É um dos clássicos da brilhante carreira do mestre John Ford. O filme foi vencedor do Oscar na categoria de Melhor Roteiro (Lamar Trotti) justamente por romantizar os primeiros anos de atuação de Lincoln, quando ele era apenas um jovem advogado desconhecido, do interior do Kentucky. Apesar de ser inegavelmente um grande filme, desses para se ter em sua coleção, o fato é que há dois pequenos erros em sua narrativa. O primeiro diz respeito aos próprios fatos mostrados na tela, todos eles meramente ficcionais. Obviamente Lincoln realmente foi um advogado de interior antes de entrar na vida política. Isso é certo, porém os acontecimentos mostrados no filme, os detalhes, as causas, essas são frutos da imaginação do roteirista Lamar Trotti. Outro erro digno de nota vem da própria personalidade do protagonista. Interpretado por Henry Fonda, o jeito de ser e agir do seu Lincoln tem mais a ver com a imagem simbólica que ele construiu em seus anos na Casa Branca, do que com a do jovem advogado cheio de prosa que é encontrado nos livros de história. Em sua juventude Abraham Lincoln era dado a contar causos, piadas e anedotas divertidas, muitas delas explorando a vida de um homem simples do campo. Nada a ver com atitudes gloriosas, majestosas, da imagem oficial. O Lincoln da história era bem mais divertido. Assim o filme perde bastante no quesito veracidade histórica, embora como puro cinema é realmente uma excelente obra cinematográfica.

Pablo Aluísio.

Emboscada Selvagem

A Allied Artists Pictures produziu muitos filmes como esse nos anos 1950. Eram produções de orçamentos mais modestos, sem nenhum grande astro no elenco. Tudo com o objetivo de economizar nos custos. Esse "Emboscada Selvagem" porém tem alguns méritos ao seu favor. O filme foi todo rodado em uma floresta de proteção ambiental em Bedon, no Oregon, o que lhe trouxe pelo menos uma bonita fotografia. O roteiro também explora a luta entre a cavalaria americana e os índios, o que torna tudo ainda mais interessante. Filmes sobre fortes do exército americano costumam ser nostálgicos e bons, acima de tudo. O astro do filme é o loiro ator John Ericson. Ele era alemão de nascimento e teve apenas uma carreira discreta em Hollywood. No geral fez mais séries de TV do que cinema nos anos 1950. Ele interpreta esse oficial, o tenente Niles Ord. Durante uma patrulha na região ele descobre a localização de uma indígena que será dada em casamento ao líder dos guerreiros rebeldes, o selvagem Águia Negra. Sem saber direito o que fazer com ela o tenente decide levar a jovem índia para o forte e isso obviamente desperta a ira do violento chefe tribal e seus homens. Começa então um cerco ao forte. Como se isso não fosse ruim o bastante o comandante da tropa é um tolo, um arrogante, o Coronel Roland Dane (interpretado por Edward Platt, o "Chefe" da série Agente 86).

A esposa do Coronel foi namorada do Tenente no passado e isso cria uma rivalidade entre eles. A jovem garota parece ainda gostar de seu antigo namorado, deixando a tensão se espalhar entre esses oficiais da cavalaria. A produção de "Emboscada Selvagem" não é de encher os olhos e seu roteiro, que foi baseado numa novela escrita por Gordon D. Shirreffs, não é excepcional. Apesar de tudo isso o filme ainda diverte. Há uma boa cena final entre o tenente e o chefe Águia Negra. Uma luta de punhais em cima do monte. No geral é um filme curto (meros 80 minutos de duração) e simples em seus objetivos. Feito para as matinês ainda vale como diversão nostálgica, mas passa longe de ser uma obra prima do gênero.

Emboscada Selvagem (Oregon Passage, Estados Unidos, 1957) Direção: Paul Landres / Roteiro: Jack DeWitt, baseado na novela escrita por Gordon D. Shirreffs / Elenco: John Ericson, Lola Albright, Toni Gerry, Edward Platt / Sinopse: Tenente da cavalaria, prestando serviço militar em um forte remoto do exército americano, precisa não apenas lidar com os índios selvagens da região, como também com um comandante petulante, vaidoso e incompetente.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 12 de maio de 2017

Rebelião em Dakota

Título no Brasil: Rebelião em Dakota
Título Original: The Black Dakotas
Ano de Produção: 1954
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Ray Nazarro
Roteiro: Ray Buffum, DeVallon Scott
Elenco: Gary Merrill, Wanda Hendrix, John Bromfield, Noah Beery Jr, Howard Wendell, James Griffith

Sinopse:
O presidente Lincoln decide amenizar a crise com as nações indígenas do oeste. Em plena guerra civil ele envia um emissário para os territórios da nação Sioux para propor um tratado de paz. Além disso envia um carregamento de ouro para os índios, uma maneira de mostrar sua boa vontade. Brock Marsh (Gary Merrill), um espião confederado, descobre sobre essa missão e decide que irá roubar o ouro para a causa dos estados do sul.

Comentários:
Bom western B. A premissa se baseia em um fato histórico real, quando os confederados (que tinha senso de honestidade e ética bem maleáveis) decidem roubar um carregamento de ouro enviado pelo presidente Lincoln ao oeste. É curioso que o roteiro não coloque como protagonista nenhum dos militares da união, conhecidos como ianques, mas sim um espião do lado confederado, um sujeito que inclusive usa um nome falso (Zachary Paige) para se infiltrar entre os soldados de casaca azul para planejar um grande roubo. O filme tem um elenco interessante, com destaque para Gary Merrill, um veterano, com mais de 100 filmes na carreira. Quase sempre atuando como coadjuvante aqui ele teve uma chance de aparecer em primeiro lugar nos créditos. Um presente de reconhecimento por parte da Columbia. Outro nome que sempre chamará atenção nos créditos é o do diretor Ray Nazarro. Esse certamente foi um dos grandes mestres da era de auge dos faroestes americanos. Um verdadeiro artesão do Bang-Bang made in USA.

Pablo Aluísio.

O Último Malfeitor

Título no Brasil: O Último Malfeitor
Título Original: Bad Men of Tombstone
Ano de Produção: 1949
País: Estados Unidos
Estúdio: King Brothers Productions
Direção: Kurt Neumann
Roteiro: Philip Yordan, Arthur Strawn
Elenco: Barry Sullivan, Marjorie Reynolds, Broderick Crawford, Fortunio Bonanova, Guinn 'Big Boy' Williams

Sinopse:
Durante a corrida do ouro, no velho oeste americano, um cowboy chamado Tom Horn (Barry Sullivan) chega em Tombstone. Durante um assalto ele é confundido com um dos bandoleiros e é preso. Alegando ser inocente das acusações, ele tenta provar sua inocência, mas só conseguirá isso se sair da prisão. Para sua fuga conta com seus companheiros que o salvam de ser enforcado injustamente.

Comentários:
Antigo western, lançado originalmente na década de 1940, que recentemente chegou nas lojas americanas em uma edição especial da Warner Bros. Infelizmente não temos nenhuma notícia sobre o lançamento desse DVD no Brasil. De qualquer forma esse faroeste B sempre é bastante lembrado no círculo de colecionadores. O filme fez tanto sucesso em sua época que virou até mesmo revista em quadrinhos. Como sabemos havia muitas adaptações de personagens do cinema para o mundo dos comics (a nona arte) e isso se refletiu também no Brasil onde uma revistinha mensal explorou essa mesma adaptação. Em termos de roteiro, como era de se esperar, existe a sempre presente dualidade dos personagens, entre os mocinhos e os bandidos. O curioso de "Bad Men of Tombstone" é que isso não é assim tão transparente. Parece existir uma intenção nesse roteiro de confundir mesmo o espectador, o que não deixa de ser algo muito positivo para um filme dos anos 40. Já naquela época os escritores procuravam fugir um pouco do lugar comum.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 11 de maio de 2017

Reduto de Heróis

Título no Brasil: Reduto de Heróis
Título Original: Fort Courageous
Ano de Produção: 1965
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Lesley Selander
Roteiro: Richard H. Landau
Elenco: Fred Beir, Don 'Red' Barry, Hanna Hertelendy, Harry Lauter, Walter Reed, Cheryl MacDonald
  
Sinopse:
O Sargento John Lucas (Fred Beir) da décima cavalaria dos Estados Unidos é levado a julgamento militar após um ataque sangrento ao seu forte, localizado nos confins do território Apache. Ele é acusado de ter cometido diversos erros durante a batalha, o que acabou resultando na morte do comandante da guarnição. Lucas porém está convencido de que é inocente de todas as acusações e irá se defender até o fim nessa corte marcial.

Comentários:
Filmes de cavalaria americana geralmente são muito bons. Não tem erro. Poucos são os faroestes que decepcionam quando exploram o tema dos soldados americanos durante as chamadas guerras indígenas. Esse "Fort Courageous" tem um roteiro bem consistente, explorando um ataque de apaches contra um forte localizado em território inimigo. Muitos militares morrem e um sargento é levado como bode expiatório. Assim temos uma corte marcial em andamento, enquanto os eventos são relembrados em longos flashbacks. Tudo muito bom e bem realizado. Um aspecto interessante da trama acontece quando os soldados da cavalaria fazem de refém o filho do cacique da tribo. Os apaches então juram vingança de sangue, se preparando para a guerra. Ora, atacar um forte americano não era algo muito fácil, sendo necessária a presença de algum traidor dentro das tropas para facilitar a entrada de guerreiros. Teria Lucas sido o traidor desse massacre? Assista ao filme para conferir. O filme é realmente bem acima da média, por isso deixamos a recomendação.

Pablo Aluísio.

Os Cruéis

Título no Brasil: Os Cruéis
Título Original: I Crudeli
Ano de Produção: 1967
País: Itália, Espanha
Estúdio: Alba Cinematografica
Direção: Sergio Corbucci
Roteiro: Sergio Corbucci, Albert Band, Louis Garfinkle
Elenco: Joseph Cotten, Norma Bengell, Al Mulock, Julián Mateos, Aldo Sambrell, Gino Pernice

Sinopse:
Após a derrota humilhante na guerra civil americana as tropas do sul são dispensadas. Muitos veteranos começam a vagar pelo velho oeste em busca de algum meio de sobrevivência. Para o Coronel Jonas (Joseph Cotten) essa situação é humilhante. O veterano então decide planejar um grande roubo de ouro para reerguer o exército confederado. Um sonho megalomaníaco que ele lutará para transformar em realidade. 

Comentários:
Western Spaghetti dirigido pelo grande diretor Sergio Corbucci. Esse cineasta seguramente foi um dos mais talentosos mestres do cinema italiano, em especial dos faroestes. Ele criou e dirigiu o grande sucesso "Django", provavelmente o filme mais famoso dessa época. Colhendo os frutos desse sucesso (e de muitos outros), Sergio Corbucci procurou ampliar os horizontes desse tipo de filme, explorando mais aspectos históricos, etc. Ao ler sobre um fanático oficial confederado que lutou para reerguer a Confederação sulista após o fim da guerra civil nos Estados Unidos, o diretor resolveu escrever o roteiro desse filme. A história (que era real) parecia tão absurda que daria certamente um ótimo western italiano. Inicialmente Corbucci pensou em escalar Franco Nero para o papel, mas como o protagonista era um veterano coronel sulista, bem mais velho, o ator não foi contratado. Outro detalhe que chama a atenção no elenco é a presença da atriz brasileira Norma Bengell. Com um figurino elegante, em trajes negros, ele chama a atenção pela classe e sofisticação. Então é basicamente isso. Um bom faroeste italiano que prima por ter sido dirigido por um dos grandes mestres do gênero.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 10 de maio de 2017

Os Rifles do Kentucky

Título no Brasil: Os Rifles do Kentucky
Título Original: Kentucky Rifle
Ano de Produção: 1955
País: Estados Unidos
Estúdio: Howco Productions Inc
Direção: Carl K. Hittleman
Roteiro: Carl K. Hittleman, Lee Hewitt
Elenco: Chill Wills, Lance Fuller, Cathy Downs, Sterling Holloway, Henry Hull, Jeanne Cagney
  
Sinopse:
O mercenário Tobias Taylor (Chill Wills) é designado para uma perigosa missão: escoltar um carregamento de rifles por um território dominado por índios. Para seu azar os nativos descobrem que as armas estão na carroça que está sendo protegida por Taylor e seus homens e resolvem cercar seu caminho. Encurralados, eles recebem um ultimato do cacique: ou entregam todos os rifles para os guerreiros apaches ou então serão mortos!

Comentários:
Esse faroeste "Os Rifles do Kentucky" tem algumas coisas bem interessantes, uma delas é seu roteiro que se baseia em uma situação de tensão e suspense. Os cowboys e mercenários ficam cercados por apaches bem no meio do deserto. Eles querem as armas, mas os homens brancos não parecem dispostos a cederem às pressões. O próprio diretor Carl K. Hittleman escreveu o roteiro, baseado em uma estória criada por ele mesmo, após ler uma reportagem sobre os perigos que os nativos enfrentavam quando iam ao oeste selvagem em busca de uma nova vida. Curiosamente embora o filme tenha em seu título uma referência ao Estado americano sulista do Kentucky, tudo foi filmado nos desertos próximos de Santa Clarita, na Califórnia. No Kentucky não existem desertos, mas grandes montanhas verdes, em um terreno bem conhecido dos americanos em geral. Enfim, mais uma vez Hollywood deu um jeitinho de mudar um pouco o cenário natural de suas locações. Tirando esses detalhes de lado o filme até que diverte, embora, como é previsível, também esteja muito datado por causa dos anos passados. O tempo é realmente implacável e deixa suas marcas.

Pablo Aluísio.

Fronteiras da Morte

Título no Brasil: Fronteiras da Morte
Título Original: Cavalry Scout
Ano de Produção: 1951
País: Estados Unidos
Estúdio: Monogram Pictures
Direção: Lesley Selander
Roteiro: Daniel B. Ullman, Thomas W. Blackburn
Elenco: Rod Cameron, Audrey Long, Jim Davis, James Millican, James Arness, John Doucette
  
Sinopse:
Kirby Frye (Rod Cameron) é um veterano confederado da guerra civil americana que após o fim do conflito se alista no exército da União. Como batedor da cavalaria ele é enviado para o distante e isolado território de Montana. Sua missão é recuperar três metralhadoras de alto poder de fogo que foram roubadas por renegados. As armas foram parar nas mãos das nações Sioux e Cheyenne que estão em guerra contra o homem branco.

Comentários:
O ator Rod Cameron foi bem popular nos Estados Unidos durante o auge dos filmes de western, nos anos 50. Sua carreira foi longa e produtiva. No total atuou em 120 filmes, muitos deles produções B de faroeste que faziam bastante sucesso nas matinês de fim de semana nas milhares de salas de cinemas que existiam naquela época em toda a América. Esse "Cavalry Scout" foi um de suas fitas mais bem sucedidas. Sim, é um western B, feito sem muitos recursos, mas que conseguiu se sobressair por algumas boas escolhas feitas pelo diretor Lesley Selander. Uma delas foi escolher belas locações naturais para filmar as diversas cenas de luta entre nativos e soldados da cavalaria americana. Sob esse aspecto o filme até mesmo me chegou a lembrar do recente "O Regresso" pois a tropa do protagonista chega em uma região tão isolada onde só existem mesmo índios e caçadores de peles (como o personagem de Leonardo DiCaprio). Claro que por ser um filme antigo não espere por muitas complexidades em termos de roteiro ou personagens. Mesmo assim, ficando bem na média, não deixa de ser uma ótima diversão, principalmente para saudosistas de filmes de faroeste dos anos 50. Sob esse aspecto está mais do que recomendado.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 8 de maio de 2017

Star Wars - Rogue One: Os Personagens

Jyn Erso (Felicity Jones)
Filha do engenheiro do Império Galen Erso. Ele tentou deixar o Império de lado, mas acabou sendo perseguido até o planeta onde se refugiou. Após a morte da esposa e a fuga da filha, foi levado de volta. Jya acabou sendo encontrada pelo rebelde radical Saw Gerrera (Forest Whitaker). Depois se desgarrou dele também. Acabou virando uma garota que não dava mais importância para a luta entre a Aliança Rebelde e o Império. Tudo muda quando acaba sendo levada pelos rebeldes que desejam que ela encontre valiosas informações deixadas por seu pai para a destruição da Estrela da Morte. Para quem nunca se importou muito com política Jyn acaba virando uma mártir da causa na última cena do filme.

Galen Erso (Mads Mikkelsen)
Engenheiro chefe, especializado em armas de destruição em massa do Império. Pai de Jyn. Ele tenta fugir das garras imperiais, mas é localizado em um planeta distante, tentando levar uma vida pacífica de fazendeiro. De volta ao seio imperial acaba atuando decisivamente na construção da Estrela da Morte, mas não sem antes deixar a incrível arma vulnerável para ataques. Para isso resolve vazar informações sobre como conseguir destruir a arma para os rebeldes. Acaba pagando um alto preço por essa traição. O Império descobre seus planos, ameaça matar seus engenheiros e para salvar a vida de todos ele se entrega, selando seu próprio destino para sempre.

Saw Gerrera (Forest Whitaker)
No passado foi considerado um grande líder rebelde porém sua forma de pensar se radicalizou com os anos, principalmente após perder suas pernas em um ataque imperial. Com pernas robóticas e dificuldades de respiração ele começa então sua própria guerra particular contra o Império, usando para isso de todos os métodos legais e ilegais. Usa de tortura contra prisioneiros e se torna um violento paranoico, dado a ataques de extrema violência. É um fundamentalista radical que acredita que apenas o uso da guerra suja irá salvar o universo das garras do imperador.

K-2SO
Droide do Império que foi reprogramado para atuar nas linhas rebeldes. As novas configurações de programação não foram tão bem feitas, causando um estranho efeito colateral no robô, a ponto dele ter desenvolvido uma personalidade sarcástica e extremamente sincera (mais do que seria salutar). Acaba virando uma peça importante para os rebeldes, principalmente quando tentam penetrar em instalações imperiais. Afinal o K-2SO é uma máquina construída pelas forças do Império.

Cassian Andor (Diego Luna)
Piloto mercenário, acaba se unido com as forças rebeldes para destruir o Império. Seria o equivalente ao piloto Han Solo da saga clássica nessa nova aventura. Cassian tem ao seu lado a bravura e a coragem de enfrentar os maiores desafios para colocar as mãos nas valiosas informações que podem levar à destruição da Estrela da Morte. Apesar de suas motivações nunca serem tão claras, acaba se tornando um dos mártires heróis da missão Rogue One.

Orson Krennic (Ben Mendelsohn)
Alto comandante do Império. Cabe a ele coordenar a construção da Estrela da Morte. Para isso ele não mede esforços, eliminando quem estiver em seu caminho. Com personalidade psicopata e fria (como convém a todo oficial imperial), ele caça o engenheiro Galen Erso, para que retorne ao programa de construção da super arma. Seu único problema é conseguir encarar frente a frente Darth Vader, que não parece disposto a fazer nenhum tipo de barganha com ele dentro da hierarquia imperial.

Darth Vader
Anakin Skywalker foi cavaleiro Jedi no passado, mas acabou cedendo ao lado negro da força. Agora usa seus poderes para destruir inimigos do Império. Em Rogue One ele surge como um dos maiores inimigos da Aliança Rebelde. Sua função é aniquilar toda a resistência, evitando assim que a Estrela da Morte fique vulnerável a ataques inimigos. Vader é capaz de enfrentar toda uma tropa rebelde, praticamente sozinho, usando de seus poderes incomuns para remover possíveis obstáculos às forças imperiais.

Pablo Aluísio.