terça-feira, 19 de julho de 2011

A-ha - Hunting High and Low

Esse disco foi lançado em 1985. Curiosamente eu só o comprei dois anos depois, quando finalmente adquiri o terceiro disco da banda e me tornei, não diria um fã, mas um admirador da boa música que esse trio de noruegueses produziu nos anos 80. Esse primeiro disco também trouxe uma espécie de fórmula que iria ser seguido pelo grupo em seus três primeiros discos.

A fórmula consistia em colocar uma bela balada como música título do álbum, seguida de três ou quatro canções pop com aquele tipo de refrão bem pegajoso, de som que você ouve uma vez e nunca mais esquece. Os teclados e os sintetizadores foram também marcas registradas fortes desse período, aliás vou mais longe, são marcas da sonoridade de todos os anos 80, não tem como escapar dessa realidade.

Produzido pela Warner Bros teve uma edição até bem simplória se formos pensar bem. Não havia encarte de letras e nem fotos do grupo, como era comum haver nos anos 80. Sinal que a Warner não resolveu, pelo menos em um primeiro momento, investir muito no trio, pois seu primeiro álbum é mesmo destituído de luxos. De qualquer forma o que realmente vale a pena mesmo é a qualidade das músicas e essas, pode ter certeza, estavam garantidas.

A-ha – Hunting High and Low (1985): Take on Me / Train of Thought / Hunting High and Low / The Blue Sky / Living a Boy's Adventure Tale / The Sun Always Shines on T.V. / And You Tell Me / Love Is Reason / I Dream Myself Alive / Here I Stand and Face the Rain.

Pablo Aluísio.

Jefferson Airplane - Somebody to Love

1967 marcou época por causa do chamado "verão do amor", uma denominação criada por alguns jornalistas especializados em música que tentavam colocar tudo o que estava acontecendo no mesmo caldeirão cultural. Uma visão simplista, até tola, mas que acabou pegando e é usada até nos dias de hoje. No meio do auge da contra cultura, do movimento hippie e do som psicodélico o grupo Jefferson Airplane era uma grata surpresa.

Certamente faziam um som bem ao estilo da época, mas ao contrário de outras bandas mais loucas do cenário musical, procuravam trazer belas melodias para suas músicas e discos. Nada mais natural pois tinham surgido em San Francisco, uma das cidades mais liberais e modernas dos Estados Unidos. Para completar conseguiam se sobressair no meio com inovações dignas de nota, inclusive com a presença de uma vocalista, algo que era pouco comum em bandas de rock da época, pois prevaleciam grupos de rock exclusivamente masculinos. Afinal o que era Grace Slick a não ser uma ótima cantora e uma espécie de Janis Joplin menos desesperada e visceral?

Esse single "Somebody to Love" foi um grande sucesso de vendas, chegando a se destacar na cobiçada parada Billboard Hot 100. A letra refletia de certa maneira o que estava no ar naqueles tempos de muitos cabeludos, farto amor livre e uso indiscriminado de drogas! Hoje em dia o single original é uma raridade no mercado americano e vale alguns milhares de dólares. Restam poucos exemplares, mesmo nas mãos de grandes colecionadores, o que é surpreendente, já que vendeu tão bem.

Diria algum observador mais irônico que um dos problemas centrais da geração hippie era justamente esse, eles nunca ligavam para nada, nem mesmo para sua coleção de discos, por isso muitos deles acabaram perdidos ou jogados na lata de lixo. É de se perguntar como a história dá voltas, pois hoje em dia o que era descartado pelos hippies da época acabou virando artigo de luxo para colecionadores vintage.

Pablo Aluísio.

The Doors - Riders on the Storm

Jim Morrison era apenas um garotinho quando viu uma cena que nunca mais esqueceu. Ele estava viajando ao lado dos pais quando encontraram um caminhão virado de cabeça para baixo, cheio de nativos americanos, após um sério acidente. Vários índios estavam mortos, estirados no chão, agonizantes. Jim contaria anos depois que um dos espíritos o seguiu a partir daquele momento. Era a alma de um velho xamã que estava morto à beira da estrada. Foi justamente pensando nesse episódio de sua vida que levou Jim a compor "Riders on the Storm" que considero uma das melhores gravações da história do rock. Se você acha que Ray Manzarek era apenas um tecladista de churrascaria (como certa vez li numa resenha idiota e estúpida de uma revista inglesa) aconselho a ouvir atentamente essa faixa. Ray usa as notas musicais de seu instrumento para recriar pingos da tempestade caindo pelo chão... um efeito de arrepiar mesmo!

Some-se a isso o estilo cavernoso do vocal de Jim Morrison, naquela altura de sua vida já esgotado por todos os excessos possíveis e imaginaveis e você terá uma obra prima em mãos. "The Changeling" que está no lado B do single certamente não é tão maravilhosa como "Riders on the Storm" mas também mantém um padrão absurdo de qualidade musical. A guitarra de Robby Krieger procura imitar o som de vespas prontas para o ataque! Lembrando que as duas faixas fazem parte do último disco dos Doors com Jim Morrison, o blueseiro "L.A. Woman", um álbum realmente excepcional. Jim barbudo, encarnando como nunca seu alter-ego Mojo Risin, estava endiabrado nas sessões. Entre um excesso alcoólico e outro e foi gravando as canções de forma, diria até, abusiva! Considero Jim um dos maiores vocalistas da história do rock americano, um sujeito que se destacou por colocar sua própria alma em cada gravação que fez. Assim o single "Riders on the Storm / The Changeling" não é apenas uma questão de opção para quem gosta do bom e velho rock daquela geração, mas sim um item obrigatório em qualquer coleção que se preze.

Riders on the Storm (Jim Morrison) - Riders on the storm / Riders on the storm / Into this house we're born / Into this world we're thrown / Like a dog without a bone / An actor out alone / Riders on the storm / There's a killer on the road / His brain is squirming like a toad / Take a long holiday / Let your children play / If you give this man a ride / Sweet family will die / Killer on the road / Girl you gotta love your man / Girl you gotta love your man / Take him by the hand / Make him understand / The world on you depends / Or life will never end / Gotta love your man / Riders on the storm / Riders on the storm / Into this house we're born / Into this world we're thrown / Like a dog without a bone / An actor out alone / Riders on the storm / Riders on the storm / Riders on the storm / Riders on the storm / Riders on the storm.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Frank Sinatra - Duets

Não, Frank Sinatra não dividiu uma cabine de gravação com nenhum outro artista. Ele não ficou face a face com nenhum outro cantor ou cantora na gravação desse álbum. Isso não significa porém que não estamos na presença de um disco maravilhoso, realmente um dos mais belos que já ouvi em toda a minha vida. Usando da tecnologia a voz de Sinatra foi unida a de outros grandes nomes do mundo da música para que o ouvinte pudesse apreciar o que havia de melhor e mais elegante em termos de música quando esse CD foi lançado, por volta de 1993. Eu o comprei apenas alguns anos depois quando o vi em promoção em uma loja de discos (lembram delas? Sim, existiram em um passado não muito remoto).

A mescla da voz de puro jazz de Frank Sinatra com os astros do rock e da pop music do mundo atual, resultou em um maravilhoso baile sonoro. Entre os convidados só medalhões como Barbra Streisand, Julio Iglesias e Bono do U2. Natalie Cole, que havia herdado a bela voz de seu pai Nat King Cole também se destaca, porém minha faixa preferida, dentre todas é "The Lady Is a Tramp" que abre o álbum. Ali, logo na primeira faixa do disco, Sinatra já dá seu cartão de visitas e manda o recado, de que ainda era o bom e velho "The Voice", algo que nem o tempo havia conseguido apagar ou deixar opaco. Quem é rei jamais perde mesmo a majestade.

Frank Sinatra - Duets (1993)
The Lady Is a Tramp
What Now My Love
I've Got a Crush On You
Summer Wind
Come Rain or Come Shine
New York, New York
They Can't Take That Away From Me
You Make Me Feel So Young
Guess I'll Hang My Tears Out to Dry
In the Wee Small Hours of the Morning
I've Got the World on a String
Witchcraft
I've Got You Under My Skin

Pablo Aluísio.

Elvis Presley - Jailhouse Rock

A imagem de um jovem Elvis Presley vestido com roupa de prisioneiro, dançando e cantando dentro de uma cadeia, foi considerada pelos conservadores americanos, na década de 1950, como uma das coisas mais ultrajantes que a cultura pop poderia produzir. Pastores evangélicos disseram em cultos que Elvis iria levar toda a juventude para a perdição eterna. Alguns foram ainda mais longe, afirmando que Elvis era um enviado de Satã para corroer os valores mais tradicionais da sociedade. Foi mesmo algo chocante para os padrões da época. Afinal, o que ele queria passar com aquilo tudo? Que se tornar um marginal, um preso, era algo positivo para as jovens que o seguiam?

Tudo bobagem. "Jailhouse Rock", que no Brasil recebeu o título de "O Prisioneiro do Rock", nada mais era do que mais um musical da Metro, o estúdio de Hollywood que mais produziu filmes musicais clássicos na história do cinema americano. Com tanto Know-how de seus técnicos e membros na equipe de filmagem não é de se admirar que esse tenha sido mesmo um dos melhores filmes da carreira de Elvis Presley. Uma simbiose perfeita entre a velha Hollywood, dos tempos de Fred Astaire, com essa nova geração de jovens roqueiros que surgia. Se o Rock era a nova moda entre a juventude, então a Metro iria se adaptar para essa nova realidade.

Para Elvis o filme surgia como uma chance dele realizar seu grande sonho, que era se tornar um ator ao estilo de James Dean e Marlon Brando, seus grandes ídolos no cinema. Só que Elvis era ainda muito jovem e inexperiente para atuar nesse sentido. A Metro também não queria produzir um drama, mas sim um musical mesmo, com boas cenas de coreografia, com muita dança, ritmo e música. Embora o filme anterior de Elvis, "Loving You", tivesse sido filmado em cores, a Metro decidiu que esse novo musical seria todo realizado em fotografia preto e branco. E para realçar ainda mais isso mandou que Elvis pintasse seu cabelo na cor mais escura que pudesse encontrar. O preto forte iria agradar tanto Elvis a partir daí que ele decidiu adotar essa cor do cabelo para sempre.

Um dos pontos altos do filme surgiu exatamente na cena em que ele dançava com os demais prisioneiros. Para muitos essa sequencia acabou se tornando o primeiro clip da história da música, uma vez que a cena funcionava perfeitamente bem fora do contexto do filme. Claro, na época, a cena se tornou antológica, caindo no gosto dos jovens de uma maneira que ninguém poderia esperar. Fruto de muito empenho, ensaio e trabalho da equipe de coreografia do estúdio. Não é de se admirar que esse momento acabou se tornando um dos mais lembrados da carreira de Elvis no cinema, a tal ponto que entrou para sempre na história da cultura pop.

"Treat Me Nice" pode ser considerada a melhor canção dessa trilha sonora, logo após "Jailhouse Rock". O tema foi composto pela dupla Leiber e Stoller, grandes nomes do surgimento do rock. Curiosamente uma série de versões foram gravadas. Uma mais aprimorada foi gravada em estúdio para ser lançado no compacto duplo que traria as músicas do filme. Essa mesma versão também foi aproveitada no single. Já outra, bem mais simples, foi gravada para ser usada na cena do filme, quando Elvis a interpreta á beira da piscina.

Particularmente prefiro a versão do filme. Aliás ela só estaria à disposição dos fãs em disco muitos anos depois, em vinil, No meu caso tive acesso através do LP "The Great Performances". Infelizmente, como bem se sabe, Jerry Leiber e Mike Stoller seriam afastados da carreira de Elvis pelo Coronel Tom Parker. Eles escreveram inúmeros sucessos comerciais para o cantor, mas nem isso convenceu Tom Parker. Ele achava que a dupla cobrava alto demais pelas músicas. Veja que visão medíocre do empresário. É óbvio que cobravam acima da média, já que eram ótimos compositores. O velho Coronel Parker porém pensava como puro comércio, sem se importar com o aspecto artístico da situação. Lamentável.

E como grande parte da trilha sonora de "Jailhouse Rock" foi mesmo composta por Leiber e Stoller, outra faixa gravada feita por eles foi "I Want To Be Free". Essa nunca chegou a fazer sucesso. Como o próprio Leiber explicaria anos depois essa música era "um tema de prisão", ou seja, imaginemos o sujeito ali preso vendo a janela onde avista um pássaro, com toda a sua liberdade para voar para onde quiser. É o próprio conceito de ser livre. Para alguém que estava preso não poderia haver alegoria melhor.

Esse tema inclusive me lembra um filme clássico chamado "O Homem de Alcatraz". Nesse excelente filme um prisioneiro de Alcatraz ajudava um passarinho ferido que havia caído na janela de sua cela. Isso acabaria despertando nele o desejo de aprender a ciência que estudava esses animais. Depois de longos anos lendo e estudando em sua prisão ele acabaria se tornando um dos maiores especialistas do tema nos Estados Unidos. História real, que realmente aconteceu. O nome dele era Robert Franklin Stroud e foi interpretado no cinema pelo grande Burt Lancaster. Claro que "O Prisioneiro do Rock" não tinha toda essa densidade dramática, mas de qualquer forma vale a analogia cinematográfica. Afinal ambos os filmes, cada um ao seu modo, tinha como protagonista um prisioneiro.

Essa trilha sonora de Elvis contou com poucas canções. A RCA Victor optou pelo lançamento de um compacto duplo (EP) ao invés de um álbum completo (LP). É um desses erros que ficam para a história. Curiosamente, apesar de haver poucas faixas para gravar, Elvis levou três sessões de gravação para finalizar toda a trilha. Em termos de Elvis, que era conhecido por gravar um álbum inteiro em apenas uma ou duas sessões, foi realmente muito. A primeira sessão foi realizada no dia 30 de abril de 1957, em West Hollywood. O produtor dessa famosa sessão foi Jeffrey Alexander, acompanhado do engenheiro de som Thorne Nogar.

Nesse dia Elvis gravou diferentes versões de "Jailhouse Rock" para ser usada no filme e no vinil, no disco oficial. Nessa mesma ocasião ele ainda trabalhou nas primeiras versões de "Treat Me Nice". A intenção era gravar logo as duas músicas que iriam fazer parte do primeiro single do filme. Obviamente foi um dos discos mais vendidos de toda a carreira de Elvis. Um marco de sucesso na indústria fonográfica da época. Nunca se vira tantos pedidos antecipados de um artista na história. A RCA colocou suas fábricas empenhadas em produzir as cópias em ritmo acelerado.E quando chegou no mercado, em poucos dias, ultrapassou a marca de um milhão de cópias vendidas. Um sucesso absoluto.

Para finalizar esse dia Elvis se empenhou em terminar as diferentes versões de uma bela balada chamada "Young and Beautiful". É interessante salientar que esse tipo de coisa, de gravar versões diferentes para uma mesma música, sendo algumas usadas no filme e outras nos discos, iria ser abandonada por Elvis e banda. Dava muito trabaho. Era melhor gravar apenas uma versão definitiva e isso já estava de bom tamanho. Nas cenas dos filmes Elvis iria apenas fazer playback. De qualquer modo a versão oficial, a que foi lançada em vinil, era uma das mais bonitas músicas românticas dessa fase da carreira de Elvis.

E as diferentes versões também foram renomeadas pelo produtor da sessão. Por exemplo,  "Young and Beautiful" foi chamada de "versão oficial", "solo version" e "Florita Club version". O mesmo aconteceu com as demais. O produtor Jeffrey Alexander era considerado um sujeito bem obcecado por organização. Por fim uma dúvida interessante: quem tocou guitarra em "Young and Beautiful"? O próprio Scotty Moore anos depois iria dizer que não havia sido ele, que ele não tinha tocado nessa faixa. Seria a única que ele não tocaria nessa trilha sonora. O único outro músico creditado nas sessões tocando guitarra e violão nessa sessão de gravação foi Elvis. Teria sido ele o guitarrista dessa gravação? Em minha opinião, sim. Tanto que anos depois Elvis voltaria a tocar guitarra numa versão improvisada (e bonita) dessa mesma música nas sessões de ensaio de 1972 para o filme "Elvis On Tour".

Raramente Elvis Presley gravava duas vezes uma mesma música em estúdio. Isso aconteceu poucas vezes em sua longa discografia. Posso me lembrar imediatamente de "Blue Suede Shoes", que foi gravada em 1956 para seu primeiro álbum na RCA Victor e em 1960 numa versão mais acústica para o filme "G.I.Blues". Outro caso que me vem na mente agora foi a da canção "Love Letters", gravada inicialmente na segunda metade da década de 1960 e depois regravada na década seguinte, dando origem inclusive ao título de um de seus álbuns oficiais. "You Don't Know Me" também ganhou duas versões de estúdio. Uma para o filme "Clambake" e outra para ser lançada em single. Nesse caso Elvis justificou dizendo que gostava bastante da música e que não havia ficado satisfeito com sua versão para o filme de Hollywood.

Então chegamos no estranho caso de "Don't Leave Me Now". Essa canção surgiu pela segunda vez na discografia de Elvis no EP que trazia as músicas do filme "Jailhouse Rock". Os fãs da época estranharam já que essa mesma balada também havia sido lançada no álbum "Loving You", nesse mesmo ano. O que aconteceu? Composta pela dupla Aaron Schroeder e Ben Weisman, essa música ganhou duas versões de estúdio em um curto período de tempo. Falha da RCA Victor, esquecimento por parte de Elvis ou uma escolha do próprio cantor que preferiu melhorar a música? As cartas ficam na mesa, sem uma resposta definitiva.

Outra música composta pelos ótimos Jerry Leiber e Mike Stoller para esse filme da MGM foi a conhecida "(You're So Square) Baby I Don't Care". A versão final foi completada no dia 3 de maio de 1957. Durante as filmagens aconteceu um fato engraçado. O guitarrista Scotty Moore se esqueceu que o filme tinha que seguir uma continuidade. Assim ele tirou e colocou os óculos entre as tomadas de cena. Dois takes básicos de filmagens foram produzidos. Um mais de perto, mostrando Elvis e banda em primeiro plano. Outro mais distante, do outro lado da piscina. No primeiro Scotty surge sem óculos escuros. No segundo ele está com eles. Na montagem final as duas cenas foram editadas em conjunto, o que criou um estranho efeito em quem assistia ao filme. Era o guitarrista que fazia seus óculos desaparecerem em um estalar de dedos! No fundo um erro de continuidade mesmo.

No final de tudo a RCA Victor decidiu que "Jailhouse Rock" não ganharia um álbum completo em LP, como havia acontecido com "Loving You". Ao invés de gravar mais cinco faixas para o lado B, algo que nem iria dar muito trabalho para Elvis e banda, a gravadora decidiu que iria colocar no mercado um mero EP, mais conhecido no Brasil como compacto duplo. Assim havia feito com "Love Me Tender" e assim fariam com "Jailhouse Rock". Olhando para o passado esse foi outro erro cruacial na discografia de Elvis. Trilhas sonoras tão importantes, com músicas tão marcantes, precisavam de álbuns completos, com toda a riqueza de detalhes. Lançar em um formato de vinil considerado menor, de segundo escalão, era uma decisão completamente equivocada.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

The Beatles - Magical Mystery Tour

Esse disco é uma farsa! Calma, que eu vou explicar! Na verdade os Beatles nunca lançaram um álbum, um LP, de " Magical Mystery Tour". Eles apenar lançaram um EP na Inglaterra com as músicas do filme. EP era um formato com no máximo 4 ou 5 músicas que no Brasil era conhecido como compacto duplo. Os americanos, muito mais versados em marketing e vendas, decidiram que o EP era muito mixuruca, com poucas músicas e sem muito apelo comercial, até porque o telefilme só havia sido exibido na Inglaterra e mesmo assim levado muita pancada da crítica (obs: o filme é ruim demais, mesmo, não tiro a razão dos críticos da época).

Pois bem, então a Capitol tinha em mãos as poucas músicas do filme para lançar nos Estados Unidos. Então os executivos tiveram uma ótima ideia. Por que não juntar essas músicas com outras de singles que os Beatles tinham lançado recentemente? E assim nasceu esse álbum que, por ironia do destino, acabaria sendo adotado na discografia oficial inglesa alguns anos depois. "Magical Mystery Tour" tal como pensado pelos Yankes, ficou muito bom. A seleção, mesmo fruto de um certo malabarismo da Capitol, funcionou perfeitamente bem junto. Inclusive diria que é bem fiel ao que os Beatles gravavam na época. Mesmo sem que as músicas tivessem sido gravadas com pensamento em serem utilizadas em um disco, a coisa toda funcionou perfeitamente bem. Ei, isso só pode ser magia!

The Beatles - Magical Mystery Tour (1967)
Magical Mystery Tour
The Fool on the Hill
Flying
Blue Jay Way
Your Mother Should Know
I Am the Walrus
Hello, Goodbye
Strawberry Fields Forever
Penny Lane
Baby, You're a Rich Man
All You Need Is Love

Pablo Aluísio.

The Beatles - Please Please Me

Esse foi o primeiro disco dos Beatles. Conforme dito por John Lennon alguns anos depois, eles ainda eram muito crus, jovens e inexperientes, mas mesmo assim ainda realizaram um bom disco. Isso foi em uma época em que a indústria fonográfica estava estava em um período muito bom de sua existência, com muitas vendas e lucros. As pessoas compravam discos em lojas e isso mantinha as grandes gravadoras sempre em busca de novos artistas, novas revelações. E os Beatles tiveram sua chance na EMI, no pequeno selo Parlophone que era comandado pelo excelente produtor George Martin (que também tocou piano em algumas das faixas do álbum).

Hoje em dia as músicas mais conhecidas do álbum não são as mesmas que fizeram mais sucesso na época em que o disco chegou nas lojas da Inglaterra. "Twist and Shout" é hoje em dia a música mais conhecida do disco. Contando com uma voz rasgada de Lennon, após horas de estúdio, realmente é um número vibrante, para puxar para o alto o astral de qualquer um. Outro hit é "I Saw Her Standing There", que Paul McCartney promoveu bastante em suas turnês internacionais. Já na época de lançamento do disco as duas faixas de destaque eram "Love Me Do", que já havia sido lançada em single e "Please Please Me" que George Martin acelerou pois achava que a versão original escrita por Lennon e McCartney não tinha pique suficiente. Completa a coleção de boas faixas a música "Boys" que também marcava a estreia de Ringo Starr como vocalista (ao longo dos anos ele sempre cantaria pelo menos uma música nos discos do quarteto).

The Beatles - Please Please Me (1963)
I Saw Her Standing There
Misery
Anna (Go to Him)
Chains
Boys
Ask Me Why
Please Please Me
Love Me Do
P.S. I Love You
Baby It's You
Do You Want To Know A Secret?
A Taste of Honey
There's A Place
Twist and Shout

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Paul McCartney - Give My Regards to Broad Street

Essa é a trilha sonora de um filme que Paul fez nos anos 80 e que acabou fracassando nas bilheterias. O ex-Beatle poderia ter ficado apenas no ótimo clip da música "No More Lonely Nights" que já estava de bom tamanho. A balada inclusive é maravilhosa e fez muito sucesso nas rádios na época. Eu me lembro muito bem disso. E o resto do disco? Vale a pena? Aí é que está o problema. Ao que tudo indica Paul não tinha material inédito suficiente para completar um álbum, então ele optou por ir para o caminho mais fácil: regravar clássicos dos Beatles!

E aí, claro, o mundo caiu na cabeça dele. Santa heresia, Batman! Regravar as músicas imortais dos Beatles com arranjos novos? Onde Paul estava com a cabeça? - essas foram perguntas que passaram pela cabeça dos Beatlemaníacos. Como nunca fui um radical não me importei nada com isso. Afinal Paul compôs todas essas músicas e se havia alguém que podia fazer esse tipo de coisa era ele mesmo. Algumas das versões até ficaram bonitas. Só que Paul errou ao colocar trechos falados, tirados do filme, no meio das músicas. Esse erro realmente estragou a audição do álbum em vários momentos. Ele deveria ter deixado apenas a beleza dessas canções eternas prevalecerem. Ficaria muito melhor.

Paul McCartney - Give My Regards to Broad Street (1984)
No More Lonely Nights
Good Day Sunshine
Corridor Music
Yesterday
Here, There and Everywhere
Wanderlust
Ballroom Dancing
Silly Love Songs
Silly Love Songs (Reprise)
Not Such A Bad Boy
No Values
No More Lonely Nights (Ballad / Reprise)
For No-One
Eleanor Rigby
Eleanor's Dream
The Long And Winding Road
No More Lonely Nights (Playout Version)

Pablo Aluísio.