quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Quando a Mulher se Atreve

Título no Brasil: Quando a Mulher se Atreve
Título Original: In Old Oklahoma
Ano de Lançamento: 1943
País: Estados Unidos
Estúdio: Republic Pictures 
Direção: Albert S. Rogell
Roteiro: Thomson Burtis, Ethel Hill
Elenco: John Wayne, Martha Scott, Albert Dekker

Sinopse:
Em 1906, nas terras indígenas de Oklahoma, um cowboy chamado Daniel F. Somers (John Wayne) luta pelos seus direitos de arrendamento de um rancho contra um ganancioso empresário que deseja suas terras, pois há petróleo em seu subsolo. Enquanto a disputa se desenvolve, uma linda professora rouba os corações de ambos os inimigos.

Comentários:
Era para ser mais um faroeste de rotina na carreira de John Wayne, mas houve algumas mudanças interessantes. A produção decidiu filmar tudo no deserto de Utah, ao invés da Califórnia onde seus filmes anteriores tinham sido feitos. Isso trouxe uma bela fotografia ao filme como um todo. Era uma região diferente, com belas paisagens. Outras surpresas viriam. Os críticos gostaram do filme e teceram elogios e o filme acabou sendo indicado ao Oscar em duas categorias. Eram indicações bem inustiadas em se tratando de um western. Foi indicado na categoria de melhor som, pois se usou um equipamento de captação novo na época e melhor música. Acabou sendo um caso raro de filme de faroeste indicado por sua trilha sonora. Quem poderia imaginar?

Pablo Aluísio.

A Heroína do Texas

Título no Brasil: A Heroína do Texas
Título Original: The Texans
Ano de Lançamento: 1938
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: James P. Hogan
Roteiro: Bertram Millhauser, Paul Sloane
Elenco: Randolph Scott, Joan Bennett, May Robson

Sinopse:
Após a Guerra Civil, um ex-soldado confederado enfrenta novas batalhas, incluindo os membros de uma quadrilha de bandidos que tentam roubar uma jovem indefesa. E ele terá que ser um às do gatilho para vencer todos aqueles bandidos. 

Comentários:
Depois do sucesso comercial de "O Último dos Moicanos" o ator Randolph Scott deu um tempo nas fitas de faroeste. E isso surpreendeu muita gente já que todos esperavam que ele iria cair com tudo no gênero para aproveitar o sucesso. Apenas algum tempo depois é que ele voltaria a usar chapéu de cowboy, botas e esporas para montar seu belo cavalo branco. Isso voltaria a acontecer em "A Heroína do Texas" (The Texans), boa produção dirigida pelo cineasta James P. Hogan. O que chamava bastante a atenção aqui é que todas as atenções do roteiro iam para a mocinha do filme e não para o herói. Algo raro em um estilo cinematográfico tão voltado para o público masculino. Era algo novo e inovador, algo que poucos tinham feito em Hollywood naquele período histórico do cinema americano. A estrelinha do filme, a atriz Joan Bennett, foi até mesmo creditada na frente do astro Randolph Scott. isso mostrava também como ele poderia ser generoso com as colegas de profisssão. Ele vinha de um sucesso de bilheteria e poderia muito bem calçar seu ego de astro de western em Hollywood e exigir seu nome em primeiro lugar nos créditos do filme. Porém não fez isso. Foi bem humilde e companheiro, sendo usado até mesmo como escada da jovem atriz. 

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

O Último Desejo

Título no Brasil: O Último Desejo
Título Original:  Love Dream
Ano de Lançamento: 1988
País: Estados Unidos
Estúdio: Highlight Film
Direção: Charles Finch
Roteiro: Charles Finch
Elenco: Christopher Lambert, Diane Lane, Francesco Quinn

Sinopse:
Um rockstar que perdeu a alegria de viver e cantar após a morte de seu irmão acaba conhecendo uma estranha mulher que parece ter poderes sobrenaturais. E apesar de tudo ele acaba se apaixonando perdidamente por ela, o que nao deixará de trazer problemas em sua vida pessoal e profissional. 

Comentários:
Esse e um filme que tenta misturar romance com fantasia, não sendo muito bem sucedido nessa mistura. É fraco, tanto que foi lançado apenas em VHS no Brasil, não chegando aos nossos cinemas. E olha que nessa época o Christopher Lambert estava no pique do sucesso, colecionando boas críticas nos jornais. Mas esse filme realmente não deu certo. De bom mesmo para ele apenas o romance que teve com a atriz Diane Lane. Foi algo sério mesmo pois eles acabariam se casando, tendo uma filha chamada Eleonora. E tudo começou no set de filmagens dessa produção. Bom, pelo menos o filme serviu para alguma coisa. 

Pablo Aluísio.

A Repossuída

Título no Brasil: A Repossuída
Título Original: Repossessed
Ano de Lançamento: 1990
País: Estados Unidos
Estúdio: Carolco Pictures
Direção: Bob Logan
Roteiro: Bob Logan
Elenco: Leslie Nielsen, Linda Blair, Ned Beatty

Sinopse:
Uma mulher é possuída violentamente pelo Diabo e para que ela seja exorcizada é chamada um padre muito maluco e destrambelhado chamado Jedediah Mayii (Leslie Nielsen) e a partir daí as confusões ficam completamente fora do controle! 

Comentários:
Não estava nos planos do Leslie Nielsen se tornar um astro de filmes de humor. Isso aconteceu meio por acaso depois do sucesso de "Apertem os Cintos, o Piloto Sumiu" e ficou ainda mais claro depois de "Corra que a Polícia Vem Aí". E assim, depois de algum tempo, ele começou a estrelar seus próprios filmes, suas próprias sátiras. Esse aqui tem como alvo "O Exorcista". Para isso trouxeram até mesmo a atriz Linda Blair do filme original para escancarar ainda mais o riso. O problema é que esse filme não tem graça. O roteiro é ruim e as cenas acabaram ficando grotescas e não engraçadas. Então foi sem dúvida um tiro fora do alvo. Eu até tentei gostar do filme, tive boa vontade, mas não deu. É bem ruim mesmo! 

Pablo Aluísio.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Nos Tempos do VHS - Jean-Claude Van Damme

Nos Tempos do VHS - Jean-Claude Van Damme
Para falar a verdade eu nunca gostei muito dos filmes do belga Jean-Claude Van Damme. Nos tempos do VHS seus filmes eram considerados, entre os que gostavam de fitas de ação, como produções de terceira ou quarta categoria. Eram bem ruins, principalmente os primeiros que chegaram nas locadoras. Isso não significa que não tinha admiradores. No Brasil, por exemplo, seus filmes eram bem comercializados, faziam sucesso nas locadoras de vídeo VHS. E ele soube bem aproveitar esse mercado. Afinal nem sempre havia lançamentos com Stallone ou Arnold Schwarzenegger, então suas produções baratas cobriam um certo vácuo do mercado. 

Esse filão de filmes de artes marciais sempre existiu. Sempre reinou no Oriente em produções feitas em Hong Kong. Nos anos 60 até mesmo virou modinha nos Estados Unidos, principalmente com os filmes de Bruce Lee. Depois de sua morte o subgênero afundou novamente, só ressurgindo de novo nos anos 80 com filmes lançados em VHS, com muita coisa de Ninjas, Samurais e coisas do tipo. O Jean-Claude Van Damme veio nessa onda. 

Puxando pela memória penso que seus primeiros filmes foram lançados por aqui pela Paris Filmes, que começou pequena e depois foi ganhando mais robustez. Eram grandes fitas VHS com embalagens até bem trabalhadas. Isso ajudou a vender o Van Damme em nosso pais. Depois ele fez também filmes que foram lançados pela América Vídeo com suas capinhas de papelão que imitavam a bandeira dos Estados Unidos. Esse selo ganhou fama por lançar as tranqueiras da produtora Cannon em nosso país. 

Só bem mais tarde, já nos anos 90, é que o belga começou a fazer filmes melhores, com bons diretores em produções mais bem caprichadas. Os dias dos filmes podreiras ficariam para trás por um tempo. Ele estava pronto para ir para o primeiro escalão dos action heroes. Só que é aquela coisa, acabou tropeçando nas próprias pernas. Ele se envolveu com drogas e aí sua carreira foi afundando cada vez mais. Acabou voltando para o ponto onde começou, fazendo pequenos filmes B, sem qualquer relevância. Hoje, já bem envelhecido, o ator e lutador segue na luta. Só que seus filmes só circulam mesmo entre seus veteranos admiradores. Para o público em geral ele não tem mais qualquer relevância. 

Pablo Aluísio. 

Deixa Ela Entrar

Título no Brasil: Deixa Ela Entrar
Título Original: Låt den rätte komma in
Ano de Lançamento: 2008
País: Suécia, Noruega
Estúdio: EFTI
Direção: Tomas Alfredson
Roteiro: John Ajvide Lindqvist
Elenco: Kåre Hedebrant, Lina Leandersson, Per Ragnar

Sinopse:
Uma menina vive escondida do mundo em seu pequeno apartamento ao lado de um homem mais velho. Eles estão sempre se mudando. Até que a menina conhece um garoto de sua idade no pátio do local onde moram. E ela, sempre muito solitária, faz amizade com ele. O problema é que a menina tem segredos, alguns bem sanguinários, para esconder. 

Comentários:
Esse é o filme original. Quando eu o assisti ninguém ainda conhecia essa obra direito no Brasil. Claro que o material original, o livro, é o item mais indicado, mas em termos cinematográficos esse filme é certamente o mais fiel ao livro. Para quem não sabe a garotinha está acompanhada por um homem mais velho e esse não é o pai dela, como aparece em certas versões americanas, sendo que a própria série que foi lançada há pouco tempo segue essa linha. O livro nesse aspecto é visceral. O homem mais velho é um pedófilo que tentou violentar a menina, mas se deu mal, porque afinal ela é uma vampira. Então ela acabou escravizando esse criminoso! Algo bem sórdido e talvez por isso os americanos tenham amenizado tudo. No mais é inegável que esse filme é muito bom. Tanto que ainda rende frutos, tanto no cinema como no mundo das séries. A história da garotinha vampira realmente é muito boa! 

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Elvis Presley - Discografia Americana 1961

Elvis Presley - Discografia Americana 1961
Um ano em que Elvis lançou apenas dois álbuns e quatro singles. Curiosamente foi um ano em que Elvis também obteve grandes êxitos comerciais, na vendas de seus discos. "Something For Everybody", seu primeiro álbum do ano, alcançou o primeiro lugar na Billboard. "Blue Hawaii" (com a trilha sonora do filme "Feitiço Havaiano") também chegou ao topo da Billboard, se tornando o LP mias vendido de toda a carreira de Elvis até aquela ocasião, com milhões de cópias vendidas em todo o mundo. E o sucesso se repetiu nos singles, com todos eles premiados com disco de ouro ou platina. Um compacto duplo, com músicas gravadas no ano anterior completou a lista. Esse compacto recebeu o nome de "Elvis by Request". Segue abaixo a relaçao de toda a discografia de Elvis Presley lançada nos Estados Unidos no ano de 1961.

Something For Everybody (1961)
THERE'S ALWAYS ME / GIVE ME THE RIGHT / IT'S A SIN / SENTIMENTAL ME / STARTING TODAY / GENTLY / I'M COMIM HOME / IN YOUR ARMS / PUT BLAME ON ME / JUDY / I WANT WITH ME / I SLEEPED, I STUMBLED, I FEEL

Single extraído deste disco:
There's Always Me / Judy (1967)

Blue Hawaii (1961)
BLUE HAWAII / ALMOST ALWAYS TRUE / ALOHA OE / NO MORE / CAN'T HELP FALLING IN LOVE / ROCK-A-HULA BABY / MOONLIGHT SWIM / KU-U-I-PO / ITO EATS / SLICIN' SAND / HAWAIIAN SUNSET / BEACH BOY BLUES / ISLAND OF LOVE / HAWAIIAN WEDDING SONG

Single extraído deste disco:
Can't Help Falling in Love / Rock a Hula Baby (1961)

Relação de singles 1961:
Surrender / Lonely Man
I feel So Bad / Wild in the Country
His Latest Flame / Little Sister
Can't Help Falling in Love / Rock a Hula Baby 

Relação de EPs (compacto duplo):
Elvis By Request (1961)
Flaming Star / Summer Kisses Winter Tears
Are You Lonesome Tonight? / Tt's Now Or Never

Pablo Aluísio.

Elvis Presley - Elvis Sails

Elvis Presley - Elvis Sails
Que Elvis Presley foi um dos maiores vendedores de discos durante a década de 1950 ninguém tem dúvidas. Agora que até entrevistas do cantor eram lançados em vinil para faturar em cima de seu nome, disso poucos tem conhecimento. “Elvis Sails” foi um dos produtos mais sui generis da história da indústria fonográfica dos EUA. Lançado em novembro de 1958, chamou atenção por ser um disco sem igual na longa lista de itens da discografia de Elvis Presley. Não havia músicas nele, mas apenas entrevistas de Elvis antes, durante e após sua partida para a distante Alemanha Ocidental na Europa.

Era um single (por mais estranho que isso possa parecer) e trazia no lado A uma parte da entrevista coletiva que Elvis deu no Brooklyn Army Terminal em 22 de setembro de 1958. Ele estava prestes a embarcar para prestar serviço militar na cortina de ferro. Já o Lado B trazia a entrevista que o cantor deu para Pat Hernon na biblioteca do navio USS Randall durante a longa viagem até a base americana onde iria ficar estacionado com sua tropa. As entrevistas, de maneira em geral, trazem apenas perguntas e respostas sobre amenidades e não tocam em assuntos polêmicos. Por isso não espere qualquer grande revelação ou postura política por parte de Elvis. Não era de seu feitio polemizar em ocasiões como essa.

Mais curiosa ainda era a contracapa de “Elvis Sails” trazendo um calendário do ano de 1959 onde o fã poderia acompanhar todos os detalhes e datas importantes não só da vida de Elvis (como por exemplo o mês em que ele se formou no colégio) como também fatos que marcariam o ano de 1959 para o cantor (a data em que chegaria na Alemanha, estaria de volta aos EUA, etc). “Elvis Sails” não obteve qualquer classificação digna de nota nas paradas, o que era de se esperar, mas não se tornou um disco desprovido de valor.

Muitos DJs americanos usaram a entrevista em seus programas diários. Afinal o que não soaria muito bem numa vitrola particular, poderia muito bem se transformar numa boa opção durante um programa radiofônico. Como nunca foi relançado – em época alguma – o disquinho original também acabou virando uma cobiçada peça de colecionador. Nesse mundo de itens discográficos de Elvis, ele é dos mais valorizados, pois como vendeu pouco na época, poucos fãs o possuem em sua coleção. Além disso por ser um lançamento tão único e singular se torna ainda mais valioso. Afinal foi o único vinil de entrevistas de Elvis Presley. Por isso se algum dia topar com algum exemplar de “Elvis Sails” por aí, não perca a oportunidade de adquirir pois pode se tornar um bom investimento para você no futuro.

Elvis Presley – Elvis Sails (1958)
Side 1: Press Interview with Elvis Presley (At Brooklyn Army Terminal, September 22, 1958)
Side 2: Elvis Presley's Newsreel Interview / Pat Hernon Interviews Elvis in the Library of the U.S.S. Randall at Sailing

Pablo Aluísio.

Elvis Presley - FTD King Creole

A trilha sonora do filme "Balada Sangrenta" também ganhou uma edição especial dentro do selo Follow That Dream (FTD). Infelizmente pouca coisa restou das sessões de gravação desse álbum. Por isso quando foi anunciado o lançamento do FTD King Creole não me empolguei nem um pouco. É de se lamentar, pois a trilha sonora de King Creole teve uma gravação particularmente complicada com Elvis tendo que trabalhar com o maior número de músicos de sua carreira até aquele momento. A sonoridade de New Orleans exigia um arranjo bem elaborado de metais com vários instrumentistas. Músicos com quem Elvis nunca havia trabalhado antes.

Colocar todos aqueles músicos em sincronia realmente não foi  um trabalho fácil dentro dos estúdios. Mas Elvis sabia lidar muito bem com esse tipo de situação. Como sempre Elvis usava o bom humor e a descontração dentro dos estúdios para aliviar a tensão e a ansiedade do grupo. As sessões de gravação foram realizadas nos estúdios da RCA Victor Radio Recorders, em West Hollywood, California em janeiro de 1958. Walter Scharf foi o produtor, acompanhado do engenheiro de som Thorne Nogar. Em fevereiro Elvis voltaria aos estúdios para alguns complementos e acabaria gravando uma nova música chamada "Danny" que acabou ficando de fora do álbum original, embora fosse uma bela balada, bem de acordo com o contexto do filme, uma vez que Danny era o nome de seu personagem.

Como escrevi, muita coisa se perdeu dessas sessões. A RCA não teve o cuidado de guardar grande parte do material descartado na época. E o que sobreviveu das sessões de King Creole? Pouca coisa realmente. As sessões foram longas e exaustivas e era de se supor que muita coisa fosse realmente gravada, mas grande parte das fitas originais foram simplesmente perdidas ou apagadas, não se sabe ao certo. Assim além das versões oficiais que conhecemos sobrou pouca coisa e esse FTD King Creole retrata bem isso. Para compensar a falta de material o selo resolveu apostar numa edição caprichada com um livro recheado de fotos (algumas inéditas) e muitas informações impressas. Direção de arte muito caprichada e bonita.

Claro que nada disso vai preencher a lacuna do que se perdeu mas dentro do possível é realmente o que podemos contar. Até mesmo “Danny”, a famosa música não usada na trilha, surge tímida. Aliás até hoje a exclusão de “Danny” do disco oficial causa debate. A canção não pode ser considerada uma das melhores coisas da trilha sonora, mas tem seus méritos, principalmente na vocalização do grupo de apoio de Elvis. Já a versão do filme de “As Long As I Have You” que ouvimos aqui é muito boa. A voz de Elvis praticamente sussurrada é um ponto alto, assim como “Lover Doll”, em versão bem simples, apenas com violão. De uma simplicidade cativante. Dois casos em que a simplicidade é tudo! Se as anteriores são caracterizadas pela singeleza o take 3 de King Creole peca pelo excesso. Há um exagero nos arranjos de metais ao fundo que torna a sonoridade estranha, pouco atrativa. Ainda bem que os produtores e Elvis perceberam isso e cortaram alguns instrumentos na versão oficial.

E o que dizer do take 18 de King Creole? Parece outra canção tal a mudança em sua velocidade. Os Jordanaires estão mais presentes e Elvis parece não levar nada muito a sério – lá pela metade da gravação ele percebe que aquela melodia certamente não tinha nada a ver mesmo. Esse registro é curioso mas foi descartado logo. É um take alternativo que definitivamente não deu certo. O CD se encerra com a “Alma Mater” Steadfast, Loyal And True. Muita gente não gosta dessa música, mas em minha opinião ela foi salva pela ternura e inocência típicas da década de 1950. Enfim, é isso. Quem sabe um dia a sessão completa não venha a surgir por aí. Possa ser que os tais registros perdidos ainda existam. Aqui vale a máxima: “A esperança é a última que morre!”.

Elvis Presley - FTD King Creole
Original Album: 1 King Creole – take 13 / 2 As Long As I Have You – take 10 / 3 Hard Headed Woman – take 10 / 4 Trouble – take 5 / 5 Dixieland Rock – take 14 / 6 Don't Ask Me Why – take 12 / 7 Lover Doll - take 7 / 8 Crawfish – take 7 / 9 Young Dreams – take 8 / 10 Steadfast, Loyal And True / 11 New Orleans – take 5 / Material Bonus: 12 Danny – take 10 / 13 As Long As I Have You – (movie version) – take 4 / 14 Lover Doll (undubbed EP master) – take 7 / 15 King Creole (First version) - take 3 –16 Steadfast, Loyal And True (First version) – take 6 / 17 As Long As I Have You (unused movie version) – take 8 / 18 King Creole (First version) – take 18 / 19 Steadfast, Loyal And True (undubbed version).

Pablo Aluísio.

Elvis Presley - Tupelo's Own

Depois de terminar “Love Me Tender” em Hollywood Elvis caiu na estrada novamente. Foi fazer aquilo que sempre soube de melhor: se apresentar ao vivo. Um desses shows foi realizado em sua cidade natal, a pequenina Tupelo, no Mississipi. A cidade que nunca teve alguém tão famoso quanto Elvis em sua história parou para saudar seu filho mais ilustre. A prefeitura decretou feriado na cidade, as escolas liberaram seus alunos e foi organizada uma grande parada na principal avenida da cidade. Uma festança e tanto! Tudo para celebrar a passagem de Presley por lá. Na década de 50 poucos foram os registros ao vivo de Elvis. A imensa maioria de suas apresentações não foram gravadas e nem registradas em filmes mas em Tupelo tudo foi bem documentado. O show que Elvis realizou foi filmado profissionalmente, capturando com boa qualidade partes de seu concerto. Apesar do bom registro que captou realmente belas cenas ele infelizmente está incompleto. A parada que foi realizada no centro de Tupelo também está lacunosa mas o registro sobreviveu ao tempo e está no DVD. A sorte dos realizadores é que algumas pessoas portando antigas câmeras amadoras acabou registrando parte da festa e dos shows, de ângulos diversos. O DVD Tupelo´s Own traz parte dessas imagens.

Ao assistirmos o concerto de Elvis percebemos algumas coisas interessantes. Em nossa época atual o nível de tecnologia que está presente nos palcos dos grandes astros chega a ser assustadora. Telões gigantes, sistema de sons controlados pelos mais modernos equipamentos de informática, equipamentos de luz que impressionam. E na década de 50 o que havia para ajudar o artista no palco? Basta assistir esse documentário para entender que naquela época o cantor tinha apenas a si mesmo e sua banda para fazer uma boa apresentação. Elvis surge em um palco de madeira, pouco acima do público, que inclusive fica a um braço de distância dele! O som é praticamente constituído de alto falantes rústicos, alguns com fios expostos! Até uma cadeirinha de madeira se visualiza no palco para colocar as caixas acústicas em cima! A RCA para se promover ainda mandava colocar um boneco de Nipper, seu cachorrinho símbolo, ao lado de Elvis! Enfim, a diferença daquela época para a atual é simplesmente abissal. O artista tinha seu talento e o público logo ali na sua frente. Hoje muitos cantores contam inclusive com uso de playback, pois para falar a verdade muitos nem sabem cantar de fato. Com Elvis nada disso existia. Era talento cru, ao alcance de todos, quem não tinha talento simplesmente não havia como seguir em frente. Tupelo´s Own é uma aula sobre isso. Sobre um tempo em que ou você tinha talento de fato ou estava fora do negócio. Para finalizar é bom lembrar ao fã que de quebra ele leva trechos de outros concertos de Elvis no pacote. Algumas dessas apresentações estão representadas por imagens avulsas, de curta duração, mas que certamente servem de bom registro histórico dessa época na carreira de Elvis Presley. Assim considero “Tupelo´s Own” um DVD obrigatório na coleção dos fãs do cantor. Traz momentos raros, organizados na medida do possível. Não deixe de adquirir esse item.


Elvis Presley – Tupelo´s Own (EUA, 2007) Tupelo Welcomes Home Elvis Presley / Tupelo’s Own Elvis Presley / Song Performances: 1. Heartbreak Hotel 2. Long Tall Sally 3. Presentation to the City 4. I Was The One 5. I Want Need Love You & I Got a Woman 6. Don’t Be Cruel 7. Hound Dog / Tupelo Evening Show Clip / Original Fox Movie tone News Reel 1956 / Elvis in Tupelo 1957 / Audio Tracklisting: Total running time 51.13 Afternoon Show: 01 Heartbreak Hotel 02 Long Tall Sally 03 Presentation Key To The City 04 I Was The One 05 I Want You, I Need You , I Love You 06 Announcement 07 I Got a Woman 08 Don't Be Cruel 09 Ready Teddy 10 Love Me Tender 11 Hound Dog Evening Show: 12 Love Me Tender 13 I Was The One 14 I Got a Woman 15 Dialogue 16 Don't Be Cruel 17 Blue Suede Shoes18 18 Dialogue 19 Baby, Let's Play House 20 Hound Dog 21 Dialogue.

Pablo Aluísio.