Cinco candidatas duelam entre si para levar o Oscar de melhor atriz do ano para casa. Entre elas a mais veterana e premiada é obviamente Meryl Streep. Ela já foi indicada 21 vezes ao prêmio, tendo vencido em três ocasiões. Dessa vez Meryl concorre pelo filme "The Post - A Guerra Secreta" onde ela interpreta a dona do famoso jornal americano que resolve denunciar o presidente Nixon por irregularidades e crimes envolvendo os militares americanos na Guerra do Vietnã.
A atriz pode ser a vencedora da noite, não apenas por causa de seu passado inigualável, como também pelo fator político. Ela entrou em uma guerra particular contra o Presidente Trump e isso a levou a ganhar a simpatia geral dos membros da Academia que em sua imensa maioria são democratas. Eles estão furiosos pelo fato de Hillary Clinton ter perdido a eleição e podem usar o Oscar como palco dessa insatisfação, premiando Meryl Streep como retaliação. Isso claro, sem desmerecer o talento da atriz, que é realmente excepcional. Se vencer também será por mérito e merecimento pessoal.
Veterana também é Frances McDormand. Ela está concorrendo por "Três Anúncios Para um Crime".
Essa atriz sempre desenvolveu um trabalho muito forte e interessante em
sua carreira. Geralmente interpreta mulheres comuns em situações
excepcionais. Sua atuação mais consistente e conhecida continua sendo
"Fargo", quando venceu o Oscar. De lá para cá sua carreira decaiu um
pouco, mas ela sempre se manteve na ativa, mesmo em filmes menores, chamando a atenção da crítica.
Essa é sua quinta indicação ao Oscar!
A atriz Sally Hawkins está concorrendo pelo filme "A Forma da Água". No filme ela interpreta uma faxineira solitária que se apaixona por um tipo de homem anfíbio que ela conhece em uma instalação secreta do governo americano. O filme fantasia assinado por Del Toro é uma homenagem aos antigos filmes de monstros dos anos 50, com uma pitada de drama e romance nostálgico. Particularmente acho complicado que ela vença o Oscar, mas tudo é possível. Sua personagem é carismática e isso pode contar ao seu favor.
Gostei muito do trabalho de Saoirse Ronan em "Lady Bird - A Hora de Voar". Essa atriz conheci ainda menina, com olhos muito expressivos, no drama histórico "Desejo e Reparação". Ela cresceu, conseguiu romper a complicada transição de atriz mirim para adulta e hoje está melhor do que nunca, fazendo filmes mais do que interessantes, como por exemplo, "Brooklyn". É uma das maiores promessas de Hollywood hoje em dia, embora esse fato conte contra sua premiação também. Por ser jovem demais possa ser que não ganhe os votos necessários para vencer. Muitos podem achar que ainda é cedo demais para ela, mesmo levando-se em conta que essa é sua terceira indicação!
Por fim temos Margot Robbie por "Eu, Tonya". É quase impossível que ela vença tantas fortes candidatas, por isso sua indicação já pode ser considerada um prêmio em si mesmo. Caso você não esteja ligando o nome à pessoa, a Margot é a loira que interpretou Arlequina em "Esquadrão Suicida". Imaginem o pulo na carreira, de repente você salta de um filme de heróis em quadrinhos que não deu muito certo para um filme dramático que está lhe dando a oportunidade de concorrer ao Oscar de melhor atriz. É uma mudança e tanto na carreira. De qualquer maneira muito provavelmente a loira não será premiada. E ela não deve ficar chateada se sair de mãos vazias da noite do Oscar, mas sim agradecida por ter sido lembrada.
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 11 de janeiro de 2018
quarta-feira, 10 de janeiro de 2018
A Forma da Água
Título no Brasil: A Forma da Água
Título Original: The Shape of Water
Ano de Produção: 2017
País: Estados Unidos
Estúdio: Fox Searchlight Pictures
Direção: Guillermo del Toro
Roteiro: Guillermo del Toro, Vanessa Taylor
Elenco: Sally Hawkins, Octavia Spencer, Michael Shannon, Richard Jenkins, Doug Jones, Stewart Arnott
Sinopse:
Elisa Esposito (Sally Hawkins) é uma mulher solitária que trabalha como faxineira numa instalação de segurança máxima do governo americano. Durante mais um dia de trabalho, ela descobre que em uma das salas do lugar existe uma criatura estranha, vivendo acorrentada e sendo estudada por cientistas. Em pouco tempo ela se aproxima dela e forma um estranho vínculo emocional com o esquisito ser. Filme premiado pelo Globo de Ouro nas categorias de Melhor Direção (Guillermo del Toro) e Melhor Trilha Sonora Incidental (Alexandre Desplat). Também indicado nas categorias de Melhor Filme - Drama e Melhor Roteiro Original.
Comentários:
Guillermo del Toro provavelmente nunca fez um filme convencional em sua carreira. Agora é que não seria exceção. Procurando se inspirar nos antigos filmes de ficção e fantasia dos anos 50, ele aqui recriou todo aquele clima de filme antigo para contar sua inusitada história. O enredo é quase uma fábula, um conto nostálgico, com uma certa inocência que não existe mais. Por isso o diretor ambientou toda a sua trama nos anos 60. Existe essa mulher, solteira e solitária, que acaba descobrindo que onde trabalha existe uma espécie de monstro capturado pelo governo americano nas selvas da América do Sul. Considerado um tipo de deus onde ele vivia, agora todos procuram estudá-lo, já que é uma espécie biológica completamente desconhecida da ciência. Um tipo de "monstro do pântano", um Amphibian Man, que acaba interagindo com a bondosa e inocente faxineira. Dessa aproximação surge a ideia de libertá-lo, uma ideia que conta inclusive com a simpatia de um dos cientistas, na verdade um espião russo infiltrado dentro daquela agência do governo dos EUA. Outro personagem muito bom é o vilão. Richard Strickland (Michael Shannon) é o responsável pela segurança do lugar. Quando ele descobre que há um plano para soltar a criatura aquática, ele imediatamente passa a usar de seus métodos violentos para inibir qualquer coisa nesse sentido. Penso que não é um filme para todos os públicos. Há uma nostalgia cinematográfica envolvida que ajuda muito o resultado final como um todo, porém há também deslizes. Guillermo del Toro ultrapassa várias vezes a linha do bom senso, inclusive criando um romance bizarro entre o monstro e a mulher solitária. Não era preciso seguir por esse lado. Uma amizade sincera entre eles já estava de bom tamanho. De qualquer forma por ser tão incomum e sui generis, essa produção ainda vale pelo menos uma sessão de cinema. Afinal não é todo dia que você encontrará um filme parecido com esse, já que não estamos mais nos distantes anos 1950.
Pablo Aluísio.
Título Original: The Shape of Water
Ano de Produção: 2017
País: Estados Unidos
Estúdio: Fox Searchlight Pictures
Direção: Guillermo del Toro
Roteiro: Guillermo del Toro, Vanessa Taylor
Elenco: Sally Hawkins, Octavia Spencer, Michael Shannon, Richard Jenkins, Doug Jones, Stewart Arnott
Sinopse:
Elisa Esposito (Sally Hawkins) é uma mulher solitária que trabalha como faxineira numa instalação de segurança máxima do governo americano. Durante mais um dia de trabalho, ela descobre que em uma das salas do lugar existe uma criatura estranha, vivendo acorrentada e sendo estudada por cientistas. Em pouco tempo ela se aproxima dela e forma um estranho vínculo emocional com o esquisito ser. Filme premiado pelo Globo de Ouro nas categorias de Melhor Direção (Guillermo del Toro) e Melhor Trilha Sonora Incidental (Alexandre Desplat). Também indicado nas categorias de Melhor Filme - Drama e Melhor Roteiro Original.
Comentários:
Guillermo del Toro provavelmente nunca fez um filme convencional em sua carreira. Agora é que não seria exceção. Procurando se inspirar nos antigos filmes de ficção e fantasia dos anos 50, ele aqui recriou todo aquele clima de filme antigo para contar sua inusitada história. O enredo é quase uma fábula, um conto nostálgico, com uma certa inocência que não existe mais. Por isso o diretor ambientou toda a sua trama nos anos 60. Existe essa mulher, solteira e solitária, que acaba descobrindo que onde trabalha existe uma espécie de monstro capturado pelo governo americano nas selvas da América do Sul. Considerado um tipo de deus onde ele vivia, agora todos procuram estudá-lo, já que é uma espécie biológica completamente desconhecida da ciência. Um tipo de "monstro do pântano", um Amphibian Man, que acaba interagindo com a bondosa e inocente faxineira. Dessa aproximação surge a ideia de libertá-lo, uma ideia que conta inclusive com a simpatia de um dos cientistas, na verdade um espião russo infiltrado dentro daquela agência do governo dos EUA. Outro personagem muito bom é o vilão. Richard Strickland (Michael Shannon) é o responsável pela segurança do lugar. Quando ele descobre que há um plano para soltar a criatura aquática, ele imediatamente passa a usar de seus métodos violentos para inibir qualquer coisa nesse sentido. Penso que não é um filme para todos os públicos. Há uma nostalgia cinematográfica envolvida que ajuda muito o resultado final como um todo, porém há também deslizes. Guillermo del Toro ultrapassa várias vezes a linha do bom senso, inclusive criando um romance bizarro entre o monstro e a mulher solitária. Não era preciso seguir por esse lado. Uma amizade sincera entre eles já estava de bom tamanho. De qualquer forma por ser tão incomum e sui generis, essa produção ainda vale pelo menos uma sessão de cinema. Afinal não é todo dia que você encontrará um filme parecido com esse, já que não estamos mais nos distantes anos 1950.
Pablo Aluísio.
Oscar 2018 - Melhor Filme
Eu sou do tempo em que apenas cinco filmes eram indicados ao Oscar. Era simplesmente perfeito assim. Hoje em dia temos nove produções concorrendo, o que sempre achei exagerado e excessivo. Provavelmente o número de indicados ao principal prêmio da noite só aumentou por questões financeiras. Os estúdios querem ter maior possibilidade de lançar uma produção com a marca de indicado ao Oscar de melhor filme do ano no cartaz. Isso vende ingresso. Fora isso, nada justifica.
Esse ano temos nove filmes no páreo. Vou começar a comentar pelos que já vi. "Dunkirk", a produção sobre II Guerra Mundial do Nolan, é certamente um dos melhores filmes do ano e merece a indicação. O roteiro explora a retirada das tropas inglesas do porto de Dunquerque, naquele evento que foi considerado por muitos como o maior revés dos aliados na guerra. Na ocasião os próprios civis, donos de barcos, foram ajudar os soldados a saírem daquela praia que havia se tornado uma armadilha mortal. Com ótima reconstituição de época, produção classe A, segue sendo o meu preferido ao Oscar. Outro filme que se passa no mesmo período histórico é "O Destino de uma Nação", mais uma produção recente que resgata a figura do Primeiro Ministro inglês Winston Churchill durante a guerra. Vi recentemente outro sobre o mesmo tema, mas esse promete ser realmente o melhor.
"Ladybird: A hora de voar" também em agradou bastante. A história singela e muitas vezes nostálgica de uma garota comum, de família pobre, que vai estudar em uma cara escola católica numa pequena cidade da Califórnia. O filme ganha o espectador pela simpatia e pelos bons momentos, inclusive causando uma sensação de identidade em quem já passou por essa fase da vida. Muito bom, se vencer ficaria contente. "A Forma da Água" de Del Toro também aposta na nostalgia, só que revivendo em tom de fábula os tempos dos filmes de monstros, misturando tudo com uma protagonista melancólica e solitária que acaba se apaixonando por ele. Achei interessante, mas não é filme para vencer nessa categoria. A lembrança já foi um prêmio e tanto se formos pensar bem.
"Corra!" é super valorizado pela crítica, mas não acredito que tenha chances. É aquele tipo de produção que cai nas graças da crítica e a Academia embarca na onda. Ainda vou escrever sobre esse filme aqui no blog. "The Post" é uma tentativa de levantar a bola da grande imprensa nesses tempos de "fake news". Obviamente é o preferido dos jornalistas, mas de modo em geral a ideia soa cansativa e cheia de ideologia por trás, a sustentando. "Trama Fantasma" é o azarão da noite. Outro filme passado nos anos 50, que tem como grande trunfo a atuação do ator Daniel Day-Lewis. Ele interpreta esse refinado estilista que veste a realeza britânica. Não penso que tenha maiores chances de vencer. Outro que também dificilmente vencerá o prêmio é o 'estrangeiro' "Me Chame Pelo seu Nome". Os produtores informam que é um filme produzido por Itália, França, Estados Unidos e... Brasil! Isso mesmo, esse filme é um pouco verde e amarelo! Por fim temos "Três Anúncios para um Crime" que para muitos é o favorito da noite! Será mesmo? Só saberemos na noite da grande premiação.
Pablo Aluísio.
Esse ano temos nove filmes no páreo. Vou começar a comentar pelos que já vi. "Dunkirk", a produção sobre II Guerra Mundial do Nolan, é certamente um dos melhores filmes do ano e merece a indicação. O roteiro explora a retirada das tropas inglesas do porto de Dunquerque, naquele evento que foi considerado por muitos como o maior revés dos aliados na guerra. Na ocasião os próprios civis, donos de barcos, foram ajudar os soldados a saírem daquela praia que havia se tornado uma armadilha mortal. Com ótima reconstituição de época, produção classe A, segue sendo o meu preferido ao Oscar. Outro filme que se passa no mesmo período histórico é "O Destino de uma Nação", mais uma produção recente que resgata a figura do Primeiro Ministro inglês Winston Churchill durante a guerra. Vi recentemente outro sobre o mesmo tema, mas esse promete ser realmente o melhor.
"Ladybird: A hora de voar" também em agradou bastante. A história singela e muitas vezes nostálgica de uma garota comum, de família pobre, que vai estudar em uma cara escola católica numa pequena cidade da Califórnia. O filme ganha o espectador pela simpatia e pelos bons momentos, inclusive causando uma sensação de identidade em quem já passou por essa fase da vida. Muito bom, se vencer ficaria contente. "A Forma da Água" de Del Toro também aposta na nostalgia, só que revivendo em tom de fábula os tempos dos filmes de monstros, misturando tudo com uma protagonista melancólica e solitária que acaba se apaixonando por ele. Achei interessante, mas não é filme para vencer nessa categoria. A lembrança já foi um prêmio e tanto se formos pensar bem.
"Corra!" é super valorizado pela crítica, mas não acredito que tenha chances. É aquele tipo de produção que cai nas graças da crítica e a Academia embarca na onda. Ainda vou escrever sobre esse filme aqui no blog. "The Post" é uma tentativa de levantar a bola da grande imprensa nesses tempos de "fake news". Obviamente é o preferido dos jornalistas, mas de modo em geral a ideia soa cansativa e cheia de ideologia por trás, a sustentando. "Trama Fantasma" é o azarão da noite. Outro filme passado nos anos 50, que tem como grande trunfo a atuação do ator Daniel Day-Lewis. Ele interpreta esse refinado estilista que veste a realeza britânica. Não penso que tenha maiores chances de vencer. Outro que também dificilmente vencerá o prêmio é o 'estrangeiro' "Me Chame Pelo seu Nome". Os produtores informam que é um filme produzido por Itália, França, Estados Unidos e... Brasil! Isso mesmo, esse filme é um pouco verde e amarelo! Por fim temos "Três Anúncios para um Crime" que para muitos é o favorito da noite! Será mesmo? Só saberemos na noite da grande premiação.
Pablo Aluísio.
terça-feira, 9 de janeiro de 2018
Cavalos Selvagens
"Wild Horses" é um projeto bem pessoal do ator Robert Duvall. Ele dirigiu, produziu, atuou e escreveu o roteiro do filme. Para completar ainda escalou sua própria esposa, Luciana Pedraza (aqui surgindo nos créditos como Luciana Duvall), para interpretar a Texas Ranger que resolve reabrir um velho caso de desaparecimento envolvendo o ex-empregado de um rancheiro rico e próspero da região. Por falar nisso o personagem de Duvall é um presente e tanto para qualquer grande intérprete. O ator dá vida a um homem com valores firmes e sólidos, tipicamente texanos, que precisa lidar com um filho homossexual. Em um ambiente rural, conservador e rústico como aquele isso seria a última coisa que ele poderia esperar. O conflito se instala rapidamente e o choque de gerações e valores se torna cada vez mais forte. Em pouco tempo a situação vai ficando insuportável para ambas as partes e Ben Briggs (Franco) resolve ir embora.
Anos depois retorna ao rancho pois seu velho pai deseja fazer algumas modificações em seu próprio testamento, o que faz ressurgir velhos fantasmas do passado. Para piorar ainda mais a tensa relação entre eles, Ben desconfia que seu pai teve algo a ver com o desaparecimento de Jimmy Davis, um antigo capataz da fazenda que teve um caso amoroso com ele no passado. Com uma nova policial na cidade, disposta a reabrir velhos casos arquivados, o cerco vai cada vez mais se fechando sobre o velho Briggs. Robert Duvall assim encarna esse veterano que precisa viver em um mundo que se parece cada vez menos com o que ele aprendeu a viver. Os valores se modificaram e de repente tudo o que ele acreditava ser o certo vai sendo colocado de lado. É um bom homem que pensa estar fazendo o certo, mas que se vê enganado por seus próprios instintos e atos impensados. O argumento obviamente procura explorar algo que é mais comum do que se pensa, as tensões familiares que surgem quando uma pessoa resolve se assumir gay.
O melhor desse roteiro é que ele não levanta bandeiras e nem sai defendendo a causa gay de forma ostensiva e panfletária, o que tornaria tudo muito chato e maçante. Ao contrário disso se contenta em apenas explorar e mostrar uma situação de conflitos que surge dentro dessa família para tirar o melhor proveito disso. A mensagem assim fica nas entrelinhas, nunca ofendendo a inteligência do espectador. Será esse, em última análise, que irá entender e tirar suas próprias conclusões do que está assistindo. Assim o próprio público poderá criar uma certa identificação tanto com o personagem de Duvall, o velho rancheiro conservador, como com seu filho Ben, representando essa nova mentalidade de ser da sociedade. O resultado final é muito bom, um belo filme que toca em assuntos importantes. Assista e escolha seu lado.
Cavalos Selvagens (Wild Horses, Estados Unidos, 2015) Direção: Robert Duvall / Roteiro: Robert Duvall, Michael Shell / Elenco: Robert Duvall, James Franco, Josh Hartnett / Sinopse: Scott Briggs (Robert Duvall) é um velho rancheiro texano que se considera um bom homem, honesto, cristão e honrado. Um sujeito da velha escola com seus valores tradicionais e conservadores. Ele tem três filhos e sonha que sua extensa propriedade seja levado adiante por eles, como manda a tradição no Texas. Agora, no final de sua vida, precisa lidar com uma investigação policial de um caso de desaparecimento de um de seus ex-empregados. O jovem sumiu após Briggs descobrir que ele estava tendo um caso com seu próprio filho, Ben (James Franco), que sempre teve uma relação conturbada com seu pai pelo fato de ser homossexual. Teria o velho Briggs alguma ligação com o sumiço desse jovem no passado?
Pablo Aluísio.
Anos depois retorna ao rancho pois seu velho pai deseja fazer algumas modificações em seu próprio testamento, o que faz ressurgir velhos fantasmas do passado. Para piorar ainda mais a tensa relação entre eles, Ben desconfia que seu pai teve algo a ver com o desaparecimento de Jimmy Davis, um antigo capataz da fazenda que teve um caso amoroso com ele no passado. Com uma nova policial na cidade, disposta a reabrir velhos casos arquivados, o cerco vai cada vez mais se fechando sobre o velho Briggs. Robert Duvall assim encarna esse veterano que precisa viver em um mundo que se parece cada vez menos com o que ele aprendeu a viver. Os valores se modificaram e de repente tudo o que ele acreditava ser o certo vai sendo colocado de lado. É um bom homem que pensa estar fazendo o certo, mas que se vê enganado por seus próprios instintos e atos impensados. O argumento obviamente procura explorar algo que é mais comum do que se pensa, as tensões familiares que surgem quando uma pessoa resolve se assumir gay.
O melhor desse roteiro é que ele não levanta bandeiras e nem sai defendendo a causa gay de forma ostensiva e panfletária, o que tornaria tudo muito chato e maçante. Ao contrário disso se contenta em apenas explorar e mostrar uma situação de conflitos que surge dentro dessa família para tirar o melhor proveito disso. A mensagem assim fica nas entrelinhas, nunca ofendendo a inteligência do espectador. Será esse, em última análise, que irá entender e tirar suas próprias conclusões do que está assistindo. Assim o próprio público poderá criar uma certa identificação tanto com o personagem de Duvall, o velho rancheiro conservador, como com seu filho Ben, representando essa nova mentalidade de ser da sociedade. O resultado final é muito bom, um belo filme que toca em assuntos importantes. Assista e escolha seu lado.
Cavalos Selvagens (Wild Horses, Estados Unidos, 2015) Direção: Robert Duvall / Roteiro: Robert Duvall, Michael Shell / Elenco: Robert Duvall, James Franco, Josh Hartnett / Sinopse: Scott Briggs (Robert Duvall) é um velho rancheiro texano que se considera um bom homem, honesto, cristão e honrado. Um sujeito da velha escola com seus valores tradicionais e conservadores. Ele tem três filhos e sonha que sua extensa propriedade seja levado adiante por eles, como manda a tradição no Texas. Agora, no final de sua vida, precisa lidar com uma investigação policial de um caso de desaparecimento de um de seus ex-empregados. O jovem sumiu após Briggs descobrir que ele estava tendo um caso com seu próprio filho, Ben (James Franco), que sempre teve uma relação conturbada com seu pai pelo fato de ser homossexual. Teria o velho Briggs alguma ligação com o sumiço desse jovem no passado?
Pablo Aluísio.
Fantasmas
Filme de terror e suspense do final dos anos 90 que pouca gente se lembra. O enredo é simples. Duas irmãs chegam em uma cidade desolada, Snowfield, no Colorado. Tudo parece abandonado e as ruas estão desertas. Os únicos sobreviventes parecem ter sido o xerife Bryce Hammond (Ben Affleck) e seus dois parceiros. Eles precisam sair de lá, mas as coisas não vão ser tão fáceis como eles planejavam. Esse filme não é lá grande coisa, mas para os cinéfilos há pelo menos um grande atrativo, a atuação do grande Peter O'Toole interpretando um personagem chamado Dr. Timothy Flyte, que ao que tudo indica sabe exatamente o que aconteceu ali.
Apesar dessa premissa até muito interessante o fato é que nada se sustenta por muito tempo, causando uma certa decepção no saldo geral. Por isso, para alguns, o final foi bem decepcionante. De qualquer forma vale ao menos uma espiada para conferir o desnível de talento entre Affleck e O'Toole. O primeiro sempre conhecido por sua inexpressividade e o veterano por ser um dos maiores atores da história de Hollywood. Filme indicado pela Academy of Science Fiction, Fantasy & Horror Films na categoria de Melhor Filme de Terror.
Fantasmas (Estados Unidos, 1998) Direção: Joe Chappelle / Roteiro: Dean R. Koontz / Elenco: Ben Affleck, Peter O'Toole, Rose McGowan, Joanna Going / Sinopse: Duas irmãs vão parar em um lugar isolado do mundo, uma verdadeira cidade fantasma. E agora, o que poderão fazer?
Pablo Aluísio.
Apesar dessa premissa até muito interessante o fato é que nada se sustenta por muito tempo, causando uma certa decepção no saldo geral. Por isso, para alguns, o final foi bem decepcionante. De qualquer forma vale ao menos uma espiada para conferir o desnível de talento entre Affleck e O'Toole. O primeiro sempre conhecido por sua inexpressividade e o veterano por ser um dos maiores atores da história de Hollywood. Filme indicado pela Academy of Science Fiction, Fantasy & Horror Films na categoria de Melhor Filme de Terror.
Fantasmas (Estados Unidos, 1998) Direção: Joe Chappelle / Roteiro: Dean R. Koontz / Elenco: Ben Affleck, Peter O'Toole, Rose McGowan, Joanna Going / Sinopse: Duas irmãs vão parar em um lugar isolado do mundo, uma verdadeira cidade fantasma. E agora, o que poderão fazer?
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 8 de janeiro de 2018
A Guerra
A cada dia, quatro veteranos de guerra dos Estados Unidos resolvem acabar com a própria vida. Muitos deles usam suas armas, apontam para a cabeça e puxam o gatilho. 200 mil ex-combatentes não possuem uma casa para morar. Muitos deles são homeless, sem tetos, vivendo pelas ruas, em busca da sobrevivência. Grande parte desses ex-militares desenvolvem alguma doença mental ou trauma de guerra. É um quadro devastador. Todas essas informações são passadas ao espectador justamente quando esse filme acaba. O protagonista da história desse drama de guerra é um cabo do exército americano, Gabriel Drummer (Shia LaBeouf). Como muitos jovens americanos ele resolve se alistar para o serviço militar após concluir o ensino médio. Sem dinheiro para cursar uma universidade (todas são pagas naquele país) ele não vê outra alternativa. Acaba levando também seu melhor amigo, um sujeito que conhece desde a infância, para as fileiras do exército.
Assim o roteiro vai mostrando sua história em três linhas narrativas. Uma no passado, outra no presente e uma terceira que seria o seu futuro. Preste bastante atenção nessa última. Gabriel parece viver em um mundo pós-apocalíptico, uma realidade estranha, onde os Estados Unidos parecem ter sido devastados por um ataque nuclear. Realidade ou fruto de sua mente perturbada? Esse aliás é o grande "pulo do gato" desse roteiro. O que parece ser uma história convencional sobre a vida de um militar americano no Afeganistão acaba escondendo surpresas em sua narrativa. A reviravolta que ocorre nos 20 minutos finais do filme é o seu grande trunfo. Muitos espectadores vão ficar mais do que surpresos. No balanço geral é um bom filme, com um belo roteiro. No fundo é algo bem triste, mas igualmente bem real, explorando o triste destino que aguarda muitos desses veteranos em um futuro próximo.
A Guerra (Man Down, Estados Unidos, 2015) Direção: Dito Montiel / Roteiro: Adam G. Simon / Elenco: Shia LaBeouf, Jai Courtney, Gary Oldman / Sinopse: A vida de um soldado americano no Afeganistão contada em três linhas narrativas diferentes, explorando seu passado, presente e o futuro sombrio, onde tudo parece ter se perdido definitivamente, incluindo sua esposa e filho.
Pablo Aluísio.
Assim o roteiro vai mostrando sua história em três linhas narrativas. Uma no passado, outra no presente e uma terceira que seria o seu futuro. Preste bastante atenção nessa última. Gabriel parece viver em um mundo pós-apocalíptico, uma realidade estranha, onde os Estados Unidos parecem ter sido devastados por um ataque nuclear. Realidade ou fruto de sua mente perturbada? Esse aliás é o grande "pulo do gato" desse roteiro. O que parece ser uma história convencional sobre a vida de um militar americano no Afeganistão acaba escondendo surpresas em sua narrativa. A reviravolta que ocorre nos 20 minutos finais do filme é o seu grande trunfo. Muitos espectadores vão ficar mais do que surpresos. No balanço geral é um bom filme, com um belo roteiro. No fundo é algo bem triste, mas igualmente bem real, explorando o triste destino que aguarda muitos desses veteranos em um futuro próximo.
A Guerra (Man Down, Estados Unidos, 2015) Direção: Dito Montiel / Roteiro: Adam G. Simon / Elenco: Shia LaBeouf, Jai Courtney, Gary Oldman / Sinopse: A vida de um soldado americano no Afeganistão contada em três linhas narrativas diferentes, explorando seu passado, presente e o futuro sombrio, onde tudo parece ter se perdido definitivamente, incluindo sua esposa e filho.
Pablo Aluísio.
A Cartada Final
Título no Brasil: A Cartada Final
Título Original: The Score
Ano de Produção: 2001
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Frank Oz
Roteiro: Daniel E. Taylor, Kario Salem
Elenco: Robert De Niro, Edward Norton, Marlon Brando, Angela Bassett, Gary Farmer, Paul Soles
Sinopse:
Nick Wells (Robert De Niro) é um ladrão profissional que sempre procurou trabalhar sozinho. Para ele não existe sociedade no mundo do crime. Só que um novo "serviço" surge no horizonte e ele agora precisa unir forças a outro criminoso, Jack Teller (Edward Norton), algo que mudará completamente seus planos iniciais.
Comentários:
Como é possível que um filme com um elenco tão maravilhoso como esse (Brando, De Niro e Norton) não conseguiu se tornar um clássico moderno do cinema? Na verdade é pior do que isso, passados 17 anos de seu lançamento original a produção está praticamente esquecida. A produção foi turbulenta. Marlon Brando brigou com o diretor Frank Oz, o despedindo em pleno set de filmagens. A Paramount não aceitou a atitude do ator e manteve Oz como diretor, só que Brando se recusou a trabalhar com ele. A solução foi colocar Robert De Niro dirigindo as cenas com Marlon Brando, deixando Oz na direção do restante do filme. Um absurdo e um caos completo. O resultado final ficou confuso, como era de se esperar. Brando, visivelmente entediado e atuando com má vontade, não acrescentou muito. Coube então a Robert De Niro e Edward Norton tentarem salvar o filme no quesito atuação, mas tudo acabou ficando na média mesmo, em um plano convencional. É uma pena que "The Score" no final de tudo não conseguiu cumprir tudo o que se esperava dele.
Pablo Aluísio.
Título Original: The Score
Ano de Produção: 2001
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Frank Oz
Roteiro: Daniel E. Taylor, Kario Salem
Elenco: Robert De Niro, Edward Norton, Marlon Brando, Angela Bassett, Gary Farmer, Paul Soles
Sinopse:
Nick Wells (Robert De Niro) é um ladrão profissional que sempre procurou trabalhar sozinho. Para ele não existe sociedade no mundo do crime. Só que um novo "serviço" surge no horizonte e ele agora precisa unir forças a outro criminoso, Jack Teller (Edward Norton), algo que mudará completamente seus planos iniciais.
Comentários:
Como é possível que um filme com um elenco tão maravilhoso como esse (Brando, De Niro e Norton) não conseguiu se tornar um clássico moderno do cinema? Na verdade é pior do que isso, passados 17 anos de seu lançamento original a produção está praticamente esquecida. A produção foi turbulenta. Marlon Brando brigou com o diretor Frank Oz, o despedindo em pleno set de filmagens. A Paramount não aceitou a atitude do ator e manteve Oz como diretor, só que Brando se recusou a trabalhar com ele. A solução foi colocar Robert De Niro dirigindo as cenas com Marlon Brando, deixando Oz na direção do restante do filme. Um absurdo e um caos completo. O resultado final ficou confuso, como era de se esperar. Brando, visivelmente entediado e atuando com má vontade, não acrescentou muito. Coube então a Robert De Niro e Edward Norton tentarem salvar o filme no quesito atuação, mas tudo acabou ficando na média mesmo, em um plano convencional. É uma pena que "The Score" no final de tudo não conseguiu cumprir tudo o que se esperava dele.
Pablo Aluísio.
domingo, 7 de janeiro de 2018
Brain on Fire
Título Original: Brain on Fire
Título no Brasil: Ainda Não Definido
Ano de Produção: 2016
País: Canadá, Irlanda
Estúdio: Foundation Features
Direção: Gerard Barrett
Roteiro: Gerard Barrett
Elenco: Chloë Grace Moretz, Thomas Mann, Richard Armitage, Carrie-Anne Moss, Jenny Slate, Tyler Perry
Sinopse:
Baseado em fatos reais, com roteiro escrito a partir do livro de memórias de Susannah Cahalan, o filme mostra o sério problema de saúde que enfrentou logo no começo de sua vida profissional como jornalista, quando se viu incapacitada por uma enfermidade, uma doença rara, pouco conhecida pelos médicos.
Comentários:
Gostei desse filme. O enredo é dramático, triste e não recomendado para quem não gosta desse tipo de roteiro. Basicamente temos essa jovem jornalista que acaba conseguindo um emprego dos sonhos em um famoso e popular jornal de Nova Iorque. Tudo vai caminhando bem, ela vai subindo na carreira, até que começa a apresentar um estranho comportamento. No começo todos desconfiam que ela está usando drogas ou algo do tipo, mas na verdade ela começa a apresentar os sintomas de uma doença mental que intriga os médicos. Eles não conseguem chegar em um diagnóstico seguro. Para alguns ela estaria sofrendo de uma bipolaridade extrema, para outros estaria na realidade esquizofrênica. Enquanto a garota sofre, seus pais e seu namorado pressionam os médicos para chegarem numa conclusão, que parece nunca vir. Sua salvação vem na figura do professor de medicina de uma prestigiada universidade que descobre que ela na verdade está sofrendo de uma síndrome auto imune praticamente desconhecida da ciência. Chloë Grace Moretz interpreta a protagonista que passa praticamente todo o filme hospitalizada, algumas vezes catatônica. Sua interpretação é OK, mas não chega a ser brilhante. Tampouco compromete o resultado final de um filme até muito interessante, que chama a atenção para uma nova doença mental que cada vez mais tem se espalhado pela população em geral. Vale a pena conferir, principalmente se você for um profissional da área de saúde.
Pablo Aluísio.
Título no Brasil: Ainda Não Definido
Ano de Produção: 2016
País: Canadá, Irlanda
Estúdio: Foundation Features
Direção: Gerard Barrett
Roteiro: Gerard Barrett
Elenco: Chloë Grace Moretz, Thomas Mann, Richard Armitage, Carrie-Anne Moss, Jenny Slate, Tyler Perry
Sinopse:
Baseado em fatos reais, com roteiro escrito a partir do livro de memórias de Susannah Cahalan, o filme mostra o sério problema de saúde que enfrentou logo no começo de sua vida profissional como jornalista, quando se viu incapacitada por uma enfermidade, uma doença rara, pouco conhecida pelos médicos.
Comentários:
Gostei desse filme. O enredo é dramático, triste e não recomendado para quem não gosta desse tipo de roteiro. Basicamente temos essa jovem jornalista que acaba conseguindo um emprego dos sonhos em um famoso e popular jornal de Nova Iorque. Tudo vai caminhando bem, ela vai subindo na carreira, até que começa a apresentar um estranho comportamento. No começo todos desconfiam que ela está usando drogas ou algo do tipo, mas na verdade ela começa a apresentar os sintomas de uma doença mental que intriga os médicos. Eles não conseguem chegar em um diagnóstico seguro. Para alguns ela estaria sofrendo de uma bipolaridade extrema, para outros estaria na realidade esquizofrênica. Enquanto a garota sofre, seus pais e seu namorado pressionam os médicos para chegarem numa conclusão, que parece nunca vir. Sua salvação vem na figura do professor de medicina de uma prestigiada universidade que descobre que ela na verdade está sofrendo de uma síndrome auto imune praticamente desconhecida da ciência. Chloë Grace Moretz interpreta a protagonista que passa praticamente todo o filme hospitalizada, algumas vezes catatônica. Sua interpretação é OK, mas não chega a ser brilhante. Tampouco compromete o resultado final de um filme até muito interessante, que chama a atenção para uma nova doença mental que cada vez mais tem se espalhado pela população em geral. Vale a pena conferir, principalmente se você for um profissional da área de saúde.
Pablo Aluísio.
Os Segredos da Bíblia
Título no Brasil: Os Segredos da Bíblia
Título Original: Bible's Buried Secrets
Ano de Produção: 2011
País: Inglaterra
Estúdio: BBC Studios
Direção: Rob Cowling, Emily Davis
Roteiro: Jean-Claude Bragard, Rob Cowling
Elenco: Francesca Stavrakopoulou, Aren Meir, Israel Finkelstein, Yosef Garfinkel, Doron Spielman, Baruch Halpern
Sinopse:
Documentário contando com especialistas em arqueologia bíblica que tentam provar com relíquias e rastros deixados pelo passado, a veracidade ou não das histórias que são contadas no velho testamento.
Comentários:
Essa série de documentários na verdade contou com três episódios apenas: "Did King David's Empire Exist?" (O Império do Rei Davi existiu?), "Did God Have a Wife?" ("Deus teve uma esposa?") e finalmente "The Real Garden of Eden" ("O verdadeiro Jardim do Éden"). O interessante é que pouco se comprovou das histórias contadas no velho testamento. Isso é até relativamente fácil de explicar. Além do fator temporal (O Rei Davi, por exemplo, teria vivido mil anos antes de Cristo), o território de Israel foi palco de inúmeras invasões de povos inimigos ao longo de toda a sua história, destruindo sítios arqueológicos e monumentos que poderiam servir para a arqueologia atual como prova das antigas histórias. A série mostra, por exemplo, como é complicado nos dias de hoje provar a existência histórica de Moisés. Muitos historiadores da Israel atual supõem que o número de judeus que fugiram do Egito foi bem menor do que o relatado no livro do Exodus. Eles provavelmente também não ficaram por 40 anos andando nas areias escaldantes do deserto como algumas traduções das escrituras querem fazer crer. Assim fica a curiosidade de saber o que a arqueologia moderna tem a dizer sobre as origens do povo hebreu. Cheio de informações e teses propostas por esses estudiosos, os três episódios formam um mosaico bem curioso do mundo antigo, dos tempos de Salomão e Abraão.
Pablo Aluísio.
Título Original: Bible's Buried Secrets
Ano de Produção: 2011
País: Inglaterra
Estúdio: BBC Studios
Direção: Rob Cowling, Emily Davis
Roteiro: Jean-Claude Bragard, Rob Cowling
Elenco: Francesca Stavrakopoulou, Aren Meir, Israel Finkelstein, Yosef Garfinkel, Doron Spielman, Baruch Halpern
Sinopse:
Documentário contando com especialistas em arqueologia bíblica que tentam provar com relíquias e rastros deixados pelo passado, a veracidade ou não das histórias que são contadas no velho testamento.
Comentários:
Essa série de documentários na verdade contou com três episódios apenas: "Did King David's Empire Exist?" (O Império do Rei Davi existiu?), "Did God Have a Wife?" ("Deus teve uma esposa?") e finalmente "The Real Garden of Eden" ("O verdadeiro Jardim do Éden"). O interessante é que pouco se comprovou das histórias contadas no velho testamento. Isso é até relativamente fácil de explicar. Além do fator temporal (O Rei Davi, por exemplo, teria vivido mil anos antes de Cristo), o território de Israel foi palco de inúmeras invasões de povos inimigos ao longo de toda a sua história, destruindo sítios arqueológicos e monumentos que poderiam servir para a arqueologia atual como prova das antigas histórias. A série mostra, por exemplo, como é complicado nos dias de hoje provar a existência histórica de Moisés. Muitos historiadores da Israel atual supõem que o número de judeus que fugiram do Egito foi bem menor do que o relatado no livro do Exodus. Eles provavelmente também não ficaram por 40 anos andando nas areias escaldantes do deserto como algumas traduções das escrituras querem fazer crer. Assim fica a curiosidade de saber o que a arqueologia moderna tem a dizer sobre as origens do povo hebreu. Cheio de informações e teses propostas por esses estudiosos, os três episódios formam um mosaico bem curioso do mundo antigo, dos tempos de Salomão e Abraão.
Pablo Aluísio.
sábado, 6 de janeiro de 2018
Os Caçadores da Arca Perdida
Decidi rever "Os Caçadores da Arca Perdida". Esse foi um filme que assisti pela primeira vez em minha adolescência (talvez fim da infância, não me recordo bem), que fazia muitos anos que tinha visto pela última vez. É a tal coisa, em relação a determinados filmes criamos uma certa nostalgia emocional, muitas vezes por termos assistido em determinada época de nossas vidas. Agora revendo o filme já não me pareceu tão encantador e especial. Afinal já sou outra pessoa, vivendo outra fase da minha existência. Reflexões existenciais à parte, também devo dizer que o trabalho de Steven Spielberg e George Lucas continua intacto e não foi afetado pela passagem dos anos.
A intenção da dupla foi recriar o espírito dos antigos filmes de matinês dos anos 40 e 50. Acertaram em cheio. Indiana Jones em sua primeira aparição no cinema, não deixa a bola cair em nenhum momento. O enredo criado e escrito por George Lucas é pura aventura nostálgica. Jones (Ford) é um professor de arqueologia que está sempre pronto a ir atrás de grandes relíquias do passado. Após colocar as mãos em uma antiga divindade de ouro dos Maias e ser passado para trás pelos nazistas, ele volta para os Estados Unidos. Então é procurado para ir atrás daquela que talvez seja a maior relíquia arqueológica da história, a Arca da Aliança, a mesma onde Moisés depositou os dez mandamentos.
Acontece que os nazistas também estão tentando localizar o lendário objeto, já que Hitler e seus imediatos eram particularmente interessados em ocultismo. Acreditavam que a posse da Arca da Aliança lhes trariam a invencibilidade nos campos de batalha. Indiana Jones então parte para sua aventura, inicialmente indo até o Nepal onde encontra a filha de um velho arqueólogo que achou o cajado que iria determinar a localização exata da Arca no deserto do Egito (como ela foi parar lá? O roteiro explica, foi roubada por um Faraó que destruiu o Templo de Salomão).
A partir daí o filme não cessa um minuto. É uma cena de ação e aventura atrás da outra. Tem de tudo, cenas de perseguição, a luta de Indiana Jones e um brutamontes nazista na frente do avião (que você certamente vai lembrar por causa do sangue jorrando para todos os lados pela hélice do aparelho) e é claro a descida de Indiana Jones até o templo onde a Aliança foi guardada e escondida (que aliás é repleto de cobras, que Jones simplesmente tem pavor). No final Spielberg e Lucas decidiram (com acerto) ir para o lado sobrenatural da situação, mostrando a Arca da Aliança como realmente um objeto de grande poder. Assim que a Arca é aberta pelos nazistas forças poderosas e inexplicáveis consomem a todos ao redor. Uma cena memorável que inclusive não perdeu seu impacto em termos de efeitos especiais.
O saldo final foi muito positivo. Rever "Raiders of the Lost Ark" sempre será um prazer, pelo visto. Claro que o mesmo impacto que tive quando assisti pela primeira vez nunca mais se repetirá. Esse foi consumido pelas areias do tempo. Mesmo assim é impossível negar que o filme ainda continua muito divertido e sagaz. Um símbolo da genialidade de Steven Spielberg, no auge de sua fase dourada e criativa, e George Lucas, que deixou o universo de "Star Wars" para criar outro universo igualmente saboroso e marcante na história do cinema.
Os Caçadores da Arca Perdida (Raiders of the Lost Ark, Estados Unidos, 1981) Direção: Steven Spielberg / Roteiro: Lawrence Kasdan, George Lucas / Elenco: Harrison Ford, Karen Allen, Paul Freeman / Sinopse: Após ser passado para trás na busca de um artefato nas selvas da América Central, o arqueólogo Indiana Jones (Harrison Ford) é contactado pelo governo americano para localizar a Arca da Aliança, que está sendo cobiçada pelos nazistas. Cabe a Jones achá-la antes que caia nas mãos de Hitler.
Pablo Aluísio.
A intenção da dupla foi recriar o espírito dos antigos filmes de matinês dos anos 40 e 50. Acertaram em cheio. Indiana Jones em sua primeira aparição no cinema, não deixa a bola cair em nenhum momento. O enredo criado e escrito por George Lucas é pura aventura nostálgica. Jones (Ford) é um professor de arqueologia que está sempre pronto a ir atrás de grandes relíquias do passado. Após colocar as mãos em uma antiga divindade de ouro dos Maias e ser passado para trás pelos nazistas, ele volta para os Estados Unidos. Então é procurado para ir atrás daquela que talvez seja a maior relíquia arqueológica da história, a Arca da Aliança, a mesma onde Moisés depositou os dez mandamentos.
Acontece que os nazistas também estão tentando localizar o lendário objeto, já que Hitler e seus imediatos eram particularmente interessados em ocultismo. Acreditavam que a posse da Arca da Aliança lhes trariam a invencibilidade nos campos de batalha. Indiana Jones então parte para sua aventura, inicialmente indo até o Nepal onde encontra a filha de um velho arqueólogo que achou o cajado que iria determinar a localização exata da Arca no deserto do Egito (como ela foi parar lá? O roteiro explica, foi roubada por um Faraó que destruiu o Templo de Salomão).
A partir daí o filme não cessa um minuto. É uma cena de ação e aventura atrás da outra. Tem de tudo, cenas de perseguição, a luta de Indiana Jones e um brutamontes nazista na frente do avião (que você certamente vai lembrar por causa do sangue jorrando para todos os lados pela hélice do aparelho) e é claro a descida de Indiana Jones até o templo onde a Aliança foi guardada e escondida (que aliás é repleto de cobras, que Jones simplesmente tem pavor). No final Spielberg e Lucas decidiram (com acerto) ir para o lado sobrenatural da situação, mostrando a Arca da Aliança como realmente um objeto de grande poder. Assim que a Arca é aberta pelos nazistas forças poderosas e inexplicáveis consomem a todos ao redor. Uma cena memorável que inclusive não perdeu seu impacto em termos de efeitos especiais.
O saldo final foi muito positivo. Rever "Raiders of the Lost Ark" sempre será um prazer, pelo visto. Claro que o mesmo impacto que tive quando assisti pela primeira vez nunca mais se repetirá. Esse foi consumido pelas areias do tempo. Mesmo assim é impossível negar que o filme ainda continua muito divertido e sagaz. Um símbolo da genialidade de Steven Spielberg, no auge de sua fase dourada e criativa, e George Lucas, que deixou o universo de "Star Wars" para criar outro universo igualmente saboroso e marcante na história do cinema.
Os Caçadores da Arca Perdida (Raiders of the Lost Ark, Estados Unidos, 1981) Direção: Steven Spielberg / Roteiro: Lawrence Kasdan, George Lucas / Elenco: Harrison Ford, Karen Allen, Paul Freeman / Sinopse: Após ser passado para trás na busca de um artefato nas selvas da América Central, o arqueólogo Indiana Jones (Harrison Ford) é contactado pelo governo americano para localizar a Arca da Aliança, que está sendo cobiçada pelos nazistas. Cabe a Jones achá-la antes que caia nas mãos de Hitler.
Pablo Aluísio.
Assinar:
Postagens (Atom)