domingo, 23 de novembro de 2025

O Trapalhão na Ilha do Tesouro

Título no Brasil: O Trapalhão na Ilha do Tesouro
Título Original: O Trapalhão na Ilha do Tesouro
Ano de Lançamento: 1975
País: Brasil
Estúdio: Herbert Richers
Direção: J.B. Tanko
Roteiro: Victor Lima, J.B. Tanko
Elenco: Renato Aragão, Dedé Santana, Manfried Sant’Anna (Mussum), Antônio Carlos (Zacarias), Milton Moraes, Edson Silva

Sinopse:
Inspirado livremente no clássico romance A Ilha do Tesouro, o filme acompanha Didi e seus amigos trapalhões em uma divertida e atrapalhada caçada por um tesouro escondido em uma ilha misteriosa. Enfrentando piratas, vilões gananciosos e muitas confusões, o grupo embarca em uma aventura cheia de humor, música e situações cômicas típicas do quarteto mais querido do cinema brasileiro.

Comentários: 
Sim, eu fui criança nos anos 70, então me lembro perfeitamente desse filme. Esse é aquele tipo de produção nacional que só fazia sentido dentro do contexto daquela época. Revendo hoje em dia ficamos pasmos como um filme tão ruim e mal produzido fazia tanta bilheteria nos cinemas. É algo inegável, os filmes dos Trapalhões lotavam as salas de cinemas por todo o país, fazendo a festa dos donos desses estabelecimentos comerciais. Pena que hoje em dia sejam tão fracos numa revisão. Era um cinema muito popular, mas que não resistiu ao tempo. Assim não há como negar, não era um bom cinema nacional. Era comercialmente bem sucedido e apenas isso. 

Pablo Aluísio. 

sábado, 22 de novembro de 2025

Elvis Presley - Elvis Now - Parte 4

Elvis Now - Parte 4
É fato que os americanos nunca deram muita bola para a balada romântica "Sylvia". Nos Estados Unidos essa música nunca chegou a ser um sucesso. Nem entre os fãs mais ardorosos daquele país há qualquer destaque dado para a canção. Assim ela é considerada mesmo um verdadeiro "Lado B", ou seja, uma faixa gravada apenas para completar o espaço de um disco. Nada mais do que isso. O curioso é que mesmo em fóruns de colecionadores no exterior há um certo desprezo pela gravação.

No Brasil as coisas mudam de figura. "Sylvia" foi certamente um dos maiores sucessos da carreira de Elvis Presley. A música tocou muito nas rádios, ajudou o álbum "Elvis Now" a vender muito em nosso país, além de ter sido colocada como single nacional para aproveitar o sucesso na época. O compacto (único no mundo todo) até hoje é cobiçado por quem coleciona discos de vinil.

Em suma, "Sylvia" foi um grande hit verde e amarelo, sob qualquer ponto de vista. Fazendo um exercício de imaginação, se Elvis tivesse vindo ao Brasil realizar algum show por aqui nos anos 70 certamente ele teria que colocar "Sylvia" como um dos destaques de seus concertos, já que o público brasileiro não iria admitir uma apresentação sem essa canção tão querida dos fãs brasileiros. Como infelizmente isso nunca aconteceu e como Elvis ficou mesmo enclausurado dentro dos Estados Unidos pelo resto de sua vida, ele nunca chegou a interpretar a música ao vivo, afinal para os americanos ela nunca passou de ser um mero "Lado B" da discografia do cantor. Que pena!

Avançando no disco temos ainda "Put Your Hand in the Hand". Confesso que nunca gostei muito dessa faixa. Ela tem uma melodia até agradável, mas o excesso de repetições da letra e do refrão cansam o ouvinte após algumas audições. A letra é gospel, trazendo de volta o Elvis religioso, sempre louvando a Deus. A letra basicamente é quase uma oração, incentivando o ouvinte a colocar seu destino nas mãos de Deus, ou melhor dizendo, colocando suas mãos nas mãos do homem da Galileia, que com suas próprias mãos acalmou as águas do mar. Basicamente é isso. Como se trata de uma música religiosa o refrão é repetido inúmeras vezes. Não há nada de errado nesse tipo de composição harmônica, apenas acredito que canse um pouco, funcionando melhor mesmo dentro de um culto religioso, com todos batendo palmas e cantando juntos.

Pablo Aluísio.

The Beatles - Magical Mystery Tour

Magical Mystery Tour
Esse disco é uma farsa! Calma, que eu vou explicar! Na verdade os Beatles nunca lançaram um álbum, um LP, de " Magical Mystery Tour". Eles apenar lançaram um EP na Inglaterra com as músicas do filme. EP era um formato com no máximo 4 ou 5 músicas que no Brasil era conhecido como compacto duplo. Os americanos, muito mais versados em marketing e vendas, decidiram que o EP era muito mixuruca, com poucas músicas e sem muito apelo comercial, até porque o telefilme só havia sido exibido na Inglaterra e mesmo assim levado muita pancada da crítica (obs: o filme é ruim demais, mesmo, não tiro a razão dos críticos da época).

Pois bem, então a Capitol tinha em mãos as poucas músicas do filme para lançar nos Estados Unidos. Então os executivos tiveram uma ótima ideia. Por que não juntar essas músicas com outras de singles que os Beatles tinham lançado recentemente? E assim nasceu esse álbum que, por ironia do destino, acabaria sendo adotado na discografia oficial inglesa alguns anos depois. "Magical Mystery Tour" tal como pensado pelos Yankes, ficou muito bom. A seleção, mesmo fruto de um certo malabarismo da Capitol, funcionou perfeitamente bem junto. Inclusive diria que é bem fiel ao que os Beatles gravavam na época. Mesmo sem que as músicas tivessem sido gravadas com pensamento em serem utilizadas em um disco, a coisa toda funcionou perfeitamente bem. Ei, isso só pode ser magia!

The Beatles - Magical Mystery Tour (1967)
Magical Mystery Tour
The Fool on the Hill
Flying
Blue Jay Way
Your Mother Should Know
I Am the Walrus
Hello, Goodbye
Strawberry Fields Forever
Penny Lane
Baby, You're a Rich Man
All You Need Is Love

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 21 de novembro de 2025

Casamento em Família

Título no Brasil: Casamento em Família
Título Original: Maybe I Do 
Ano de Lançamento: 2023 
País: Estados Unidos 
Estúdio: Vincent Newman Entertainment
Direção: Michael Jacob
Roteiro: Michael Jacobs 
Elenco: Diane Keaton, Richard Gere, Susan Sarandon, William H. Macy, Emma Roberts, Luke Bracey 

Sinopse:
Michelle (Emma Roberts) e Allen (Luke Bracey) estão namorando firme há anos e querem agora noivar e depois se casar. Assim decidem convidar seus pais para finalmente se apresentarem em um jantar para discutir o casamento. No entanto, o encontro entre as famílias se transforma em um caos quando descobrem que os pais já têm um passado. Eles estão traindo em seus casamentos e para surpresa de todos, os envolvidos nessa traição coletiva se encontram justamente nesse  jantar para o noivado de seus filhos!

Comentários: 
Um filme até bom, mas forçado demais para atingir seus objetivos. Basta pensar, quais são as chances, em uma grande cidade, de dois casais se traírem justamente com os cônjuges uns dos outros? Em termos estatísticos, quase impossível! Mas vamos relevar isso, para tentar apreciar o filme. E o resultado é satisfatório. Não diria que é um grande filme, em absoluto, mas até que diverte numa tarde preguiçosa sem ter o que ver na televisão. O destaque vai para o elenco. O Richard Gere fez aqui um de seus últimos filmes nos Estados Unidos. Depois que Trump venceu as eleições ele disse que ficou insuportável viver em seu país! Fez as malas e foi morar na Espanha. Disse aos jornais que nem pensa em voltar. Já a querida Diane Keaton também está no filme. Quando assisti a esse filme ele ainda estava viva, vindo a falecer poucos dias depois. Então acabou que ver esse romance temporão foi meu adeus a essa grande atriz! Valeu, é um filme digno dela e seu legado. Fica a despedida, com um pesar pela sua morte. 

Pablo Aluísio. 

Desafio do Destino

Título no Brasil: Desafio do Destino
Título Original: The Rookie
Ano de Produção: 2002
País: Estados Unidos
Estúdio: Walt Disney Pictures
Direção: John Lee Hancock
Roteiro: Mike Rich
Elenco: Dennis Quaid, J.D. Evermore, Rachel Griffiths, Angus T. Jones, Brian Cox, Rick Gonzalez

Sinopse:
Jimmy Morris (Dennis Quaid) é um treinador de beisebol disposto a tudo para fazer sua equipe de jovens se tornar campeã pela primeira vez. Para isso ele também terá que se superar, superando velhos traumas de seu passado como jogador. Vencer não será apenas ganhar um título esportivo, mas também aprender uma grande lição de vida para aqueles jovens atletas. 

Comentários:

OK, o público brasileiro definitivamente não gosta de filmes sobre beisebol. É um esporte praticamente desconhecido em suas regras para o nosso país. Porém sempre percebi que o esporte, apesar de ser importante nesses filmes, muitas vezes serve apenas de apoio para se contar uma boa história. É o que acontece aqui, nessa produção da Disney. O protagonista é um treinador de beisebol novato na profissão que chega para treinar sua primeira equipe. No passado ele foi jogador, mas encarou grandes frustrações pessoais. Agora ele tenta superar os traumas do passado, ao mesmo tempo em que tenta também se realizar naqueles jovens que treina. É um bonito filme, com bela fotografia e aquela lição de moral no final para levantar o ânimo das pessoas. Pense bem, um roteiro desses, trazendo uma boa mensagem, já justifica a existência do filme. Além disso tem o Dennis Quaid no elenco, um ator de que sempre gostei, desde os distantes tempos de filmes como "Viagem Insólita". Pois é, ele continua na ativa, fazendo bons filmes, mesmo que muitos deles não fiquem muito conhecidos no Brasil.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 20 de novembro de 2025

Operação Napoleão

Título no Brasil: Operação Napoleão
Título Original: Operation Napoleon 
Ano de Lançamento: 2023 
País: Islândia, Alemanha 
Estúdio: Saga Film, Splendid Film
Direção: Óskar Þór Axelsson 
Roteiro: Marteinn Þórisson, Arnaldur Indriðason
Elenco: Vivian Ólafsdóttir, Jack Fox, Iain Glen, Ólafur Darri Ólafsson, Atli Óskar Fjalarsson, Þröstur Leó Gunnarsson 

Sinopse:
Kristín, uma advogada ambiciosa, recebe imagens de seu irmão Elías diante da fuselagem de um avião alemão da Segunda Guerra Mundial, descoberto sob o gelo de uma geleira na Islândia. Pouco depois, Elías desaparece misteriosamente. Determinada a encontrá-lo, Kristín se envolve em uma conspiração internacional que envolve criminosos perigosos, a CIA e segredos sombrios guardados por décadas. A chave para a verdade parece estar no que há dentro desse avião escondido pelo tempo.

Comentários: 
Poucas coisas em termos de cinema me incomodam mais do que filmes europeus que tentam imitar os filmes americanos de ação! Não tem nada a ver, o cinema europeu é ótimo com suas próprias características, não precisam fazer esse tipo de coisa pois assim se tornam meras cópias dos originais. E nesse campo jamais vão ganhar dos americanos pois eles possuem décadas de experiência nesse filão. É o que vejo acontecer nesse filme. Ele começa até muito bem. O mistério do avião nazista enterrado nas geleiras da fria Islândia já é interessante por si próprio. Não precisavam inventar muito além disso. Infelizmente depois desse começo promissor o filme desanda, justamente por querer ser uma cópia descarada dos filmes Made in USA de ação. E assim o charme do cinema europeu é esquecido, trocado por aquelas trocas de tiros vazia, aquele corre, corre, sem fim. No fritar dos ovos senti tédio. Deixem esse tipo de coisa para o Tom Cruise. Se nem ele tem se saído bem nessa seara pra que tentar imitar o cinema americano? Enfim, uma bola fora dos europeus. 

Pablo Aluísio. 

Fuga Mortal

Título no Brasil: Fuga Mortal
Título Original: Joshua Tree
Ano de Lançamento: 1993
País: Estados Unidos
Estúdio: LIVE Entertainment
Direção: Vic Armstrong
Roteiro: Steven E. de Souza, Don Jakoby
Elenco: Dolph Lundgren, George Segal, Kristian Alfonso, Geoffrey Lewis, Ken Foree, Matt Battaglia

Sinopse:
Eddie Lomax, um ex-piloto de corrida e ladrão de carros, é condenado injustamente por um crime que não cometeu. Após escapar de uma prisão de segurança máxima, ele tenta provar sua inocência enquanto é perseguido implacavelmente pela polícia e por criminosos ligados a um poderoso esquema de corrupção. Durante a fuga, ele faz refém uma policial, Rita, que acaba descobrindo a verdade e se torna sua aliada. Juntos, enfrentam perseguições explosivas e confrontos mortais em meio ao deserto americano.

Comentários: 
Depois de Rocky IV, o brutamontes Dolph Lundgren emplacou uma série de filmes de ação, meras produções B, muitas delas lançadas diretamente no mercado de vídeo VHS. Essa é uma delas, lançada em 1993, com direção de Vic Armstrong. Nesse filme o musculoso loiro interpreta um fugitivo da prisão. Ele foi preso injustamente e agora quer vingança contra o homem que o colocou nessa armadilha penal e potencialmente mortal. E na fuga ele acaba fazendo de refém uma policial, o que não vai lhe ajudar em nada na sua busca por justiça e vingança. Filme originalmente intitulado de "Joshua Tree", essa é uma daquelas produções que acabavam se pagando em tempos das locadoras VHS. Mesmo que o filme não fizesse sucesso nenhum nos cinemas ele sempre encontrava seu público nesses lugares. Por isso se dizia nos anos 80 e 90 que nenhum filme, por mais B que fosse, jamais daria prejuízo. Bons tempos para quem vivia de filmes naquelas décadas. 

Pablo Aluísio. 

quarta-feira, 19 de novembro de 2025

...E Frankenstein Criou a Mulher

Título no Brasil: ...E Frankenstein Criou a Mulher
Título Original: Frankenstein Created Woman
Ano de Lançamento: 1967
País: Reino Unido
Estúdio: Hammer Film Productions
Direção: Terence Fisher
Roteiro: Anthony Hinds, Terence Fisher
Elenco: Peter Cushing, Susan Denberg, Thorley Walters, Robert Morris, Derek Fowlds, Barry Warren

Sinopse:
O Barão Frankenstein continua suas experiências desafiando as leis da natureza. Desta vez, ele tenta aprisionar a alma de um homem injustamente executado no corpo de sua bela amada, Christina, que havia cometido suicídio após sua morte. O resultado é uma criatura movida por vingança e confusão entre amor e identidade. Misturando horror, tragédia e elementos filosóficos, o filme propõe uma reflexão sobre a alma, a vida e o corpo humano.

Comentários: 
Mais um filme (de uma longa série) com o ator Peter Cushing interpretando o Barão Viktor Frankenstein. Só que se formos comparar com os demais que ele rodou nessa mesma produtora Hammer, encontraremos algumas diferenças marcantes. A maior delas é que a criatura nesse filme é uma mulher e não um homem criado a partir de restos humanos de pessoas falecidas! Ela não se torna um monstro, fisicamente falando. Muito pelo contrário, acaba virando uma bela mulher que seduz suas vítimas para a morte! Em sua vida normal tinha uma deficiência física que a estigmatizava e trazia tanta dor emocional como física. Quando o Barão a traz de volta à vida, está livre de qualquer tipo de doença degenerativa! Nessa nova condição de vida ela parte para uma vingança de puro ódio contra todos que a desprezaram no passado. Enfim, apreciei. É um filme da linha de montagem de filmes sobre Frankenstein da Hammer que chama a atenção por ser bastante diferenciado. Nem a Mary Shelley teria tanta criatividade para reverter sua própria criação como vemos nesse roteiro! Vale, por essa razão, a devida recomendação para os apreciadores de filmes clássicos de terror. Assista e tenha várias surpresas dentro desse enredo bem inovador e criativo. 

Pablo Aluísio. 

O Vampiro de Notre Dame

Título no Brasil: O Vampiro de Notre Dame
Título Original: I Vampiri
Ano de Lançamento: 1957
País: Itália
Estúdio: Titanus
Direção: Riccardo Freda, Mario Bava
Roteiro: Piero Regnoli, Riccardo Freda
Elenco: Gianna Maria Canale, Dario Michaelis, Carlo D’Angelo, Wandisa Guida, Paul Muller, Antoine Balpêtre

Sinopse:
Em meio a uma série de assassinatos em Paris, nos quais jovens mulheres são encontradas mortas e sem sangue, um jornalista decide investigar o mistério. As pistas o levam ao antigo castelo da enigmática condessa Gisèle Du Grand, uma mulher bela e misteriosa que esconde um terrível segredo: para manter a juventude e a beleza, ela depende de experimentos macabros realizados por um cientista que tenta extrair a essência vital das vítimas.

Comentários:
O cinema italiano tem muitos bons filmes, principalmente nos gêneros de faroeste e terror. O problema é que eles faziam filmes em ritmo de produção industrial e muita porcaria também era lançada. De qualquer forma vale a pena ir atrás dos bons filmes, em um trabalho de verdadeiro garimpo cinematográfico. Nessa atividade de ir em busca do santo graal do cinema italiano me deparei com esse elegante e distinto filme de horror. Tem uma classe inegável envolvida no roteiro e na produção dessa antiga película. Mario Bava era um mestre na construção de climas adequados para esse tipo de produção. E apesar de ter chegado já com o filme bem desenvolvido (Riccardo Freda havia sido demitido pelo estúdio) ele fez um excelente trabalho de conclusão da obra como um todo. O filme é, acima de tudo, mais uma versão da história real da condessa de sangue,  Elizabeth Báthory. Só que não se engane sobre isso, esse é sem dúvida um belo filme de terror europeu, para ser redescoberto pelos cinéfilos atuais. 

Pablo Aluísio. 

terça-feira, 18 de novembro de 2025

Um Certo Capitão Lockhart

Um Certo Capitão Lockhart
Esse filme é considerado um dos faroestes clássicos da carreira do ótimo ator James Stewart. Ele foi um ícone da história do cinema americano e transitou muito bem no mais americano de todos os gêneros cinematográficos, o western. No filme ele interpreta um personagem chamado  Will Lockhart. Esse cowboy chega a uma pequena cidade do Novo México para descarregar uma carga de mantimentos para o comércio local. Na volta resolve retirar de uma salina próxima um novo carregamento, mas é impedido de forma violenta por Dave Waggoman (Alex Nicol), filho de um rico fazendeiro da região. Isso cria uma rivalidade que vai levar os dois homens a um caminho sem volta. Essa foi, infelizmente, a última parceria entre James Stewart e o diretor Anthony Mann. Juntos eles fizeram alguns dos melhores filmes de western de sua época. Marcaram mesmo a história do gênero. E como não poderia deixar de ser esse "The Man From Laramie" também é um faroeste acima da média. O filme é uma adaptação do conto do escritor Thomas T. Flint, que publicou originalmente seu texto nas páginas do Saturday Evening Post. Nos anos 1950 era comum a publicação de textos com histórias do velho oeste nos grandes jornais americanos. O sucesso foi tão grande que eles depois começaram a publicar esses textos em forma de livros de bolso (até aqui no Brasil os livrinhos de faroeste de bolso foram extremamente populares). O roteiro também aproveita para se inspirar levemente na peça Rei Lear - o que fica evidente nas relações familiares em torno da família do rico fazendeiro Alec Waggoman (Donald Crisp). Idoso, extremamente rico e ficando cego, ele se preocupa sobre sua sucessão pois seu filho, Dave, que é um mimado irresponsável que não sabe lidar com o poder que tem.

James Stewart novamente nos brinda com uma excelente interpretação. Seus personagens em faroestes sempre foram cowboys menos viris do que os interpretados pelo Duke (John Wayne) mas não eram menos éticos e virtuosos. Aqui ele faz um ex-capitão do exército americano que acaba se envolvendo em um conflito contra Dave, o herdeiro do clã Waggoman. O curioso é que o roteiro, muito bem trabalhado, traz inúmeras reviravoltas e uma sub trama muito interessante envolvendo contrabando de rifles automáticos para a tribo Apache. O filme é bem cadenciado, com preocupação de se desenvolver todos os personagens e o resultado final é muito eficiente, o que surpreende pois a duração é curta, pouco mais de 90 minutos, o que demonstra que para se contar uma boa estória, não é necessário encher a paciência do espectador com filmes longos demais.

Um Certo Capitão Lockhart (The Man From Laramie, Estados Unidos, 1955) Direção: Anthony Mann / Roteiro: Philip Yordan, Frank Burt, Thomas T. Flynn / Elenco: James Stewart, Arthur Kennedy e Donald Crisp / Sinopse: Um cowboy, ex-capitão do exército americano, acaba entrando em conflito contra um rapaz, herdeiro de um poderoso fazendeiro da região. E isso nos tempos do velho oeste americano significava um duelo de vida ou morte.

Pablo Aluúsio.