terça-feira, 30 de abril de 2024

O Preço de um Homem

Título no Brasil: O Preço de um Homem
Título Original: The Naked Spur
Ano de Lançamento: 1953
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: Anthony Mann
Roteiro: Sam Rolfe, Harold Jack Bloom
Elenco: James Stewart, Janet Leigh, Robert Ryan, Ralph Meeker, Millard Mitchell, Aaron Stevens

Sinopse:
Howard Kemp (James Stewart) é um caçador de recompensas que há muito tempo persegue o assassino Ben Vandergroat (Ryan). Ao longo do caminho, Kemp é forçado a lidar com certos sujeitos, entre eles um velho garimpeiro chamado Jesse Tate e um soldado da União dispensado de forma desonrosa. Quando eles descobrem que Vandergroat tem uma recompensa de US$ 5.000 por sua cabeça, a ganância começa a tomar conta deles. Vandergroat aproveita ao máximo a situação, semeando dúvidas entre os dois homens em todas as oportunidades, finalmente convencendo um deles a ajudá-lo a escapar.

Comentários:
Quando você se deparar com qualquer faroeste contando com essa dupla Stewart e Mann, pode assistir ao filme sem nem pensar duas vezes. No mínimo será mais um grande western, isso se não for um clássico absoluto do gênero cinematográfico. É impressionante como eles só fizeram bons filmes. Nunca houve espaço para a mediocridade no trabalho deles em Hollywood. E esse filme só vem confirmar isso. É um daqueles excelentes filmes do passado, com linda direção de fotografia, captando toda a beleza natural onde foi filmado e contando com um elenco muito bom, onde destaco não apenas James Stewart, aqui em um papel um pouco fora do seu habitual, como também da estrela Janet Leigh. De cabelos loiros curtinhos, muito bronzeada, ela convence demais como uma garota durona do velho oeste. Tão durona que na época em que o filme chegou nos cinemas houve quem acusasse sua personagem de ser uma lésbica, isso apesar dela se relacionar com os personagens masculinos do filme. Mas enfim, gostei demais. Esse é um daqueles filmes que não podem faltar na coleção do cinéfilo que aprecia filmes de faroeste. 

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 29 de abril de 2024

Um Corpo que Cai

Título no Brasil: Um Corpo que Cai
Título Original: Vertigo
Ano de Produção: 1958
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Alfred Hitchcock
Roteiro: Alec Coppel, Samuel A. Taylor
Elenco: James Stewart, Kim Novak, Barbara Bel Geddes, Tom Helmore, Henry Jones, Raymond Bailey

Sinopse:
Com roteiro baseado no romance policial "D'Entre Les Morts", o filme conta um caso envolvendo o investigador aposentado John 'Scottie' Ferguson (James Stewart). Ele é contratado por um amigo para seguir sua esposa pelas ruas de San Francisco. O marido está preocupado com o comportamento dela. Só que Ferguson descobre muito mais do que poderia esperar.

Comentários:
Esse filme é considerado por muitos críticos como o melhor da carreira do mestre do suspense Alfred Hitchcock. É um título de peso, só sustentado realmente por grandes filmes. E "Vertigo" se sai muito bem nessa posição de destaque. O roteiro é genial, mostrando toda a capacidade de Hitchcock em narrar seu enredo, que em alguns momentos parece bem simples, para depois ganhar contornos bem mais complexos. Em termos de linguagem cinematográfica é o melhor trabalho de Alfred Hitchcock, pois o diretor mescla momentos de pura ilusão, sonhos e devaneios, com a realidade concreta. Nesse ponto fascina até mesmo os cinéfilos mais experientes. Olhando sob esse aspecto subjetivo de fato temos aqui uma verdadeira obra-prima da filmografia de Hitchcock, muito provavelmente jamais superada por nenhum outro momento de seus outros filmes. "Um Corpo que Cai" é o auge de Hitchcock, seu mais expressivo filme no cinema. Um grande clássico.

Pablo Aluísio.

domingo, 28 de abril de 2024

Elvis Presley - That's the Way It Is - Parte 6

Eu não colocaria "Stranger in the Crowd" entre as melhores músicas desse disco, mas ela tem sim seus méritos. Se "Just Pretend" e "Bridge Over Troubled Water" são músicas embasadas nos arranjos de piano, aqui o que se destaca mesmo é o pleno domínio dos arranjos de cordas e de instrumentos percussivos. A mais acústica música do disco não chega ao ponto de ser um dos destaques da trilha, sendo considerada apenas um complemento ao conjunto. Apesar disso, de ser uma mera coadjuvante, não podemos deixar de colocar em destaque seus méritos como a vocalização inspirada de Elvis e o belo solo de guitarra de James Burton, bem diferente do que ele costumava fazer em estúdio. 

Winfield Scott, autor dessa música, compôs várias canções dos filmes de Elvis nos anos 60. Ele esteve muito presente nessa fase e foi dele a descoberta de uma das maiores surpresas em termos de gravações perdidas de Elvis. Quase que por acaso ele acabou descobrindo o tape inédito de "I'm Roustabout", canção que havia sido originalmente composta para ser o tema principal do filme "Roustabout" (O carrossel de emoções, 1964). Assim que soube o que tinha em mãos entrou em contato com Ernst Jorgensen que não perdeu tempo em anunciar para o mundo que pela primeira vez em muitos anos havia sido descoberta uma nova música na voz de Elvis, até então totalmente inédita. A descoberta acabou sendo definida por Joe Di Muro, executivo da RCA / BMG, como a "mais inacreditável da música moderna"!

"The Next Step Is Love" vem logo a seguir. Quando Elvis resolveu retomar o rumo de sua carreira e deixar Hollywood para trás ele procurou encontrar inspiração e renovação em um novo grupo de compositores. Paul Evans, cantor, compositor e famoso produtor certamente se encaixava nesse novo perfil que Elvis tanto procurava. Antes de compor "The Next Step is Love", Evans já era muito conhecido nos EUA por causa de suas músicas românticas, doces e ternas, que fizeram muito sucesso principalmente na primeira metade dos anos 60 como, por exemplo, "Too Make You Feel My Love", "When" e principalmente "Roses are Red (My Love)", seu grande sucesso que chegou ao primeiro lugar nas paradas. Além disso ainda escreveu novas versões para o clássico sacro "Amazing Grace". Compositor de grande talento, foi ainda gravado por Pat Boone, La Vern Baker e Bobby Vinton. Pena que não tenha tido uma parceria de maior duração ao lado de Elvis, pois na visão estreita de Tom Parker ele ainda era considerado um compositor muito "caro"!!! De qualquer maneira a música acabou sendo lançada como Lado B do Single "I've Lost You". No filme Elvis aparece ouvindo e dando sua aprovação final ao resultado da gravação desta canção. É uma bela música sem dúvida, porém perde em comparação com alguns clássicos presentes neste disco. Poderíamos dizer que é um belo complemento ao disco, mas sem jamais ser protagonista dentro da seleção de boas melodias desse trabalho de Elvis. 

A letra da canção exalta principalmente a paixão, os primeiros momentos em que cada um se descobre apaixonado pelo outro. Há uma clara intenção de, em forma poética, tentar capturar esse momento. Até mesmo aspectos bobos ganham relevância, como caminhar descalços pelos campos, rindo debaixo da chuva. Particularmente penso que essa gravação teria ficado bem melhor se tivesse sido feita com a antiga banda de Elvis, principalmente com aquela formação da primeira metade da década de 1960. Essa música tem uma singeleza que combinaria bem com aquele período histórico da carreira do cantor. Além disso se ele tivesse optado por aquela linha vocal mais terna, que tanto caracterizou suas canções naquela época, o resultado teria sido bem bonito. Já em Nashville, com todas aquelas canções para se gravar, onde o tempo era mais do que precioso, houve uma certa pressa em finalizar a faixa. Com isso a melodia não foi tão valorizada. Some-se a isso o fato da TCB Band ser um grupo com características de palco, o que deu a esse registro um certo sabor de música gravada ao vivo. Mas enfim, mesmo sendo feitas essas observações é importante ressaltar a boa qualidade da música como um todo. Nunca chegou a ser um hit ou um standart na discografia de Elvis, porém como coadjuvante nesse ótimo álbum "That´s The Way It Is" está de bom tamanho.

Pablo Aluísio.

sábado, 27 de abril de 2024

The Beatles - With The Beatles - Parte 6

Esse segundo disco dos Beatles foi gravado em uma época que o grupo estava cumprindo uma série de obrigações contratuais. Além dos shows havia um contrato onde os Beatles tocavam na rádio BBC de Londres. Assim, para que tudo coubesse dentro dessa agenda apertada, os Beatles decidiram facilitar as coisas. E isso significava usar algumas músicas covers que eles estavam tocando na BBC em seu novo disco. Afinal essas músicas já estavam ensaiadas e os Beatles devidamente familiarizados com essas faixas, poderiam gravar tudo de forma mais rápida. No estúdio não haveria tanto problema em finalizá-las.

"Devil in Her Heart" era um cover nessa linha. Quem sugeriu a gravação foi Paul McCartney. Esse tipo de música os Beatles utilizavam em suas apresentações, pois tinha aquele jeitão de bolero, ideal para os clubes em que os Beatles se apresentavam em seus primeiros anos de carreira. Era aquele tipo de baladona usada para que todos dançassem de rostinho colado. Bem de acordo com os clubes noturnos por onde eles passavam. Tempos duros, mas também de aprendizado nesse tipo de palco. 

Se a música anterior era romântica e nostálgica, essa "Money" era puro rock ´n´roll, ideal para John Lennon desfilar sua marra de rebelde ao estilo James Dean. Com letra cortante e direta, era aquele tipo de som usado nos shows em inferninhos, quando os Beatles queriam incendiar a apresentação, colocando todos para dançar. Curiosamente "Money" acabou sendo comparada a "Twist and Shout" do primeiro disco. Realmente havia muitas semelhanças. Além de ser um rock pra cima, ainda contava com uma vocalização bem parecida com John Lennon cantando com a voz bem rouca e surrada.

"Not a Second Time" era uma original dos rapazes, com autêntico selo de originalidade da dupla Lennon e McCartney. Houve uma certa discussão dentro do estúdio sobre qual seria o melhor arranjo para a música. Nesse caso George Martin, o produtor das sessões, foi figura importante, dando dicas e contribuindo pessoalmente na seleção de instrumentos, inclusive ajudando em um belo solo no meio da música, algo que a marcou muito. Basta ouvir essas notas, seja tocada em piano ou violão, para reconhecer imediatamente a faixa. O vocal principal ficou com John Lennon, embora a música também fosse ideal para Paul McCartney, caso ele quisesse cantar a música no estúdio.

Panlo Aluísio.

sexta-feira, 26 de abril de 2024

Último Ato

Título no Brasil: Último Ato
Título Original: Manhunt
Ano de Lançamento: 2024
País: Estados Unidos
Estúdio: Apple Studios
Direção: Eva Sørhaug, John Dahl
Roteiro: Monica Beletsky, Tim Brittain
Elenco: Tobias Menzies, Anthony Boyle, Hamish Linklater, Glenn Morshower, Matt Walsh, Damian O'Hare

Sinopse:
O ator John Wilkes Booth decide matar o presidente Abraham Lincoln em um teatro na capital americana. Bem sucedido em seu objetivo homicida, ele consegue fugir a cavalo. Caberá então ao secretário de guerra Edwin Stanton caçar o assassino, em meio a muitas mudanças em Washington e o no meio do luto da morte de um dos mais importantes presidentes da história dos Estados Unidos. 

Comentários:
Essa minissérie foi certamente a melhor coisa que assisti nessas últimas semanas. Excelente em todos os aspectos. Ótimo elenco, roteiro bem desenvolvido, fiel aos fatos históricos, ótima reconstituição de época, direção de arte primorosa e direção afinada. Não há nada melhor para se ver atualmente em termos de streaming. E a história é muito bem focada, mostrando todos os detalhes que cercaram esse crime histórico. A minissérie parte do assassinato do presidente Abraham Lincoln. A partir daí começa uma verdadeira caçada em busca de seu assassino, um ator vaidoso e fora da realidade chamado John Wilkes Booth. Racista e fanático, ele não aceitava a derrota do Sul confederado na Guerra Civil. Ele acreditava que após matar Lincoln ele iria ser recebido em Richmond como um herói da causa confederada. O problema é que após a guerra civil a cidade estava destruída e ocupada pelas tropas da União! E ele, ferido, sem conseguir andar direito, acabou sendo caçado em sua fuga. É realmente de impressionar a facilidade que ele teve de matar o presidente dos Estados Unidos. Não havia nenhum segurança guardando o camarote de Lincoln no teatro onde ele foi morto a tiros. Enfim, essa é apenas uma das inúmeras curiosidades que cercam essa história. Não deixe de assistir, principalmente se você gosta de séries historicamente precisas e bem produzidas. 

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 25 de abril de 2024

True Detective: Night Country

Título no Brasil: True Detective
Título Original: True Detective: Night Country
Ano de Lançamento: 2024
País: Estados Unidos
Estúdio: HBO
Direção: Issa López
Roteiro: Issa López
Elenco: Jodie Foster, Kali Reis, Fiona Shaw, Finn Bennett, Isabella Star LaBlanc, Christopher Eccleston 

Sinopse:
Quarta temporada da série "True Detective". Um grupo de pesquisadores e cientistas que trabalham numa base avançada e isolada no Alaska, próximo do Círculo Polar Ártico, é encontrada morta, no meio da escuridão e do frio congelante. Uma policial tenta desvendar o crime, mas encontra em seu caminho pistas que levam a lugar nenhum. O que teria acontecido com todos aqueles homens da ciência?

Comentários:
Essa nova temporada recebeu uma chuva torrencial de críticas negativas. Eu não as condeno. Realmente prometeu muito mais do que entregou. Veja, até que o desenrolar dos episódios mantém um bom nível de qualidade. A simples presença da Jodie Foster já é um grande atrativo para acompanhar os seis episódios. Quem é cinéfilo e gosta de cinema, gosta da Foster, não tem jeito. E ela está bem, atuando bem. Assim a temporada até que se desenvolve bem, mas há problemas. E o final? Aqui está o maior problema. Durante todo os episódios há insinuações de algo vive ali naquelas terras geladas próximas ao Ártico. Seria uma força da natureza sobrenatural que agora estaria atacando os que entrassem em seus domínios. Tudo bem, isso era interessante, mas apesar de tudo isso o que se encontra no final é um crime, simplesmente um crime, cometido por pessoas de carne e osso. E nem é um crime daqueles que se pode acreditar pois achei tudo muito forçado. É o que se chama de "roteirada". Enfim, esse é o maior problema, a decepção quando se chega no desfecho de tudo. Fica aquela sensação de que muito tempo foi perdido por absolutamente nada. A montanha pariu um rato! 

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 24 de abril de 2024

O Último Chefão

Título no Brasil: O Último Chefão
Título Original: The Last Don
Ano de Lançamento: 1997
País: Estados Unidos
Estúdio: Konigsberg / Sanitsky Company
Direção: Graeme Clifford
Roteiro: Joyce Eliason
Elenco: Danny Aiello, Kirstie Alley, Joe Mantegna, Daryl Hannah, Burt Young, Penelope Ann Miller

Sinopse:
O filme conta a história do mafioso Don Domenico Clericuzio (Danny Aiello). Ele começa seu império do mundo do crime nas ruas mais pobres e violentas de New Jersey e Nova Iorque. Conforme sua quadrilha ganha poder e dinheiro ele decide algo ousado, dominar o crime organizado na costa oeste dos Estados Unidos, criando um braço de seu grupo em Las Vegas e Los Angeles, tentando ganhar dinheiro sujo em Hollywood. 

Comentários:
Esse filme foi adaptado de outro livro escrito pelo consagrado Mario Puzo. Para quem não lembra ele criou a saga de "O Poderoso Chefão". O curioso é que o estúdio comprou os direitos do livro por mais de 2 milhões de dólares e depois, quando todos esperavam por um longa para o cinema, os produtores decidiram fazer um telefilme, para ser exibido na TV. Ninguém entendeu direito essa decisão. De qualquer forma o filme acabou sendo lançado em nosso país no mercado de vídeo, através do selo Playarte. Apesar de ser um telefilme, é uma bonita produção, com excelente trilha sonora. O Puzo quis com seu personagem Don Domenico Clericuzio reunir elementos de vários mafiosos da vida real em apenas um protagonista. Até que ficou interessante, mas é a tal coisa, se formos comparar com "O Poderoso Chefão" a coisa fica complicada. Parece que depois do enorme sucesso do livro anterior, ele tentou repetir o mesmo êxito comercial nas livrarias e no cinema, mas acabou se limitando, se repetindo, copiando a si mesmo, atrás do sucesso fácil. Não ficou tão bom e nem muito menos inspirado. Enfim, temos uma história até OK, mas nada memorável. 

Pablo Aluísio.

Os Amores De Picasso

Título no Brasil: Os Amores De Picasso
Título Original: Surviving Picasso
Ano de Produção: 1996
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros.
Direção: James Ivory
Roteiro: Ruth Prawer Jhabvala
Elenco: Anthony Hopkins, Tom Fisher, Andreas Wisniewski, Julianne Moore

Sinopse:
Cinebiografia de parte da vida do famoso pintor Pablo Picasso, aqui interpretado pelo ator Anthony Hopkins. O enredo se desenrola a partir das lembranças de Francoise Gilot (Natasha McElhone), que foi amante do artista por mais de dez anos. Foi um caso dos mais ousados pois Picasso era 40 anos mais velho do que ela. Mesmo assim se apaixonaram e viveram um inesperado caso de amor. 

Comentários:
Um filme que agradou a poucos. Na época de seu lançamento a família de Pablo Picasso tentou impedir, inclusive legalmente, a chegada da película nas telas. Não conseguiu. Não é para tanto, embora muito humano o artista que vemos passar na tela não é em nenhum momento desrespeitoso com sua biografia, digamos, oficial e chapa branca. Com uso de inúmeros flashbacks ficamos conhecendo detalhes da vida pessoal do pintor, inclusive seu turbulento relacionamento com sua esposa, Olga (Jane Lapotaire). O Picasso de Anthony Hopkins é explosivo, apaixonado, caliente mas também infiel e traidor da confiança daqueles que mais o amam. Uma personalidade complexa que o roteiro apenas em parte consegue captar. No final das contas é um filme mediano que não consegue ficar à altura do gênio que tenta retratar. Anthony Hopkins é um grande ator mas alguns papéis definitivamente não lhe caíram bem. É o caso de Pablo Picasso. Escalar um ator tipicamente britânico para fazer um espanhol é uma temeridade, ainda mais quando literalmente o "pintam" para dar a tonalidade da cor natural do pintor. Depois de uma escalação e maquiagem tão ruins como essas fico pensando em como um ator consegue sobreviver a um papel desses? A única coisa que se salva é a beleza de Julianne Moore que ajuda a passar o tempo do filme de forma menos penosa.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 23 de abril de 2024

A Lei do Bravo

Título no Brasil: A Lei do Bravo
Título Original: White Feather
Ano de Produção: 1955
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Robert D. Webb
Roteiro: Delmer Daves, Leo Townsend
Elenco: Robert Wagner, Jeffrey Hunter, John Lund

Sinopse:
Uma tropa da cavalaria americana viaja até o distante território do Wyoming durante a década de 1870 para pacificar a região, celebrando tratados de paz e cooperação com os principais chefes nativos daquelas terras. Tudo corre relativamente bem até que questões de sucessão entre os índios Cheyennes colocam em perigo a paz e a prosperidade entre os dois povos.

Comentários:
"A Lei do Bravo" anda injustamente esquecido, mas não se engane, se trata de um western realmente acima da média. O título original que pode ser traduzido como "Pena da Paz" já dá uma ideia do que está por vir. O roteiro trabalha na complicada questão indígena que foi durante muitos anos um problema e tanto para o governo americano. Sempre em busca de paz, evitando assim novos conflitos, muitas tropas da cavalaria foram enviadas para regiões distantes, com o objetivo de costurar a paz com os líderes nativos. Isso nem sempre era fácil, seja por causa dos próprios índios, seja por falta de comprometimento do próprio homem branco, que muitas vezes rasgava os pactos assinados, ignorando completamente o que havia sido prometido aos caciques e chefes tribais. No meio de tudo ficava a velha questão do choque de civilizações entre os americanos brancos empenhados em colonizar o velho oeste e os nativos peles vermelhas que tradicionalmente ocupavam suas terras. Em termos de produção nada a criticar, pois tudo surge de forma muito bem realizada e caprichada. Idem para o elenco formado por dois galãs famosos da época, Robert Wagner e Jeffrey Hunter, que funcionam como um belo bônus para o público feminino. Muitos vão sentir talvez a falta de um pouco mais de ação e combates, mas isso é um erro, pois a moral de toda a história contada é apenas uma: apenas a paz pode gerar bons frutos entre povos inimigos.

Pablo Aluísio.

Comanche

Título no Brasil: Comanche
Título Original: Comanche
Ano de Produção: 1956
País: Estados Unidos
Estúdio: United Artists
Direção: George Sherman
Roteiro: Carl Krueger
Elenco: Dana Andrews, Kent Smith, Nestor Paiva

Sinopse:
Na fronteira mais distante e inóspita do velho oeste do século XIX, um grupo de soldados americanos enviados por Washington precisa costurar um acordo de paz com a nação Comanche para evitar que ocorra um novo banho de sangue entre tropas da cavalaria e guerreiros nativos, que já se encontram com suas tradicionais pinturas de guerra. O acordo, como logo se mostra desde o começo, não será dos mais fáceis de conseguir.

Comentários:
"Comanche" mostra as dificuldades que existiam entre o governo americano, destemido em alargar as fronteiras do país rumo ao oeste selvagem e a natural resistência que nascia contra essa política de tribos nativas, entre elas a dos Comanches, que ficaram conhecidos na história como uma das nações mais guerreiras e bravas daquele período. Como se trata de um típico faroeste dos anos 50, já sabemos de antemão que tudo foi realmente produzido de forma muito romanceada, com claros objetivos de transformar os soldados americanos da cavalaria em heróis e os índios em impiedosos vilões. No meio de um clima de guerra há até espaço para namoricos e romances (até porque se não fosse assim as atrizes não teriam razão nenhuma de participar do filme). É uma visão que no fundo retrata a mentalidade da época. Colocando isso de lado sobra ao espectador muita diversão ao velho estilo bangue-bangue do cinema americano. Há várias cenas tradicionais de combate entre soldados e índios, algo que fará a alegria dos nostálgicos. Como diferencial o diretor George Sherman resolveu ele mesmo e sua equipe atravessar a fronteira filmando tudo no México, perto da cidade de Durango. Isso trouxe algo de novo ao filme em si, pois aquela terra deserta como o inferno, se torna um componente importante na condução do enredo. No saldo final temos um western muito interessante e divertido, acima de tudo.

Pablo Aluísio.