quarta-feira, 6 de setembro de 2023

A Fera Deve Morrer

A Fera Deve Morrer
A principal razão que me fez assistir a esse filme foi a presença do ator Peter Cushing. Assim como acontecia com outros atores clássicos do terror como Vincent Price, a sua simples presença no elenco já justificava o meu interesse. Só que o filme ainda tem outros aspectos interessantes. Muitos anos antes do surgimento da cultura woke, temos aqui um protagonista negro, empoderado, milionário, que resolve reunir um grupo de pessoas em sua mansão. Caçador há muitos anos, ele acredita que uma daquelas pessoas é um lobisomem e quer ter a chance de caçar um monstro desses. E realmente estava certo, um dos misteriosos convidados é mesmo um lobisomem. A temporada de caça está aberta! 

O filme é claramente uma tentativa de modernizar esse monstro clássico para os anos 70. Então a trilha sonora tem muita black music, com nuances discoteca, além do fato de mostrar cenas de ação mais bem elaboradas, com uso de helicópteros, o que se tratando de uma produção da Amicus, era um luxo daqueles. Só que todos esses aspectos que tentaram modernizar o lobisomem nos anos 70, também deixaram o filme mortalmente datado ao ser revisto nos dias atuais. O próprio lobisomem é nada convincente. Ora é um lobo normal, ora uma homem fantasiado toscamente. De bom mesmo temos um herói improvável no enredo, um simpático vira-lata caramelo que enfrenta bravamente o tal lobisomem. Isso já vale o filme inteiro! 

A Fera Deve Morrer (The Beast Must Die, Inglaterra, 1974) Direção: Paul Annett / Roteiro: Paul Annett / Elenco: Calvin Lockhart, Peter Cushing, Marlene Clark / Sinopse: Caçador milionário decide reunir oito misteriosas pessoas em sua mansão de campo. Ele está convencido que uma delas é um lobisomem de verdade e quer ter a oportunidade de caçar um monstro desses.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 5 de setembro de 2023

Bat Masterson

Título no Brasil: Bat Masterson
Título Original: Bat Masterson
Ano de Produção: 1958 - 1961
País: Estados Unidos
Estúdio: National Broadcasting Company (NBC)
Direção: Alan Crosland Jr, Eddie Davis, Walter Doniger
Roteiro: S.H. Barnett, John Tucker Battle
Elenco: Gene Barry, Allison Hayes, Allen Jaffe, D.D. Beauchamp, Antoine James, Loretta Alfonso, 

Sinopse:
Baseado em fatos reais a série conta as aventuras de Bat Masterson (Gene Barry), um elegante xerife do velho oeste que combate os criminosos com elegância e inteligência, ao invés de sempre apelar para a violência e o confronto de armas em punho. Muito bem vestido, cheio de bons modos, Masterson também se torna um conquistador de lindas mulheres às quais conquista com seu charme inigualável. Série indicado ao Emmy em 1961.

Comentários:
Maravilhosa série da NBC que marcou a vida de toda uma geração na virada dos anos 50 para os 60. Exibida pela NBC a série se tornou rapidamente um sucesso de audiência, chegando a ter três longas temporadas e que só não foi renovada porque o ator Gene Barry não conseguiu chegar a um acordo financeiro com a direção da NBC para levar em frente a história do famoso xerife Bat Masterson. Em termos de Brasil tivemos a exibição da primeira temporada na TV brasileira e seu sucesso foi tão grande que chegou a virar gravação de sucesso na voz do cantor Carlos Gonzaga. Nos Estados Unidos foi lançado um box maravilhoso com as três temporadas completas, com todos os episódios, um item que fez a alegria dos colecionadores de western. De muito bom gosto e ótima direção de arte, além de restauração digital dos primeiros episódios, o box é um daqueles que fazem o orgulho dos fãs de faroeste, até porque a TV também foi por demais importante na popularização do gênero, a tal ponto de rivalizar com o cinema. Além disso temos que reconhecer que em uma série há muito mais possibilidade de se desenvolver melhor todos os personagens. Em suma, "Bat Masterson" é de fato uma preciosidade rara e de ótima qualidade.

Pablo Aluísio.

O Pistoleiro do Wyoming

Título no Brasil: O Pistoleiro do Wyoming
Título Original: Wyoming Outlaw
Ano de Produção: 1939
País: Estados Unidos
Estúdio: Republic Pictures
Direção: George Sherman
Roteiro: Jack Natteford, Betty Burbridge
Elenco: John Wayne, Don 'Red' Barry, Ray Corrigan, Raymond Hatton

Sinopse:
Will Parker (Don 'Red' Barry) é um rancheiro do Wyoming que devido ao hostil clima da região acaba perdendo toda a sua safra. Desesperado para alimentar seus familiares ele se une a um bando de ladrões de gado. Após um confronto é capturado e preso mas ele não se dá por vencido e foge da prisão, começando uma verdadeira caçada para capturá-lo. Roteiro levemente inspirado em fatos reais.

Comentários:
Filme da Republic Pictures que conta em seu elenco com o famoso John Wayne. Infelizmente os fãs do Duke não precisam ficar muito eufóricos pois o filme não gira em torno do mais famoso cowboy da sétima arte. Na verdade seu personagem, Stony Brooke, é bem secundário. Quem for assistir a esse filme pensando em Wayne certamente se decepcionará por essa razão. No geral é um filme B, feito especialmente para matinês, muito curtinho e rápido que vai direto ao ponto. É um bangue-bangue tradicional, sem maiores surpresas. O roteiro ainda ensaia um pouco mais de capricho no que diz respeito ao personagem principal, um rancheiro que entra para o mundo do crime por necessidade, mas não vai muito adiante em relação a isso. Wayne surge com um figurino que lembra bastante o ídolo Tom Mix, com um enorme chapéu branco, além de roupas claras, impecáveis para quem vive no velho oeste americano. Enfim, coisas de Hollywood da época. Em suma, um faroeste da velha escola que mesmo sendo de rotina segue sendo lembrado por causa da presença do imortal John Wayne.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 4 de setembro de 2023

A Grande Ilusão

Título no Brasil: A Grande Ilusão
Título Original: All the King's Men
Ano de Lançamento: 1949
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Robert Rossen
Roteiro: Robert Penn Warren, Robert Rossen
Elenco: Broderick Crawford, John Ireland, Joanne Dru, John Derek, Mercedes McCambridge, Shepperd Strudwick

Sinopse:
Com roteiro baseado no aclamado romance vencedor do prêmio Pulitzer, o filme conta a história de ascensão e queda de um político populista norte-americano. Enganando pessoas, se dizendo cristão e homem honesto, assim que assume o poder começa a abusar dele, além de praticar roubos em série do dinheiro público. A jornada padrão de um politico desonesto e enganador! 

Comentários:
Esse filme foi o grande vencedor do Oscar de melhor filme de 1950, sendo agraciado com mais duas estatuetas. O elenco está excelente! Não poderia ser diferente, tanto o ator principal Broderick Crawford como seu parceiro em cena, John Ireland, como coadjuvante, levaram o tão cobiçado Oscar para casa. Mais do que merecido pois foram realmente trabalhos dignos do maior prêmio do cinema. Em termos de história, é a tal coisa, velha história... nova história. Alguns anos atrás foi lançada uma nova versão, uma nova adaptação cinematográfica desse consagrado livro, mas apesar de igualmente ser um bom filme não se compara ao original. Eu aina prefiro muito mais essa versão clássica. Na verdade toda a força da história vem mesmo do texto escrito, do romance. É um verdadeiro tratado sobre populismo e demagogia. Uma forte mensagem que segue atual, principalmente nos dias de hoje. E do ponto de vista puramente cinematográfico não há o que se reclamar. Temos cinema de muita qualidade aqui, tanto em termos de direção, roteiro, como também no quesito atuação, que já destaquei. Enfim, um dos grandes filmes premiados pelo Oscar em sua história. 

Pablo Aluísio.

Deus é Meu Juiz

Deus é Meu Juiz
O segundo filme da carreira de Paul Newman trazia um tema muito ousado para a época. De certa forma seria considerado complexo do ponto de vista psicológico até mesmo para os dias atuais, imagine para os anos 1950. O ator interpreta um militar das forças armadas americanas que é feito prisioneiro na guerra da Coreia. Ele passa dois longos anos em um campo de prisioneiros e quando retorna aos Estados Unidos está destruído psicologicamente. Pior do que isso, há provas de que nesse período ele teria passado para o lado do inimigo, colaborando com as forças ideológicas e militares dos países que lutaram contra os Estados Unidos na guerra. 

Paul Newman, ainda bem jovem, encontrou finalmente nesse filme o material de qualidade artística que tanto havia procurado. Ele tinha se formado no famoso Actors Studio e estava decepcionado com o primeiro filme que havia estrelado em Hollywood. Então passou a buscar por um roteiro que estivesse à altura de sua formação como ator. Encontrou esse que não foi tão bem compreendido na época de seu lançamento original. Só que não se engane, esse é um drama psicológico maduro e inteligente, um dos melhores já lançados na história do cinema norte-americano. E Newman, como era esperado, estava ótimo em sua atuação.

Deus é Meu Juiz (The Rack, Estados Unidos, 1956) Direção: Arnold Laven / Roteiro: Stewart Stern, Rod Serling / Elenco: Paul Newman, Wendell Corey, Walter Pidgeon / Sinopse: Após ficar dois anos como prisioneiro em um campo inimigo na guerra da Coreia, um jovem militar dos Estados Unidos retorna ao seu país, mas algo está errado com sua mente e forma de pensar. O que teria acontecido?

Pablo Aluísio.

domingo, 3 de setembro de 2023

Todos os Corações do Mundo

Título no Brasil: Todos os Corações do Mundo
Título Original: Two Billion Hearts
Ano de Lançamento: 1995
País: Brasil
Estúdio: Europa Filmes
Direção: Murilo Salles
Roteiro: George Vecsey
Elenco: Romário, Roberto Baggio, Bebeto, Dennis Bergkamp, Mario Zagallo, Carlos Alberto Parreira

Sinopse:
Documentário sobre a Copa do Mundo FIFA de 1994, disputada pela primeira vez na história nos Estados Unidos. A seleção brasileira se consagraria campeã nesse mundial de futebol. E o que havia de melhor nas técnicas cinematográficas foram utilizadas nesse filme, tudo com o objetivo de capturar a emoção das partidas de futebol com as melhores seleções do mundo. 

Comentários:
O Brasil venceu a Copa do Mundo de 1994 após passar muitos anos sem ser campeão do mundo. Em minha opinião, essa era uma seleção Brasileira muito burocrática, que vivia apenas da generalidade de alguns poucos jogadores. Romário e Bebeto eram os craques. Embora fosse um time sem grande brilhantismo, acabou sendo protagonista desse ótimo documentário. É um filme realmente tecnicamente impecável. O cineasta Murilo Salles transformou jogos até mesmo fracos em obras de arte cinematográfica. Quando isso acontece, descobrirmos realmente quem tem talento para ser diretor de cinema. Nem preciso dizer que quando chegou nas locadoras e foi lançado com cinemas essa produção se tornou um sucesso de bilheteria. Afinal, os brasileiros ainda estavam celebrando a vitória de sua seleção. Pena que depois esse tipo de filme foi abandonado. Nunca mais vi nenhum documentário sobre Copas do mundo nesse estilo e com todo esse capricho técnico.

Pablo Aluísio.

Império dos Discos

Título no Brasil: Império dos Discos 
Título Original: Empire Records
Ano de Lançamento: 1995
País: Estados Unidos
Estúdio: Regency Entertainment
Direção: Allan Moyle
Roteiro: Carol Heikkinen
Elenco: Liv Tyler, Renée Zellweger, Anthony LaPaglia, Debi Mazar, Maxwell Caulfield, Johnny Whitworth

Sinopse:
Vinte e quatro horas na vida dos jovens funcionários da Empire Records, uma loja de discos de Los Angeles, na Califórnia. Exceto que este é um dia em que tudo vem à tona para vários deles enfrentando crises pessoais. E mais importante, eles conseguiriam manter sua loja de discos independente para não ser engolida pela ganância das grandes corporações?

Comentários:
Filme jovem dos anos 90. O destaque vai para o elenco de jovens atrizes que depois iriam se destacar de uma forma ou outra. Liv Tyler era uma verdadeira gracinha quando fez esse filme. Ela foi muito badalada naqueles anos. O curioso é que ela ficou famosa antes do cinema. Estrelando clips da MTV de bandas de rock famosas se tornou uma jovem popular entre os adolescentes dos anos 90, só depois foi para as telas de cinema. Virou símbolo sexual. Preste atenção no elenco coadjuvante. Quem viraria estrela de cinema mesmo seria a linda loirinha texana Renée Zellweger. Foi uma grande surpresa quando sua carreira começou a decolar, alguns anos depois. O roteiro também apresentava diálogos bem escritos, com a linguagem jovem da época. Retrato de um tempo que não existe mais. Afinal as lojas de discos deixaram de existir há muitos anos.

Pablo Aluísio.

sábado, 2 de setembro de 2023

Megatubarão 2

Megatubarão 2
Uma espécie de tubarão da pré-história, conhecido como Megalodonte, é encontrado em altas profundidades numa fossa oceânica. Levado à cativeiro, passa a ser estudado, mas algo falha e ele foge, ganhando novamente o mar aberto, colocando em risco a vida de milhares de pessoas que curtem férias numa ilha turística próxima. Enquanto isso, uma expedição é enviada para essa mesma região onde o tubarão foi encontrado. Agora eles estão em busca de outras espécies raras, como lulas colossais. Só que encontram um grupo clandestino por lá, explorando ilegalmente os recursos naturais do oceano. O conflito logo se torna inevitável.  

Esse filme é a sequência de Megatubarão, que já não era grande coisa... então imagine a situação por aqui. O segundo filme consegue ser ainda pior. Eu tenho percebido cada vez mais a ruindade dos roteiros escritos para esses novos filmes. Tudo segue uma fórmula que já foi gasta demais no passado. Pior do que tudo, os roteiros vão ficando cada vez mais vazios, sem conteúdo nenhum. Eu sei que não era de se esperar um texto bem escrito para um filme como esse, mas custa mesmo trazer algum tipo de informação sobre o animal em questão? Duas linhas de informação que fossem... Do jeito que ficou, ele é apenas mais um monstro genérico. A produção conta com dinheiro de produtores chineses. Por isso parte dos personagens são também chineses. Não que isso vá fazer alguma diferença. Sendo parte oriental ou ocidental, nada conseguiu salvar esse filme da fossa da ruindade cinematográfica. 

Megatubarão 2 (Meg 2: The Trench, Estados Unidos, China, 2023) Direção: Ben Wheatley / Roteiro: Jon Hoeber, Erich Hoeber, Dean Georgaris / Elenco: Jason Statham, Jing Wu, Shuya Sophia Cai / Sinopse: Megatubarão pré-historico que a ciência julgava extinto é encontrado em altas profundidades. Em cativeiro para estudos consegue fugir, colocando pessoas em risco em uma ilha próxima. 

Pablo Aluísio.

O Panaca

O Panaca
Esse pode ser considerado o primeiro filme de Steve Martin no cinema. Antes disso ele era mais conhecido por suas apresentações no palco em cidades como Chicago, Nova Iorque e Los Angeles e por aparições em programas de TV como Saturday Night Live nas noites de sábado, um dos mais assistidos dos Estados Unidos. Então a oportunidade apareceu para Martin quando um conhecido produtor resolveu lhe convidar para atuar nessa comédia. Não era, como muitos pensavam, um remake de um antigo filme de Jerry Lewis. Era um roteiro novo que procurava seguir por outros caminhos. 

Na história Steve Martin interpretava um jovem muito ingênuo do interior que ia para a cidade grande em busca de oportunidades. Sua ingenuidade iria se revelar seu maior defeito, mas também sua maior qualidade, o que o faria subir na vida, em busca de fama e fortuna. É uma boa comédia, mas para os padrões atuais poderia ser até mesmo um pouco ofensiva, principalmente como retrata as pessoas que moram em cidades do interior. 

O Panaca (The Jerk, Estados Unidos, 1979) Direção: Carl Reiner / Roteiro: Steve Martin, Carl Gottlieb / Elenco: Steve Martin, Bernadette Peters, Catlin Adams / Sinopse: Homem do interior, muito ingênuo, sem experiência e vivência de vida, vai morar na cidade grande, onde passa por muitas situações divertidas, engraçadas, mas também perigosas. 

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 1 de setembro de 2023

Uivo

Uivo 
Na década de 1950 o escritor e poeta Allen Ginsberg publicou um pequeno livro com um longo poema chamado Uivo. Foi uma descoberta e tanto no mundo da literatura da época e causou muita polêmica por causa dos temas tratados e da linguagem direta de seu autor. Para os conservadores foi um verdadeiro escândalo, a ponto de levarem os editores do livro original aos tribbunais norte-americanos para tentar proibir a publicação do texto em novas edições. Essa gente nunca aprende mesmo, quando se faz esse tipo de coisa tudo o que se ganha é ainda mais publicidade. Não foi à toa que Uivo se tornou tão popular, pois todos queriam ler depois da enorme polêmica criada em cima do poema. 

Esse filme, do qual gostei muito, se propõe não apenas a contar essa história, mas também em apresentar o próprio poema em longas sequências de animação. Devo dizer que além de criativa, essa forma de declamar a poesia foi mais do que acertada. As sequências de animação são um primor a mais em um filme inteligente e muito recomendado para quem aprecia o mundo da literatura. O único pontinho negativo talvez venha da escalação do ator James Franco como o protagonista beatnik. É um daqueles casos em que a persona do ator não tem nada a ver com o personagem que interpreta. De qualquer maneira devemos abstrair essa questão e curtir o filme pela excelente proposta que apresenta ao espectador. As boas intenções na realização do filme certamente são as melhores possíveis. 

Uivo (Howl, Estados Unidos, 2010) Direção: Rob Epstein, Jeffrey Friedman / Roteiro: Rob Epstein, Jeffrey Friedman / Elenco: James Franco, Jon Hamm, Todd Rotondi, Jon Prescott / Sinopse: O filme conta a história do jovem poeta e escritor Allen Ginsberg que após escrever e publicar um pequeno livro de poesias se vê bem no meio de uma grande polêmica pública que vai parar nos tribunais dos Estados Unidos. 

Pablo Aluísio.